Ato 1 – João Roberto
Eu me chamo João Roberto, tenho 40 anos, sou advogado, sou um homem branco de 1,80 com alguns músculos, nada que se deva levar muito a sério. Olhos castanhos e cabelos curtos pretos. Sem barba e sempre vestido com um terno preto, tenho uma agência de advocacia com meu sócio Moacir. Um homem de seus 60 anos, falastrão, calvo de cabelos brancos de pele um pouco mais escura que eu. Típico advogado que tem esquema para tudo. Eu não, sempre fui correto e honesto mas coisas.
Sou casado com Marília, uma mulher de pele morena, 35 anos, 1,60, só anda de salto, cabelos pretos até a bunda, unhas bem feitas, um rabo de dar inveja e gostava de usar vestidos colados, roupas que deixavam ela sempre muito sexy.
Temos um filho de 20 anos, se calcular a idade vai perceber que começamos muito novos, e na época só me casei porque Marília engravidou de João Roberto Guimarães Junior ou só Junior. Eu aprendi a amar Marília, e por anos éramos uma família feliz. Eu pelo menos era o que eu pensava, até o dia que o meu telefone toca e era Junior
- Pai! Fiz merda pai, me ajuda por favor.
Junior era muito tímido, muito mimado por mim e sua mãe, filho único de pais jovens, sempre foi super protegido, era muito branco, usava óculos e tinha cabelo grande com o topete estranho, ele era muito alto e magro.
- O que foi garoto ?
- Pai! Fiz merda! Corre aqui por favor. Matei um cara!
Peguei o carro e corri ao encontro dele, na casa da namorada. Lara minha secretária no escritório, uma baixinha branca gostosa, com uma tatuagem na lateral do corpo e a voz manda que deixava qualquer homem maluco. Sempre me perguntei como ele conseguir conquistar ela.
A cena era meu filho com uma arma na mão, chorando ajoelhado, sua namorada semi-nua em estado de choque no canto do quarto e um cara baleado na cama. É óbvio que eu entendi bem o que estava acontecendo ali.
- Garoto! Me escuta – Balancei ele até voltar a si.
- Me dá essa arma e foge daqui, vai pra nossa casa e você nunca saiu de lá, entendeu ? Joga o celular que você ligou fora e não conta nada para a sua mãe, ela não vai entender. Quase que no automático Júnior foi embora, e fez o que mande.
- E você vagabunda do caralho, vai contar tudo o que mandar para a polícia, entendeu ?
Ela ainda está em transe e não sabia o que responder, dei um tapa no rosto dela para que ela acordasse.
- Me perdoa por favor, eu não queria isso, eu não queria isso – Dizia ela chorando
- Cala a porra da boca e me escuta. Depois eu me acerto contigo, agora preciso livrar meu filho dessa merda que você nos colocou.
- Ele te comeu ? - Ela ficou em silêncio
- Responde porra! Ele te comeu! Gozou em você ?
- Sim – disse ela gaguejando
- Não se limpa, vai servir, não sai daí.
Peguei todas as gravações da casa, para não aparecer o meu filho entrando e saindo da casa, limpei a arma com cuidado, e depois dei mais dois tiros na parede. Para a pólvora ficar na minha mão.
- Escuta Lara, eu não quero suas desculpas, quero que você confirme a minha história. Junior nunca esteve aqui, eu peguei você com outro e atirei nele para manter a honra do meu filho e você chamou a polícia. Entendeu ?
- Entendi
- Eu queria tanto saber o motivo, mas não tenho tempo para isso. Nem para digerir o que aconteceu.
Lara ligou para a polícia que logo chegou e fui preso. O homem baleado não morreu, era um empresário marido de uma amiga da Marília minha esposa, Paulo e Luzia. Ele era boa pinta, forte e careca, a bala atravessou seu peito, mas ele não morreu.
Fui condenado a 12 anos de prisão por tentativa de homicídio, pena mínima por ser réu primário, sem antecedentes, casa própria, advogado. Moacir me representou e foi bem sucedido, conseguiu anular o porte ilegal de arma. em 5 anos eu estaria livre.
Mas a cadeia me tirou tudo, fui excluído da OAB por crime infamante, minha esposa com o divórcio ficou com tudo o que era meu, casa, carros, dinheiro, me restou algumas poucas economias e uma casa de show que estava no nome do Junior. Ela mesma pediu o divórcio e me acusando de ser um assassino, não tem juri que não daria a ela a causa.
Meu filho entrou em uma depressão profunda depois de tudo o que aconteceu, ele não saia de casa, no início me visitou algumas vezes, mas nunca mais o vi. Minha esposa só me visitou uma vez com advogado para assinar os papeis do divórcio com acordo de aceitar tudo e ela não contar tudo o que ocorria na advocacia.
Moacir era o único que me visitava, ele tomou conta de algumas coisas minhas durante a prisão. Lá dentro eu ajudei muitos presos com processos irregulares, que nunca foram julgados e muitas vezes com erros grotescos. Fiquei conhecido como Advogado. Passava o tempo malhando e revisando processos dos presos. Deixei o barba e o cabelo crescer e planejei minha volta por cima.
Lá dentro conheci Fernando. O chefe do crime organizado que mudaria minha vida. Em um dia de visitas, eu ficava na cela lendo algum livro, já que ninguém me visitava, eu me sentia um merda, tinha perdido tudo e só não enlouqueci por ter se tornado o advogado dos presos. Fernando apareceu na porta e me chamou
- Eu! Advogado, chega mais que eu vou te apresentar para a patroa
Levantei meio lerdo, a tristeza havia tirado uma parte de mim que até para me mexer eu tinha dificuldade, segui ele até a ala onde os maridos tinham as visitas íntimas. Quando entrei tinha três mulheres, comida e bebida na mesa.
- Deixa eu te apresentar minha senhora. Soraya, João Roberto.
- Muito prazer João Roberto, meu marido fala muito de você
Comprimentei elas com beijo no rosto, Soraya era uma loira cavala, siliconada, e com presença, batom vermelho e salto alto, calça colada e top. As duas meninas era pretas de pele clara e cacheadas, uma tinha olhos verdes e mastigava chicletes, um shortinho que aparecia a poupa da bunda e uma blusa que evidência o piercing no bico do peito.
- Vou ser bem direta, a gente precisa de um advogado pro crime, você não vai ser o rosto, mas a sombra, vai revisar os processos, ajudar a lavar dinheiro e receber muito bem por isso. Topa ?
- Dona Soraya, eu não sei se quero isso, eu nem viver mais quero, imagina dinheiro
- Eu tenho bons motivos para você querer viver, você foi vítima de um golpe e veio parar aqui, se te interessar saber mais, aceita minha proposta e você vai poder se vingar deles.
- Me dá uma semana para pensar ? Até a próxima visita eu te dou a resposta.
- Tudo bem, como prova das minhas boas intenções, vou te dar um presentinho, Liz, você ajuda nosso amigo ?
Assim que Soraya saiu da sala com todos, ela se jogou no meu colo beijando meu pescoço.
- Calma garota, quantos anos você tem ?
- Não se preocupa, eu sou maior de idade, tenho 20 anos
- Você não precisa fazer nada que não queira, não é porque ela mandou que você precisa fazer
- Mas eu quero, e pelo volume no meio das tuas pernas, você quer também. Eu tenho um fraco por homem inteligente e desleixado assim.
- Eu não tenho camisinha
Ela tirou três do bolso, claramente ela veio para fazer aquilo, uma tentativa dee convencer.
- Tá bom, Liz né ?
- Isso amor
- Eu te comeria muito em qualquer circunstância, mas tá claro que ela te obrigou a isso, então não vou te forçar a nada, e se ela perguntar direi que você cumpriu bem o serviço.
- Mas ela vai saber que não fizemos nada.
- Vamos fingir ué. Eu bato palmas e você geme, só depois me dá uma moral e diz que sou bom de cama - rimos daquela situação
Conversamos sobre tudo, ela contou sobre sua vida e seus sonhos, passado o tempo o guarda veio buscar ela acompanhado de Soraya e Fernando. Ela ia saindo da cela, voltou correndo e me deu um beijo de língua com gosto de chiclete e sussurrou no meu ouvido.
- Na próxima eu vou querer sim. - apertou meu pau
Tirou o chiclete da boca e colocou na minha, e saiu com cara de safada.
- Aguardo sua resposta - Disse Soraya se despedindo
Voltei para a minha cela e a curiosidade me matava. Eu precisava entender tudo o que tava rolando. Fiquem atentos aos próximos atos.
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