Capítulo 2:
— Tem certeza de que quer fazer isso, Miguel? — A voz de minha mãe ecoa pela casa, carregada com aquele tom típico de quem não concorda, mas também não quer discutir. Ela tenta disfarçar, mas eu sei que está incomodada. E, sinceramente? Não posso culpá-la.
Estou de pé na sala, minha mala já pronta ao lado, e olho para minha mãe, Marta, que está parada perto da porta da cozinha. Seu rosto exibe uma expressão de resignação, como se ela soubesse que essa viagem é inevitável, mesmo que cada parte dela deseje que eu fique.
— Mãe, eu preciso fazer isso — digo, mais para mim mesmo do que para ela. Como se repetir isso em voz alta me ajudasse a acreditar. Sim, é claro que vou fazer isso, mas também sei o quanto isso está machucando ela.
Por muito tempo, Pedro foi apenas um fantasma na nossa vida. Aquele homem que nos deixou sem mais nem menos, como se fôssemos capítulos antigos de um livro que ele decidiu abandonar. Eu cresci sem ter um pai por perto, e Manuela, bem... não preciso nem dizer. Ela ainda guarda mágoa, uma mágoa que parece corroer cada pequena parte dela sempre que o nome de Pedro é mencionado. E agora, aqui estou eu, me despedindo delas para passar uns dias com o "outro lado" da família.
Marta respira fundo, e seu olhar finalmente encontra o meu. Tem algo de triste, mas também de compreensivo ali. Ela sempre foi forte, segurou as pontas quando Pedro foi embora, criou a mim e a Manuela sozinha. E, mesmo assim, nunca disse uma palavra ruim sobre ele. Esse é o tipo de força que eu admiro, mas que, ao mesmo tempo, nunca entendi totalmente.
— Eu entendo que você precise ir — ela diz, com uma voz mais suave do que eu esperava. — Só... tenha cuidado, Miguel. Alessandra... bem, você sabe.
Ah, Alessandra. A mulher que roubou meu pai. Sim, eu sei. Mas, para ser honesto, nunca senti que a culpa foi dela. Meu pai tomou a decisão de ir embora, de deixar a gente. Ainda assim, eu sei o quanto essa mulher representa para minha mãe. Ela é um lembrete constante de como nossa família foi quebrada, e não importa quantos anos tenham se passado, isso nunca muda.
— Eu sei, mãe — murmuro, tentando manter o tom leve. — Não se preocupe. É só uma visita rápida, eu prometo.
Ela sorri de leve, mas seus olhos dizem outra coisa. Eu sei que isso não é fácil para ela. E, se vamos ser sinceros aqui, também não é fácil para mim. Mas acho que preciso ver Pedro, preciso entender o que aconteceu e... bem, quem sabe? Talvez até tentar recomeçar algo. Não que eu acredite muito nessas coisas de recomeço, mas, como já te disse, a tal sensitiva mexeu comigo. (Sim, eu ainda estou apostando todas as minhas fichas nessa profecia.)
Agora, a parte realmente complicada. Manuela.
Ela está no quarto, provavelmente fingindo que não se importa com minha partida. Não me leve a mal, minha irmã é incrível, mas ela tem um jeito todo próprio de lidar com a dor, que envolve ignorar completamente o problema até que ele desapareça. Ou até explodir. Hoje, parece que ela escolheu o silêncio.
— Vai falar com sua irmã antes de sair? — minha mãe pergunta, com um olhar que deixa claro que eu não tenho escolha. Claro, mãe, obrigado por me jogar na fogueira.
Caminho até o quarto de Manuela, batendo levemente na porta. Não recebo resposta. Ah, claro. Lá vamos nós.
— Manu? Posso entrar? — pergunto, tentando soar casual.
— O que você quer, Miguel? — Sua voz vem abafada, mas o tom é inconfundível. Ela está irritada.
— Vou sair daqui a pouco... Queria me despedir.
Silêncio. E então a porta se abre, revelando minha irmã. Seu rosto está impassível, mas seus olhos... ah, os olhos dela dizem tudo. Manuela ainda está ferida. Ainda sente a escolha que nosso pai fez como uma ferida aberta, e essa viagem só serve para jogar sal nela.
— Então, vai mesmo passar uns dias com ele? — Sua voz é cortante, e por um momento, me sinto um pouco culpado. — Com ele e com a "família perfeita"?
Ai. Bem no peito. Eu sabia que isso ia acontecer, mas ainda assim... dói.
— Manu, não é sobre isso. Eu só... eu só quero entender o que aconteceu, sabe? Ele é nosso pai, afinal.
Ela me encara, os braços cruzados como se estivesse tentando se proteger. Sua expressão se endurece ainda mais, e eu vejo que a mágoa está ali, pulsando. Pedro a deixou para escolher outra família, outra filha. Alice.
— Ele pode ser seu pai, Miguel, mas deixou de ser o meu faz muito tempo — ela dispara, sua voz baixa, mas carregada de uma raiva que eu raramente vejo nela.
O silêncio entre nós pesa, e eu tento pensar em algo para dizer, mas tudo parece vazio e insignificante diante da dor que ela carrega. Então, decido fazer a única coisa que posso: deixo o assunto morrer.
— Eu vou te ligar, tá? — digo, tentando soar esperançoso. Manuela apenas dá de ombros, sem sequer me olhar nos olhos.
Eu suspiro, voltando à sala, onde minha mãe está me esperando com as chaves do carro na mão. Ah, não, não se engane, ela não vai me levar até lá. Nem pensar. Marta se recusa a dirigir até a casa de Pedro, e sinceramente? Acho que também me recusaria se estivesse no lugar dela. Então, vou até o ponto de ônibus. Sozinho. Justo, né?
— Vai indo, Miguel. Se cuide. — ela diz, me dando um abraço rápido, como se estivesse tentando esconder o quanto está preocupada.
E então, estou fora. O sol está brilhando, as ruas estão movimentadas como sempre, mas dentro de mim, há uma estranha sensação de vazio. Como se estivesse deixando uma parte de mim para trás. Talvez seja porque, pela primeira vez, estou indo em direção a algo que não faço ideia de como será. Meu pai, Alessandra, Alice... É como entrar em território desconhecido. E, claro, há essa ideia absurda de que essa viagem pode, de alguma forma, mudar tudo.
Caminhando até o ponto de ônibus, sinto o peso das malas e de algo mais. Não é só a bagagem física, sabe? É toda a expectativa, as incertezas, os medos. Marta pode até não ter me levado, mas a bagagem emocional? Ah, essa eu carrego comigo.
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