Boa noite, sou Hanna. Faz tempo que não coloco minhas palavras no papel, mas hoje algo em mim pediu por isso. Passei meses deixando de lado um pedaço importante de quem sou, negligenciando o cuidado comigo mesma e permitindo que o tempo me moldasse de formas inesperadas. Apesar disso, nunca abandonei minhas roupas íntimas — pequenos lembretes de quem eu sou — nem os perfis que mantive escondidos no Twitter e no Sexlog, sob o pseudônimo AnnaTSCD.
Essa semana, no entanto, algo mudou. Uma faísca antiga se reacendeu, e me vi explorando o velho bate-papo do UOL, onde a conversa fluiu com um homem da minha cidade. As palavras passaram a dançar entre nós, carregando segundas intenções e promessas não ditas, até que combinamos um encontro. A rua escolhida ficava próxima a uma rodovia, cercada por barracões vazios que pareciam cúmplices de algo proibido.
No horário marcado, lá estava eu, com a calcinha delicada escondida sob a roupa, o coração batendo como se antecipasse o inevitável. Mas o homem não apareceu. E sem nenhum contato trocado, tudo parecia ter se perdido no acaso.
Voltei ao bate-papo, ainda tomada por aquele desejo pulsante, e mandei uma mensagem para alguém com as iniciais da minha cidade no nome: "Estou em tal lugar." Logo veio a resposta:
— "Em um Onyx preto?"
— "Simmm!"
— "Acabei de passar por você. Estou voltando."
Meu corpo reagiu antes mesmo da mente entender. Quando o carro parou atrás de mim e piscou os faróis, soube que não havia mais volta. Abri a porta e me deparei com um homem moreno, tatuado, vestindo apenas uma bermuda — e um detalhe impossível de ignorar: o membro ereto, exposto, provocador.
Sem trocar palavras, me ajoelhei ali mesmo, com os olhos fixos naquela visão. A primeira lambida era hesitante, quase tímida, mas logo minha boca estava completamente entregue. Ele segurou minha cabeça com firmeza, conduzindo cada movimento. Meu corpo respondia ao ritmo imposto, meu coração batia no compasso da ousadia.
Quando ele chegou ao ápice, senti o calor preencher minha boca. Engoli, saboreando cada instante, enquanto ele soltava um gemido rouco que parecia vibrar pelo silêncio ao nosso redor. Antes de ir, trocamos contatos, um gesto silencioso que prometia novas histórias.
E foi assim que redescobri um pedaço de mim.