Eu estava muito nervoso, suando frio. Minha vontade era que aquilo terminasse logo. Meu coração quase parou quando vi aquela senhora, com seus quarenta e poucos anos, sair de um dos quartos e entrar na sala.
- Dona Adelaide? - Foi a única coisa que consegui falar.
- Tire meu nome da sua boca. Seu assassino de merda. Você pode ter o mundo aos seus pés, mas eu sei bem quem é você e não tenho medo de gritar aos quatro cantos do mundo o quanto você é perigoso. Eu vou fazer isso enquanto viver. - Dona Adelaide falou.
- Então, deixa eu explicar. Ruan me contou que nosso anjinho não era muito querido na cidade dele. Fui pesquisar, estive lá e fiz algumas perguntas. Não foi difícil chegar no nome da Dona Adelaide, levei menos de três horas, mesmo com as poucas informações que eu tinha sobre Gabriel, e mais fácil ainda foi convencer essa diva a vir falar mal de Gabriel. - Carla falou.
- Mal não. Vou falar a verdade. Não tenho culpa se a verdade é que esse ser desprezível é um assassino da pior qualidade. - Dona Adelaide falou.
- Que história é essa de assassino? Gabriel matou alguém? Isso é pesado, é criminoso. Biel, não vai falar nada? - Thiago perguntou, mas eu não consegui falar. Eu não tinha coragem de falar nada na frente de dona Adelaide, se meu coração doía por ter perdido Renato, imagino a dor dela, por mim ela poderia inventar qualquer coisa a meu respeito que eu não desmentiria.
- É claro que ele não vai falar, porque é verdade e ele não tem o que falar. Mas vamos por partes. Dona Adelaide, pode nos dizer como conheceu o nosso anjinho? - Carla perguntou.
- Pare de chamar esse diabo de anjo. Ele estudou com meu filho, mas acabou não indo para as aulas e perdendo de ano. Pouco mais de um ano depois fiquei sabendo que ele vivia drogado pelas ruas e fazia sexo com qualquer um em troca de drogas. - Dona Adelaide começou a falar.
- Como assim drogado? Biel falou pra gente que só experimentou maconha, mas não continuou fumando. - Osvaldinho falou.
- Ha ha ha parece piada isso. Podem perguntar para qualquer um lá da cidade. Ele é bem famoso por viver nas esquinas da cidade, usando drogas e oferecendo esse rabo imundo. Isso antes de começar a ser sustentado por um traficante e virar mulherzinha do pobre homem. - Dona Adelaide falou, em tom de deboche.
- Isso é muito estranho. Biel sempre me viu fumando um e nunca pediu. Samuka então, puta que pariu, Samuka fumava mais do que comia comida e Biel nunca chegou perto dele pra dividir um. - Osvaldinho falou.
Nesse momento eu já estava de cabeça baixa, somente ouvindo a conversa.
- Essa parte das drogas é verdade. Ele confessou pra mim que já teve problemas com isso. - Ruan falou.
- E eu lá sou mentirosa? Me respeitem. Estou aqui para acabar com a imagem desse satanás, mas vou fazer isso falando apenas a verdade. Eu fazia trabalho voluntário, levando a palavra de Deus para delegacia lá da cidade. E já vi esse demônio muitas vezes por lá e até orei por ele. Ah se eu soubesse o que ele iria fazer com meu filho, eu nunca teria orado por ele. Eu já cheguei a levar lanche pra ele na cadeia, como fui idiota. - Dona Adelaide falou.
- Biel foi preso pelo que? Isso ele não me contou. - Ruan perguntou.
- Ele tem esse defeito. Vocês vão ver que ele pula muitos detalhes importantes quando fala da história dele. Ele foi preso várias vezes por fazer sexo em público, por estar drogado, por brigar e perturbar a paz. Ele falou tanto em paz nessa noite, mas vivia tirando a paz dos outros, então nada mais justo que algumas pessoas tirarem a paz dele, da mesma forma que ele tirou a minha quando se aproximou do meu filho. - Dona Adelaide falou.
- Está sendo muito bom conhecer esse Gabriel. O que mais a senhora pode nos dizer sobre ele? - Carla perguntou.
- Esse monstro foi responsável pela morte de muitas pessoas depois que se envolveu com Cris, um traficante lá da cidade. O pobre coitado foi enfeitiçado por Gabriel e matou muitos por causa desse sentimento, antes dele mesmo morrer. - Dona Adelaide falou.
- A senhora pode explicar melhor? - Thiago perguntou.
- Claro, meu filho. Foi meu Renatinho que me contou que para encobrir o relacionamento com esse monstro, Cris saiu matando muitas pessoas, só para mostrar o poder que tinha. O pobre bandido perdeu a cabeça de um jeito que acabou até sendo preso. O lado positivo é que ele fez a limpa nos traficantes mais cruéis da época, o lado negativo é que isso fortaleceu ainda mais o comando dele no tráfico, que acabou ficando com Serginho, depois que ele morreu, e Serginho conseguiu expandir o comando dele para várias cidades, inclusive pra cá pra Salvador. Mas tudo para encobrir o relacionamento gay com Gabriel. Ou seja, as mortes estão na conta desse ser aí. - Dona Adelaide falou.
- A senhora me parece bem tendenciosa. Os traficantes a chama chama de pobres coitados e no diminutivo, enquanto Biel a senhora xinga de tudo quanto é nome. - João falou.
- Você não sabe o tamanho da minha dor. E esses dois traficantes eu conhecia de perto, vi crescer e vi entrar para o tráfico. Eles não eram cruéis, eram pessoas boas. Cris, o que morreu em circunstâncias suspeitas, era muito carinhoso com todo mundo. Entrou para o tráfico quando ficou órfão, foi acolhido pela família de Serginho, mas acabou sendo obrigado a liderar uma boca de fumo. Mas ele nunca era agressivo. Eu sempre visitava os meninos quando eles eram detidos e Cris sempre beijava minha mão, me pedia a bênção, deixava eu orar por ele. Cris não dava problema, ele vendia as coisas erradas e muitas vezes nem cobrava, e quando cobrava eram as dividas altas, mas ele não matava. Até porque as drogas não era o sistema mais rentável de Cris, Cris ganhava dinheiro mesmo com prostituição, agenciando as pessoas. Eu sei que era errado de qualquer forma, mas não era violento, raramente tinha sangue, no máximo ele mandava bater em alguém e isso já era chocante na cidade. Tudo mudou depois desse aí. Cris começou a ser violento pra mostrar que era homem de verdade. Na época eu não sabia o motivo da mudança de Cris, só fiquei sabendo um pouco depois, quando soube que esse amigo de vocês estava morando em uma das casas de Cris, aí eu juntei tudo. Até porque eu sabia que Cris era gay e faria qualquer coisa para ninguém descobrir. Foi só juntar ao fato que o diabo deu beleza e ousadia a esse aí que eu sabia o motivo da mudança de Cris. Serginho sempre foi mais sangue quente do que Cris, mas também não é de muita violência. Serginho é mais de negociar e ameaçar, como fez com o noivo de Carlinha. - Dona Adelaide falou.
- Nossa! É muita informação. Mas pelo que estou entendendo, a culpa é da sociedade homofóbica e não de Gabriel. - Raia falou.
- Aí é que você se engana. Ele poderia ter impedido o massacre que Cris fez, mas não se importou com as vidas que se foram. Se esse cão tivesse pedido, Cris era capaz de largar até o tráfico. Esse é o poder desse ser. Eu fui visitar Cris algumas vezes durante o tempo que ele levou na prisão e dava pra ver que ele estava completamente apaixonado, ou melhor enfeitiçado. Quem cai no jogo de Gabriel só se dá mal, não tem como se envolver com ele e terminar bem. Ele destruiu a vida de vários primos, tios, vizinhos, padres, pastores, homens de família... Ele seduzia e depois, quando os caras não fazia o que ele queria, ele dava um jeito de todo mundo saber que os caras gostavam de homens. E como ele não tinha 18 ainda, ele saia de vítima. - Dona Adelaide falou.
Era verdade que quem ficava comigo acabava sendo exposto em algum momento, aconteceu muitas vezes e muitos ficaram mal vistos na cidade. Mas não era eu que falava o que acontecia, geralmente alguém nos pegava em flagrante porque eu não era exatamente discreto nas conversas, mas não era querendo expor ninguém.
- Então eu não fui a única que ele expôs a sexualidade? - Vanessa perguntou.
- Não. O primeiro a sofrer foi um primo dele, que precisou mudar de cidade, perdendo emprego e sendo mal visto por todos. Depois ele expôs alguns tios que participaram de umas festinhas. Aí a lista fica imensa. Muitos pais de família caíram na labia dele e todo mundo ficou sabendo. É claro que ele vai dizer que nunca falou nada pra ninguém, tirando os tios, mas ele nunca fez questão de ser discreto, sempre conversava em público com as pessoas, sem contar que ele seduzia os homens de forma que ninguém conseguia pensar em outra coisa, a não ser em sexo. Digo isso porque ele seduziu meu antigo pastor durante as nossas visitas na cadeia. Eu vi de perto a tática de sedução dele e vi meu pastor resistindo bravamente, enquanto pode. Mas meu pastor também caiu e ele fez o que? Foi na igreja em dia de culto lotado, sentou no primeiro banco e ficou encarando o pastor e passando a mão no próprio corpo, completamente drogado, é claro. Meu pastor ficou nervoso, não resistiu e se entregou, não teve como negar que não tinha um caso com esse ai. Ele realmente não abriu a boca, mas sabia o que estava fazendo quando foi até a igreja naquele dia. - Dona Adelaide falou.
- Isso é muito cruel. Gabriel não é idiota, ele sabia o que estava fazendo. - Vanessa falou.
- Calma aí, me surgiu uma questão aqui. Gabriel tem 20, quando ele fez tudo isso? - Thiago perguntou.
- Ele deveria ter uns XV ou XVI, que foi a pior época do vício dele, mas não se enganem, ele sempre foi muito esperto... - Dona Adelaide começou a falar.
- A senhora vai me desculpar, mas ninguém tem juízo nessa fase da vida, ainda mais um dependente químico. Faltou orientação externa, alguém pra tirar ele dessa vida. - Osvaldinho falou.
- Isso não muda todos esses fatos que estou falando aqui. - Dona Adelaide falou, irritada.
- Sem contar que ele não mudou a forma de agir dele, nós vimos isso nas coisas que ele fez contra Vanessa e Júlio. Por isso contei tudo antes, pra vocês verem que ele continua o mesmo. - Carla falou.
- O mesmo também não. Porque ele não usa mais drogas. Daria para perceber se ele usasse. - Osvaldinho falou.
- Ele iludiu muito vocês. Não é possível que depois de tudo isso vocês ainda vão ficar ao lado dele? - Dona Adelaide falou, inconformada.
- Mas a senhora ainda não terminou. - Carla falou.
- Verdade. Tem a pior parte. Ele se envolveu com meu filho. Melhor dizendo, ele seduziu meu filho. Meu filho mudou de vez comigo, saiu até de casa pra ir morar com ele. Eu sempre apoiei meu filho em tudo. A única coisa que eu pedi para Renatinho foi para não se envolver com esse aí. Ele desgraçou a vida do meu filho. Meu filho já tinha diversos problemas, mas depois dele tudo ficou pior. Renatinho estudava a noite e voltou a perder as aulas, voltou a ter problemas com bebida e começou a usar drogas, influenciado por esse aí. Meu filho nunca tinha fumado nem cigarro comum, muito menos maconha e em pouco tempo meu filho ficou viciado, só andava sob os efeitos de maconha ou álcool, ou até coisa pior. A minha maior dor é não ter lutado mais contra esse relacionamento. Eu cheguei a aceitar esse aí na minha casa em nome da boa convivência com meu filho. - Dona Adelaide começou a chorar e foi acolhida por Carla.
- Se a senhora não quiser continuar eu posso falar... Esse anjo caído foi responsável pela morte do filho de Dona Adelaide. Cris, o traficante, tinha ciúmes de Gabriel e Gabriel sabia. Mas ficou se exibindo com Renatinho pela cidade, deixando todo mundo saber que Renatinho tinha um relacionamento com ele. Cris jurou os dois de morte muitas vezes, mas Gabriel não ligou e continuou se relacionando com o filho de Dona Adelaide. Até que Cris cansou de ser feito de corno e mandou matar Renatinho e ainda fez a cidade toda saber que a culpa era de Gabriel, só que colocou a culpa em uma dívida de drogas. Ou seja, Gabriel foi o responsável pela morte de Renatinho. - Carla falou.
- Espera, o assassino é por causa disso? O tal do Cris ela continua tratando como um ser humano e Biel é o demônio? Mas quem puxou o gatilho foi Cris. - Magno finalmente abriu a boca.
- Não desfaça da minha dor. Esse demônio é o responsável. Cris só fez o que fez por causa dele. Se ele não existisse, meu filho estaria vivo. - Dona Adelaide gritou, ainda chorando.
Nessa hora eu não aguentei mais ouvir todas aquelas acusações, coisas que eu também me culpava, mas não tinha como voltar no tempo. Eu era imaturo demais pra saber agir, tinha apenas XV e XVI quando tudo aconteceu, não sabia lidar com muitas coisas que aos XX também não sabia direito. Eu não suportei mais ouvir tudo aquilo e sai correndo e chorando pela rua.
João e Raia vieram atrás de mim e me abraçaram no meio da rua. Eu estava em cacos e aos prantos. Não consegui nem falar nada. Ficamos um tempo no meio da rua até o carro de Pedro aparecer e ele me resgatar daquilo tudo, minha sorte é que eu tinha deixado Pedro de sob aviso e Pedro nem esperou eu ligar, ele foi me buscar sem eu pedir.
João queria que eu voltasse e encarasse tudo de cabeça erguida, mas eu não tinha forças para olhar na cara de Dona Adelaide, afinal eu realmente me sentia responsável pela morte de Renatinho, só não puxei o gatilho da arma, mas dei todos os motivos para Cristofer puxar.
Naquela noite eu não consegui falar nada. Deitei na cama e dormi. Na terça-feira eu não consegui ir para faculdade, passei o dia na cama, só chorando, sem comer. Meu celular lotou de ligações e mensagens, mas eu não falei com ninguém, nem li as mensagens. Pedro não foi para faculdade, ele ficou ao meu lado o tempo todo e me obrigou a comer. Na quarta-feira pela manhã, bem cedo, o senhor José apareceu na porta do quarto, nos acordou e já foi falando:
- Meu filho, eu sei que essa história ainda dói no seu coração, que você se sente responsável por tudo o que aconteceu, mas você não pode parar sua vida novamente. Você já superou essa fase na terapia, lembra? Você já entendeu, em terapia, que precisa lutar pelos seus sonhos e continuar vivendo.
- Não é fácil. Dona Adelaide... - Comecei a falar
- Essa senhora é uma amargurada. Ela nunca vai superar a morte do filho. A forma que ela encontrou para sobreviver foi te culpar e você está deixando. Gabriel, você não tinha idade pra viver tudo o que viveu. Você é a maior vítima dessa história, seus primos te levaram para um caminho sem volta, você não soube lidar com toda a química no seu corpo. Levanta a porra dessa cabeça e vá estudar. - Seu José falou, com autoridade.
- Eu não quero encarar o povo da casa, meus materiais estão todos lá. - Falei.
- Já mandei pegar tudo. Meu motorista trouxe tudo ontem a tarde, assim que fiquei sabendo do que te fizeram passar. Você vai morar aqui a partir de hoje e não tem conversa. Todas as suas roupas estão aí e suas coisas da faculdade também. Se bem que te achei com poucas roupas, vamos comprar roupas no sábado. - Seu José falou.
- Eu não quero...
- Você não tem querer. Eu não sou seus pais que te deixam decidir as coisas. Comigo você faz o que eu mando e acabou. E eu estou mandando você levantar dessa cama e se arrumar. Não vai ser fácil, mas eu e Pedro estamos aqui para te apoiar. Anda. - Seu José falou, com o nível certo de autoridade que eu precisava em minha vida.
- Seu José, eu agradeço muito sua recepção, mas eu não quero ficar dependendo do senhor, nada contra o senhor e Pedro, mas eu não quero ficar devendo favor pra ninguém. Uma coisa é comer e beber de graça aqui todos os dias, eu acredito que comida não se nega a ninguém e não se cobra. Mas ser completamente sustentado não está nos meus planos. - Falei
- Eu não estou te entendendo. A gente aqui tem condições para te sustentar por toda a sua vida sem nem fazer diferença na nossa conta bancária, até Pedro já tem a renda exclusiva dele, se o problema foi ser sustentado por mim. - Seu José falou.
- Não é isso, eu sei que você são ricos... - Falei.
- E qual o problema? - Seu José e Pedro perguntaram quase ao mesmo tempo.
- Não me levem a mal, eu não estou comparando vocês. Mas sempre que fui sustentado antes, mesmo pagando o favor de alguma forma, eu fiquei totalmente dependente das vontades de quem estava me sustentando, eu não conseguia impor minha opinião e vontades, tinha que fazer tudo da forma que a outra pessoa queria. Sem falar na experiência do Rio, que eu precisei ser salvo pelo senhor, seu José. Se o senhor não acorda naquele dia, eu não teria dinheiro nem para pagar um quarto de hotel barato. Eu teria que dormir na rua. - Falei, tentando segurar as lágrimas.
- Entendi. Então eu tenho uma proposta para te fazer: estou precisando de uma pessoa para me ajudar durante a noite, porque minha secretária é muito competente, mas só trabalha durante o dia. Também não seria até muito tarde da noite, porque eu durmo cedo. E nem seriam todos os dias. Eu preciso de alguém que tenha boa memória e anote as coisas quando eu tiver alguma reunião de negócios a noite. Também seria bom alguém que ficasse com o celular da empresa durante esse período, para evitar que eu tenha que atender as ligações e assim fazer até uma triagem de quem eu vou falar e quem eu não vou falar. É tudo muito simples e eventual, mas eu realmente preciso desse suporte e você morando aqui já facilita ainda mais. Pago bem e assino a carteira. Com seu salário você não vai ficar dependendo da gente, se não quiser. Aceita ser meu secretário? - Seu José falou.
- Nossa! Essa proposta é perfeita. Mas pra morar aqui eu vou querer pagar alguma conta. - Falei.
- Você pode pagar a internet. Se isso te faz bem. - Seu José falou.
- E outra coisa, eu fico livre para mudar de opinião quando quiser e voltar a morar na casa dos estudantes. - Falei.
- Você é livre, Gabriel. Nossa intenção era que você nunca mais saísse de perto da gente e deixasse a gente te mimar, mas se você prefere trabalhar, quem ganha sou eu, que terei um secretário em casa. - Seu José falou sorrindo.
- Mas fique sabendo que nossa família adora presentear e gastar dinheiro com quem amamos, então, você querendo ou não, a gente vai continuar pagando muitas coisas pra você e te dando presentes. - Pedro falou sério, mas sorrio no final.
- Sem exageros. - Falei, sorrindo.
- Mas pode ir levantando que eu falei sério quando disse que você vai para faculdade hoje. - Seu José falou, sendo autoritário novamente.
Levantei, dei um abraço nele e em Pedro, fui me arrumar, peguei meu material da faculdade, tomei café e fui para aula. Foi horrível ter que encarar algumas pessoas, senti os olhares sobre mim. Ouvi risinhos e expressões de pena. Mas entrei na sala correndo. Na saída, passei por tudo novamente, mas dessa foi pior, pois ouvi alguns comentários do tipo:
"Olha o drogado"
"Foi ele que matou o namorado?"
"Ele não deveria estar aqui"
"Essa faculdade aceita qualquer um"
"Ele foi até preso por isso"
"Deveriam checar os antecedentes criminais"
"Parece que ele é amante de gente poderosa"
"Melhor até se afastar pra ele não querer me matar também"
Eu não identifiquei as vozes e não eram muitas pessoas, era apenas um grupinho. Mas pra mim estava nítido que a exposição de Carla não tinha ficado só na casa dos estudantes, e pior, estava se espalhando igual na brincadeira do telefone sem fio: cada um que falava algo, aumentava ou mudava algum detalhe da história.
Não consegui segurar as lágrimas e comecei a chorar antes mesmo de chegar na minha moto. Quando cheguei na moto, minha sorte foi que Pedro estava me esperando e ele foi pilotando até a casa dele. Ainda ouvi os gritos de João, me chamando, mas mandei Pedro acelerar e sair dali o mais rápido que a moto permitia.
Passei a tarde praticamente chorando, nem almocei. Pedro ficou ao meu lado, me abraçando e falando que estava tudo bem, mas não me forçou a conversar. Diferente do senhor José, que já chegou falando:
- Preciso do meu funcionário hoje a noite. Pode parar de chorar e procurar tua carteira de trabalho que hoje tenho reunião com um grupo que quer comprar uma empresa minha e preciso que você anote as propostas. Vou mandar sua carteira para o RH hj ainda.
O senhor José estava sendo perfeito pra mim. Foquei no trabalho e isso me fez muito bem. A reunião foi muito cedo, às 18:00 horas e foi bem simples. Muitas das informações que o senhor José queria já estavam impressas, eu só precisei destacar e anotar algumas poucas coisas explicadas verbalmente.
A reunião terminou por volta das 20:00 horas e o senhor revolveu me levar para o motel. Eu não estava muito bem para sexo, mas resolvi ir apenas para conversar com ele sobre a possibilidade dele fazer sexo com Pedro e avisei:
- Seu José, eu não estou muito na vibe de sexo hoje.
- Então vamos pra casa, vou te respeitar apenas para você não achar que estou misturando as relações de funcionário e amante. Seu expediente como funcionário já acabou por hoje e se você não está disposto a ser meu amante hoje, só me resta entender, mesmo estando cheio de tesão para ser comido por você. - Ele falou e já virou o carro para fazer o retorno e ir para casa.
- Calma, não tenho energia para sexo hoje, isso é verdade. Mas quero muito conversar um assunto com o senhor e seria bom fazer isso em um motel. - Falei.
- Perfeito. E vai que você mude de ideia e me faça gozar de alguma forma. Sem pressão, mas gozar pode ser bom pra você também. - Seu José falou e pegou o caminho do motel novamente.
Chegando ao motel, ele sentou na cama e eu já fui direto ao assunto:
- O que o senhor achou da nossa última foda?
- O assunto vai ser sexo? Eu já estou aqui subindo pelas paredes de tanto tesão e você vai falar de sexo sem querer fazer sexo?
- Se o senhor for totalmente sincero comigo nessa conversa, eu te faço algum agrado. - Falei sorrindo.
- Eu tenho muito tesão em você, você é um gostoso. Foi tudo muito incrível e eu me masturbei todos esses dias pensando naquele momento. Pronto, fui sincero, tira o pênis pra fora que eu quero esse agrado.
- Calma, só estou começando e o senhor sabe bem onde quero chegar.
- Você é fogo! Eu não quero esse tipo de envolvimento com meu filho. Não quero misturar as coisas. Ele é meu filho, não quero fazer dele meu amante. E tem minha esposa, que é mãe dele, ela te aceita porque viu o bem que você me faz, mas o próprio filho pode ser demais. Sem falar na cabeça de Pedro fazendo a mãe de corna. - Então Dona Cláudia me aceitava como amante do marido dela, menos mal.
- Em nenhum momento o senhor disse que não tem desejo por ele.
- Puta que pariu, Gabriel. O que você quer arrancar de mim? Meu filho é um gostoso, puxou a mim. Eu sou um tarado e gostaria sim de dar para meu próprio filho. Tá satisfeito agora?
- Melhorou, mas ainda não chegou exatamente onde eu quero.
- Isso não vai acontecer. Eu não vou transar com Pedro.
- O senhor tem desejo, ele me falou que também tem desejo e que já tentou ficar com o senhor...
- Não daria certo. Incesto é gostoso quando não existe hierarquia. Pedro é meu filho, ele me deve respeito. Ele nunca iria me respeitar depois de me comer.
- Por que o senhor acha isso?
- Porque foi isso que aconteceu entre meu irmão e o filho dele, o dono da boate que vocês frequentam. Meu irmão começou a transar com o filho e acabou mal. Meu sobrinho simplesmente parou de respeitar o Jão e exigir coisas que o pai não queria dar, tipo a boate. Hoje em dia eles nem se falam direito e tudo começou porque eles se envolveram sexualmente.
- E se eu te garantir que Pedro não vai mudar e vai continuar te respeitando como pai?
- Gabriel, entendo seus desejos, também tenho. Adorei encostar no pau do meu filho. Mas eu realmente não quero arriscar perder um filho por causa de tesão. Não vale apena.
- Só me diz se teria chance. Porque Pedro quer.
- Eu precisaria estar bem seguro que não mudaria nada.
- Eu não conheço esse seu sobrinho. Mas Pedro é diferente disso que o senhor me falou. Pedro não se importa com dinheiro, nem bens materiais ou alguma forma de poder. Não vejo ambição nele. Acho, de verdade que poderia dar certo. A única coisa que poderia acontecer é de Pedro fazer algumas brincadeiras mais ousadas com o senhor, mas nem sobre isso eu tenho certeza. Pedro foi muito bem educado e só pensa em se divertir e aproveitar a vida.
- Você pode ter razão.
- Eu tenho. E essa conversa me animou, meu pau até ficou duro.
- Eu sabia que você não era do tipo de negar fogo, nem quando está triste.
- Cala a boca e vem me chupar, seu tarado.
Tirei a roupa e o senhor José veio me fazer um boquete. Eu sei que já falei antes, mas não custa repetir: aquele senhor era profissional no boquete. O senhor José tinha muita experiência com um pau na boca e eu valorizava isso.
Ele começou aos poucos, apenas lambendo todo meu pau, das bolas até a cabeça. Aquela língua estava me dando um tesão do caralho, que só aumentou depois que ele começou a realmente engolir a cabeça do meu pau, chupando com vontade. Eu não consegui ficar parado e comecei a foder a boca dele e enfiar meu pau até o final na garganta do senhor José, fazendo ele engasgar e babar muito no meu pau. Fiz isso muitas vezes, intercalando com momentos que ele chupava meus pau da forma que ele queria e ele deu conta, não reclamou em momentos nenhum, por mais pesado que eu pagasse ao foder a boca dele.
Ver aquele homem maduro engasgando na minha rola aumentava ainda mais minha vontade de comer o cu dele, se é que é possível aumentar o que já estava nas alturas. Então mandei ele ficar de quatro na cama e fui chupar o cu dele. Vi que o senhor José realmente estava com fome de rola, porque ele não parava de rebolar e pedir para eu meter nele logo. Mas eu queria chupar aquele cu e alargar também com os dedos, então fiquei alguns minutos torturando ele dessa forma, apenas chupando e enfiando meus dedos no cu dele.
Até que eu achei que já era hora do meu chefe levar rola no cu. Eu sempre tive vontade de comer um chefe, mas nunca tinha trabalhado antes. Então era a minha oportunidade de comer alguém que mandava em mim.
Coloquei uma camisinha e parti para penetração. Eu sabia que o senhor José gostava de sexo intenso, então já fui metendo com tudo nele, fazendo ele soltar um gemido alto de dor misturado com tesão. Eu não esperei nem um segundo, assim que meu pau foi completamente engolido por aquele rabo experiente, eu já comecei os movimentos de vai e vem, tirando quase que por completo e metendo novamente. Aquele passivo só sabia rebolar, gemer e pedir mais rola e mais rápido.
E eu atendia ao pedido dele, enfiava o mais rápido que eu conseguia naquele cu e também deixava fluir todos os gemidos de prazer que surgiam na minha boca. Nosso tesão era tão intenso que em pouco tempo de foda o senhor José gozou fartamente, soltando um verdadeiro urro de prazer. Eu fiquei com tanto tesão vendo aquele macho gozando daquela forma que também gozei e caí por cima dele. Com certeza nosso combustível para gozar foi imaginar uma foda entre eu, ele e Pedro.
Naquela noite chegamos na casa do senhor José por volta das 22:20. Pedro chegou da faculdade logo depois, então não nos viu chegar.
...
Continua
...
Comenta aí o que achou de tudo isso. Espero que esse capítulo tenha dado tesão também, não consegui focar muito no sexo por causa do enredo, mas era preciso trabalhar bem essas conversas. Gostou?