Meu príncipe, meu irmão - Capítulo 09: Casa da vovó

Um conto erótico de Th1ago-
Categoria: Gay
Contém 3291 palavras
Data: 03/01/2025 06:13:17

Me lembro de acordar naquele sábado com alguns feixes de luz atravessando as cortinas e iluminando o quarto de maneira suave. Mas havia algo de diferente naquele dia, uma sensação que eu não conseguia explicar de imediato. Por mais que fosse comum acordar com Gustavo na minha cama, naquela manhã tudo parecia diferente. Não sei se era a posição em que estávamos ou algo mais profundo que começava a se manifestar em mim.

Depois que criamos o hábito de dormir juntos, eram raras as noites em que nos separávamos. Era quase um ritual: Gustavo esperava eu adormecer ou, às vezes, já se deitava ao meu lado antes mesmo de eu pegar no sono. Dormíamos sempre abraçados, ele envolvendo meu corpo com seus braços fortes, como se quisesse me proteger de qualquer coisa que pudesse me atingir. Aquela segurança que ele me passava era tudo o que eu precisava para relaxar e simplesmente existir.

Mas naquela manhã, algo estava diferente. Talvez fosse o que estava acontecendo entre mim e Miguel, talvez fosse apenas eu me descobrindo. Quando abri os olhos devagar, percebi que minha mão estava por dentro da blusa de Gustavo, repousando em seu peito quente e firme. Ele estava deitado de barriga pra cima, enquanto eu estava de lado, minha perna jogada sobre a dele, meu nariz encostado em seu pescoço, inalando seu cheiro.

Era uma sensação estranha, como se tudo ali fosse certo e errado ao mesmo tempo. O cheiro dele era inconfundível, algo entre o conforto e o desejo, algo que me preenchia de uma forma que eu ainda não entendia. O calor do corpo dele era como um escudo que afastava qualquer medo ou dúvida que eu pudesse ter. Instintivamente, comecei a acariciar seu peito, sentindo os contornos do músculo sob meus dedos. Meu toque, suave e hesitante, foi suficiente para despertá-lo.

Aos poucos, ele começou a abrir os olhos, e um sorriso discreto surgiu no canto de sua boca. Era o tipo de sorriso que parecia saber mais do que deveria, como se ele já entendesse coisas que eu ainda estava tentando descobrir. Aquilo mexeu comigo de um jeito que me fez prender a respiração por um instante. Era Gustavo, meu porto seguro, mas, de repente, parecia mais do que apenas isso.

O fato de Gustavo acordar não me fez parar de acariciá-lo. Continuei passando minha mão suavemente em seu peito enquanto ele despertava por completo, aproveitando cada segundo daquele momento, até que o som de movimentos pela casa me trouxe de volta à realidade. Alguém poderia entrar no quarto a qualquer instante para nos chamar, e eu sabia que precisávamos nos levantar.

Com um gesto lento, desci minha mão por sua barriga, sentindo a textura quente de sua pele, até retirá-la de dentro da blusa. Vi Gustavo se arrepiar, como se meu toque tivesse deixado uma marca em sua pele. Ele sorriu para mim, aquele sorriso preguiçoso e um pouco malicioso que só ele sabia dar, enquanto ajustava o short, puxando-o ligeiramente para baixo, como se quisesse esconder algo. Logo depois, se virou em minha direção. Ficamos frente a frente, deitados, e ele me surpreendeu com um beijo na testa, um gesto tão simples, mas que fez meus olhos se fecharem automaticamente para aproveitar a ternura daquele momento.

– Hoje vamos para a casa da vovó – falei, deixando escapar um sorriso, ainda preso ao calor daquele instante.

– Finalmente chegou o fim de semana – respondeu ele, me puxando para um abraço apertado e sorrindo de volta.

Nossa avó, Vovó Rita, era a mãe da minha mãe, uma mulher incrível de cerca de 70 anos, ainda cheia de energia e presença. Ela morava em uma casa grande junto com meu tio Marcos e sua família. Oficialmente, ele dizia que vovó precisava de companhia e que alguém deveria cuidar dela, mas nós sabíamos que ele, na verdade, dependia financeiramente dela e usava isso como desculpa para viver ali. Apesar disso, a casa sempre nos acolhia com uma sensação de conforto e felicidade. Gustavo amava visitá-la, e ela o tratava como se fosse seu próprio neto, o que o fazia se sentir ainda mais parte da nossa família.

Minha barriga começou a roncar, denunciando que o café da manhã era necessário, e foi isso que finalmente me deu coragem de sair dos braços de Gustavo. Levantei-me devagar, como se o movimento precisasse romper um campo magnético que nos mantinha juntos. Caminhei até o banheiro do quarto para lavar meu rosto, enquanto Gustavo permanecia na cama, perdido em seus pensamentos.

Quando voltei, ele ainda estava lá, encarando a parede, mas agora com um sorriso no rosto. Um sorriso tão lindo que parecia iluminar o quarto inteiro. Por um instante, tive vontade de perguntar no que ele estava pensando, mas a voz alta e inconfundível da minha mãe gritando por nós do andar de baixo me tirou do transe. Gustavo se levantou lentamente e seguiu para o banheiro, enquanto eu deixava o quarto.

Passei pelo quarto de Eduardo para ver se ele já tinha acordado. Como eu já esperava, ele ainda estava deitado, profundamente adormecido. Entrei devagar, tentando não fazer barulho, e me aproximei de sua cama. Eduardo estava de bruços, apenas de cueca, e parecia tão despreocupado que até senti inveja da sua tranquilidade. Comecei a chamá-lo calmamente, mas ele não reagiu, como se estivesse perdido em um sono pesado.

Toquei suas costas e comecei a balançá-lo levemente, chamando por seu nome. A sensação do calor de sua pele contra minha mão me pegou desprevenido por um segundo, um leve choque me percorreu, mas logo o afastei da mente. Eduardo começou a despertar, virando-se preguiçosamente para me olhar.

– Bom dia, maninho – disse ele, com um sorriso caloroso que fazia qualquer manhã valer a pena.

– Mamãe já está super agitada lá embaixo. Acorda logo! – falei, rindo ao ver seu jeito preguiçoso de encarar o dia.

Ele riu de volta, coçando os olhos como uma criança que não queria largar o conforto da cama. E, por um instante, tudo parecia perfeito, como se nada pudesse abalar aquela manhã comum e cheia de promessas.

A cozinha já estava um caos quando desci as escadas. Minha mãe, Beatriz, ia de um lado para o outro, colocando a mesa, mexendo em panelas e falando alto. A energia dela era quase sufocante pela manhã, mas também era a coisa mais familiar e reconfortante do mundo.

– Finalmente! – disse ela assim que me viu. – Demorou tanto que achei que ia precisar subir e puxar vocês pelos pés!

Eduardo apareceu logo depois, ainda coçando os olhos e com o cabelo desgrenhado. Gustavo veio em seguida, parecendo mais desperto, mas com aquele jeito calmo que contrastava totalmente com a agitação da minha mãe.

– Vocês acham que a comida vai aparecer sozinha na mesa? Vamos logo, sentem-se! – ela continuou, apontando para os lugares enquanto nos servia café e pão fresco.

Sentamos todos à mesa, e minha mãe não parava de falar. Comentava sobre os preparativos para a visita à casa da vovó Rita, lembrava Eduardo que ele precisava ajudar o tio Marcos com algo, e reclamava de como nós demorávamos para acordar. Gustavo olhou para mim, e trocamos um olhar rápido, cúmplice, contendo o riso.

Apesar do ritmo acelerado da minha mãe, o café da manhã foi agradável. Eduardo contou alguma história engraçada da escola que nos fez rir, e até minha mãe parou um momento para se juntar ao riso. Gustavo parecia completamente à vontade, e isso me fazia bem.

O trajeto até a casa da vovó Rita levava cerca de duas horas, e a viagem era sempre cheia de conversas, música e, às vezes, silêncio confortável. Eu estava no banco de trás com Gustavo e Eduardo enquanto meu padrasto ficava na frente com minha mãe. O rádio tocava uma música antiga que minha mãe adorava, e ela cantava em voz alta, sem se importar com afinação. Eduardo ria e fazia piadas sobre como ela estava desafinada, enquanto eu apenas observava a paisagem pela janela.

O balanço do carro fazia com que nossas mãos, pousadas no assento entre nós, se tocassem ocasionalmente. No início, foi apenas um toque casual, mas depois percebi que Gustavo não afastava a mão. Ele deixou os dedos ali, e eu, hesitante, acabei fazendo o mesmo. O calor de sua pele contra a minha era algo tão sutil, mas ao mesmo tempo tão íntimo, que me fez prender a respiração por um momento. Ninguém parecia notar, e aquele pequeno gesto se tornou nosso segredo durante a viagem.

Quando chegamos à casa da vovó Rita, a visão familiar sempre me trazia uma sensação de nostalgia e felicidade. Era uma casa grande, com uma fachada clássica e pintada de branco. O quintal era enorme, cercado por árvores frutíferas e com espaço suficiente para uma família inteira correr e brincar. O cheiro de churrasco já estava no ar, vindo do fundo, onde tio Marcos estava concentrado na churrasqueira.

Vovó Rita veio nos receber com um sorriso caloroso, abraçando cada um de nós com força. Apesar da idade, ela ainda era cheia de energia, e seu jeito acolhedor fazia qualquer um se sentir em casa.

– Meus meninos! Que bom que chegaram! – disse ela, abraçando Gustavo como se ele fosse um neto biológico.

Tio Marcos estava no fundo, perto da churrasqueira, com um avental manchado de gordura e uma expressão divertida. Sua esposa, tia Clara, estava na varanda, organizando as coisas para o almoço, enquanto os gêmeos, Helena e Henrique, brincavam pelo quintal com uma bola.

– Eduardo! Venha ajudar aqui! – gritou tio Marcos, acenando para nós enquanto mexia na grelha.

Eduardo correu para ajudar, enquanto eu e Gustavo ficamos conversando com os primos. O ambiente era cheio de risadas e vozes, e o cheiro do churrasco se misturava com o frescor das árvores ao redor. Aquela casa sempre teve o poder de nos trazer paz, mas, ao mesmo tempo, parecia que ela guardava histórias e momentos que nunca esqueceríamos.

Gustavo estava ao meu lado, brincando de bola com nosso primo Felipe, e em um momento em que ninguém parecia notar, ele me olhou e sorriu. Um sorriso tão simples, mas que parecia carregar tudo o que tínhamos vivido juntos até ali. E naquele instante, no meio de toda a agitação da família, percebi que ele era meu porto seguro.

Naquela época eu ainda não sabia, mas em um futuro, eu seria o porto seguro de Gustavo. Eu seria a pessoa que abriria mão de tudo para cuidar dele, para retribuir tudo que ele havia feito por mim.

O dia passou calmo e tranquilo. Me lembro, até hoje, de um momento específico durante o almoço. Todos estávamos à mesa, em paz, aproveitando a comida deliciosa que vovó Rita havia preparado, quando tio Marcos decidiu lançar a clássica pergunta:

– Mas e aí, Léo, quando vai apresentar alguma namorada pra gente? Nunca vi você falando de garotas – disse ele, num tom descontraído, mas carregado de curiosidade desnecessária.

Minha vontade imediata foi desaparecer, mas a reação de Gustavo e Eduardo me pegou de surpresa. Eles o encararam com expressões sérias, quase furiosas, como se estivessem me protegendo com o olhar. Ainda assim, tentei manter a calma.

– Eu tô muito focado nos estudos – respondi rapidamente, tentando escapar daquela situação desconfortável.

Tio Marcos não desistiu.

– Ah, sim. É que nunca vi você falar ou olhar pra nenhuma garota – insistiu ele, com um sorriso que parecia mais provocador do que genuíno.

Antes que eu pudesse responder, vovó Rita, que estava sentada na outra ponta da mesa, decidiu intervir.

– Já você, né, Marcos? – ela disse, com uma calma que só ela tinha. – Ontem mesmo, vi você olhando pra menina do mercado enquanto sua mulher estava do seu lado.

O clima na mesa mudou instantaneamente. Foi como se uma bomba tivesse sido lançada. Todos começaram a rir alto, incluindo os gêmeos, Helena e Henrique, que estavam distraídos até então. Só quem não riu foi tio Marcos, que ficou pálido e visivelmente desconfortável, enquanto tia Clara o encarava com um olhar que queimava mais do que o sol do meio-dia.

Olhei para vovó Rita, incrédulo, e ela piscou para mim, com um sorriso travesso no rosto. Aquele gesto me fez sentir um alívio profundo, uma gratidão que parecia aquecer meu peito. Acenei levemente em agradecimento, sem conseguir conter um sorriso tímido.

A risada de Gustavo ao meu lado me trouxe de volta ao momento. Ele olhava para mim com aquele brilho nos olhos, como se estivesse orgulhoso da forma como vovó havia me defendido. Era como se dissesse, sem palavras, que eu não estava sozinho, e que ele estaria lá comigo, sempre.

Enquanto os risos diminuíam, observei a cena ao meu redor. O cheiro da comida ainda pairava no ar, misturado com o aroma do café recém-passado. A luz do sol entrava pela janela, iluminando os rostos de cada um na mesa. Era um daqueles momentos simples que, de alguma forma, ficariam gravados na memória para sempre.

E naquele instante, ao ver a forma como Gustavo me olhava e como vovó me defendia sem hesitar, eu senti que, de alguma maneira, tudo ficaria bem, mesmo quando o futuro ainda parecia incerto.

Depois do almoço, as conversas se dispersaram. Os adultos ficaram na varanda conversando e tomando café, enquanto nós, mais novos, fomos explorar o quintal. Os gêmeos decidiram que queriam jogar bola, e Gustavo, sempre animado, topou na hora. Eu preferi ficar sentado na sombra de uma das árvores, observando.

De onde estava, podia ver Gustavo correndo com os gêmeos, rindo e brincando como se não houvesse preocupação no mundo. Ele era naturalmente bom com crianças, e vê-lo assim, tão à vontade, me fez sorrir. Às vezes, parecia que ele carregava o peso do mundo nos ombros, mas ali, naquele momento, ele era apenas um garoto se divertindo.

Minha mente voltou à fala da vovó. Será que ela sabia? Será que ela já suspeitava de algo sobre mim? O jeito como ela piscou para mim depois de me salvar daquela conversa com tio Marcos me deu a impressão de que sim. Mas, ao mesmo tempo, era reconfortante saber que, se um dia eu precisasse, ela estaria ao meu lado.

Quando a noite caiu, estávamos todos reunidos na sala da casa da vovó, ouvindo Eduardo tocar violão. Ele dedilhava as cordas com maestria, arrancando melodias que preenchiam o ambiente com um calor acolhedor. A voz dele era firme e ao mesmo tempo suave, cantando as músicas favoritas de mamãe. Me lembro perfeitamente da expressão de felicidade no rosto dela quando Eduardo tocou Nada Sei, do Kid Abelha. Ela fechava os olhos e sorria, como se cada nota a transportasse para um lugar de paz. Era um daqueles momentos que pareciam perfeitos, um instante em que nada de ruim poderia nos alcançar.

Hoje, ao recordar aquele dia, me pego desejando que tudo pudesse voltar a ser como naquela época. Na minha mente, aqueles momentos são como fotografias desbotadas, mas ainda carregadas de emoção. No entanto, mesmo em meio à nostalgia, não consigo evitar o peso da culpa. Talvez, de alguma forma, eu tenha contribuído para que as coisas não fossem mais assim.

Mais tarde, já cansados e prontos para dormir, veio a inevitável questão de onde cada um ficaria. Como meu tio Marcos havia ocupado o antigo quarto de hóspedes, tivemos que nos ajeitar.

– O quarto tem uma cama de casal e um colchão de solteiro – explicou minha tia, entregando um monte de cobertores para Gustavo, que parecia absorver toda a responsabilidade.

– Não tem problema – disse Eduardo prontamente, como sempre fazia. – Eu durmo na cama com o Léo, e o Gustavo fica no colchão.

Fiquei em silêncio, mas minha mente foi inundada por um misto de frustração e desconforto. Notei que Gustavo também não ficou muito contente com a divisão. O olhar dele, antes animado, tornou-se sério, quase resignado. Eu entendia o sentimento; nós estávamos tão acostumados a dormir juntos que, para mim, ficar longe dele parecia errado, como se algo essencial estivesse faltando. Dormir com Gustavo era como estar envolto por um manto de segurança e paz, algo que, naquela noite, parecia inalcançável.

No quarto, Gustavo colocou o colchão bem ao lado da cama, quase como um protesto silencioso contra a separação. Eduardo, que sempre tinha facilidade para relaxar, deitou na cama comigo e começou a cantarolar baixinho no escuro, algo que ele fazia para embalar o sono. Porém, minha atenção estava em outro lugar. Minha mão, para fora da cama, procurava instintivamente o contato com Gustavo. Quando nossos dedos se encontraram, um arrepio percorreu meu corpo. Mesmo aquele toque simples era suficiente para me acalmar, ainda que por pouco tempo.

Foi só quando percebi que Eduardo tinha adormecido que tomei minha decisão. O quarto estava mergulhado em silêncio, exceto pelo som da respiração pesada de Eduardo. Devagar, sem fazer barulho, deslizei para fora da cama e me deitei ao lado de Gustavo no colchão. Ele abriu espaço para mim sem dizer nada, apenas me envolveu em um abraço que dissipou todas as minhas inquietações. Dormir ao lado dele era o que eu precisava para encontrar a paz e finalmente pegar no sono.

Anos depois, já adultos e depois de toda a grande merda que transformou nossas vidas, Eduardo me revelou que, naquela noite, ele estava acordado. Ele viu quando desci da cama para o colchão de Gustavo. Ele nunca disse nada na época, mas o que mais me marcou foi algo que ele tentou fazer tempos depois: Eduardo tentou, em alguns momentos, ocupar o lugar de Gustavo ao meu lado, quando eu passei por uma fase totalmente obscura e que a única coisa que eu precisava era de Gustavo em minha cama Talvez como uma tentativa de suprir o vazio que ele deixou. Por um tempo, funcionou, mas nunca foi a mesma coisa.

Porque o que eu precisava, e ainda preciso, é do meu Gustavo. Ele era minha âncora, meu porto seguro. Mas a vida tem um jeito cruel de nos ensinar que nem sempre conseguimos tudo que queremos. E, às vezes, o que mais desejamos é justamente o que está além do nosso alcance.

Eu ainda não sabia naquela época, mas o dia seguinte mudaria tudo. A visita de Miguel marcaria o início de algo que eu jamais poderia prever. Ele seria o responsável por uma mudança drástica em nossas vidas, como se tivesse vindo para bagunçar tudo que até então parecia sólido e imutável.

Na verdade, seria graças a Miguel que eu finalmente descobriria o que era o amor, em suas nuances mais complexas e devastadoras. Ele abriria uma porta dentro de mim que eu nem sabia que existia, revelando sentimentos que antes estavam ocultos, quase sufocados pela rotina e pela familiaridade. Seria com ele que eu aprenderia a diferenciar os tipos de amor que habitavam meu coração – o amor seguro e acolhedor que Gustavo me dava, e algo completamente novo, mais confuso e inquietante, que surgiria como uma chama instável, acendendo e apagando ao sabor dos ventos.

Miguel seria a tempestade que abalaria as fundações daquilo que eu considerava minha vida. E, ao mesmo tempo, ele seria o espelho que me forçaria a olhar para dentro, a questionar tudo que eu sabia sobre mim mesmo, sobre quem eu era e sobre quem eu poderia ser.

Se naquela noite eu soubesse o que estava por vir, talvez tivesse fechado meus olhos com mais força, tentando adiar o inevitável. Mas a verdade é que, por mais que quisesse, não há como fugir de quem estamos destinados a nos tornar.

Xxx

Fala meus amores, como foi a virada de ano? Demorei um pouco a postar o próximo capítulo pois senti falta de alguns de vocês que devem estar viajando, provavelmente. Então comentem aqui em baixo se já estão de volta para que eu possa continuar postando os capítulos com maior assiduidade. ♥️

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Comentários

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Th1ago, quando a gente estuda dramaturgia clássica, aprende com os gregos que o provoca mudanças é o que vem com o "estrangeiro", o elemento de fora que desestabiliza a estrutura e força com que as coisas se movam em nova direção. Interessante como você está construindo Miguel como essa personsagem que vai alterar tudo. Mais interessante ainda que, apesar de estar num site de contos eróticos, você está contando uma história em torno da sexualidade e tendo o erotismo como parte essencial, sem precisar ir direto para o modo "gráfico" que a pornografia, do qual também sou fã, utiliza para provocar a imaginação do leitor. Parabéns. Continue no seu tempo. O que vc está trazendo é acima de quem quer um relato sexual pra bater punheta!

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POXA, ESTÁ DDDEMORNDO UM POUCO PRA ACONTECER ALGO MAIS SÉRIO ENTRE LEO E GUSTAVO, OU LEO E EDUARDO OU AINDA ENTREB LEO E MIGUEL. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS CONTINUE RAPIDINHO.

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Mas já deixei claro mas entrelinhas que a primeira vez do Léo não será com Miguel

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Oh Th1ago.

Você, com estes saltos temporais constantes, parece uma bailarina de striptease que, ora levanta a ponta do véu, ora encobre o corpo todo numa voluptuosidade estonteante.

Já deu para perceber que o Miguel será o motor da descoberta sexual do Léo. Também já estamos a antever um cataclismo com a descoberta ou suspeita dela pelo Eduardo e Gustavo senão mesmo pelo padrasto ou pela mãe.

E depois de tudo, já antevejo um sofrimento enorme derivado do afastamento do Gustavo que o Eduardo tentará suprir.

Resta saber se a ausência do Gustavo ocorreu por vontade própria ou se foi forçado a afastar-se do Léo, o que fará toda a diferença na evolução da estória.

Siga em frente que estamos todos à espera.

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Menino, assim que acordei hoje de manhã cedo 6:30 eu atualizei aqui e vi que praticamente tinha acabado de postar o capitulo novo, mas so consegui ler agora. Ansiosissimo pela continuação como sempre. Esse tom de mistério e profundidade q voce deu no final do capitulo é fervoroso, espero que no fim essa história tenha um final feliz mesmo depois de todo sufoco que esta por vir #teamLeo&GustavoFINALFELIZ kkkk

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Tá chegando um momento de felicidade pra esse ship aí... Hahaha

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Ahhhh Th1ago,

Continue por favor, esse conto vicia a gente, e você é maravilhoso escrevendo seu lindo

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Thiago, a maneira de narrar a história é tão tocante, tão algo que nos chega de maneira a trazer alegrias e agonias. Os pequenos spoilers do futuro da trama é de uma sacada porreta para trazer curiosidades e tensão aos leitores. Preciso elogiar tua escrita certeira, meu caro. Conte-nos mais...

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Obrigado meu amor! ♥️ Eu amo muito quando tenho o retorno dos leitores. Me motiva até a postar mais capítulos rapidamente

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Pelas entrelinhas, o padastro irá dlagar os dois juntos ficara puto e pode ater finalizar o casamento. Gustavo será levado.embora e edu tentaram consolar o irmão. Miguel mesmo não entendo seus desejos despertará um amor por ti.

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Será?? Não posso falar nada que eu mesmo amo dar spoilers.

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Me dá um aperto no coração ao imaginar o que pode ter acontecido com o Gustavo!! Ahh, Thiago, você nos envolve tanto com sua escrita! Estou indo viajar nesse momento, aguardando o embarque na verdade, mas vou fazer de tudo pra acompanhar suas postagens! Feliz ano novo!

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