Meu marido me contou que sonhou com uma gostosona. E dizia que ela rebolava bem naquela hora, a sua língua era de veludo, e tudo mais…
Interrompi a história dando uns tapas na cara dele. Passado o estresse do momento, lembrei:
– Amor, contratei uma copeira para o nosso aniversário de casamento, e está subindo para trazer a cesta do café-da-manhã.
Ele desconversou:
– Carolina, será que não era a senhora que tava me chupando de madrugada, quando me incentivou no sonho?
Dei mais uma bifa na cara dele, e por 3 motivos: primeiro, perdeu o costume de me chamar de Carol; segundo, só porque sou 17 anos mais velha que o mocinho de 22, tá me chamando de senhora; terceiro:
– Não me compare com essas putas etéreas!
A empregada entrou só de langerie, e apesar do fato de eu estar completamente nua, ele ficou olhando para os peitinhos e bumbum dela. Me deu uma raiva, que foi só mordendo croissant para me acalmar. Ele ficou saboreando pêssegos em calda, e mal eu arquei para ajustar a bandeja, escutei um estalinho que pareceu um selinho. A copeira estava perto, e ele só disse:
– Nossa, esse beijinho é tão doce! – vi o docinho branco, com sinal de mordida na mão dele.
Fui pro banheiro tomar uma ducha. Quando voltei, a moça já tinha saído, mas a cueca do Tiago tinha sido removida. Fui fazer um boquete para presentear a visão daquele pau enrijecido. Teria sido algum amasso na copeira? Fiz a garganta profunda para delírio do cidadão. Girei, e o pau dançou dentro da minha boca. Cheirei o saco, e tava com aroma cereja de batom. Nossa! Se não fosse a gozada farta na minha boca, ele iria apanhar mais na cara. Preferi meter a boca diante da esporrada dele, que não parava de inundar a minha língua. Me vesti e saí.
Tinha uma calcinha no console do nosso carro. Fui trabalhar mesmo assim, com a cabeça naquela peça íntima de mulher. Perguntei no meu emprego se alguém sabia de alguma amante do meu marido. Disseram que não, que ele é mui responsável, e disse que só lava as minhas. Na saída, passei no bar onde ele frequenta, e me falaram que ele fala muito da posição frango assado, e que eu devo ser muito boa de cama (pois que de fogão não é). Um mais chegado dele me acalmou dizendo que é porque eu não deixo ele assar frango para não impregnar o fogão.
– Ufa! – falei e dei um selinho no cara, me desculpando após – Desculpe, é que sou muito impulsiva.
Cheguei em casa, e PLAFT, o recebi com um tapa na cara. Retirei a calcinha da bolsa (fio-dental chiquérrima), e passei no pescoço dele. Mal eu arquei para pegar algo do frigobar, e ele tava cheirando a calcinha.
– De quem é? – perguntei.
– Pensei que fosse sua, Carolina.
– Se fosse minha, o senhor não estaria cheirando.
– É da garçonete que me pediu carona porque...
– Ela não pode dar dentro do restaurante. – interrompi.
Ficou me olhando com cara de babaca.
– Não! Ela trocou a calcinha dentro do carro, que depois de 12 horas de expediente...
– O patrão dela não deixa usar o banheiro. – atravessei de novo.
Tiago perdeu a compostura, enlaçou a minha cintura, me pegando de um jeito sem precedentes. E perguntou:
– Por que mandou a copeira entrar só de langerie?
– Foi para ver se você notava que eu estava nua.
– E você estava?
Balancei a mão pra ele, como prometendo mais uma bofetada, e perguntei:
– Mas não desconversa! Como foi que a sua amiga garçonete tirou a calcinha dentro do carro?
– Colocou o pezinho de princesa no painel, foi deslizando a saia justa até encontrar a calcinha. Puxou com os dois dedos indicadores, até que ficou presa só em uma das canelas. Suspendeu mais a sainha e…
– Você caiu de língua na raspadinha!
– Andou falando com ela?
– Por quê? Eu deveria?
– Sim. Ela me pediu para virar o rosto enquanto trocava calcinha, mas eu não obedeci.
– Sério? Gostei. Você só obedece a mamãe aqui, né?… E o que ela fez depois?
– Me deu uns tapas na cara, deixou a calcinha no console do carro, vestiu uma outra e saiu.
Dei uns beijos nele, e atordoada de ciúmes, falei:
– Precisamos ir atrás dela.
– Vai devolver os tapas? – (Fofo! Quer dizer que só a mamãe pode bater?), pensei.
– Não! Vamos falar que você gostou do cheiro de 12 horas, e já deu 24 da outra.
Fez uma cara! E disse:
– Carol, você falou com ela!