Perspectivas - Parte 3/3 (Final) criado por Will Safado

Um conto erótico de Will Safado.
Categoria: Heterossexual
Contém 5870 palavras
Data: 19/01/2025 22:51:07

Perspectiva do Augusto:

Eu precisava de um tempo, sabia que tinha que sair. O trabalho no restaurante já não fazia sentido pra mim. Eu já estava mais focado naquilo que acontecia quando a noite caía, o que me consumia mais do que qualquer outra coisa. Carla. Nossa química estava cada vez mais intensa, e eu sabia que, de alguma forma, aquilo tudo estava me afastando de outras responsabilidades. O trabalho? Eu só queria me livrar disso. Então, decidi pedir demissão.

Quando contei para Lucas, ele ficou surpreso. Aquela pergunta foi feita de forma simples, mas com um toque de curiosidade que eu sabia onde ia dar. Ele perguntou, “Você vai sair? Arrumou um emprego melhor?”

Na hora, gaguejei. Não sabia o que responder. Claro, ele sabia que minha vida estava uma bagunça, mas eu não ia contar tudo. Não ia abrir o jogo sobre o que realmente estava acontecendo. Então, apenas falei:

“Não, não arrumei... Eu... tô passando por uns probleminhas aí, nada que não possa ser resolvido. Mas, cara, preciso sair daqui. Agradeço por você ter me arrumado esse emprego, mas acho que é melhor assim.”

Lucas me olhou com um misto de surpresa e preocupação. Ele cruzou os braços, pensativo, e então soltou, com um tom mais sério, “Você está pedindo as contas? Você está aqui há quatro anos, Augusto. Vai querer renunciar aos seus direitos trabalhistas assim, de uma hora para outra?”

Eu sabia qual era o seu objetivo. Ele estava certo, claro, mas a única coisa que me importava era o que estava acontecendo fora daquele restaurante. Os momentos com Carla, os momentos de prazer e, claro, a sensação de estar finalmente vivendo o que sempre quis. Isso importava mais do que qualquer direito trabalhista. Então, dei de ombros e falei, tentando mudar de assunto, “Não, não se preocupa com isso, Lucas. Tudo vai se resolver, só preciso de um tempo. Eu... só acho que é hora de dar um novo rumo nas coisas.”

Ele me observou por mais alguns segundos, como se estivesse tentando entender o que eu estava realmente dizendo. Mas, no fundo, eu sabia que ele não ia entender. Eu estava em um caminho que ele nunca poderia compreender.

Ele suspirou, como se não soubesse o que mais dizer, mas então, como se tentando passar uma mensagem em código, falou, “Sabe, às vezes, a gente pensa que tudo vai melhorar quando muda de lugar, mas a merda segue com a gente, Augusto. Não adianta fugir.”

Eu sabia que ele estava tentando me alertar, mas não ligava. O que eu realmente queria agora era mais tempo com Carla. O resto, bem, o resto não importava.

Perspectiva do Lucas:

Não me bastava saber o que eles estavam fazendo pelas minhas costas; eu queria ver com meus próprios olhos, queria saber exatamente até onde iam. Aos poucos, comecei a usar os meus recursos, o que minha vida de empresário bem-sucedido me proporcionava. Comecei contratando um detetive, mas logo percebi que poderia fazer tudo sozinho. Tinha câmeras discretas instaladas em vários pontos da casa, rastreadores nos carros deles, e eu sabia exatamente onde estavam a qualquer momento. Meu dinheiro me dava a vantagem de controlar a situação de uma maneira que eles jamais imaginariam.

Eu não deixava nada passar. Cada movimento deles, cada sorriso trocado, eu observava. Quando Carla dizia que iria ao shopping ou sair com as amigas, eu sabia onde ela ia, e mais importante, sabia onde Augusto estava. Eu os seguia com precisão. Um simples jantar em um restaurante? Eu estava lá, sentado em uma mesa afastada, observando. Uma saída com os amigos? Estava com o celular em mãos, esperando a confirmação de que eles estavam juntos. Eu me sentia no controle, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim me dizia que isso estava me destruindo.

O prazer deles, o jeito que se olhavam, o toque disfarçado de mãos… tudo isso me enlouquecia. Cada vez que eu via algo, sentia uma pontada de dor, mas não conseguia parar. O que mais me doía não era apenas a traição física, mas o fato de que ele, Augusto, a pessoa que eu confiava, estava tomando meu lugar. Eu sentia nojo. Mas, ao mesmo tempo, a obsessão de ter tudo sob meu controle me fazia continuar, me empurrava para o próximo passo.

Não era apenas curiosidade. Eu precisava disso. Saber onde eles estavam, com quem estavam, o que estavam fazendo. Eu sentia que, de alguma maneira, isso me dava poder, me dava o controle sobre uma situação que já me era totalmente alheia. Queria ver até onde eles estavam dispostos a ir, até onde essa traição ia se estender. Cada passo deles era um golpe em minha alma, e eu me alimentava disso.

Naqueles momentos em que eu os via juntos, em que conseguia flagrante após flagrante, uma parte de mim queria quebrá-los, queria expor tudo, colocar diante de Carla e Augusto a dor que estavam me causando. Mas eu sabia que fazer isso de imediato não seria suficiente. Eu não queria que fosse rápido, não queria que fosse simples. Queria que eles soubessem que eu sabia, mas de uma forma que me fizesse ainda mais forte, mais imbatível.

A vingança estava tomando forma, e eu estava determinado a fazê-los pagar pelo que fizeram. Cada segundo que passava, mas eu me aproximava de dar o golpe final. Não seria uma vingança qualquer. Eu estava preparando algo mais sutil, mais profundo, que os fizesse sentir a humilhação de forma irreversível. Porque, no final, o que eu mais queria não era apenas fazer Carla e Augusto sofrerem. Eu queria que eles se vissem quebrados, sem saber o que fazer, sem saber como lidar com a culpa de tudo o que haviam feito. E para isso, precisaria controlar a situação com calma.

Quando descobri a traição, o primeiro pensamento que me passou pela cabeça foi sobre os nossos filhos. Como eles lidariam com isso? Como explicaria a separação, a dor que inevitavelmente viria? Eu sabia que seria devastador para eles, um golpe que alteraria suas vidas para sempre. A imagem de uma família destruída se formou em minha mente, e isso me aterrorizou. De repente, o peso daquilo tudo me paralisou. Eu queria preservar, de alguma forma, a ilusão de que a nossa vida em família ainda podia ser consertada, que haveria um meio de evitar o sofrimento dos nossos filhos.

Mas com o tempo, percebi que essa era uma ilusão que eu estava tentando sustentar. A verdade é que a separação já estava acontecendo, de uma forma ou de outra. As mentiras, os segredos, a traição... tudo isso tinha aberto um abismo entre mim e Carla que não podia ser ignorado. O que eu mais temia, a dor deles, não poderia ser evitado. Eles seriam afetados de qualquer maneira, fosse pela separação, fosse pela nossa convivência, que já não fazia mais sentido. A relação que eu acreditava ser sólida estava destruída.

O mais difícil foi aceitar que não dava mais para continuar. Eu sabia que não poderia mais viver com ela, não de maneira plena. E, ao mesmo tempo, algo dentro de mim pedia para que fosse uma separação definitiva, algo que tivesse o fim que merecia. Não adiantava insistir numa relação que já não existia. A mentira havia corroído tudo, e o que restava era apenas a fachada.

Não podia mais fingir que estava tudo bem. A relação estava acabada, não havia como voltar atrás. Eu precisava colocar um fim nisso para que, ao menos, eu pudesse reconstruir a minha vida. E, de alguma forma, isso também era necessário para que os meus filhos, quando crescessem, compreendessem que, embora o fim fosse doloroso, era melhor do que viver em um relacionamento que já não tinha mais amor ou respeito. Eles mereciam mais do que isso. Mereciam ver seus pais em um ambiente mais saudável, mesmo que isso significasse uma ruptura que eles não entendiam completamente agora.

O desgraçado pediu as contas e nem se importou com os seus direitos trabalhistas. Quando ele me falou que queria sair, fingi estar preocupado com ele. Na verdade, eu queria matá-lo, mas qual seria a graça nisso? O apartamento onde ele mora é meu. Permiti que ele ficasse lá na época em que lhe dei o emprego como gerente no restaurante. Esse verme estava na pior: divorciado da esposa, com quem tem um filho, e precisando pagar pensão. Por um tempo, fui eu quem dava o dinheiro para ele pagar.

No apartamento, ele não tem nenhuma despesa. Como tenho um poder aquisitivo alto, sou eu quem arca com o aluguel. Antes de trabalhar em um dos meus restaurantes como gerente, ele era gerente de uma loja de roupas qualquer. Formou-se em administração, mas, como já mencionei, nunca teve muita ambição. É competente, chegou a esse cargo de gerência e parou aí. Se eu não tivesse ajudado, ele estaria em outra lojinha qualquer.

Ele pode ser bom de cama, mas, fora dela, é um sujeito sem perspectivas. Sempre falei para ele ser mais ambicioso, mas minhas palavras entravam por um ouvido e saíam pelo outro. Sempre me preocupei com esse puto, e, no fim, ele me apunhala pelas costas.

Perspectiva de Carla:

Minha relação com Augusto já dura tanto tempo que parece impossível imaginar minha vida sem ele. Cada encontro é como uma explosão de tudo o que eu reprimo no dia a dia. É um desejo insaciável, uma fome que não tem fim. Quando estou com ele, algo em mim desperta, algo que nem o Lucas, com todos os anos ao meu lado, conseguiu tocar. Augusto me faz sentir viva, poderosa, desejada.

No começo, a adrenalina do proibido era o que me movia. O fato de ele ser o melhor amigo do meu marido dava um gosto ainda mais doce a tudo isso. Mas, conforme o tempo foi passando, percebi que não era só a emoção do risco. Não, era mais. Augusto me dá algo que não encontrei em mais ninguém: uma entrega genuína e uma dependência quase inocente. Ele me olha como se eu fosse a única coisa no mundo que importa, e eu gosto disso. Gosto de saber que ele precisa de mim tanto quanto eu quero tê-lo.

Mas, quanto mais o tempo passava, mais eu precisava dele. As escapadas rápidas, os encontros furtivos, já não eram o bastante. Eu queria mais. Mais tempo, mais intensidade, mais Augusto. E foi aí que percebi: a solução estava em minhas mãos. Ele não precisava mais trabalhar no restaurante do Lucas, se desgastando em algo que não fazia diferença para mim. Eu poderia dar a ele tudo o que ele precisava, desde que isso garantisse que ele estaria disponível para mim.

Depois de treparmos, naquela mistura de suor e lençóis desarrumados, eu fui direta:

"Você não precisa mais trabalhar no restaurante do Lucas. Nem se preocupar com dinheiro. Eu posso cuidar de você."

Ele ficou surpreso, claro, mas não demorou muito para aceitar. Augusto não é o tipo de homem que recusa algo assim, especialmente vindo de mim. E, para ser sincera, eu sabia que ele aceitaria. Conheço ele bem demais. Augusto pode pensar que tem alguma escolha, mas, no fundo, eu sempre controlo o jogo.

Decidi bancá-lo porque quero mais tempo com ele. Não quero dividir nossos momentos com as demandas da rotina dele ou com a vida que ele tenta levar fora desse nosso mundo. E, para garantir isso, eu faço o que for necessário. Eu o amo, sim, mas isso não significa que eu perca o controle. Muito pelo contrário. O amor que sinto por ele é algo que moldo à minha maneira.

Ele é meu, completamente, mesmo que ainda não tenha percebido isso. Augusto pode achar que estamos vivendo uma história intensa, apaixonada, e de certa forma estamos. Mas eu nunca deixo as rédeas escaparem das minhas mãos. Eu dou a ele o que ele precisa para que ele me dê o que eu quero. Sustentá-lo, para mim, não é um ato de sacrifício. É uma estratégia. E como toda boa estratégia, ela me mantém no controle absoluto.

Assim como eu, Augusto, no início se excitava pelo perigo. A adrenalina de sermos descobertos era um combustível que incendiava nossos corpos. Aquele desejo proibido nos mostrou um lado nosso que até então desconhecíamos. Não era amor, era puro desejo. Mas, com o tempo, as coisas mudaram.

Hoje, eu o amo, e sei que ele me ama. A diferença é que o meu amor não é cego. Eu enxergo tudo com clareza e mantenho o controle da situação. Já Augusto… ele vive essa relação com uma devoção quase ingênua. Ele mesmo me confessou que sempre me desejou, que se masturbou várias vezes pensando em mim, mesmo antes de tudo começar.

Antes dele, eu era fiel. Nunca pensei em trair o Lucas. Mas algo mudou em mim. Eu precisava de mais, e Augusto me deu isso. Quando decidi ceder ao desejo, começamos o que hoje chamo de nossas "putarias". No começo, era só tesão — bruto, intenso. Mas a paixão foi tomando forma, e aqui estamos.

Ainda assim, nunca perco de vista quem eu sou. Meu amor por Augusto não me domina; sou eu quem o domina. E é assim que prefiro.

Perspectiva do Lucas.

Na manhã seguinte, depois de visitar meu pai no hospital, sentei-me à mesa do café. Estava exausto, desgastado, tentando achar forças para enfrentar mais um dia. Foi então que percebi algo estranho: meus filhos estavam quietos demais, trocando olhares inquietos entre si.

Perguntei diretamente:

— Aconteceu alguma coisa?

Os dois, quase que ao mesmo tempo, olharam para Carla. Ela, por sua vez, os encarou. Primeiro com uma expressão séria, depois com aquele sorriso que só ela sabia dar, o mesmo sorriso que um dia me fez acreditar que o mundo era menos cruel. Então, os dois voltaram os olhos para mim e responderam:

— Nada, papai. Está tudo bem.

Mas não estava. Aquela resposta forçada e sincronizada não me convenceu. Vocês devem estar se perguntando como eu, ao descobrir a traição de minha esposa, estou há tanto tempo sabendo disso e ainda não explodi. Eu mesmo já disse que não sou o tipo de homem que aceita uma coisa dessas — e é verdade. Nem eu sei como estou aguentando. Talvez porque o problema grave do meu pai tenha me golpeado como um soco inesperado. Nem para o trabalho eu estava com cabeça.

Desde a descoberta, muito tempo se passou, e nesse intervalo, a vida resolveu me golpear ainda mais forte. O câncer do meu pai, que havia sido vencido anos atrás, voltou. Desta vez, a doença chegou implacável. Meu pai foi internado em estado grave, e não havia garantias de que sairia daquela cama. Ver a pessoa que sempre foi meu exemplo e meu porto seguro definhando aos poucos, enquanto lidava com a traição da pessoa que eu amava, quase me destruiu.

Voltando aos meus filhos, insisti em saber por que estavam tão estranhos, pareciam assustados. Eu podia sentir o ar pesado, algo estava errado. Até que Carla, com um sorriso forçado, disse:

— Eles estão bem, pare de perturbá-los.

Ela começou a tagarelar sobre qualquer coisa, tentando aliviar a tensão no ambiente, mas eu não conseguia desviar o olhar deles. Com um tom de voz mais alto e sem olhar para Carla, falei:

— SILÊNCIO!

O som da minha voz cortou o ar, e um silêncio profundo tomou conta de tudo. Carla se calou, e o peso da situação parecia ficar ainda mais denso. Então, olhei para meus filhos e perguntei novamente, a pressão apertando o peito:

— Ei, vocês dois, digam-me, aconteceu alguma coisa enquanto eu não estava por aqui?

Os dois trocaram olhares rápidos, nervosos, e, por um momento, eu quase podia ouvir seus corações batendo mais rápido. Eles olharam para Carla novamente, e, naquele instante, minha paciência se esgotou.

— NÃO OLHEM PARA A MAMÃE! NÃO SE PREOCUPEM COM ELA!

O silêncio se arrastou. Algo estava prestes a acontecer, e todos sabiam disso. Minha respiração ficou pesada, e o tempo parecia se arrastar. O celular começou a tocar, ininterrupto, e um pânico crescente tomou conta de mim.

Meus filhos começaram a chorar. O som deles, desesperado, me cortava como facas. O celular continuava a tocar, insuportavelmente alto, como se a pressão aumentasse a cada segundo. Eu tentei acalmá-los, mas minha mente estava dividida. Carla falou algo, mas a tensão era tão grande que eu mal consegui entender suas palavras.

E essa porra de celular que não parava de tocar? Eu falei. Eu o peguei do bolso com mãos trêmulas, e um calafrio percorreu minha espinha ao ver o nome no visor: Bruna, minha irmã. Ela havia ficado no hospital com meu pai.

Meu corpo congelou. Um forte calafrio invadiu minha pele, como se o peso do mundo tivesse se centrado em mim. Com a sensação de que algo estava prestes a mudar para sempre, eu atendi o telefone, a ansiedade apertando meu peito como um nó.

— Lucas? — ouvi a voz da minha irmã, e suas palavras foram como um soco no estômago.

Ela disse, soluçando, o que eu mais temia ouvir:

— Lucas, nosso pai… ele se foi…

Fechei os olhos. A dor se instalou, mas era mais do que dor. Era o fim de uma era, o fim de algo que eu pensava que nunca chegaria. As lágrimas começaram a cair, mas eu não as impedi. O peso da perda, do luto, misturado com o ódio e a traição que ainda queimavam em mim, era demais para processar.

Eu estava vazio, em estado de choque. O mundo parecia ter parado quando minha irmã me deu a notícia. A sensação de que o chão sumiu debaixo dos meus pés, de que nada mais importava. Meu pai se foi, e a dor tomou conta de tudo. Ele sempre foi o pilar da minha vida, o homem que me ensinou tudo o que sei, e agora ele não estava mais ali. A perda me esmagava de tal forma que eu mal conseguia respirar.

Depois tudo foi um turbilhão. O velório, os preparativos, as pessoas chegando. Minha mãe estava devastada, mas nem de longe era a dor dela que eu conseguia sentir mais forte. Eu sentia como se uma parte de mim tivesse morrido com ele. Meu pai sempre foi minha referência, meu exemplo. Agora, olhando para o rosto de minha mãe, vi nela um reflexo daquilo que eu sentia: um vazio tão grande que parecia não ter fim. Ela não conseguia segurar as lágrimas, mas era como se seu corpo tivesse entrado em um estado de negação, um estado em que a dor era tamanha que as palavras não vinham.

Os meus filhos estavam ali, chorando como se o mundo tivesse caído sobre eles. Eu os via, seus rostos pequenos e inocentes marcados pela dor, com os olhos vermelhos e os rostos inchados de tanto chorar. O avô deles, o homem que os amava com toda a sua alma, se foi. Não podiam entender completamente o que estava acontecendo, mas a perda era real, e a tristeza era palpável. Vi minha filha, Laura, apertando o ursinho de pelúcia contra o peito enquanto soluçava, e o pequeno Gabriel tentando ser forte, mas não conseguindo esconder as lágrimas que escorriam silenciosamente.

Era um choque vê-los assim, abalados, como se o chão tivesse sumido debaixo deles também. Como pai, eu queria protegê-los, queria afastar a dor deles, mas naquele momento, não havia como. O luto era um peso compartilhado por todos. Eles tinham perdido alguém importante em suas vidas, e eu não podia simplesmente dizer que tudo ficaria bem. A verdade era que nada ficaria bem, nunca mais. O vazio que sentíamos era irreparável.

Mas Carla... Carla estava ali, ao meu lado, mas não havia uma lágrima sequer em seus olhos. Ela parecia distante, ausente, com o olhar fixo em algum ponto no horizonte, como se sua mente estivesse em outro lugar. Não parecia sentir a dor que eu e os meus filhos sentíamos. Às vezes, me perguntava se ela estava realmente ali, compartilhando o peso da perda, ou se estava apenas cumprindo um papel, sendo a esposa que precisava ser. As palavras de consolo que ela oferecia, mesmo sem convicção, me faziam sentir ainda mais sozinho. Carla não estava chorando, não estava mostrando nenhum tipo de emoção. Eu não entendia. Não entendia por que ela não sentia a perda da mesma forma que eu, ou que meus filhos.

Augusto estava lá também. Ele estava visivelmente tocado. O meu pai tinha muito carinho por ele, sempre teve. O vínculo entre os dois era algo que eu sempre notei, mesmo que, por um tempo, tenha ficado em segundo plano. Mas, naquele momento, não havia como ignorar. Augusto estava ali, com os olhos marejados, olhando para o caixão do meu pai, aquela era a última vez que ele teria a chance de dizer algo a ele. Ele não precisava falar nada. Sua dor estava ali, clara, exposta em cada gesto e em cada lágrima que caía de seus olhos. Meu pai sempre o tratou como um filho, e agora ele estava lidando com a perda de uma figura paterna que foi muito importante na sua vida.

O senhor Alberto, pai do Augusto, havia falecido há algum tempo, também vítima de câncer. Ele era o melhor amigo do meu pai, e a dor dessa perda para ele foi imensa. Lembro-me claramente do dia do enterro do senhor Alberto. Meu pai, com o rosto marcado pela tristeza, se ajoelhou diante do caixão e disse: "Vá com Deus, meu amigo, você foi o irmão que eu não tive. Descanse em paz." Aquela cena ficou gravada em minha mente. Ver meu pai tão quebrado, tão vulnerável, foi devastador.

O câncer, como uma sombra invisível, havia lentamente consumido o senhor Alberto, assim como agora consumia meu pai. Era uma doença cruel que não apenas destruía o corpo, mas a alma. A pessoa vai definhando, perdendo sua força e sua dignidade aos poucos. A doença não pede licença. Ela arrasta quem ama e quem está ao redor, deixando um vazio imenso.

Augusto, que sempre foi muito próximo de meu pai, também sentiu profundamente a perda do seu pai. O senhor Alberto havia sido uma figura importante em sua vida, e sua partida foi um golpe brutal. A dor de perder um pai, um amigo tão querido, é algo impossível de expressar em palavras. O câncer levou não só o corpo de Alberto, mas também uma parte de quem meu pai era.

Dizem que só o tempo pode curar as feridas, mas a verdade é que a cura nunca é completa. A morte é algo com o qual temos que aprender a lidar, pois, apesar da dor, a vida continua. Não podemos parar, mesmo quando o peso da perda nos arrasta. O que fica, então, são as lembranças. Essas sim, são eternas. São as memórias que, mesmo com o passar dos anos, continuam vivas, alimentando nossas saudades, mas também nos dando forças para seguir em frente.

O que resta de alguém não é o corpo, mas a sua essência, o impacto que deixou em nossas vidas. Meu pai, o senhor Alberto... ambos se foram, mas não deixaram apenas a dor. Deixaram um legado de amor, de amizade e de aprendizado. E enquanto eu lembrar deles, enquanto suas vozes e risos ecoarem em minha mente, eles nunca estarão completamente ausentes.

Durante alguns dias, minha irmã e eu ficamos na casa da minha mãe. Não poderíamos deixá-la sozinha nesse momento. Falei até que ela deveria morar comigo. Minha irmã fez a mesma proposta, sugerindo que ela fosse morar com ela. Afinal, agora que meu pai havia morrido, como seria para ela morar sozinha?

Mas minha mãe recusou. Ela nos disse que a dor que estava sentindo era muito grande, mas que não precisávamos nos preocupar, pois tudo ficaria bem. Aproveitei e levei meus filhos também. Não os queria perto da mãe, e seria muito bom eles estarem ali pertinho da avó. Carla, como eu já esperava, não criou problemas com isso. É claro, seria mais uma oportunidade para ficar com aquele que um dia eu considerei como um irmão.

Em uma manhã, quando meus filhos estavam na escola e minha mãe e irmã haviam saído para o supermercado, decidi olhar no notebook as câmeras que havia instalado na minha residência. Desde a morte do meu pai, eu nunca mais tinha visto nada. Acabei me lembrando do dia em que vi meus filhos muito nervosos e da forma como eles olhavam para a Carla quando perguntei se havia acontecido alguma coisa.

Tenho tudo devidamente gravado. Quando vejo as gravações daquele dia, fico em choque e com uma raiva enorme. Na cena que vejo, estão lá os dois infelizes transando no sofá. Ela de quatro, enquanto Augusto mete nela. Eles estão de costas para a escada que dá acesso à parte de cima.

Adianto um pouco, e o que vejo me dói muito. Meus filhos descem as escadas em silêncio, sentam-se ali mesmo e ficam observando tudo o que está acontecendo. Até que, em determinado momento, Augusto para as estocadas e, quando ele se vira, leva um susto ao ver meus filhos ali, assistindo a tudo. Ele bate nas costas da Carla para alertá-la. Quando ela os vê, grita, xinga e vai em direção a eles, nua. Meus filhos se assustam. Ela fica apontando o dedo para eles e os leva para o nosso quarto. Eu troco a câmera para vê-los. Lá, ela começa a dar sermões.

Por alguma razão, a porra do áudio não está muito bom, e não consigo entender exatamente o que ela fala, mas com certeza deve ter sido para que eles não contassem nada para mim.

Aquilo foi demais para um pai. Arremessei o meu notebook longe. Eu estava suando frio de nervoso.

Naquele momento, eu só queria matar os dois. A raiva queimava dentro de mim, e a ideia de vingança parecia o único alívio possível. Decidi ligar para o filho da puta do Augusto, mas antes precisei me acalmar. Respirei fundo algumas vezes, tentando controlar as mãos ainda trêmulas. Ele não poderia perceber nada.

Peguei o celular, meus dedos hesitantes deslizando pela tela. Procurei o número dele no WhatsApp e iniciei a ligação. Cada toque no telefone parecia um martelo batendo no meu peito. O nervosismo só aumentava. Meu coração disparava, minha mente gritava. Até que...

— Lucas? O que foi? — A voz dele, despreocupada, veio do outro lado da linha.

Engoli seco. Minha garganta parecia um nó. Inventei uma desculpa qualquer. Disse que precisava vê-lo, desabafar sobre algo. Um silêncio se prolongou do outro lado, quase como se ele suspeitasse de algo. Mas então ele respondeu:

— Tudo bem, cara. Sem problemas.

— Você está em casa? — perguntei, tentando manter a voz firme.

— Sim, tô aqui.

"Que sorte a minha", pensei, enquanto minhas mãos tremiam de ódio. Respirei fundo e falei:

— Tá bom, olha só, estou indo aí.

Ele hesitou por um instante, mas apenas respondeu:

— Tudo bem.

Assim que a ligação terminou, arremessei o celular contra a parede. A força do impacto ecoou pela sala, assim como a minha fúria. Sai de casa apressado, sem olhar para trás.

Dirigi como um louco pelas ruas da cidade, acelerando como se o próprio diabo estivesse no meu encalço. O volante tremia nas minhas mãos, o motor rugia, e eu quase perdi o controle numa curva fechada. Por pouco não causei um acidente. A adrenalina pulsava em cada veia, e o ódio era o combustível que me movia.

Quando finalmente cheguei ao prédio onde o infeliz do Augusto mora, parei o carro de qualquer jeito. Desci rapidamente, meus passos estavam apressados no estacionamento. Ele não sabia, mas hoje seria o seu FIM.

Aquele prédio, com sua fachada impecável e bem cuidada, era uma ironia diante da sujeira que ele escondia. Cada passo que eu dava em direção ao apartamento dele parecia uma marcha para a guerra. Meu coração batia mais rápido, mas agora não era nervosismo. Era a fúria de um homem que teve tudo arrancado de si.

"Hoje você vai pagar", pensei. A vingança parecia inevitável, como uma tempestade prestes a desabar.

Quando o elevador chegou no andar dele, saí e fui direto até a porta. Toquei a campainha, e ele não demorou muito para atender. Assim que a porta se abriu, a cena que havia visto no meu notebook veio à tona, embrulhando meu estômago. Ele e Carla... Eles não podiam ter feito meus filhos passarem por aquilo.

Sem pensar duas vezes, desferi um forte soco no nariz dele. O impacto foi imediato, e o sangue começou a escorrer. Entrei no apartamento, fechando a porta atrás de mim, e cuspi as palavras:

— Seu desgraçado! Você acha que eu não sei de nada, é? Você e a Carla estão tendo um caso há muito, muito tempo. E eu já estou monitorando vocês, e não é de hoje, seu arrombado!

Augusto tentou falar algo, levantar alguma defesa, mas outro soco meu o calou. Peguei ele pela camiseta, puxando-o com força, mas agora foi ele quem revidou. Um golpe certeiro me atingiu, e cambaleei para trás. Ele avançou contra mim, os olhos inflamados.

— Como você pôde fazer isso comigo? — gritei enquanto tentava desviar. — Eu te considerava um irmão, seu merda!

A luta se intensificou, e, em meio à confusão, minha mão encontrou um vaso sobre a mesa de centro. Sem hesitar, agarrei o objeto e o quebrei na cabeça de Augusto. O som foi seco, o impacto brutal. Ele caiu no chão, e uma poça de sangue começou a se formar ao seu redor.

Bufando, o ódio estampado no meu rosto, me abaixei ao lado dele. Augusto gemia, agonizando, enquanto meu coração batia descompassado. Nesse momento, o celular dele vibrou no bolso. Peguei o aparelho, forcei o dedo dele para desbloqueá-lo e abri a mensagem que havia acabado de chegar. Era um áudio de Carla:

— Oi, gostoso! Olha só, estou próximo daí. Fiz umas comprinhas no shopping e resolvi dar uma passada na sua casa pra nós darmos uma bela duma trepada, tá bom?

Aquelas palavras ecoaram na minha mente. "Essa vadia... O que tem no lugar do coração?" pensei. Em que momento Carla havia mudado tão drasticamente? Como alguém pode ser tão dissimulada? Quem era essa mulher com quem eu me casei?

Refleti por alguns instantes, tentando entender o que havia sobrado do amor que um dia senti por ela. Mas a raiva falou mais alto. Decidi me passar por Augusto e digitei uma resposta curta:

— Ok, querida. Estou no aguardo. Você não sabe o que te espera.

Incluí um emoji do diabo para encerrar.

Alguns segundos depois, outra mensagem chegou.

— Estou a caminho.

Olhei para Augusto, que ainda agonizava no chão. A tempestade estava apenas começando.

Passaram-se alguns minutos até que o interfone tocou, avisando sobre a chegada de Carla. A voz do porteiro soou do outro lado:

— Senhor Augusto, a dona Carla chegou. Vou liberar a subida dela, tá bom?

"Essa puta já está habituada a vir aqui", pensei comigo. Respirei fundo e, com uma calma gélida, falei ao porteiro:

— O Augusto está no banheiro, mas ele pediu para você liberar a entrada. Ele disse que é para ela subir aqui.

Mentira. Eu tinha planejado algo bem diferente para Carla. Ela teria uma surpresa.

Quando Carla tocou a campainha, minha raiva só aumentou. Abri a porta e, quando ela me viu, o sorriso desapareceu do rosto dela. Assim que me viu todo ensanguentado e furioso, não teve tempo de reagir. Apenas a puxei pelos cabelos com força, tranquei a porta e fui arrastando-a até onde estava o seu amante. Dei um forte tapa no rosto dela, e ela caiu próxima ao Augusto, que estava agonizando.

Gritei:

— Vocês dois cometeram um erro grave, que foi me trair. Me traíram e vão pagar por isso!

Pela primeira vez, vi Carla com medo. Ela tentou falar:

— Amor, eu... eu posso... expli...

Terminei a frase por ela e disse:

— explicar? Não precisa. Eu já sei de tudo. Cada canto da nossa casa tem câmeras escondidas. Os carros de vocês também estão com escutas e rastreadores. Vocês realmente acharam que me fariam de idiota para sempre? Carla, nossos filhos! Nossos filhos flagraram vocês dois no sofá da nossa casa! Eu... eu vi a porra do vídeo. E depois do flagrante, vi você xingando e ameaçando os meus filhos, sua vagabunda!

Acabei chutando-a com força, e ela gemeu de dor. Peguei um pequeno pedaço de vidro do vaso que havia quebrado na cabeça de Augusto. Sem hesitar, golpeei Carla no pescoço. Com Augusto, fiz a mesma coisa.

A raiva me fez cometer um crime. Dois, na verdade. Matei ambos. Meu plano de vingança era outro; eu não tinha a intenção de matá-los, mas a raiva tomou conta de mim.

O que fiz em seguida? Bom, interfonei para o porteiro e simplesmente disse o que havia feito. Pedi que ele chamasse a polícia. Deixei a porta aberta, sentei-me no sofá e esperei. À minha frente, estavam os dois corpos: de duas pessoas que um dia eu amei muito.

Enquanto aguardava a chegada da polícia, liguei para minha irmã e contei tudo o que tinha acontecido e por que fiz o que fiz. Não que houvesse justificativa, mas despejei tudo. Minha irmã ficou incrédula, mas, como minha mãe estava próxima, ela disfarçou.

Por isso dizem: “Não faça nada com a cabeça quente”. Agora, olhando para os corpos no chão, percebo a merda que cometi. Mas é tarde demais.

Depois de um tempo, os policiais chegaram e me prenderam. Fiquei muitos anos na prisão. Afinal, cometi um duplo homicídio.

Meus filhos passaram a ser cuidados pela minha mãe e irmã. Na cadeia, vivi coisas horríveis, mas sobrevivi.

Se me arrependo do que fiz? Sim, com certeza. É um peso que carrego todos os dias. Eles sempre aparecem para mim como fantasmas, como uma sombra que nunca desaparece. Ficam no meu ouvido, me perturbando, sussurrando lembranças do que aconteceu.

Carla e Augusto não me deixam em paz, fecho os olhos e os vejo, seus rostos congelados no momento final, misturados com o som de 3 palavras que são sussurradas na minha mente: “Traição, dor, ódio.” Mas, ao mesmo tempo, há algo mais profundo nesses fantasmas. Não é apenas a memória deles; é a lembrança do homem que fui naquele dia.

Penso em como deixei a raiva me dominar, em como permiti que o impulso tomasse conta de mim. Sempre imaginei que fosse uma pessoa racional, alguém que controlava as emoções, mas naquele dia eu perdi tudo: a cabeça, a humanidade, a dignidade. No calor do momento, agi como alguém que eu nunca pensei que poderia ser.

E agora, mesmo depois de todos esses anos, pago um preço maior do que as grades da prisão. Meu verdadeiro castigo não foi a condenação, mas a constante presença deles. Eles me lembram, todos os dias, que não importa quanta justiça o sistema aplique, a minha alma está marcada para sempre.

Pergunto-me, às vezes, se algum dia terei paz. Mas acho que a resposta já está diante de mim: não. O que fiz é imperdoável. E, se a minha mente me pune com essas visões, talvez seja o que mereço. Talvez seja o único jeito de nunca esquecer o que perdi — e quem eu me tornei.

Fim.

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Foto de perfil de Will Safado.Will Safado.Contos: 33Seguidores: 70Seguindo: 21Mensagem Sou um apaixonado por filmes e séries, um verdadeiro amante da literatura. Escrever contos eróticos tornou-se meu passatempo, acabei descobrindo um prazer imenso ao me dedicar a essa atividade. A capacidade de criar narrativas e explorar diferentes facetas da sexualidade tornou-se uma experiência cativante e enriquecedora para mim. Os comentários são bem-vindos, sendo eles elogios ou críticas. Só peço que sejam respeitosos, até porque não tolero desaforo. e-mail para contato: wbdm162025@outlook.com

Comentários

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O final foi realista,embora tenha demorado demais a tomar uma atitude,pela situação do pai. Aliás,o drama da perda contribuiu muito para o desfecho trágico dos amantes traíras. Tudo dentro dos conformes,apesar do final dos dois vivos e pagando em vida,fosse um final "justo"

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Bom, no final das contas os dois se foram e o trouxa além de corno, ainda pagou com um grande prejuízo para com a própria vida...

Só uma curiosidade, caso ele não tivesse praticado o homicídio, qual teria sido a vingança?

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Eu só tenho uma observação...que é a parte das crianças vendo a mãe com o amante...o modo como ela reagiu e etc...

Eu não consigo entender alguém se perder tanto ao ponto de trair o marido por tanto tempo, sem nem se preocupar em trazer o amante com seus filhos em casa...isso p mim já algo fora do normal.

Mas uma mãe, depois disso ainda tratar as crianças desse jeito!!! Acho que até o mais corno dos corno iria se revoltar!! É algo inacreditávelmebte desproporcional.

Acho que só, talvez, pudesse haver um pouco de forçazao de barra.

Mas o autor estar de parabéns.

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O ser humano é imprevisível, cara. Já vi tantos casos absurdos, que você nem imagina.

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Will, muito bom o conto e com um final super realista, sabemos q na vida real isso q o Lucas fez seria feito bem antes de acontecer tudo q aconteceu, sabemos q na realidade a traição destrói por completo a sanidade da pessoa traída, muitos dizem q temos q ser racionais nos separamos e vida q segue, muito fácil dizer isso quando o q aconteceu não é com vc, mas na verdade quando isso vem de alguém q vc ama é quase impossível manter a sanidade e fatos assim são mais reais do q se imagina, ao meu ver seu conto ficou maravilhoso, me atrevo a dizer q é um dos melhores q já li, pois retrata a vida real, a realidade nua e crua, e não o mundo fantasioso dos contos, onde um marido descobre a traição da esposa q ama e aí invés de se sentir traído, humilhado, desrepeitado, vai bater punheta e depois chupar a buceta esfolada da esposa como se nada tivesse acontecido, lembro q teve um outro cara q escreveu um conto aqui e no conto dele o protagonista também matou o amante e a esposa, cara a indignação das mulheres aqui da casa q metem chifres nos maridos foi tão grande q quase mataram o cara nos comentários, meu amigo só não chamaram o cara de santo, mas o resto, mais uma vez parabéns pelo conto e pela coragem de sair da mesmice dos contos apresentados aqui

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Nossa Will que saga.adorei vale.apenas refletir. Acabar com. sua vida vale esse esforço todo com certeza não.......

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As três partes muito bem elaboradas,só mais detalhes de sexo,afinal são contos eróticos né.Mas a trama é muito boa.

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Acredito que o Julio,depois que descobriu a traição demorou para agir,isso foi acumulando o ódio.

E quando ele finalmente tomou um decisão perdeu de vez a razão e fez algo impensável,pois não pensou nos filhos,imagina duas crianças ser marcado para sempre,a mãe adúltera morta pelo pai,que esta preso pelos crimes cometidos.

Coitadas das crianças órfãs de mãe e um pai assassino.

Apesar daqueles dois merecem morrer,isso não quer dizer que precisavam morrer de fato.

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O q vc diz sobre o trauma de duas crianças verem sua mãe de quatro no sofá como uma vadia dando pra outro homem? E depois ainda tomarem um esporro como se eles fossem os errados, é muito pra cabeça de um pai não acha?

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Eu queria ter visto a perspectiva nela no final de tudo, desde o flagra dos filhos, a porte do sogro até ela morrendo.

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"AnjoNegro, eu até pensei nisso, mas desisti. Do contrário, essa última parte ficaria muito maior, então optei por não fazer isso. Fica no seu imaginário."

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Sinceramente o único arrependimento que o Julio deveria seria por deixar seus filhos sem um pai presente

Aqueles dois não merecem compaixão ou arrependimento.

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Júlio? O marido chama-se Lucas. Você se confundiu aí, cara kkk

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Eita,desculpe, é que raiva foi tão grande que confundi os nomes.

Mas que mereciam ser punidos,mereciam,só não a ponto serem mortos,talvez meio mortos,kkk. UMA GRANDE SURRA ELES MERECIAM.

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Perfeita toda a história e o final!!!

Temos que parar de ficar romantizando traição!!! A pior coisa que vc pode fazer a pessoa, que um dia vc amou é trair. O problema é que nem sempre vc amou de fato está pessoa, ou pior, o amor por ela nunca foi maior do que o amor por si própria e seu ego.

Uma história bem realista em que mostra de forma nua e crua o que acontece na vida real numa grande porcentagem dos casos.

Este final extremo é mil vezes mais comum do que vemos normalmente neste site. O cara simplesmente tocando punheta vendo toda a traição ou então não fazendo nada por algum motivo.

A resposta não pode ser 8 ou 80...eu não me canso de repetir a mesma coisa. Mas acontece que nem sempre vc consegue controlar o seu impulso e saber o que de fato faria nesta situação sem que realmente aconteça.

Parabéns ao autor, em três contos criou uma baita história. Só tenho que agradecer.

3 estrelas

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Obrigado pelas palavras! Manfi82, muitas vezes o que vejo aqui no site são contos muito fantasiosos e exagerados. Por exemplo, lembro de um conto que li há muito tempo em que o autor dizia que o amante da esposa tinha um pênis de 42 centímetros. Sério, isso me fez perder o interesse na história.

Esses exageros acabam tirando o impacto e tornam tudo mais cômico do que envolvente. Acho que narrativas mais realistas, com situações e personagens que dá pra imaginar como reais, são muito mais interessantes. Quando tudo parece plausível, é mais fácil criar uma conexão emocional com a história e sentir o erotismo que ela quer passar. Quando exageram demais, pra mim, simplesmente perde a graça.

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O cancer, doença que matou o pai do protagonista e do talarico, é particularmente cruel por ser produto do próprio corpo do indivíduo, em outras palavras, o tumor não é um corpo estranho é parte do organismo que vagarosamente mata. Daí a agressividade dos tratamentos, a quimioterapia, por exemplo, tenta matar parte do corpo (o tumor) para preservar o todo.

O protagonista da história ao invés de extirpar o câncer de seu relacionamento quando descoberto preferiu, por medo das consequências do "tratamento" (dor da separação para os filhos), postergar a inevitável decisão, o resultado foi a metáfase, em um momento de dor (a morte do pai), destruiu completamente a família, matou a mãe dos filhos e foi aprisionado pelo remorso.

Crônica de uma morte anunciada... Quando leio contos onde o marido (ou a esposa), traido postergar a decisão em nome de conseguir um flagrante ou pelos mais variados motivos, lembro de uma história real muito parecida com a descrita nesse conto. Traição, como o câncer, tem que sair do organismo por mais doloroso que seja, quanto mais tempo conviver com o foco de dor mais envenenado fico o corpo.

Parabéns pela história, obviamente 3 estrelas!

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Himerus, fico tão feliz que você tenha gostado! Acho incrível quando consigo transmitir exatamente o que quero e os leitores captam a essência do que escrevi. É essa conexão que me motiva a continuar criando.

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Por isso abomino a traição, hj com mais experiência eu entendo q tudo é conversado.

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Isso acontece e muito em caso de traições, pode ser uma história de ficção, más é história real de muitos casais, já vi um vídeo de um homem chegar em casa pegar a mulher na casa com o amante fugir pelado, e a mulher morrer com várias facadas.

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Estava acompanhando sua história desde o início, não comentei nada mas li e dei as merecidas estrelas.

Sinceramente não esperava esse final, porém na realidade é o que acontece muitas vezes, a dor e o ódio faz a pessoa perder o controle. Geralmente quando isso acontece todo mundo sai perdendo, como foi nessa história, os traidores perderam a vida, o protagonista perdeu sua liberdade por um tempo e a paz pela vida toda. Mas o pior é os filhos, pagaram um preço muito alto pelo erros dos pais.

A história foi ótima Will, muito bem escritos e narrada.

Parabéns!

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Engraçado você dizer isso, Ju. Eu também li a sua história, mas acabei comentando apenas no último capítulo kkk. É sempre um prazer receber um elogio seu, obrigado!

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Eu comecei a rir sozinha quando vi seu comentário lá, foi muita coincidência kkkkk

Por nada meu amigo!

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Qual era o final que você achou que seria, Ju?

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Eu ache que ele iria se vingar dos dois, tipo deixar eles na pior e tocar sua vida para frente sem eles.

Mas nem sempre as histórias tem um final feliz, e realmente o que importa mesmo é se a história é boa e a mensagem que ela passa.

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