Capítulo 4:
Depois que Pedro saiu do quarto, fiquei um tempo parado, apenas absorvendo o ambiente ao meu redor. Aquilo era surreal. Nunca imaginei que passaria minhas férias em uma casa como essa, cercado de luxo, com um pai que mal conhecia e... bem, com Alice. Sim, a Alice, minha meia-irmã, de quem eu pouco sabia além de algumas histórias vagas e uma ou outra foto antiga.
Dei uma olhada rápida no quarto antes de começar a desfazer minha mala. Não que eu tivesse trazido muita coisa — algumas camisetas, calças, e, claro, um número indecente de cuecas, porque, convenhamos, eu estava planejando ficar aqui por um tempo, e quem sabe o que poderia acontecer, certo?
De qualquer forma, enquanto arrumava minhas coisas, meus pensamentos começaram a vagar. A última conversa com Pedro ficou ecoando na minha cabeça. Ele parecia sincero... mas, ao mesmo tempo, havia algo que não se encaixava. Era como se estivéssemos ensaiando uma peça, cada um desempenhando seu papel com cuidado, para não arruinar a performance. Talvez fosse apenas o tempo, os anos de distância. Talvez fosse... bom, quem sabe.
Guardei a última camiseta na gaveta e me virei para sair do quarto. Precisava encontrar Pedro para o jantar, e, quem sabe, começar a entender melhor esse novo mundo que ele construiu para si. Caminhando pelo corredor, eu tentava me acostumar com a grandiosidade da casa, as paredes altas, os detalhes decorativos... cada passo ecoava no piso de madeira como se eu estivesse em um museu, não em uma casa de família.
Foi então que percebi uma porta entreaberta. Algo em mim, provavelmente aquela parte curiosa que adora mexer onde não deve, me fez desacelerar. A luz do quarto estava baixa, mas o suficiente para que eu visse... algo. Algo interessante, para dizer o mínimo.
Eu parei por um momento, tentando adivinhar quem poderia estar lá dentro, até que uma ideia me veio à cabeça: Alice.
Claro, Alice. Ela devia estar no quarto. Faz sentido, afinal, onde mais estaria? Não nos vimos desde que cheguei, e eu sabia que, em algum momento, nossos caminhos teriam que se cruzar.
Agora, aqui está o ponto onde você, leitor, provavelmente esperaria que eu agisse como o típico protagonista racional, certo? Daria meia-volta e seguiria meu caminho, ignorando a curiosidade que estava me mordendo por dentro. Mas, honestamente, desde quando a curiosidade já me deixou tomar decisões sensatas?
Me aproximei da porta, empurrando-a um pouquinho mais com o pé, só o suficiente para ter uma visão melhor. E foi aí que eu a vi.
Alice estava deitada na cama, de bruços, com os fones de ouvido enfiados nas orelhas, completamente alheia ao que acontecia ao seu redor. Agora, devo ser honesto: essa foi uma visão que eu não estava preparado para encontrar. Seu corpo parecia esculpido para causar impacto — ela vestia um short absurdamente curto, tão enfiado entre suas nádegas que parte da polpa estava exposta. Sim, exatamente isso que você está imaginando. A bunda dela estava empinada para o alto, quase convidando o olhar a se demorar ali por tempo demais. Sua camiseta larga se esticava de leve nas costas, mas o foco, sem dúvida, era aquela visão provocante que o short proporcionava.
"Respira, Miguel. Respira", pensei comigo mesmo. Mas, honestamente, quem poderia respirar normalmente depois de uma visão dessas? Ela parecia uma pintura viva, a luz suave da tarde delineando suas curvas com uma precisão que só a natureza pode proporcionar. Meu coração começou a bater mais rápido, e antes que eu percebesse, meu membro começou a endurecer dentro da calça.
A cabeça estava girando, e eu sabia que precisava sair dali. Claro, não tinha sido pego ainda, mas a última coisa que eu queria era ser flagrado por Alice no estado em que me encontrava. O que eu poderia dizer? “Ei, desculpa, eu estava só... admirando a decoração do quarto... ou algo assim?”
"Ok, Miguel, sai logo daqui. Você está flertando com o perigo, e sabe que isso não vai acabar bem."
Com passos rápidos, tratei de seguir meu caminho pelo corredor, mas a imagem dela, deitada naquela cama, empinada de uma maneira quase desafiadora, não me saia da cabeça. Cada detalhe, desde a forma como o short parecia apertar e destacar suas curvas até a maneira como ela estava distraída, completamente alheia à minha presença, estava gravado na minha mente.
Ao chegar no topo da escada, respirei fundo, tentando acalmar o coração que ainda batia acelerado. Minhas mãos tremiam um pouco, e eu tive que esfregá-las contra as pernas para acalmar a tensão. O pior de tudo era que eu sabia que isso não acabaria ali. Agora que tinha visto Alice daquela forma, seria quase impossível tirá-la da cabeça.
Certo, eu sei que sou o meio-irmão dela, mas... convenhamos, isso é só um detalhe técnico, certo? Não temos qualquer laço real, exceto o fato de compartilharmos o mesmo pai ausente. Eu mal conhecia aquela garota, e ela provavelmente sabia ainda menos sobre mim. E, honestamente, depois do que vi... bem, é difícil não se sentir, no mínimo, curioso para ver onde tudo isso pode levar.
Mas, por enquanto, eu precisava focar. Tinha que reencontrar Pedro e tentar me concentrar em sobreviver a esse jantar sem que ele percebesse o turbilhão de pensamentos e sensações que estavam passando pela minha cabeça.
Desci as escadas com a mente a mil, tentando me convencer de que era apenas a situação, a novidade, a tensão de tudo. Mas, lá no fundo, eu sabia que era mais do que isso. Alice havia despertado algo em mim que eu nem sabia que estava lá, e aquilo, sem dúvida, seria um problema.
Um problema que, se eu conheço bem a mim mesmo, eu provavelmente não tentaria resolver.
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