O DESPERTAR SEXUAL DE JOEL - CAPÍTULO 14: APOIO

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 2255 palavras
Data: 25/02/2025 13:36:42

Eu estava exausto. A segunda prova tinha sido um desastre, e meu cérebro parecia uma massa informe, incapaz de processar mais nada. Fernando, percebendo meu estado, decidiu me levar para um passeio. Não perguntei para onde íamos; só segui ele, como se estivesse no piloto automático. Quando ele estacionou na Praça Pôr do Sol, no Alto de Pinheiros, eu mal acreditei. Aquilo ficava longe pra caramba da minha casa, mas eu estava tão acabado que nem me importei.

Fernando estendeu uma toalha no chão, e eu me sentei, olhando ao redor. A praça estava cheia de gente: alguns conversavam, outros liam, e outros apenas observavam o movimento. Aos poucos, o sol começou a descer no horizonte, e eu me vi preso em um daqueles momentos raros em que a vida parece fazer uma pausa. Eu nunca tinha parado para apreciar algo assim. Sempre estive preso no orfanato ou lutando para sobreviver na vida adulta, sem tempo para contemplar o mundo ao meu redor. Fechei os olhos e senti os raios de sol tocando minha pele, como se fossem uma espécie de bálsamo para minha mente cansada.

Quando abri os olhos, Fernando estava montando um piquenique completo: sanduíches naturais, suco de laranja e frutas. Ele sempre tinha essas surpresas, e eu não pude evitar um sorriso. Passamos a tarde ali, conversando sobre tudo e nada, até que o tempo começou a fechar. De repente, o céu escureceu, e uma tempestade horrível começou a cair.

E, claro, como sempre acontece em São Paulo, a cidade parou. As ruas começaram a alagar, e Fernando, sem alternativa, deu meia-volta e seguiu para o Centro. Eu olhei para o celular e vi um vídeo nas redes sociais mostrando que os metrôs estavam fechados.

— Droga — eu disse, frustrado. — E agora?

— Dorme lá em casa — Fernando sugeriu, sem tirar os olhos do trânsito caótico.

— Tem certeza? Eu não quero...

— Nem termina essa frase — ele cortou, com um sorriso no rosto. — Lembra quando a gente mal se conhecia e você me salvou?

— Mas você cuidou de mim depois.

— Então, deixa eu cuidar de novo hoje.

Eu não consegui argumentar. A chuva estava destruindo tudo lá fora, e as ruas já estavam sem energia. Mesmo assim, Fernando conseguiu nos levar até a casa dele no Jardim Europa, um bairro que eu nem sabia que existia. O condomínio era enorme, com várias entradas e blocos de apartamentos. Passamos por três portões diferentes até chegar ao bloco dele. Ao contrário das ruas, o condomínio estava com energia, graças aos geradores.

— O aluguel aqui deve ser caro, hein — comentei, tentando disfarçar o choque.

— Ah, não. É da família — ele respondeu, com naturalidade. — Como ninguém estava morando aqui e eu precisava de um lugar para viver em paz, meus pais deixaram eu ficar.

— Você nunca me falou muito dos seus pais — eu disse, curioso. — Tipo, você meio que já sabe a minha história, né? A cegonha errou o endereço e me deixou no orfanato.

Ele riu, mas eu percebi uma sombra passando pelo rosto dele.

— Meu pai é advogado, e minha mãe é dentista. O Sr. Fernando e a Sra. Joana são cidadãos exemplares dessa cidade. Não aceitam menos que a perfeição e, no caso, nasceu eu. Graças a Deus pela vida do Vicente e da Tamara, meus irmãos.

— Você tem irmãos? E o nome do seu pai é Fernando? — eu perguntei, surpreso.

— Sim, e me chamo Fernando Júnior — ele respondeu, com um sorriso meio triste. — Desculpa, a gente nunca chegou a falar sobre a minha família, né? É que eu não sou compatível com as expectativas deles.

— Qual é, Fernando. Você é concursado e trabalha em uma área que só cresce...

— O Vicente é médico. A Tamara é advogada do prefeito e comanda um dos maiores escritórios de direito da cidade, inclusive, ultrapassou o do papai, Eu sou apenas um designer. — a voz dele estava carregada de ressentimento.

Um trovão nos assustou, e a chuva continuava a cair, talvez mais forte que antes. Fernando estacionou o carro, e nós descemos. Eu parecia uma criança perdida, ficando perto dele e andando quando ele andava. Ele usou o relógio para ativar as luzes e o aquecedor do apartamento antes mesmo de entrarmos.

O estacionamento estava cheio de carros de marca que eu nunca tinha visto na vida. Fernando chamou o elevador, que era enorme e cheio de espelhos. Ele apertou o botão do 17º andar, e logo no térreo entrou um grupo de amigos que pareciam ter saído da premiação do Oscar. O que deveria levar uns minutos pareceu horas. Eu me senti sendo julgado, afinal, não tinha a cor deles ou o dinheiro. A gente saiu, e antes da porta do elevador fechar, eu ouvi risos. Respirei fundo e decidi não procurar confusão.

A raiva virou surpresa quando Fernando abriu a trava eletrônica da porta. O apartamento era enorme, com uma parede de vidro que dava para a cidade, mas a chuva dificultava a visão da área externa. Fiquei em pé, meio perdido, enquanto Fernando deixava a carteira na prateleira.

— Ei, fica à vontade — ele pediu, mas aquele lugar me deixava desconfortável.

Ele se aproximou e me beijou, como se quisesse me tranquilizar. Então, pegou na minha mão e me levou por um grande corredor, entrando na última porta.

Cacete. Eu olhei para trás, para ter certeza de que estava no mesmo universo. O quarto de Fernando era a cara dele: cheio de itens nerds, videogames e quadros de animes que eu nunca tinha visto na vida. Finalmente, um cômodo com o perfil dele. Eu sorri, sentindo um pouco do peso daquele dia desaparecer.

— Bem-vindo ao meu mundo — ele disse, com um sorriso que parecia misturar orgulho e alívio.

Eu não consegui me segurar. Aquele dia tinha sido uma montanha-russa de emoções, e ali, naquele quarto que era um reflexo puro do Fernando, algo dentro de mim estourou. Eu o abracei com uma força que nem sabia que tinha, como se quisesse me fundir a ele, desaparecer naquele momento e naquela sensação. Ele pareceu surpreso por um instante, mas logo me abraçou de volta, seus braços fortes envolvendo meu corpo como se fossem meu porto seguro.

Nosso beijo foi quente, desesperado, como se precisássemos provar um para o outro que estávamos ali, vivos, reais. As mãos dele percorreram meu corpo com uma urgência que eu nunca tinha visto nele antes, e eu respondi na mesma moeda. As roupas caíram no chão, uma peça após a outra, até que não houvesse mais nada entre nós. A chuva batia forte nas janelas, os trovões ecoavam lá fora, mas dentro daquele quarto, o único som que importava era o nosso.

Fernando me empurrou contra a cama, e eu senti o colchão afundar sob meu peso. Ele estava diferente, mais selvagem, como se tivesse soltado algo que normalmente mantinha sob controle. Suas mãos agarravam minha cintura com força, e eu gemi quando ele me penetrou, sem rodeios, sem delicadeza. Era o que eu precisava, o que ambos precisávamos — sentir que estávamos vivos, que éramos reais, que aquilo era nosso.

Ele me moveu com uma intensidade que me tirou o fôlego, cada empurrão mais forte que o anterior. Eu me agarrei a ele, minhas unhas cavando levemente suas costas, enquanto ele me dominava completamente. O quarto parecia girar ao nosso redor, os quadros de animes nas paredes testemunhando algo que era só nosso, só daquele momento.

Quando ele me virou, colocando-me na posição de frango assado, eu senti uma onda de calor percorrer meu corpo. Ele estava mais fundo agora, cada movimento seu me levando mais perto do limite. Eu olhei para trás, nossos olhos se encontrando, e foi como se o mundo parasse. Naquele instante, não havia tempestade lá fora, não havia expectativas familiares, não havia nada além de nós dois.

Eu vi nos olhos dele a mesma necessidade, a mesma entrega, e quando ele finalmente chegou ao clímax, eu não consegui segurar o meu. Gozamos juntos, nossos corpos tremendo, nossas respirações pesadas e sincronizadas. Ele desabou ao meu lado, ainda me segurando, como se não quisesse que eu fosse embora.

Ficamos ali, deitados, ouvindo a chuva lá fora, nossos corpos ainda quentes e conectados de uma maneira que ia além do físico. Eu não sabia o que aquilo significava, não naquele momento. Tudo o que eu sabia era que, pela primeira vez em muito tempo, eu me senti completo. E, pelo jeito que ele me abraçou, me apertando contra seu peito, eu sabia que ele também sentia o mesmo.

Acordei me sentindo como se tivesse dormido em uma nuvem. Cara, o que tem nessa cama dele? Penas de gansos virgens do sul da Ásia? Eu me espreguicei, ainda meio grogue, e levantei quase que pisando em ovos. Fernando não estava no quarto, e o lugar estava tão escuro que eu tropecei em alguma coisa no chão. Segurei o grito, mas xinguei até a última geração dentro da minha cabeça.

Quando finalmente abri a porta, fui recebido pelo cheiro delicioso de café e por uma luz que quase me cegou. O apartamento era todo uma parede de vidro, e a vista era de matar. Era como estar no topo do mundo, com a cidade de São Paulo estendida lá embaixo, ainda meio enevoada pela chuva da noite anterior.

Na cozinha, Fernando estava cantarolando alguma música, completamente à vontade, usando apenas uma cueca da Calvin Klein. Eu não resisti. Aquele homem tinha um poder sobre mim que eu nem tentava entender mais. Chamei ele baixinho para não assustá-lo, mas ele já tinha me visto. Sorriu, e eu não consegui me controlar. O cheiro dele, misturado com o do café, me deixou completamente excitado.

Eu me aproximei, deixando o café de lado por um momento, e me ajoelhei na frente dele. O cheiro do pau dele era intoxicante, e eu não consegui me segurar. Comecei a mamar ele como um bezerro faminto, quase engasgando com a intensidade. Fernando soltou um gemido baixo e pressionou minha cabeça contra o corpo dele, me guiando com uma mão firme.

Foi nesse momento que ouvimos a porta do apartamento abrir. Eu levantei no susto, e Fernando puxou a cueca para cima, pegando um avental para cobrir a ereção. A mulher que entrou parecia tão constrangida quanto nós, mas respirou fundo e se aproximou. Ela era claramente rica — cabelos pretos impecáveis, óculos de armação fina e uma roupa que parecia ter saído diretamente de uma revista de moda. Tudo nela gritava "mulher de sucesso".

— Fernando? — ela questionou, mas os olhos dela estavam fixos em mim, não nele.

— Mãe, o que a senhora está fazendo aqui? — Fernando perguntou, tentando disfarçar o constrangimento.

— Bem, eu tentei entrar em contato com você nesta última semana, mas... — ela começou, mas foi interrompida por Fernando.

— Desculpa — ele disse, rapidamente.

— E quem é o seu amiguinho? — ela perguntou, como se Fernando ainda tivesse dez anos.

— Ele é o Joel. Ontem estava chovendo muito, e ele acabou dormindo aqui — Fernando explicou, tentando manter a calma.

— Entendi — ela respondeu, com um sorriso amarelo.

— Prazer — eu disse, nervoso, sentindo o peso do julgamento nos olhos dela.

Ela me olhou por um momento, como se estivesse tentando decifrar quem eu era, mas logo voltou a atenção para Fernando.

— Filho, nós vamos fazer uma viagem para celebrar as festas de fim de ano na Inglaterra. Por esse motivo, decidimos fazer a festa de Natal na próxima semana.

Fernando olhou para mim, como se estivesse pedindo permissão, e então disse:

— Eu vou, mas vou levar o Joel junto.

Ela hesitou por um momento, mas acabou concordando, ainda que relutantemente.

O encontro terminou de forma constrangedora, e a mulher saiu sem olhar para trás. O silêncio que se seguiu era estranho, mas de alguma forma, o café quente e o sanduíche que Fernando fez pareciam amenizar a tensão. Dei uma mordida hesitante, e para minha surpresa, estava delicioso.

Fernando, sempre tranquilo, parecia querer dissipar o clima estranho. Ele me lançou um olhar breve, um meio sorriso nos lábios, e disse que, apesar de tudo, seus pais eram gente boa. Tentei decifrar se havia ali um toque de ironia, mas ele parecia sincero.

No caminho de volta para casa, fiquei remoendo tudo aquilo. O convite ainda ecoava na minha cabeça. Conhecer a família dele... era um passo grande. Será que eu estava pronto para isso? Para ser visto de perto, avaliado, talvez julgado? Ou será que estava tentando encontrar desculpas para fugir de algo que, no fundo, eu também queria?

Quando ele estacionou em frente ao meu prédio, virei o rosto para encará-lo e o beijei, um beijo quente e demorado. Havia uma expectativa silenciosa no olhar dele, e antes que eu pudesse racionalizar demais, soltei um suspiro e aceitei.

Eu queria conhecer mais sobre Fernando. Mas será que queria o suficiente para enfrentar o que viesse pela frente?

A semana seguinte passou voando. Com a ajuda dos meus amigos do posto, consegui comprar algumas roupas decentes para a festa. Lucas e Paloma me levaram até o Brás, um lugar ideal para encontrar roupas baratas e de qualidade. Andamos por galerias gigantes, e pela primeira vez, me senti realmente próximo dos meus colegas de trabalho. Eles até guardaram o segredo dos meus "jobs noturnos", o que me deixou mais tranquilo.

Quando o dia da festa finalmente chegou, eu estava nervoso, mas também animado. Era uma chance de ver o mundo de Fernando de perto, de entender quem ele era além daquela pessoa incrível que eu conhecia. E, de alguma forma, eu sabia que aquela festa seria um divisor de águas para nós dois.

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