Capítulo 1: A Namorada
Sexta-feira. A sexta-feira mais importante da minha vida, pelo menos na teoria. Estamos em um restaurante meio metido a besta – toalhas brancas impecáveis, garçons de gravata borboleta e um clima tão formal que até respirar parece inadequado. Escolhi o lugar por motivos óbvios: impressionar Raquel. Tudo gira em torno dela hoje.
Ela está sentada à minha frente, e eu tento não parecer um idiota olhando para ela como um filhote esperando aprovação. Ela mexe no cabelo distraidamente, enquanto seu olhar alterna entre o menu e o celular. Aposto que está respondendo mensagens da Rafa ou vendo algo que vai me obrigar a rir depois, mesmo que não ache graça.
Não me importo. Hoje é o aniversário dela, e a programação foi intensa: compras no shopping, escolhas intermináveis de roupas e sapatos, e eu fingindo que tenho paciência infinita. Tudo por ela. Ou quase tudo.
O que eu realmente quero – e se você me julgar por isso, paciência – é terminar essa noite em um motel. O melhor da cidade, diga-se de passagem. Já separei o dinheiro, fiz as contas umas cinquenta vezes, e até ensaiei mentalmente como convencer Raquel sem parecer desesperado. Ela ainda não sabe das minhas intenções. Mas vai saber.
– Então, o que você achou do vestido? – pergunta, sem tirar os olhos do celular.
– Ficou lindo. Realçou... tudo. – Tento soar casual, mas sei que ela percebe a pausa suspeita.
Raquel ri baixo, aquele riso que ela solta quando sabe que me deixou desconfortável. Não é culpa dela, na verdade. Sou eu quem transformou o simples ato de respirar perto dela em um exercício de autocontrole.
Passei o dia inteiro ao lado dessa mulher. Fomos ao shopping, o que já é um tipo de inferno particular para mim, mas, com Raquel, até isso parece valer a pena. Ela escolhia roupas, experimentava sapatos, e eu? Observava. Observava e pensava em como cada peça ficava no corpo dela, mesmo sabendo que, no fundo, eu só queria ver como ficaria sem nada.
Se estou sendo superficial? Talvez. Mas quem nunca esteve à beira do abismo de desejo, fingindo ser apenas um namorado atencioso?
Hoje é o aniversário dela. Vinte anos. A idade em que a vida parece um roteiro de filme. Para mim, é um divisor de águas. Tenho uma meta para essa noite. Simples, direta e, talvez, utópica: hoje, eu quero perder a virgindade com o amor da minha vida.
"Amor da minha vida" é um termo forte, eu sei. Mas é assim que vejo Raquel. Desde o primeiro momento em que ela me olhou daquele jeito casual, como se já soubesse que me tinha nas mãos, algo em mim mudou. A cada risada dela, a cada toque, fico mais convencido de que essa garota é minha última chance de entender o que é ser feliz de verdade.
– Você está quieto hoje – ela comenta, finalmente largando o celular.
– Só pensando – respondo, tentando parecer mais profundo do que realmente sou.
– Pensando no quê?
– No que vem depois.
Ela ergue uma sobrancelha, como faz sempre que está prestes a me provocar. – Depois do jantar?
Exatamente. Depois do jantar. Depois de toda essa formalidade sufocante. Depois de gastar metade das minhas economias no restaurante mais caro que eu já pus os pés. Depois, quem sabe, possamos ir para um lugar mais reservado.
– Quem sabe – digo, deixando minha resposta em aberto.
Ela sorri, mas há algo nos olhos dela que me desconcerta. É como se ela pudesse ler tudo o que estou tentando esconder. Raquel tem essa habilidade inquietante de saber quando estou planejando algo, mesmo que eu finja desinteresse.
A ansiedade me consome enquanto esperamos os pedidos chegarem. Penso no dinheiro que guardei para o motel. Escolhi o melhor da cidade, porque, claro, nossa primeira vez tem que ser especial. Não dá para levar a mulher que você ama para um lugar qualquer com lençóis duvidosos.
Minha mente divaga. Imagino como será. O toque da pele dela contra a minha, o perfume que parece impregnar o ar ao redor dela. Já ensaiei tudo na minha cabeça tantas vezes que quase parece real. Quase.
Mas também há o medo. Medo de estragar tudo. De que ela não queira. De que, no fundo, eu esteja sozinho nesse plano ambicioso que criei.
– Sério, você está muito estranho. – Ela insiste, inclinando a cabeça e me olhando com aquele ar curioso.
– Só... ansioso.
– Ansioso pelo jantar ou por outra coisa?
A pergunta é uma armadilha. Tenho certeza. Mas não sou idiota a ponto de cair nela.
– Ansioso para passar mais tempo com você – respondo, sorrindo daquele jeito que ela sempre diz que é “fofo”.
Ela não está errada. Por dentro, estou um caos. Cada palavra dela parece mexer comigo de um jeito que não consigo explicar. E isso me deixa ainda mais convencido de que, sim, Raquel é o amor da minha vida.
O garçom chega com as bebidas, interrompendo o momento. Aproveito para respirar fundo e me recompor. Ainda há tempo.
A noite está só começando.
– Será que eles vão demorar muito? – Ela levanta os olhos do celular, me encarando com aquele ar casual, como se não soubesse que eu detesto atrasos.
– Sua família gosta de fazer entradas triunfais, não é? – respondo, tentando parecer descontraído, mas falhando miseravelmente.
Ela sorri. Sorriso pequeno, mas genuíno. Por um instante, esqueço que estamos cercados por casais barulhentos, talheres batendo e garçons apressados. Raquel tem esse efeito sobre mim. Não é justo.
Capítulo 2: O Sogro
A primeira pessoa a entrar no restaurante é o sogrão. Reinaldo. O homem que, sem pedir, ocupa todo o espaço. Ele caminha à frente de todo mundo, peito estufado, postura impecável, como se fosse o próprio centro do universo. É o tipo de sujeito que você olha e pensa: “Esse cara deve dormir em cima do ego.”
De cara, ele vai direto na direção da nossa mesa, sem nem se preocupar se o resto da família está acompanhando. Atrás dele, vejo a silhueta de Rose, minha sogra, andando rápido para não perder o ritmo, enquanto ajusta o cabelo como quem tenta manter a dignidade ao mesmo tempo que acompanha uma maratona. E logo depois vêm as irmãs de Raquel, mas elas são apenas vultos por enquanto. Tudo o que vejo, tudo o que sinto, é a presença esmagadora de Reinaldo.
E como ele é, digamos... contraditório.
Fisicamente, o homem é o retrato da perfeição masculina convencional: cabelo curto e arrumado como se tivesse saído direto de um comercial de shampoo masculino, barba bem-feita, camisa impecavelmente alinhada. A mandíbula é forte, daquele tipo que parece ter sido esculpida por um arquiteto – o que é irônico, considerando minha profissão.
Mas é no jeito que ele se move que a coisa realmente pega. Cada passo que ele dá é carregado de uma confiança que não admite questionamentos. Ele não anda; desfila. E, por mais que eu odeie admitir, é difícil não respeitar alguém que parece tão absolutamente seguro de si.
Reinaldo para ao lado da mesa, e meu corpo automaticamente se endireita. É como se ele emitisse uma aura que me força a agir como um garoto que acabou de ser chamado pelo diretor.
– Miguel – ele diz, com aquele tom que mistura cumprimento e avaliação.
– Seu Reinaldo – respondo, tentando manter a compostura.
Ele estende a mão, e eu aperto. Forte, mas não forte demais. Nunca sei qual é a medida certa. E, como sempre, ele aperta um pouco mais, só para deixar claro quem é o macho alfa nessa interação.
Raquel se levanta e abraça o pai, e é nesse momento que a dualidade de Reinaldo fica evidente. Ele envolve a filha num abraço caloroso, quase paternal demais, como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo. O que, para ele, provavelmente é.
– Parabéns, minha princesa – ele diz, e a voz muda. De austero para afetuoso em um piscar de olhos.
E então ele solta Raquel, se vira e... nada. Nem um olhar para Rose. Nem um gesto. Nada.
Rose chega à mesa logo depois, ajeitando a alça da bolsa no ombro enquanto tenta acompanhar o ritmo de Reinaldo. Ele não puxa a cadeira para ela, não estende a mão, não faz sequer um movimento que demonstre que eles vieram juntos. É desconfortável de assistir, mas, ao mesmo tempo, fascinante.
Eu me levanto automaticamente para cumprimentá-la – não porque sou um cavalheiro perfeito, mas porque, depois de ver o descaso de Reinaldo, qualquer gesto mínimo parece heroico.
– Dona Rose – digo, sorrindo.
– Miguel – ela responde com um sorriso educado, mas cansaço nos olhos.
E lá está ele, sentado à mesa antes mesmo que ela consiga tirar o casaco. Raquel não parece perceber – ou, se percebe, finge muito bem. Mas eu vejo. Eu vejo como o homem que exige que eu trate a filha como uma princesa – o que eu faço, diga-se de passagem – trata a própria esposa como uma figurante.
Reinaldo exige muito de mim. Desde o dia em que conheci o homem, deixou claro que, se eu quisesse estar com a filha dele, precisaria ser o melhor. Abrir portas, puxar cadeiras, carregar bolsas, e tudo isso com um sorriso. Ele me ensinou a ser o tipo de namorado que Raquel merece. Mas o mais irônico? Ele mesmo não segue nenhuma dessas regras com Rose.
Ele é o tipo de homem que fala sobre respeito e valores familiares enquanto anda na frente da esposa como se ela fosse uma sombra. Não pega na mão dela. Não a olha. É quase como se, para ele, Rose fosse uma obrigação, não uma escolha.
E, apesar de tudo isso, eu me vejo querendo a aprovação dele. É patético, eu sei. Mas há algo na autoridade de Reinaldo que me faz querer provar que sou digno. Talvez porque, no fundo, eu saiba que ele é o espelho do que eu não quero me tornar.
Raquel, ao meu lado, sorri para mim, tentando aliviar a tensão. E funciona. Porque, apesar de toda a presença esmagadora de Reinaldo, é por ela que estou aqui.
Reinaldo pode ser o homem mais contraditório que eu já conheci, mas, de certa forma, isso só reforça minha vontade de ser diferente. De ser melhor.
Porque, no final do dia, tudo o que importa é Raquel.
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