Casamento Arranjado! Cap. 4

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 1630 palavras
Data: 28/02/2025 20:20:35

— Veja, foi mal... — Eduardo esfrega a cabeça cinicamente.

— Isso foi tão embaraçoso! — o fixo.

— O que houve?

— Dá pra você cobrir essa... coisa?! — enrubesço desviando o rosto daquilo.

— Como se ‘cê nunca tivesse visto uma dessas... Além disso, eu tô de cueca.

— Acho melhor você começar a dormir de bermuda. — sigo pro banheiro — Aliás, o Feh vai dar uma passada aqui hoje.

— Quem é “Feh”?

— Um parceiro da universidade.

— Hum... — ele murmura cruzando as pernas e pondo as mãos sobre suas partes baixas apertando-as.

****

Após realizar minhas tarefas, que incluíam o bolo de cacau do Eduardo, fui até o quintal; aquele espaço de certo modo me fascinou desde o instante em que o vi. Deito sobre a relva e fico observando o firmamento, de repente tudo parece um devaneio, pois jamais imaginei que estaria casado tão cedo e muito menos quase abastado.

A única parte ruim, se eu for refletir, é o fato de tudo ser um trato. Eu daria qualquer coisa pra ter me casado com alguém que eu amasse de verdade e fosse rico, mas a vida não age assim e, pensando bem, não sei se sou capaz de me apaixonar de novo agora, ao menos não depois que eu terminei com o Luigi... Eu amava aquele canalha. Era incrível imaginar que alguém me queria, mas tudo não passou de uma ilusão.

[Recordação]

Estou exausto, atuei da aurora até o entardecer e depois fui pra faculdade, nem deu tempo de me banhar. Me sinto imundo, uma sensação muito incômoda, não vejo a hora de chegar em casa, preciso aproveitar meu namorado e, de bônus, sua massagem.

O coletivo para e eu desço tropeçando nos próprios pés de tão fatigado que me sinto, seguindo depressa rumo ao apartamento do Luigi. Eu aluguei uma quitinete pra mim, onde guardo a maior parte das minhas coisas, mas ultimamente estou praticamente vivendo com ele.

Uso minha cópia da chave, destranco a porta e entro; jogo a mochila no sofá e vou beber um copo d’água me sentindo desgastado, porém aliviado por ter chegado.

— Amor?! — chamo enquanto coloco o copo na pia; o lar está estranhamente quieto e não o vejo em nenhum canto, então sigo até o quarto e começo a escutar ruídos suspeitos; enrugo a testa empurrando a porta — Am...?!

O que vejo à minha frente é como um tapa na cara. Luigi está na cama com o vizinho, segurando-o firme pela cintura enquanto o outro se agarra a ele gemendo como uma vadia.

Sinto meu peito falhar uma batida e uma dor ardente se instalar próxima ao coração, minha garganta repentinamente parece se fechar, estou paralisado e os dois nem sequer me notam enquanto transam despudoradamente na minha frente. Finalmente desperto do choque, limpo a garganta, que está tão seca que dói, e falo com um fio de voz que nem parece minha.

— Luigi... — murmuro já sentindo as lágrimas ameaçarem cair.

— André?! — ele se sobressalta ao ouvir minha voz, mas não se move um centímetro de onde está; o vizinho tenta se erguer, parece totalmente sem jeito, mas Luigi o mantém no lugar — O que você tá fazendo aqui, André?

— O QUE EU TÔ FAZENDO AQUI?! EU QUE DEVERIA FAZER ESSA PERGUNTA! — minha voz falha e embarga — Não acredito que você me enganou... e ainda mais com ele, no seu lar! Poderia ao menos ter tentado esconder, seu cretino.

— Quê?! Eu não te enganei, a gente só tava ficando, não era?! Por que eu precisaria ocultar algo?!

— Você tá falando sério?! A gente tava praticamente morando junto!

— Bom, isso é porque você simplesmente começou a vir, e já que ‘cê já tava aqui mesmo, melhor pra mim... Facilitava a transa, não era?! — ele acaricia o rosto do vizinho sorrindo cinicamente pra mim — Eu nunca disse que não ficaria com mais ninguém, achei que você também pensava assim! Além do mais, você também curtia o sexo... Mas sabe, o tempo passa e nossas vontades mudam, eu precisei de novidade e testar coisas diferentes e olha só... Agora tenho carne fresca, por que eu ficaria com a velha se posso ter uma novinha?!

— Pois eu espero que você seja muito feliz com sua “nova carne”. — dou as costas e saio batendo a porta do cômodo.

— Tranca a porta ao sair... e deixa sua chave sobre a mesa de centro. — ele grita de dentro do quarto.

— Canalha! — digo entre lágrimas de raiva e mágoa — Isso não vai ficar assim, mas não vai mesmo!

Sigo até a cozinha, pego o pilão de tempero e atinjo com toda força a tela da TV de quarenta polegadas, pego uma faca, rasgo o sofá, viro os dois e volto para a cozinha, então arremesso todos os pratos e copos de vidro no chão e saio disparado porta afora sem fechá-la, como ele pediu.

[Fim da recordação]

— Que inferno! — falo enxugando as lágrimas.

— O que houve? — me levantei sobressaltado com a voz grave que rompe o silêncio — Por que ‘cê ‘tá chorando?! — Eduardo me encara intrigado com um prato repleto de bolo de cacau nas mãos.

— Nada... só eu que sou um imbecil!

— Como assim? — ele indaga mastigando um pedaço do bolo enquanto enruga a testa.

— Deixa pra lá! — volto a me deitar na relva e fecho os olhos, ignorando-o. Não quero responder mais nenhuma questão, pois só servem para reabrir a ferida.

****

— Bicha, que palácio é esse?! — Feh fala adentrando admirado.

— Eu sei... É um deslumbre, não é?!

— É extraordinário!

— Tem doze dormitórios, oito lavabos, duas salas, uma cozinha enoooorme, uma biblioteca, uma mini academia... fora o que eu ainda não descobri.

— Tem piscina?

— Lógico que tem!

— Então vamos nos trocar, porque hoje eu vou me esbaldar.

— Eita... kkkk

— Cadê seu esposo?

— Deve tá lá na piscina. — seguimos para o aposento onde Feh ficará.

— E como tá sendo isso tudo? — ele pergunta adentrando o quarto.

— Olha, eu vou te contar tudo, mas não conta isso pra ninguém, entendeu, Felipe?! — ele assente e começa a remexer a mala.

****

— Nossa, amigo, deve tá sendo complicado.

— Demais! Ele é um ogro... super grosseiro.

— Como é ter que ficar beijando ele? — Feh me pergunta parecendo mais animado do que devia com aquilo, enquanto descemos rumo à piscina.

— Normal...

— Ele beija bem?

— Sim, mas ontem eu passei mal, porque ele ficou arrotando no jantar, aí lembrei na hora do beijo e deu ruim.

— Oxe, e o que tem demais num arroto?

— Você sabe que eu sou fresco pra essas coisas. — Chegamos à piscina.

— Caraca, que piscina é essa, meu querido?! — Eduardo, que está do outro lado, tomando um banho de sol, nos encara quando chegamos, mas eu o ignoro o quanto posso.

— É aquele ali?!

— Tsk, vem, vou te apresentar a ele. — digo porque sei que ele não vai me deixar em paz enquanto não o fizer; ele sorri entusiasmado — Eduardo, esse é o Feh, Feh, esse é o Eduardo! — Eduardo se ergue e aperta a mão do Feh rapidamente.

— Satisfação!

— Igualmente! — diz voltando a se deitar para continuar o banho de sol logo depois.

— Aaaah, isso que é vida! — Feh mergulha na água radiante — Vem, André.

— Não, acho que não! Tô sossegado aqui. — falo sentando na borda da piscina.

— Tira logo esse bermudão e entra aqui... antes que eu vá aí te arrastar.

— Tá! — tiro o short ficando apenas de sunga, viro de costas pro Feh e arremesso o short em direção às espreguiçadeiras.

— Amigo, que traseirão é esse?! — ele ri — Tá maior ou é só impressão minha?

— Para com isso... É só impressão sua! Tá do mesmo tamanho de sempre.

— Caramba, fiquei até com calor aqui embaixo agora, não é à toa que seu marido não tira os olhos dela. — sinto meu rosto esquentar.

— Eu não tô olhando pra canto nenhum. — me assusto com a voz do Eduardo atrás de nós, ele parece irritado.

— Ah, vai... não precisa mentir! — pulo dentro da piscina.

— Vamos parar de bobagens! — me recosto na borda da piscina e Feh faz o mesmo.

— Cara, ele é um gato e não tira os olhos do seu bumbum. — Feh sorri malicioso e arqueia as sobrancelhas com um duplo sentido no gesto, eu simplesmente o ignoro.

— Eu tô ouvindo isso, sabiam?! — Eduardo fala novamente e eu me sinto cada vez mais constrangido; vou acabar matando o Felipe depois.

— Sabe o que eu tô recordando? — mudo de assunto — Da última vez que estivemos numa piscina... Você arrancou minha sunga e saiu fugindo! — Feh começa a rir.

— Foi uma brincadeira, afinal, era seu aniversário.

— Amei o presente! — reviro os olhos e mergulho, agarro a sunga dele e a abaixo.

— Me devolve, imbecil! — ele grita quando eu consigo pegar a sunga por inteiro.

— Vem pegar! — saio da piscina e começo a andar de costas, mas acabo tropeçando nos próprios pés e caindo sentado no colo do Eduardo.

— Droga, que ‘cê tá fazendo?! — ele me empurra e eu acabo caindo de mau jeito — Para de ficar se esfregando em mim, inferno, eu já falei que não sou gay! — eu o encaro com os olhos lacrimejantes, me sinto péssimo e irritado também, pra piorar meu pulso está latejando como o diabo.

— Feh, me ajuda aqui, por favor... acho que machuquei o pulso.

— Calma! — ele fala saindo da água, pega a sunga, veste e segura meu braço me ajudando a levantar — Seu estúpido! — ele encara Eduardo furioso.

— Deixa, Feh... só me leva pro hospital. — começamos a ir em direção à garagem — Você sabe dirigir? — ele acena com a cabeça.

— Bem que você falou que aquele cara é um ogro! — ele dá partida no carro com raiva.

— Nunca mais vou dirigir uma palavra a ele!

— Mas, e o acordo?

— Posso beijá-lo e dividir a mesma cama, mas vou ser frio e mudo... Vai ser como se ele não existisse.

— É uma excelente estratégia!

Continua...

🙏🙏Entrem no grupo por favor!!🙏🙏

https://chat.whatsapp.com/FKdxVOBwKhM5uCk3lcFRtu

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Alex Lima Silva a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários