Nossa relação chegara ao ápice com aquele surpreendente beijo. Se a coisa tivesse parado por aí, eu teria me dado por satisfeito, pois tinha ido mais longe do que jamais pensara. Aquele beijo, único e último, tinha sido o nosso limite, um limite que jamais pensaria em ultrapassar: era tudo o que poderia haver entre nós e jamais supomos que seria ultrapassado.
Depois do beijo, que valeu várias punhetas naquela tarde, com o pau recusando-se a amolecer, eu julguei que ela me evitaria nos próximos dias E qual foi minha surpresa quando no dia seguinte, ao cruzar com ela casualmente no portão, deparei-me com ela toda feliz, com um encantador sorriso, que era mais que um convite que queria dizer “quero mais”. Sua cara de felicidade me desconcertou e fiquei louco para tirar a limpo. Estava próximo da hora de minhas sobrinhas irem para a escola e esperei ansioso pelo momento. Mal a Kombi apanhou as meninas e corri para sua porta, onde bati.
Ela abriu e recebeu- me com um abraço e um longo beijo, logo ali, no corredor. Um longo beijo, que explorava todas as possibilidades que um beijo pode proporcionar: beijo que começou num suave encontro de lábios semicerrados, um tatear lento exploratório, como se procurássemos descobrir invisíveis saliências, pressão leve sobre o lábio superior, depois o inferior, lenta exploração com a língua que ela acolheu e em seguida sua língua ansiosa invadiu minha boca e assim ficamos longos minutos nos sugando incansavelmente. Esse era “o Beijo”, indiscutivelmente. Minhas mãos pousadas em sua cintura, as suas em meus ombros. Apertei-a em meus braços, ela me abraçou forte, beijei suas orelhas, ela riu e fugiu, como se sentisse cócegas.
Nada dizíamos. Eu lhe beijava as faces. Quis deslizar as mãos por suas costas, ela não deixou ‘aí não!’, insisti, ela fez que não e me mordeu o queixo, leve a principio, um pouco forte depois. Olhou-me longamente, acariciou o meu rosto dizendo:
‘que loucura.. somos loucos...” Ela disse:
‘voce é linda’ e acariciava seus braços. Deslizei as mãos para seus seios e ela não deixou tocá-los, fez ‘não’ com o dedinho. Beijei seu pescoço, ela beijou meu tórax. Beijei sua boca de modo impetuoso, abraçando-a, ela correspondeu me puxando pela nuca. Afastou-se, por um momento, de súbito.
‘a gente não pode, ‘
“eu sei, mas é tão bom”
a gente fica assim, é gostoso, tá bom?’
’ eu quero mais’
‘mas a gente não pode, é loucura...’
Trouxe-a para mim, nossos ventres se roçaram, meu membro duro encostou nela, que gemeu
‘danadinho’ e riu, ‘vai embora...’ beijei-a. ‘É perigoso, vai...’ , ela insistia que eu fosse. Tinha medo e eu também.
E naquele dia, não ousei continuar. Obedeci a contragosto, mas tinha de atender seu pedido... Fui embora direto para o banheiro me aliviar.