Depois de ter a primeira vez com Lucas, enfim fomos estudar e o ajudei muito parecendo interessado de verdade, mais até do que nos dias anteriores. Provavelmente me ter de menina com uma roupinha despretensiosa de ficar em casa com o namorado, como ele disse, o estimulou ainda mais.
Só paramos para ir ao culto obrigatório e ao jantar, mas quando voltamos, cada um foi tomar banho separadamente e quando voltava para o quarto vestindo meu pijamão gigante de disfarce, o ajudante de Miguel que fazia a vistoria em cada quarto para ver se os internos estavam estudando me reconheceu.
– Não vou mais fazer vistoria em seu quarto enquanto o Lucas estiver lá. Como o pai dele quer que ele tenha responsabilidade de estudar, não quer que ninguém o cobre. Segundo sei é a última chance que o Pastor K dá a ele. E você eu não preciso verificar, porque tem excelentes notas.
– Obrigado. O Lucas me pediu para o ajudar a estudar. Acho que o pai dele está conseguindo que ele tenha responsabilidade. Vamos ver quando as primeiras notas chegarem.
Eu não sabia como Lucas conseguia tudo de seu pai daquela forma e ainda fazendo parecer que era muito natural, enganando a todos sua verdadeira intenção.
Chegando ao quarto e o trancando com a trava contei a ele sobre o fiscal de estudo e ele sorriu satisfeito e então pedi que se virasse para me trocar. Coloquei um dos pijaminhas novos com short e blusinha, não muito diferente da roupa que usei a tarde. Só coloquei uma outra calcinha pois tinha lavado a xadrez no box e a pendurei para secar dentro do armário. O detalhe foi que não usei sutiã e a calcinha ficava bem mais visível do que sob aquele short da tarde.
Quando me viu não escondeu sua empolgação.
– Eu vou estudar muito para ter como obrigar meu pai a me deixar morando aqui com você até o fim do colegial. Você fica demais de roupas de menina, inclusive esse pijaminha. Te ver com esse bumbum lindo com essa calcinha parecendo me dá vontade de te comer de novo. E você me prometeu isso depois que as lâmpadas apagarem, me cobrou.
– E vou cumprir, mas só após uns 15 minutos das luzes apagarem. Até lá vamos estudar, se você quer manter isso.
O ajudando naqueles dias, descobri que Lucas era muito inteligente e pegava tudo fácil. O que o fez ser um péssimo estudante com notas 2,5 a 3,5 como me contou foi a vida que levava usando remédios poderosos para ficar alucinado e seu caso com a mulher mais velha que tomava muito tempo seu. Fora as brigas que arrumou com sua família por esses motivos.
Quando as luzes se apagaram, ao dar o tempo que pedi, o sinto se sentando em minha cama e se deitando sobre mim. Achei que ia ser outro papai e mamãe, mas ele queria outra coisa.
Primeiro me beijou e se levantando de meu peito, tateou até achar a barra de minha blusinha de pijama e a levantou até acima de meus seios. Então veio e abocanhou um enquanto sua mão acariciava o outro.
Naquele silencio absoluto do dormitório não podíamos fazer barulho e até falar era preciso falar através de sussurros. Lucas matou toda a vontade que estava acumulada por meus seios estando completamente livres. Ele mamou muito, mas também deu mordidinhas fortes em meu biquinho.
Não que eu ficasse lá pensando o tempo todo. Termina logo. Termina logo. Termina logo, mas eu entrava em um estado de parecer não estar em meu corpo mesmo sentindo de leve e de longe o que ele fazia comigo. As descrições que faço são mais intensas do que eu sentia para que quem esteja lendo possa perceber também o lado de Lucas.
Quando se satisfez, se encaixou entre mim e a parede de lado e me fez ficar de costas para ele em uma conchinha bem encaixada, segurou meu seio e então sussurrou em meu ouvido.
– Se fossemos dormir juntos iria querer dormir assim bem encaixadinho e também dá para fazer o que vou fazer agora.
Tirando a mão de meu seio a levou a parte de trás o short de meu pijama e o foi puxando para baixo junto com a calcinha até que chegasse aos joelhos os deixando ali. Aí sinto outro movimento que parecia ser ele passando o gel em seu pau. E aí sussurrou de novo.
– Vou passar só um pouco em meu pau e nada em seu cuzinho para não melecar seu pijama e calcinha. Você aguenta?
– Sim, sussurrei de volta corajosa.
Lucas tinha razão e eu não queria ter que levantar depois para trocar a calcinha. Quando ele tinha chego na cama senti sua toalha escorregando em minha perna e sabia que poderia a usar para me limpar do pouco que ficaria no meio de meu bumbum.
Se contorcendo todo Lucas conseguiu se encaixar e veio me penetrando sem novas dores e pensei que foi porque ainda devia ter lá dentro seu esperma e o gel daquela tarde ajudando na lubrificação.
Quando se enterrou todo, voltou com uma mão ao meu seio, mas desta vez enfiou por baixo da blusinha o sentindo pele na pele. Devagar ele ia e voltava em meu bumbum gemendo baixinho.
– É tão confortável essa posição, não é?
– É sim.
– Além de ser confortável é muito bom assim juntinho com você. Se um dia dormirmos a noite toda juntos vamos dormir assim. Pena que não vou demorar de novo. Ficaria a noite toda.
– Não podemos, temos que dormir.
– Eu sei, falou acelerando um pouco os movimentos.
Quando se aproximou do gozo, Lucas usou seus dedos grandes espremendo meu biquinhos me tirando dor ao invés de prazer, mas não disse nada para não estragar seu momento e então gozou pela terceira vez em meu bumbum naquele dia no sexo mais diferente que já tinha feito, pois foi a primeira vez a noite, além de estar em uma cama com mais de 200 garotos tão próximos naquele dormitório.
Quando acabou, Lucas saiu de mim e me deu a toalha e após me limpar e ajeitar o pijama, roubou um selinho.
– Boa noite Carlinha. Esse foi o melhor dia de minha vida e jamais vou me esquecer.
Só respondi foi boa noite, porque nada daquilo que ele sentiu naquele dia eu sentia e antes de dormir pensei chateado se conseguiria mesmo namorar, transar e casar com uma garota e pareceu tão mais distante esse desejo.
Na manhã seguinte, fui surpreendida por Lucas antes da sirene tocar acordando todo animado. Em minha cama, todo gentil, me colocou de bruços, abaixou meu short e calcinha e me comeu sussurrando em meu ouvido o quanto estava gostoso fazer sexo comigo pela manhã até que gozou uma quantidade muito maior no fundo de meu rabinho. E ao se levantar me deu tolha para me limpar e se foi para sua cama, mas logo a sirene tocou e as luzes se acenderam.
Devagar Lucas ia fazendo comigo coisas que nunca tinham sido feitas como esse último sexo matinal, me fazendo pensar que fui transformada em uma namoradinha submissa total que satisfaria seus desejos mais ardentes e por mais tempo do que satisfiz todos os garotos anteriores que me tiveram no máximo uma hora por dia e Lucas agora me tinha 15 horas por dia se ficássemos no quarto desde após o trabalho até o acordar do dia seguinte.
Haveriam os compromissos que combinamos fazer nesses horários, mas quando não houvessem eu seria dele todo esse tempo.
Nos dias seguinte Lucas estava insaciável, mas me dizia que era só por ser início de namoro, mas eu dei uns bastas como era de meu direito pelo que combinamos antes. Ele realmente provou ser um amante com muito mais conhecimento do sexo, das posições e de como tratar uma mulher.
Nada muito extravagante, mas fiz sexo de formas que nem imaginava que poderia ser feito e a que me pegou mais desprevenida foi quando lambeu meu rabinho depois de um banho. Não senti nada e fui sincera quando perguntou, mas se justificou que era para me lubrificar só que tinha a certeza que foi mais uma tentativa sua de me fazer sentir algo.
Os comentários maldosos por morarmos só os dois naquele quarto que achei que começariam a acontecer logo não aconteceram e cheguei a algumas conclusões porque ainda não tinham começado quase um mês de estarmos sós.
A primeira delas é que estudantes desistiam no meio do semestre, mas nenhum chegava nesse período sempre começando as aulas no primeiro dia do semestre. Sabendo disso e vendo outros quartos ficando vagos todos os garotos daquele dormitório poderiam estar pensando que só estávamos sozinhos porque não havia necessidade de vagas.
A outra conclusão foi que minha ideia de levar meus amigos em nosso quarto, as vezes com Lucas lá e outras sozinho, tinha ajudado muito para que vissem aquele como um quarto normal de garotos sem saber que dentro daquele armário muito bem trancado, haviam as provas que o que viam não era verdadeiro.
Claro que havia uma curiosidade no colégio de como vivia o filho do diretor e esses amigos certamente espalharam que ele viva em um quarto comum como todos os outros alunos. Até o viram estudando e me fazendo perguntas sobre a matéria enquanto estávamos lá falando de coisas de garotos, inclusive sobre as garotas. Mais de uma vez William falou na frente de Lucas de meu interesse pela Sandra, mas ele sempre se conteve e nem perguntou sobre isso. Muito mais do que eu ele acreditava que eu nunca a conseguiria, pois via em mim a menina que não queria ser.
Lucas me garantiu que foi sem querer, mas inteligente como era, tive a certeza de que o que fez foi proposital para me proteger. Ele espalhou pelo colégio, inclusive para todos os professores que começaram o elogiar pelo novo comportamento e interesse nas aulas que seu amigo Carlinhos, eu, estava dando aulas particulares para ele e o ajudando a estudar e logo todos veriam o resultado pois eu era um ótimo aluno e muito bom professor.
Todos começaram a me perguntar se era verdade, inclusive professores e não tive como mentir e confirmava sua história. Só não pude dizer que quem ensinava era a Carlinha e não o Carlinhos.
Não sei como os estudantes viam nossa relação antes, mas a partir daquele momento começaram a me ver como o melhor amigo de Lucas, o amigo inteligente e que se fosse hoje seria chamado de nerd. Minhas roupas gigantescas e escuras ajudavam a me dar essa imagem e com todo mundo comentando sobre isso ninguém iria pensar que trancados naquele quarto eu era sua namoradinha.
Claro que muitos criticavam seu privilégio de ter o quarto só para dois alunos, mas corria o comentário de que o Pasto K, Diretor e seu pai pagava um mensalidade extra para seu filho ter aquele direito. Ainda assim, era um privilégio.
Minha prima com quem me encontrava só as vezes por ela estar em uma série adiantada, não tinha ideia do que acontecia comigo naquele colégio, e era melhor que sempre fosse assim.
Eu procurava aumentar o número de amizades masculinas para que as desconfianças nunca acontecessem, mas o efeito do que Lucas contou a todo colégio fez com que fossem as meninas que se aproximassem mais de mim querendo ser amigas. Não tão amigas assim, pois o interesse delas era saber tudo sobre Lucas ou que eu as ajudassem a se aproximar dele.
Na única vez que fiz isso, ele ficou tão puto que nunca mais me atrevi e só ouvia os pedidos das garotas, mas não levava mais nada a ele. Então vieram as notas finais do 3º bimestre que Lucas novamente fez questão de revelar a todos e foi uma notícia que se espalhou como fogo.
Dos habituais 2,5 a 3,5 dos bimestres anteriores suas notas foram todas de 7 a 8 e então não tive mais paz por uma semana com todos querendo saber como eu tinha feito aquilo. A explicação que dei, em parte verdadeira, era que por Lucas estar lá internado longe de problemas e focado na escola ajudou muito. Outra explicação era que ele era bem inteligente e só ia mal porque não estudava antes. E finalizava dizendo que eu tinha uma pequena participação por Lucas gostar do modo como eu o ensinava e o ajudava. E era bem verdade, pois ele adorava que eu o ensinasse toda de menina.
Depois desse evento, ninguém desconfiaria do que acontecia entre nós trancados naquele quarto. O problema foi que com todos nos considerando melhores amigos Lucas se aproveitou e ficava em público mais tempo comigo, mas as vezes reclamava dizendo que precisava me relacionar com os outros também para ter meu lado menino e para ninguém desconfiar e ele se acalmava.
Apesar em uma situação não desejada por mim, tinha a paz que me faltou por muito tempo e não me sentia mais intimidada o que tornou minha vida bem melhor. Ainda era abusada pelo simples fato de não querer fazer aquilo, mas entre todos os abusos era o menos agressivo e sempre poderia acabar com tudo, desistindo do colégio.
Para ser sincero depois do desconforto e receio inicial se tornou natural para mim usar calcinhas, shortinhos e pijaminhas dentro de nosso quarto. Lucas adorava, adorava porque meu bumbum redondo e generoso ficava o tempo todo exposto com um shortinho quase sempre um pouco transparente a as calcinhas enterradas visíveis pelo tecido.
Sua insaciedade inicial acalmou um pouco, mas tendo me acostumado com seu pau e sabendo que não me machucaria mais, começou a ser muito mais intenso quando me comia.
No papai e mamãe ele me afundava no colchão com vontade a cada penetração me fazendo subir e descer a seu gosto. Um dia durante um papai e mamãe ele me perguntou se eu conhecia a posição frango assado e respondi a verdade dizendo que não.
Pegando por baixo de meus joelhos ele foi os levantando até que estava na posição que me falou com seu pau enterrado todo dentro de mim e nunca o senti tão fundo, mas Lucas ficou lá parado.
– O que você acha Carlinha? Está dolorido? Desconfortável? Podemos fazer assim? Prometo que não vou ser muito intenso.
Já estava há 3 meses dando meu rabinho para ele de todas as formas, menos aquela, então não seria nem mais e nem menos homem do que queria ser se deixasse.
– Tudo bem, mas só as vezes.
Lucas ficou feliz e cumprindo a promessa de não ser intenso gozou em minha entranhas mais fundo do que já tinha feito.
Outros modos que ele descobriu para me comer foi na cadeira de estudo sentada em seu colo de frente ou de costas e um dia ele foi muito safado, fora de nossa hora de estudo oficial, simulando que eu dava explicações para ele com seu livro na mesinha, enquanto seu pau estava bem no fundo de meu bumbum.
Era assim que passávamos o tempo enquanto estávamos trancados naquele quarto. Dormindo, estudando e fazendo sexo, mas também conversando sobre assuntos diversos. Nosso acordo que era ele me dar proteção e eu meu corpo estava sendo cumprido. Ainda havia o ganho para mim que tinha uma tranquilidade que nunca tive e seu ganho era ter um professor, professora, muito boa que o ajudou muito.
Quando estava chegando o final de novembro e das aulas ele estava triste, eu por meu lado estava feliz pois sairia de férias e ficaria quase 3 meses sem ter que trocar meu corpo por proteção e ainda assim estaria em paz na casa de minha tia, mas também ficaria um pouco na casa de meus pais, com certeza trancado na chácara para que Frank não descobrisse que estava lá.
Meu corpo tinha ganho formas ainda mais femininas naquele ano e se ele me visse seria difícil de o segurar. Diferente de Gilmar que minhas primas tinham contato e me contaram que ele bem com sua namoradinha, de Frank não tinha como saber nada.
As notas do bimestre saiam uma semana antes do fim das aulas junto com as médias anuais e relação dos aprovados, em recuperação e reprovados. A mim não me preocupava nada, mas é claro que tinha curiosidade de saber como seriam as notas do Lucas e se ele faria recuperação.
Quando saíram suas notas foram ainda melhores com 8,5, um 9 e até um 10. E na média do ano ele passou sem recuperação tendo sido uma conquista incrível que ele comemorou empolgado e da forma que mais gostava fazendo sexo comigo 3 vezes naquela tarde e 1 vez durante a noite.
Não só ele ficou empolgado, mas seu pai Pastor K, diretor do colégio o fez me levar para o conhece-lo melhor.
– Oi Carlinhos, queria te agradecer por tudo que fez pelo Lucas. Ele falou que você é bom professor, mas só isso não adiantaria. De alguma forma você o estimulou e o fez ter responsabilidade. No começo ele fez uns pedidos estranhos, mas depois entendi que ele queria poder se concentrar no que você estava ensinando. Você não vai voltar o ano que vem? Tem que voltar, por favor.
O homem estava mais empolgado que o filho e não parava de falar e nem me lembrava mais de tudo o que falou.
– Não foi nada demais pastor K. Eu gosto de estudar e ajudando o Lucas também estudava. E ter ficado com o quarto com pouca gente facilitou estudar e o ensinar.
Era a verdade, mas a verdade que ele poderia saber, pois se soubesse tudo mataria a mim e a seu filho.
– Não entendi porque o senhor perguntou se vou voltar.
– Sei que você tem uma prima aqui e a mãe dela já confirmou a matricula, mas seus pais ainda não.
– Não tenho ideia, porque faz tempo que não falo com eles.
– Se for por causa da mensalidade, posso dar um desconto. Por favor, o Lucas não pode sair do rumo agora. Vou continuar mantendo o quarto só para vocês mesmo que tenha que pagar uma mensalidade.
Eu era jovem, mas entedia o desespero do pai porque tive muitos motivos para me desesperar nos últimos 2 anos. Depois de tudo o que Lucas aprontou e sua recuperação naquele semestre ficando muito mais responsável, é claro que ele estava feliz.
– Está bem, vou falar para eles. Eu quero continuar. Se ficar só com o Lucas será mais fácil para continuar o ensinando.
Não sei se foi exatamente como falei e como descrevo parece ter um duplo sentido, mas em minha juventude não tinha ainda essa maldade. Escolhi que queria ficar lá pois foi o semestre mais tranquilo dos últimos dois anos tendo a proteção de Lucas com a qual me acostumei, mas também precisávamos manter o quarto só para nós para ter liberdade lá dentro e foi por isso que insisti nisso.
– Se você voltar, vou deixar tudo igual, isso se o Lucas continuar assim. Se você ficar aqui até o fim do colegial e conseguir com que ele mantenha o rendimento escolar e ele continuar com o mesmo comportamento, eu me viro de manter vocês juntos.
Foi então que Lucas entrou na conversa.
– Você promete pai? Se cumprir vou me esforçar. Só preciso do Carlinhos me ajudando a estudar porque não tenho disciplina para isso.
– Vou cumprir filho.
– Só uma última coisa. Como os alunos que trabalham integral ficam aqui as férias inteiras, também quero ficar. Se for para casa, capaz de vir maus pensamentos de novo.
Eu sabia o que havia por trás do que Lucas falou. Ele não queria era deixar nosso quarto vazio e alguém entrar e fuçar em nossas coisas com chance de encontrar minhas roupas e não podíamos nos livrar de tudo. Ficando lá garantiria o sigilo e a posição de nosso quarto que era muito bom por ser o último do corredor tendo só um quarto vizinho.
– Tudo bem, mas se ficar vai ter que trabalhar também para ajudar pagar suas refeições e não ter tempo de pensar em bobagens.
Provavelmente seu pai o testou, mas sua resposta surpreendeu a ele e a mim.
– Tudo bem. Você está certo. Aceito.
Saímos de lá conversando sobre o que conseguimos manter. Triste por eu ir embora em 5 dias, se animou sabendo que ficaríamos juntos no ano seguinte. Ele só me fez ligar da tesouraria para meus pais para saber o que tinha acontecido e fechar a matricula.
Quando falei com meu pai, descobri que foi puro esquecimento e contando a ele do desconto que o diretor deu, ficou bem feliz pois achava que iria aumentar e não diminuir. No final autorizou a matricula conversando com o tesoureiro deixando Lucas muito feliz.
Os 3 dias finais transcorreram como os outros e como não precisávamos mais estudar para provas Lucas quis que eu ficasse mais no quarto e fiquei. Então quando chegou o dia de ir embora, ele quase chorou dando bandeira, mas se segurou.
Aquelas férias, passei 15 dias na casa de meus pais e o restante na casa de minha tia. Como pensei antes, nem sai de casa até porque Frank tinha destruído todas minhas amizades e não tinha para onde ir. Eu lia, assistia TV ou não fazia nada, mas meu coração sempre ficava acelerado quando escutava alguém chegando pensando que pudesse ser Frank.
Quando voltei para o colégio, tudo recomeçou de onde parou e a surpresa foi que Lucas tinha comprado algumas roupinhas e lingeries novas e de novo quando as primeiras notas chegaram, ele tinha mantido seu nível alto com toda a ajuda que eu dava, além do estimulo de ter me prometido estudar e também pelo compromisso assumido com seu pai Diretor para que não perdêssemos as regalias.
Aquele ano passou como tinha passado o semestre anterior, mas não eram tudo flores naquele meu papel de namoradinha brincando de casinha. Muitas vezes eu me revoltava comigo mesmo e decidia largar tudo, abandonar o colégio e voltar para casa. Só que quando parava para pensar que teria que voltar para a casa de meus pais e fazer a mesma escola de Frank, me dava pânico e Lucas também não colaborava nada para que eu tomasse essa decisão porque me tratava bem demais. Então a decisão final era ficar lá sofrendo o mal menor.
Pesava o fato que eu era muito bem tratado por todos os professores e pelo Diretor por manter Lucas no caminho certo estudando e não se metendo em encrenca.
No ano seguinte voltei para fazer o primeiro colegial como era chamado o primeiro ano do segundo grau. Meu corpo continuava a se desenvolver daquela forma estranha só me dando mais seio e curvas mais difíceis de serem camufladas.
De novo eu tinha crises de querer largar tudo sempre me sentido obrigado a fazer o que não queria fazer. Com meu pinto crescendo pouco a pouco, mas continuando pequeno, as vezes eu tentava me masturbar para tentar conseguir o que os garotos sentiam e chegar a um gozo, mas também não conseguia sentir nada me desesperando e me fazendo chorar sozinho sob o chuveiro.
Entre crises de identidade e momentos de aceitação da situação outro ano foi passando. Tentando evitar que eu dissesse que não queria sexo quando não estava bem, Lucas percebia e só me tratava com gentileza e carinho sem querer me comer, ganhando pontos comigo que infelizmente não mudavam meus sentimentos.
Nas férias de julho tive que passar os primeiro 20 dias na casa de meus pais porque minha tia viajou de férias com a família e só iria para sua casa quando voltasse. Fiquei presa lá dentro fugindo de Frank, se é que ele pensava ainda em mim, mas não tinha como saber e um encontro me apavorava.
Por não ter muito o que fazer, assisti muito mais TV e foi aí que conheci Roberta Close em programas de auditório. Achei aquela moça morena muito linda e até tive fantasias com ela. Quem não se lembra como ela era linda, faça uma pesquisa no google.
Foi na terceira vez que a vi, não em um programa de auditório, mas em uma entrevista que descobri que ela não era mulher, mas uma transexual, terminologia da época. Também foi a primeira vez que fiquei sabendo que haviam homens como ela, pois antes eu tinha noção que outros garotos se vestiam como eu por vontade própria, mas nunca naquele nível.
Um frio subiu por minha espinha enquanto meu coração batia nervoso a vendo contar como seu corpo tinha sempre sido um corpo de mulher e que desde novinha todos falavam isso para ela, da mesma forma que acontecia comigo.
Diferente de mim, ela confessou ter descoberto nova que era homossexual e gostava de homens. Fiquei muito abalado com seu depoimento porque me vi sem escapatória achando que só me restaria ser como ela por causa de meu corpo sempre feminino. O desespero maior foi porque pelo menos ela gostava de homens e eu não.
Continuando a entrevista outra informação me abalou muito. Roberta Close estava lá no programa divulgando um revista masculina onde tinha posado nua após sua cirurgia de mudança de sexo, mas ela disse não aceitar esse nome e preferir redesignação sexual, porque sempre se sentiu mulher.
Entre o sentimento de repulsa por me ver nela preocupado com meu destino e a atração por um homem poder ser uma mulher tão linda fui pesquisar nas revistas de fofocas de televisão que minha mãe comprava semanalmente e descobri mais algumas coisas sobre ela, mas o choque final veio quando fui para a casa de minha tia e consegui ir até uma banca comprar escondido de minha tia a revista onde ela estava nua mostrando sua xoxota perfeita de mulher, fora um corpo espetacular cheio de curvas, um bumbum lindo e um seio de médio para pequeno bem legal.
Tudo nela me abalou muito, mas sua descrição de como era seu corpo desde novinha, muito similar o que acontecia em meu corpo me arrasou. Eu me vi entre tentar ser um homem imperfeito provavelmente sendo rejeitado pelas mulheres ou me transformar em uma mulher como Roberta Close sem sentir um pingo de atração sexual por homens. Outro choque foi saber que ela tinha tomado hormônios femininos para ajudar em sua transformação a deixando mais feminina inclusive aumentando seu prazer e desejo sexual pelos homens.
Quando as férias terminaram foi a primeira vez que senti alivio ao voltar ao colégio, pois lá dentro não era permitido ver TV e nem revistas e as únicas coisas que podíamos ver eram livros de leitura, livros didáticos e a bíblia.
Claro que alguns alunos conseguiam revistas de sacanagem, mas era sempre tudo muito escondido e quando um era descoberto o castigo era severo com horas e horas adicionais de trabalho e a não permissão de sair do colégio.
Quando me vesti pela primeira vez de menina para Lucas logo na primeira tarde eu me odiei mais do que nunca pois estava muito feminina me fazendo lembrar de Roberta Close. Claro que não com sua exuberância em 1,80 metros de altura e aos 30 anos, mas minhas formas me mostravam que tinha tudo para ser uma mulher como ela.
O pior de tudo foi não ter mais convicção se conseguira ser o homem que queria ser pois ainda me interessava por meninas e flertava como algumas do colégio sem sucesso. E como poderia ter sucesso se já era tímido e agora tinha aquela falta de convicção.
Continuei a ser a namoradinha de Lucas pelo resto do primeiro colegial e depois o segundo colegial inteiro sem mais forças para me revoltar e tentar desistir de tudo.
Pelo menos agradecia lá em minhas orações obrigatórias, nunca ninguém ter nos pego, descoberto o que fazíamos ou apenas fazer comentários maldosos. A imagem boa que tinham de mim por ter transformado Lucas cegava a todos naquele colégio e sob um rigoroso regime religioso eles também não estavam acompanhando as mudanças do mundo lá fora sendo um pouco ingênuos.
Com o início do ano em que me formaria no segundo grau, tive que começar a pensar na faculdade que faria. Sem me ter em casa, meus pais se dedicaram muito a seus trabalhos e meu pai chegou a Diretor da empresa e minha mão tinha aberto várias lojas de roupa na região. Bem financeiramente, o sonho deles era ter o filho formado em uma boa faculdade e me deixaram escolher o que eu faria.
Queria muito fazer engenharia para trabalhar na construtora de meu tio, que me convidava empolgado sabendo que queria ser engenheiro toda vez que ficava em minha tia.
No entanto, tive que deixar meu sonho de ser engenheiro temendo meu futuro. Para mim a faculdade era a última chance que tinha de conseguir ser o homem que queria ser, mas já na escolha do curso, por pavor do que poderia acontecer, escolhi um curso que não me ajudaria em meu objetivo.
Fui pesquisar e no vestibular daquele ano dos 100 aprovados para engenharia na Faculdade que eu queria fazer em São Paulo, 88 eram homens. E pela minha experiencia e meus traumas e temores, não iria ficar em uma classe com tantos homens por 5 anos.
Como opção fui ver a lista de aprovados em Arquitetura e a proporção era inversa com 84 mulheres e 16 homens. Muitos homens ainda para meu gosto, mas após conhecer Roberta Close já sabia o que eram gays e já tinha ouvido falar que a maioria dos homens que faziam arquitetura eram gays então me decidi por esse curso pois ainda daria para trabalhar com meu tio sem me dar conta que também me veriam como gay.
Nuca tive trejeitos muito femininos, não que fossem masculinos, mas não tinha barba e minha voz tinha um timbre feminino sem ser fina e todos que me conheciam pela primeira vez certamente podiam me achar ser gay mesmo se meu corpo estivesse bem disfarçado.
A decisão de fazer arquitetura para fugir de homens que poderiam me ver como gay e tentarem abusar de mim, só me faria parecer ser mais gay, mas meu medo de ser novamente abusado era maior do que tudo e se só pensassem que era gay mas não tocassem em mim, já seria melhor do que tudo que tive antes.
Com essa decisão em mente, voltei ao colégio para o último ano e foi o mais difícil de passar porque com a ansiedade para terminar logo, parecia demorar mais. Quem ficou também muito ansioso durante todo o ano foi Lucas sabendo que depois que o ano terminasse terminaria tudo entre nós. Poderia tê-lo como amigo depois, mas como Carlinhos só que ele não conseguia me enxergar somente como Carlinhos.
Fora isso, fosse o que eu fosse no futuro, nossos caminhos estavam destinados a se separarem, pois, minha família sempre foi católica e a sua não e seu pai já tinha cobrado que ele fosse mais ativo e namorasse e casasse com uma seguidora daquela religião.
Não me ter lá mais como sua namoradinha submissa seria o pior para ele, mas ele teria que ficar mais um ano fazendo o terceiro colegial e eu não estaria lá para ajuda-lo nos estudos e isso também o deixava preocupado.
Ansiosos ou não o tempo passou e no segundo semestre eu também já estudava para o vestibular, mas sozinho com algumas apostilas de cursinho de minha prima que tinha deixado o colégio um ano antes e já fazia faculdade em São Paulo, mas não na mesma Universidade que eu faria Arquitetura se entrasse.
Outro drama gigantesco que tive nesse final de ano foi onde moraria se entrasse na Faculdade. Para poder viver tranquilo não precisando esconder meu corpo dentro de minha própria moradia, queria morar sozinho perto da faculdade, mas por uma oportunidade indesejada fui obrigado mudar meus planos.
Um daqueles primos bobinhos de segundo grau com quem sempre brincava na casa de minha tia já fazia faculdade no mesmo campus que eu faria se fosse aprovado e ele morava em um apartamento dividido com mais 3 colegas e um deles não voltaria no ano seguinte, então me convidou para ficar lá. Só que não me convidou diretamente, mas através de minha tia que falou com minha mãe que então me contou em um dos feriados que fui para casa vendo minha cara de contrariedade.
– O que foi Carlinhos?
– Prefiro morar sozinho mãe. Já morei com muita gente no colégio interno por tanto tempo e queria um pouco de sossego.
– Além de bem mais caro, com seu primo você terá alguém para casos de emergência. Fora sua prima que vai estar no outro lado da cidade, você não vai conhecer ninguém lá. Vou me sentir melhor sabendo que seu primo estará com você.
– Mãe, não vai dar certo. Sou muito mais estudioso do que ele e vai dar atrito.
Foi o argumento que consegui pensar naquela pressão.
– Não tem jeito filho. Não vou ter sossego. Você é um garoto frágil. Vamos fazer o seguinte. Você vai e se não der certo fala para mim e seu pai e te mudamos de lá.
Sabia que minha mãe não iria ceder pois ela tinha razão em seus motivos principalmente por não saber os meus motivos e como eu poderia me mudar depois, aceitei contrariado.
– Está bem mãe, mas lembre-se do que estou falando que não vai dar certo.
Minha preocupação não era meu primo bobinho que já me via com roupas leves em minha tia, mas os seus 2 colegas que não tinha ideia de quem eram, mas enfim minha mãe tinha vencido.
O final de ano chegou com Lucas triste, mas mais insaciável do que nunca querendo sexo 3 a 4 vezes por dia. Não o brequei muito, pois sabia que logo estaria livre dele também. Com todo o abuso que sofri, me tornei uma pessoa fria, não aquela frieza sexual que já tinha, mas também fria com sentimentos afetivos de qualquer tipo.
Enquanto Lucas sofria, dentro de mim não via a hora de o deixar, apesar de ele ter sido extremamente gentil, preocupado e protetor por anos. Claro que ele tinha seus interesses, mas os outros também tinham e nenhum me tratou como ele.
Na despedida nos abraçamos antes que eu entrasse no carro de meus pais e ele deixou cair algumas lagrimas disfarçadas e me pediu para manter contato agora que ele tinha um celular e me deu o número.
Fui sem olhar para trás me considerando finalmente com liberdade total para ser quem eu queria ser.