Capítulo 2: O Espelho da Verdade

Um conto erótico de Sofia Anonima
Categoria: Heterossexual
Contém 944 palavras
Data: 05/02/2025 19:53:59

Capítulo 2: O Espelho da Verdade

Desde aquela noite no sofá, quando percebi Daniel tentando esconder sua ereção com a almofada, algo dentro de mim mudou. Não foi uma mudança súbita, mas algo lento e insidioso, como uma rachadura que começa pequena e vai se expandindo até comprometer toda a estrutura. Eu sabia que aquilo era errado — tão errado que mal conseguia admitir para mim mesma. Mas, por mais que eu tentasse convencer minha mente de que estava exagerando, meu corpo parecia ter vontade própria.

Uma manhã, enquanto ele tomava banho, passei pelo corredor e ouvi o som da água caindo. A porta do banheiro estava entreaberta, como às vezes acontecia. Não era incomum na nossa casa, já que aquele era o único banheiro e, às vezes, ficava encostada ou não fechava direito. Mas algo me fez parar ali, como se meus pés tivessem decidido por conta própria. Talvez fosse o vapor escapando pela fresta, carregando consigo aquele cheiro úmido e quente. Ou talvez fosse outra coisa... algo que eu não queria nomear.

Meu coração começou a bater mais forte quando percebi que a porta estava ligeiramente aberta. Eu tinha acabado de chegar do trabalho e presumi que ele achava que estava sozinho em casa. Então, ouvi algo que me fez hesitar: um gemido baixo, quase inaudível, vindo de dentro do banheiro. Era um som que eu conhecia bem demais — o som de alguém se masturbando. Meu estômago revirou, e uma onda de calor subiu pelo meu rosto.

"Marina, o que você está fazendo?" murmurei baixinho para mim mesma, tentando resistir. Mas já era tarde demais. Olhei para os lados institivamente, e então dei um passo à frente. Encostei-me na parede ao lado da porta, tentando parecer casual, como se fosse apenas uma coincidência estar ali. Mas, no fundo, eu sabia que não era coincidência nenhuma.

Quando finalmente espreitei pelo vão da porta, vi Daniel de costas, completamente nu, sob o jato d'água. Ele estava virado para o chuveiro, e a água escorria por seu corpo, realçando cada detalhe. Ele não era mais o menino que eu criara. Seus ombros eram largos, suas costas musculosas, e havia uma força em sua postura que eu nunca tinha notado antes. Ele era... um homem.

Meu coração parecia querer saltar do peito. Senti um calor subir pelo meu rosto, e minhas mãos começaram a suar. Sabia que deveria me afastar, que deveria fechar a porta e fingir que nada havia acontecido. Mas meus olhos traíram minha razão, percorrendo cada centímetro do corpo dele. Minha respiração ficou presa na garganta, e uma sensação estranha — uma mistura de culpa e desejo — tomou conta de mim.

Foi então que notei algo que me deixou ainda mais desconfortável: meus mamilos estavam enrijecidos sob o tecido da blusa. Aquela reação física me assustou, mas não tanto quanto o calor que senti entre as pernas. Quando finalmente desviei o olhar e voltei para o quarto, percebi que estava molhada. Tirei minha calcinha para trocar de roupa e constatei, horrorizada, que ela estava úmida. Eu tinha ficado excitada ao ver meu próprio filho.

Corri para o quarto e fechei a porta atrás de mim, encostando-me nela como se precisasse de algo sólido para me segurar. Minhas mãos tremiam, e lágrimas quentes começaram a escorrer pelo meu rosto.

"O que estou fazendo?" sussurrei para mim mesma, cobrindo o rosto com as mãos. "Isso está errado. Tão errado."

Mas, mesmo enquanto repetia essas palavras, uma parte de mim — uma parte que eu não queria reconhecer — se recusava a se arrepender. A imagem de Daniel nu estava gravada na minha mente, e eu sentia uma atração que não podia negar. Era como se anos de solidão, de carência, de me sentir invisível para o mundo, tivessem encontrado uma válvula de escape naquela situação. E isso me aterrorizava.

Naquela noite, durante o jantar, mal conseguia olhar para ele. Ele parecia tão normal, tão tranquilo, como se nada tivesse acontecido. Eu me perguntava se ele sabia, se tinha percebido minha presença na porta do banheiro. Mas ele não mencionou nada, e eu também não trouxe o assunto à tona. Apenas continuei comendo, tentando manter uma aparência de normalidade enquanto minha mente girava em círculos.

No entanto, algo havia mudado dentro de mim. Comecei a me pegar imaginando coisas que nunca deveriam passar pela minha cabeça. Como seria tocá-lo? Sentir sua pele contra a minha? Esses pensamentos me envergonhavam profundamente, mas ao mesmo tempo me excitavam de uma forma que eu não conseguia controlar. Era como se uma linha tênue estivesse sendo traçada entre o papel de mãe e o desejo de mulher, e eu estava perdendo o controle sobre qual lado escolher.

Sabia que aquilo era perigoso. Cada vez que nossos olhos se encontravam, eu sentia um aperto no peito, uma mistura de culpa e desejo que me consumia por dentro. Tentei me convencer de que estava apenas confusa, que era a solidão falando mais alto. Mas, no fundo, sabia que não era só isso. Algo maior estava acontecendo, algo que eu não sabia como parar.

E, enquanto eu lutava contra meus próprios pensamentos, percebi que Daniel também parecia diferente. Ele me olhava de um jeito que antes não existia, como se estivesse tentando entender algo sobre mim. Talvez ele soubesse mais do que eu imaginava. Ou talvez fosse apenas minha paranoia crescendo, alimentada pela culpa que eu carregava.

Seja como for, eu sabia que estávamos caminhando para um território perigoso. Um território onde os limites entre certo e errado se tornavam cada vez mais borrados. E, por mais que eu tentasse resistir, uma parte de mim — aquela parte obscura e proibida — ansiava por cruzar essa linha.

Continua...

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