Lucas se deitou ao meu lado, passou os dedos pelos meus cabelos e, sem hesitar, me puxou para um beijo. Era um beijo calmo e intenso ao mesmo tempo, o tipo de beijo que fazia meu coração disparar. Já falei antes e repito: eu amava nossos beijos. Eram os melhores, os mais marcantes. E aquele, em especial, carregava saudade.
Foram quase dez dias sem contato, mas pareciam anos. Naquele momento, esqueci tudo. Esqueci a dor, a raiva, as dúvidas. Apenas me entreguei ao abraço e ao beijo do Lucas.
Ele parou, me olhou nos olhos e disse:
— Rafa, eu te amo. Você é muito importante pra mim.
Engoli seco, sentindo um nó na garganta.
— Eu também te amo, Lucas. Você é o meu grande amor.
Ele respirou fundo antes de continuar.
— Não sei nem por onde começar… mas vamos lá. Eu não saio com caras por dinheiro. Meu primo estava me chantageando. Eu errei feio, deveria ter te contado, mas ele me ameaçou. Disse que podia contar pros meus pais.
Meus músculos ficaram tensos. Ele baixou o olhar, como se estivesse envergonhado.
— O Walber… ele sai com caras por dinheiro, Rafa. E quis me vender pra um cliente. Eu tive que aceitar porque não queria que meus pais soubessem. Sei que errei. Esconder isso de você foi a pior coisa que eu poderia ter feito, mas eu estava apavorado.
Minha cabeça girava com cada palavra.
— Lucas… — tentei falar, mas ele me interrompeu.
— Ainda não terminei. Preciso te contar tudo.
Ele respirou fundo e soltou de uma vez:
— Eu saí com o cliente do Walber. Depois, esse cara quis continuar me vendo… e eu aceitei. Foi horrível, mas eu já não aguentava mais ser chantageado, porque o Walber ficava com toda a grana, quando você descobriu, meu mundo caiu. Fiquei destruído, com vergonha, porque sabia que você tinha todos os motivos pra me odiar.
O silêncio entre nós ficou pesado. Eu tentava digerir tudo, mas Lucas não tinha terminado.
— O Walber… Quis transar comigo, e acabei me rendendo, por medo, porém na última vez eu aceitei porque tinha um plano.
Meus olhos se estreitaram.
— Um plano?
— Sim. Eu queria me livrar dele de vez, eu tinha um plano em mente. Mas enquanto isso acontecia, minha mãe percebeu que eu estava estranho. Começou a me pressionar, a fazer perguntas… até que ontem eu não aguentei mais e explodi.
Ele passou as mãos pelo rosto, a respiração falha.
— Eu contei pra ela sobre a gente, Rafa. Sobre o nosso namoro.
Meu coração parou por um segundo.
— E como ela reagiu?
Os olhos de Lucas se encheram de lágrimas.
— Foi horrível. Ela chorou, disse coisas cruéis, me expulsou de casa. Meu pai ficou calado. Nem olhou na minha cara. Eu saí com uma mochila e nada mais.
Meu peito se apertou.
— Lucas…
— Não quero entrar em detalhes porque me machuca muito — ele continuou, desviando o olhar. — Mas essa é a verdade. Não sei se você vai acreditar em mim ou se vai me perdoar, mas… eu te amo mais que tudo, Rafa.
A dor na voz dele era palpável.
— Eu sei que errei. Sei que devia ter falado com você antes. Mas tive medo. Medo de perder tudo.
Ele pegou minha mão, apertando com força.
— Mas hoje, sinceramente, não tenho mais medo de nada. Cansei de me esconder. Cansei de mentir. Eu te amo. E vou lutar com todas as minhas forças pra te reconquistar.
Fiquei em silêncio, sentindo cada palavra dele pesar sobre mim. Eu o amava. Sempre o amei. Mas… será que conseguiria perdoá-lo?
Lucas me puxou para perto, e nossos lábios se encontraram em um beijo intenso. Dessa vez, não era apenas saudade — era fogo, desejo, paixão. Havia urgência, havia necessidade. Eu o amava. Sempre amei.
Talvez eu ainda estivesse cego por ele. Talvez algumas pessoas me julgassem por perdoar tão fácil. Mas, naquele momento, nada mais importava. Eu entendia. Eu perdoava. Sabia que ele tinha sido usado, que tinha medo, que estava perdido.
E eu? Eu estava embriagado de amor.
Lucas era minha vida.
E eu só queria continuar amando-o cada vez mais.
Fizemos um sexo gostoso, o Lucas começou a me chupar, e logo ele já me virou de costas, chupou me cú, e foi introduzindo aos poucos seu pau dentro de mim, foi um sexo rápido, porem intenso, ele não meteu como ele costumava meter de forma rápida, ele metia de maneira mais pacifica e mais calma, eu rebola em seu pau, ele sussurrava no meu ouvido o quanto me amava, e o quanto estava com saudades de mim e do meu corpo, eu apenas gemia baixinho, logo ele gozou dentro de mim, e eu fiquei em pé na cama e coloquei meu pau para ele chupar, e então gozei na sua boca.
Fomos para o banho juntos, deixando a água levar tudo o que pesava em nós. Depois, deitamos na cama, trocando beijos e abraços, como se tentássemos recuperar o tempo perdido.
Até que Lucas suspirou e disse:
— Tem outra coisa… Quem contou para o Walber que a gente estava junto foi o Gustavo, aquele amigo da Brenda.
Eu franzi a testa, tentando entender.
— Como assim? Ele curtiu umas fotos minhas recentemente.
— Não sei. Mas foi ele quem contou tudo e ajudou o Walber a armar pra cima de mim. Pelo que parece, ele queria se vingar de você porque você deu um pé na bunda dele quando voltou pro Bernardo.
Meu sangue ferveu.
— Que safado… Então a Brenda provavelmente sabe sobre a gente?
Lucas deu de ombros.
— Provavelmente. Mas eu não ligo. A única pessoa com quem me importo é você.
Fiquei em silêncio por um instante, digerindo tudo aquilo.
— E o que você pensa em fazer? Você disse que tinha um plano.
Lucas me olhou nos olhos, um brilho determinado em seu olhar.
— No meu último encontro com o Walber, eu gravei tudo, deixei meu celular escondido, e gravei comendo ele. Então, como não tenho mais nada a perder, vou jogar o vídeo no grupo da família e acabar com essa farsa de uma vez.
Meus olhos se arregalaram.
— Você tem certeza? Isso pode causar, você não tem medo?
Ele respirou fundo e segurou minha mão.
— Tenho medo, sim… Mas o único medo real que eu tenho é o de te perder.
Pela manhã, quando acordamos, tomamos café juntos. Meu pai me ligou, e eu contei por alto sobre tudo o que o Lucas tinha me dito. Fui superficial nos detalhes, apenas disse que as coisas estavam resolvidas e que estávamos tentando acertar os pontos.
A verdade era que eu amava o Lucas e nada mais importava. Eu entendia que ele teve seus motivos para não me contar antes, e que tudo fazia parte de um processo de amadurecimento. Ele estava lidando com algo completamente novo — um relacionamento com outro homem. Então, me agarrei a isso para tornar o perdão mais fácil para mim mesmo, aquele não seria meu primeiro nem último perdão para o Lucas, depois desse episódio o Lucas aprontou comigo mais duas vezes, e foi aí que meu coração quebrou, foi aí que ele fudeu com todos os meus sentimentos, mas dizem que depois de 3x pode pedir música no fantástico, mas não vamos apressar a história, tem muita coisa pra acontecer.
Passamos a manhã juntos, fizemos amor, conversamos. Lucas explicou mais sobre o plano dele, enquanto eu falei sobre Gustavo e minha vontade de me vingar.
À tarde, ele fez exatamente o que havia prometido: enviou o vídeo com o Walber para o grupo da família e expôs tudo. O caos se instaurou. Comentários começaram a surgir, a fofoca correu solta, e Walber ligou furioso, ameaçando Lucas de todas as formas possíveis. Mas Lucas não se abalou. Ele já tinha perdido tudo — casa, dinheiro, banda — e, acima de tudo, seu namoro. Ele não deixaria Walber sair impune depois de tudo.
No fim da tarde, meu pai chegou e quis conversar conosco. Lucas contou toda a história, sem esconder nada. Para minha surpresa, meu pai nos deu apoio e disse que Lucas poderia morar com a gente enquanto se reorganizava.
Lucas hesitou.
— Eu não quero parecer interesseiro, muito menos depender de ninguém.
Meu pai sorriu, compreensivo.
— Pelo menos fica essa semana, até conseguir um plano b.
Lucas respirou fundo e, depois de um momento, concordou.
Então, voltamos para casa.
Quando chegamos em casa, jantamos e depois fomos para o meu quarto, ficamos deitado e conversando até que toquei num ponto:
– Meu pai adora você sabia?
– Sim, ele é um sogro e tanto, ainda morro de vergonha daquela vez que flagrou você chupando meu pau.
– Ah, já disse que é besteira, meu pau mora e vontade de ficar com você desde aquele dia.
– Oii? Como assim, e você fala isso de forma natural?
– Uai, qual problema, se eu tenho um namorado gostoso!
– Seu pai é gay?
– Não, mas ele curte
– E sua mãe sabe?
– Claro que não né.
– E vocês conversam sobre isso? Me explica melhor – O Lucas então sentou na cama e ficou me olhando.
– Meu pai curte com outros caras, não é sempre, mas ele gosta de fazer um sexo com um outro homem vez ou outra, e a gente já comeu um carinha juntos, o Caio um namoradinho que eu tinha no Alto – Menti sobre essa parte, porque não queria que contar sobre as relaçoes incestuosas que acontecia na minha familia.
– E você acha isso normal?
– Ah Lucas é complicado né? É meu pai, sei que ele trata isso de sexo com homem com apenas desejo e prazeres da carne, então não vejo problema, ele não transa todo dia, nem tem namorado ou coisa do tipo.
– Seu pai é um gostoso, devo admitir!
– Você ficaria com seu sogro?
– Você teria ciumes?
– Do meu pai não, mas acho que se fosse outra pessoa sim.
– Porque do seu pai não?
– Acho que com meu pai tenho a certeza que ele não ia roubar você de mim, e outro cara eu teria esse medo, digo isso porque já pensei sobre a possibilidade de a gente fazer um A3 com algum outro carinha, mas confesso que não iria querer.
– Também já pensei sobre essa possibilidade, mas também não estou preparado, mas confesso que a ideia de transa com pai e filho, me anima.
– Safado, sabia que você iria gostar da ideia, mas teria que ser algo planejado, e eu precisaria estar 100% a vontade assim como você também, e como eu disse meu pai apenas falou uma vez, eu preferia esperar ele entrar no assunto novamente.
– Claro, você tem razão, bom como agora sei a intenção do seu pai, irei provocar ele mais vezes.
– Você adora ser o centro das atenções e ser desejado não é?
– Sim, gosto quando homens ou mulheres me notam e me desejam, me sinto o máximo.
Ainda seguimos conversando, obviamente eu falei a verdade, ou quase toda a verdade, meu pai tinha muita vontade de fuder com o Lucas, mas confesso que não sei eu estava pronto para dar esse passo com o Lucas, e também tinha medo, de transar junto com o meu pai e dar alguma bandeira e o Lucas perceber o que rola entre a gente, ainda pensei em falar sobre o meu tio, e outras relações incestuosas, mas eu conhecia o Lucas, sabia que ele iria achar estranho, e poderia perder a confiança em mim, então decidi que ainda não daria esse passo, mas havia uma brecha para quem sabe no futuro inserir o Lucas nas surubas familiares.
Aquela semana foi um período de adaptação na nossa rotina. Lucas, de certa forma, já estava morando comigo, e Bruninho também estava de mudança definitiva para minha casa. Preciso abrir um parênteses para dizer que Bruninho adorava o Lucas. Em uma das visitas anteriores ao meu filho, ele chegou a perguntar “cade o tio Lucas?” e eu tive que dizer que Lucas estava viajando.
Com os dois agora no apartamento do meu pai — ou melhor, no nosso apartamento —, a casa se encheu de vida. O movimento aumentou, as conversas eram constantes, e a alegria transbordava. Meu pai estava radiante com tanta gente por perto, e eu também. Durante toda a minha vida, sempre fui sozinho, apenas com minha mãe. Estar ali, rodeado de pessoas que eu amava e que me amavam, trazia uma sensação de pertencimento que eu nunca tinha experimentado antes.
Mas, apesar disso, Lucas ainda não estava totalmente feliz. Ele não se sentia à vontade morando na casa do meu pai, muito menos sendo sustentado por nós. Além disso, sentia falta da música, de cantar. Ele ainda tinha 4 semestres pela frente até se formar em engenharia civil e precisava encontrar uma maneira de se manter financeiramente até lá.
Meu pai, percebendo isso, resolveu ajudá-lo. Emprestou um dinheiro para que Lucas alugasse um kitnet e comprasse um violão, uma caixa de som e outros equipamentos que havia deixado para trás no antigo apartamento. Eles fizeram um acordo: Lucas pagaria meu pai aos poucos, conforme fosse se estabilizando, ele iria fazer alguns shows solos, tinha alguns contatos, e ao poucos ele iria conseguir se reerguer, o Lucas tinha uma voz muito bonita, e eu fazia questão de sempre acompanhar ele nesses bares, teve uma vez que foi toda a minha família, meu pai, minha mãe e minha irmã, eles nunca tinham visto o Lucas cantar profissionalmente e amaram muito, e isso deixava o Lucas feliz. Um outro ponto sobre isso eu sentia que o Lucas queria garantir um mínimo de independência. Talvez, no fundo, ele precisasse dessa segurança — caso um dia a gente terminasse, ele não queria ficar sem um teto. Ele alugou um kitnet perto de onde Bruninho morava, mas, na prática, passávamos quase todas as noites juntos, seja no meu apartamento ou no kitnet dele.
Além disso, Lucas passou a ajudar na rotina do Bruninho e do Juininho. Muitas vezes, nem eu nem meu pai podíamos buscar ou deixá-los na escolinha, devido ao trabalho, faculdade ou plantões. Lucas assumiu essa responsabilidade de bom grado, e isso foi se tornando parte do nosso dia a dia, e eu dividia meu carro com o Lucas, as vezes ele me deixava na faculdade e ficava com o meu carro, ou era vice e versa. (Guardem essa informação para o futuro) Assim, nossa nova rotina começou a se formar.
Sete meses se passaram, e chegamos em agosto. O casamento do meu pai e da minha mãe estava próximo, e eu seria um dos padrinhos. Minha mãe estava radiante — mesmo já morando com meu pai, casar era a realização de um sonho. Afinal, ele sempre foi o grande amor da vida dela.
Durante esses meses, minha relação com Lucas só melhorou. Eu confiava plenamente nele, e ele confiava em mim. Tinha dias em que não conseguíamos nos encontrar, mas sempre dávamos um jeito, nem que fosse por alguns minutos.
Lucas logo conseguiu fazer ótimos contatos e começou a tocar regularmente em bares. Ele se apresentava durante a semana e, às vezes, nos fins de semana, o que fazia ele se sentir realizado e financeiramente independente. Tanto que, em pouco tempo, conseguiu pagar tudo o que meu pai havia emprestado.
Por outro lado, a relação com a família dele foi definitivamente rompida. Seus pais o abandonaram de vez, e, mesmo que ele não falasse sobre isso, eu sabia que era um assunto delicado. Já seu primo, Walber, simplesmente sumiu. Depois do exposed que Lucas fez, ele se mudou de cidade. Como Lucas havia falado algumas verdades e algumas mentiras para reforçar a história, todos acreditaram — o que, no fim das contas, foi até bom para ele.
Quanto a Gustavo, eu até pensei em me vingar, mas acabei deixando esse sentimento de lado. Eu estava feliz com Lucas, e isso era o que realmente importava.
Bernardo passou a ser uma visita frequente na capital. Seu namoro com JP estava cada vez mais forte, mas, no fim de julho, ele viajou para São Paulo para recomeçar o curso de piloto de aviação. Ele passaria seis meses fora, mas ele e JP decidiram manter o namoro e ver até onde conseguiriam levar.
Minha rotina estava mais puxada do que nunca, com plantões, aulas e ligas, mas eu sempre arrumava tempo para curtir com meu filho ou com Lucas. Eles eram a minha prioridade.
Quando chegou a semana do casamento do meu pai, começamos a planejar a despedida de solteiro. Na verdade, seriam duas: uma só com os homens da família e outra com alguns amigos do meu pai e os homens da familia. A despedida da família cairia num dia em que Lucas viajaria para fazer um show na Praia da Pipa, não quis incluir o Lucas, afinal seria uma despedida junto com uma suruba familiar, e todos estavam animados, já que fazia um certo tempo que nenhum deles transava comigo ou com meu pai. sei que alguns podem me julgar por “trair” o Lucas, mas eu resolvi abrir uma brexa, porque era a despedida do meu pai um momento único, e seria somente sexo, sem sentimentos, e claro que eu também estava com vontade e saudades de transar com meus tios, e transar com alguém diferente que não fosse meu pai ou o Lucas. Na minha cabeça isso não era traição, era somente os prazeres da carne.
Na semana estava no elevador com o meu pai rumo a faculdade, e ele falou:
— Filho, tudo certo pra minha despedida, né?
— Claro! Eu vou só porque é a sua despedida.
— Você sabe que estão todos animados, né?
— Imagino! Faz tanto tempo que a gente não participa dessas surrubas familiares. Quem vai, afinal?
— Você, eu, seu tio Alysson, Bernardo, JP, seu tio Raul e Kayke. – Mordi os lábios já ansioso pra esse grande evento.
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Estamos chegando "próximo" da reta final, quero tentar fechar a historia em 125 capítulos, se tudo sair conforme o meu planejado, mas ao decorrer que vou escrevendo vai surgindo outras coisas, atualmente estamos no ano de 2018, e a historia termina em 2024! Confesso que ao longo dele cometi alguns erros, deixei de explorar certos personagens e historias, estou gostando muito de criar esse romance, nao lembrava o quanto eu era bom nisso, mas reconheço que tive alguns erros pelo caminho, mas que futuramente penso em reescrever essa historia, mudar algumas coisas e explorar outras coisas. Estou fazendo paralelo a ela a nova edição do meu primeiro conto, por isso eu parei de postar com mais frequência essa historia, pq ja comecei a reescrever, e eu estou ansioso para postar, mas so devo postar quando finalizar essa! dai até lá já devo ter mais capítulos, e podemos criar uma rotina de posts por semana, então é isso! espero que estejam gostando, e nao esqueçam de comentar, meu email esta sempre aberto pra criticas ou sugestões!