Eu e Kiara estamos juntos há quase um ano, e ela é deslumbrante. Então, decidi pedi-la em casamento. Sou um daqueles caras que adoram clichês, então planejei fazer o pedido em um jantar romântico no restaurante, com tudo armado pelo meu irmão, Luigi.
Ela chegou linda, de salto alto e vestido longo deslumbrante.
— Boa noite, meu bem.
— Kiara, você está linda como sempre.
— Já pediu?
— Sim, o seu prato favorito.
Começamos a noite comendo e falando da vida.
— Você acredita que a Raquel quer voltar para o Luiz? Ajudei ela a comprar umas roupas para provocá-lo.
— Ele está mal, mas não gosta de demonstrar. Dá pra ver.
— Isso é uma grande bobeira. Vocês homens são muito machistas e têm o ego frágil. Mas vamos falar de nós. Por que esse jantar especial?
— Porque você merece.
— Sei… Não é porque você quer me comer, não, né?
— Por isso também.
Rimos da situação, e então a sobremesa chegou com o anel dentro do bolo.
— Eu não estou afim de sobremesa — disse Kiara, esfregando a barriga.
— Só um pedaço…
— Mas antes disso, preciso te dizer uma coisa. Nós estamos juntos há um tempo, e eu tentei ficar só com você, mas não sou adepta da monogamia. Eu gosto de amor livre, de estar com outras pessoas, e queria abrir nossa relação. Eu preciso disso, porque já estamos juntos há um tempo e não quero que as coisas fiquem sérias e eu viva uma mentira.
Nesse momento, foi como se um balde de água fria caísse sobre mim. Fiquei confuso, sem saber o que dizer.
— Como assim, abrir?
— Você sai com outras mulheres, e eu com outros caras. Sem cobrança, com total liberdade.
Pedi para levarem o bolo.
— Podemos conversar em casa?
— Então vamos.
Saímos em silêncio. Kiara tentou me abraçar algumas vezes, mas eu me encolhi. Chegamos na casa dela num clima péssimo.
— Como funciona isso?
— Você sabe como funciona, Gil. Acho que fui clara.
— Você quer que outros caras transem com você? É isso?
— E você vai poder ficar com quem quiser.
— E nós?
— Continuamos juntos. O que temos fica intacto. Só vamos poder sair com outras pessoas, para que nosso relacionamento não caia na monotonia e acabe como o da Raquel e do Raul.
Comecei a andar de um lado para o outro, inquieto. Aquela ideia não me descia bem.
— Eles são um caso. As pessoas se amam, casam e envelhecem juntas. Por que não podemos ter isso?
— Mas nós vamos ter, meu bem. Isso não vai mudar.
— Como vamos ter isso se você vai estar com outros caras?
— Com eles é só para sair da rotina. É apenas sexo, não tem amor, atração, nada.
— E se você se apaixonar por outro?
— Isso não vai acontecer. O que eu tenho com você é único.
— E se eu me recusar?
— Então vamos ter que terminar. Eu não acredito em monogamia. Eu quero ser livre. Você entende?
— É melhor terminarmos mesmo. Você diz que me ama, mas quer ficar com outros caras. Eu não entendo isso. Eu não sou suficiente para você. Era só ter dito, em vez de vir com esse papo de não monogamia.
— Você é suficiente. Isso não tem nada a ver. Eu só não acredito na monogamia. E o que temos é tão bom… Eu te amo e não queria que terminássemos, mas também não quero viver algo que não acredito. Prefiro terminar do que fingir.
— Se é assim, então tchau.
Dei um abraço sem graça nela e liguei para os amigos para bebermos no restaurante.
— Porra de relacionamento aberto é o caralho!
— Mas você não ficava com a Cláudia? Por que ela não pode ficar com outro? — disse Fernando.
— Mas ela não sabe disso, e eu já parei.
— Muito hipócrita mesmo.
— Vão se foder e encher a cara.
— Comigo não deu certo, sabe… — disse Raúl, meio envergonhado.
— Eu não vou aceitar essa porra, não. Amanhã vou lá pegar minhas coisas na casa dela.
— Se você ama ela mesmo, por que não tenta? Vive isso. Eu, se pudesse ter a Carmen de volta, teria aberto a relação — disse Carlos, meio triste.
Passei a noite acordado pensando no quanto amo a Kiara e no medo de perdê-la. A noite foi longa, e eu fiquei pesando as coisas. Era um grande dilema sem respostas certas.
No dia seguinte, fui até lá, e a filha da puta estava muito gostosa. Queria provocar, claro.
— Não esquece de pegar as coisas da garagem também — disse ela, cruzando as pernas, sem calcinha.
— Kiara… — falei, arrastando a voz pela provocação dela. — Eu aceito.
— Aceita o quê?
— Abrir o relacionamento, mas com algumas condições.
— Quais? — perguntou ela, arqueando as sobrancelhas.
— Primeiro, inegociável: não pode repetir ninguém, para não correr o risco de se apegar. Segundo, nunca na nossa casa. Esse lugar é nosso. Terceiro, sempre com desconhecidos, nada de amigos, parentes ou conhecidos. E eu não quero saber de nada do que você faz.
— São muitas regras, né? Mas eu também quero uma. Quero saber o que você faz. Me dá tesão saber que você fica com outras mulheres.
— Não sei, Kiara… Não sei.
— Só estou te pedindo uma coisa, só isso.
— Tudo bem. Então temos um acordo?
— Fechado. E, para selar esse acordo, que tal irmos para o quarto?
Eu não sei o que deu em mim, mas o tesão misturado com a raiva me fez fodê-la como nunca antes. Agarrando os cabelos dela com as duas mãos, beijei-a com força. Ela colocou meu pau para fora e começou a me masturbar.
Puxei a cabeça dela para um boquete e fodi sua boca até fazê-la lacrimejar. Empurrei-a na cama, subi o vestido, coloquei a calcinha para o lado e caí de boca naquela bucetinha linda, rosada e recém-depilada.
— Que delícia, bem… Continua…
Ela se esfregava na minha boca, toda melada.
— Espera — disse, levantando-se da cama.
Foi até a gaveta e pegou umas bolinhas.
— A Raquel me deu. Disse que não usou com o Raúl. Vamos experimentar?
— Como isso funciona?
— É só introduzir e me comer.
Coloquei uma bolinha lá dentro e fui enfiando meu pau. De repente, ouvi um barulho: "Poc!" Kiara gemeu alto.
— Hummm…
Aquilo esquentou meu pau e fez subir um calor enorme no quarto, além de um cheiro bom. Lubrificava bastante. Na hora, pensei: "Ideal para o cuzinho."
— Está quente, bem… Apaga meu fogo.
Comecei a comê-la com vontade, olhando nos seus olhos enquanto ela gemia.
— Me fode, vai! Mais forte!
— Fica de quatro, gostosa.
Ela empinou a bunda para mim, e eu a fodi com força, fazendo-a gemer e me pedir mais.
— Me faz gozar, bem… Enfia essa pica nessa safada!
— Gosta de pica, né, piranha?
— Adoro, bem… Não para, vou gozar!
Ela começou a rebolar de quatro e a gemer ainda mais alto.
— Vou gozar! Não para!
De repente, ela desabou na cama, ofegante.
— Gozou, piranha?
— Gozei, bem… Que delícia.
— Mas eu ainda não. Como vamos resolver isso?
— Eu sei o que você quer… Mas só um pouquinho.
Deitada mesmo, fui colocando no cuzinho apertado dela.
— Aiii… Vai devagar, bem…
— Eu sei que você aguenta, safada.
Mandei ver por uns cinco minutos e enchi o cu dela de porra.
— Estava com tesão, safado?
— Muito.
— Será que é por causa do nosso acordo?
— Não. É porque você é muito gostosa.
Os dias foram passando, e Kiara não me negava fogo, mas, toda vez que ela saía à noite, eu perdia o sono imaginando onde e com quem ela podia estar. Quando voltava de madrugada, eu fingia estar dormindo. Ela me dava um beijo na testa e dormia. Às vezes, nem voltava à noite. Quando tentava transar comigo depois de uma dessas saídas, eu fingia cansaço. Não queria ter as sobras ou arriscar comê-la gozada.
Um dia, estávamos em casa e, vendo minha frustração com o relacionamento aberto — do qual nunca falávamos —, ela resolveu tocar no assunto.
— E aí? Comeu alguém?
— Sim! Várias.
— Então me conta… Como ela era?
— Era peituda, loira e usava óculos.
— Para, Gil! Você mente muito mal. Me fala o que está acontecendo, anda. Nós não deixamos de ser um casal, você pode se abrir comigo.
— Tá bom… Eu não comi ninguém — falei, envergonhado.
— E por quê?
— Eu me sinto um merda! Era isso que você queria ouvir?
— Só porque ainda não ficou com ninguém?
— Não, Kiara! Porque a minha mulher precisa dar para outros caras para se satisfazer! Como você acha que eu me sinto? O que está faltando? Por que você precisa de outros caras? Tudo isso tem me deixado muito mal. Eu me sinto insuficiente, incapaz. Me sinto um merda.
Ela me abraçou, e eu comecei a chorar sem entender por quê. Acho que só dizer aquilo não bastava, meu corpo precisava colocar para fora essa frustração também. Ela pegou minha cabeça e me fez olhar nos olhos dela.
— Gil, você é mais do que suficiente. Não é sobre sexo. É sobre não estar presa a um relacionamento. Se eu acreditasse em monogamia, você seria quem eu escolheria para toda a vida. E, de certa forma, eu te escolhi agora. Você acha que, se não fosse suficiente, eu estaria contigo? Acha que, se eu não te amasse muito, já não teria pulado fora?
— Eu não entendo essa sua maneira de amar. Eu respeito, tenho me esforçado para aceitar, mas preciso de tempo.
— Então se arruma. Vamos sair só nós dois hoje. Quero te mostrar que você é quem eu escolhi.
Fomos a um bar cheio de casais. Não era um bar de swing, mas, pelo que percebi, era um ponto de encontro para casais conhecerem outros casais. Ficamos na mesa bebendo e conversando, até que um cara apareceu.
— Oi, gata! Nunca mais te vi — disse, dando dois beijos nela.
— Oi…
— Elton.
— Isso! Elton. Esse é meu namorado, Gil.
Ele apertou minha mão.
— Então, hoje vai ser em casal? Nunca esqueci aquela noite.
— Não, Elton. Hoje sou só eu e ele.
— Tudo bem. Vou deixar vocês a sós. Mas, se quiser repetir, estou ali naquela mesa. - Ele apontou para uma mesa onde uma mulher linda estava sentada.
— Tínhamos o acordo de não falar sobre suas saídas… Mas você transou com esse casal?
— Sim. Eles queriam me ver de novo, mas eu disse que seria só daquela vez.
— Entendi… Podemos ir para casa? Acho que não tô legal.
— Claro, meu bem. Vamos.
Chegando em casa, silêncio. Ela deitou com a cabeça no meu peito.
— Fui rápida demais, né? Me perdoa.
— Não é você. Eu que não estou conseguindo. Só peço um pouco mais de calma.
— Mas me diz… Você gosta de mulheres? Porque ficou com o casal?
— Eu nunca experimentei. Com eles, ela só assistiu, mas eu queria experimentar… Se você quiser.
— Mas eu não vou querer depois com outro cara, não.
— Mas também não vai participar dessa. Vai só olhar. Topa?
— Pode ser. Veremos no que vai dar.
Os dias passaram, e Kiara apareceu dizendo que já tinha marcado para o final de semana. Quando o dia chegou, apareceu aquela morena linda, de vestido colado e salto alto. Não quis perguntar, mas, certamente, era garota de programa.
Conversamos um pouco, e, então, as duas começaram a se pegar, se beijando e passando as mãos uma na outra.
— Vamos para o quarto — disse Kiara à mulher.
— Você também — apontando para mim.
Chegamos no quarto, e Kiara jogou a mulher na cama. Parecia que sabia exatamente o que estava fazendo.
— Você fica sentado ali só assistindo. Não pode nem bater punheta.
As duas começaram a se pegar peladas na cama. Kiara chupava aquela mulher inteira, que ia à loucura. Em um momento, Kiara sentou na cara dela, esfregando a buceta, como fazia comigo, e ficou me olhando.
— Põe o pau para fora e bate uma punheta.
Eu já estava sentindo dor de tão duro que estava.
— Você quer comer nós duas, seu safado?
— Quero.
— Então pede.
— Eu quero comer as duas.
— Vem aqui com esse pauzão. Mas, essa noite, você só vai me comer. Ela vai me chupar.
Kiara ficou de quatro, com a morena debaixo dela. Eu metia, e ela chupava. Vi Kiara se contorcer de prazer até perder a voz.
— Eu não aguento mais… Você vai ter que fazer meu namorado gozar.
A morena subiu em mim e cavalgou até eu anunciar que ia gozar. Ela saiu de cima e me masturbou até a porra jorrar.
Depois que passou o tesão, veio o constrangimento. Dormimos os três na cama. Pela manhã, tomávamos café, enquanto a morena ainda dormia.
— O que eu faço? Acordo ela?
— Não sei. É minha primeira vez também.
Ela acordou já arrumada e olhando para a gente. Ofereci café.
— É a primeira vez de vocês, né?
— Sim. Deu para perceber?
— Foi bom, gente, mas agora preciso ir. Meu marido está me esperando.
— Espera… Não quer nada?
— Não. Essa foi a primeira e última. Eu não repito trepada.
Nós rimos da situação, mas aquilo ficou na minha cabeça. Não era a primeira vez da Kiara. Passei a segui-la para entender o que estava acontecendo. Até que a vi entrar em um hotel com Carlos. Meu amigo.
Em um momento de loucura, invadi o hotel e subornei o recepcionista para me dizer qual era o quarto. Bati na porta, e ela abriu.
— Gil! O que você tá fazendo aqui?
— Porra, Kiara… Meu amigo, não. Ele não.
Saí entrando no quarto, mas, quando olhei para a cama, era um cara desconhecido. Me deu um certo alívio.
— Desculpa! Achei que era minha esposa. Foi mal aí, amigo. Podem continuar.
Fui para casa e preparei um jantar para pedir desculpas. Kiara chegou furiosa.
— Que porra foi aquela? Você tá me seguindo?
— Me perdoa! Eu não sei o que está acontecendo… Me perdoa, por favor.
— Só vou te perdoar porque fiquei com tesão ao ver meu homem com ciúmes… e depois sendo maduro, deixando a esposa dar para outro.
— Sério?
— Porém, quero que você comece terapia. Isso não abro mão.
— Então tá bom. Vou começar.
— Agora você vai me comer, porque o cara foi embora e não fez o serviço.
Coloquei ela apoiada na mesa, afastei a calcinha e a fodi com vontade, até gozar dentro.
— Que foda gostosa, bem! Mas não esquece da terapia.
— Olha, Sr. Gil, este é um espaço seguro. Se não quiser dizer nada, eu vou ficar aqui, mas, se quiser falar, eu vou te ouvir.
— Se eu não falar, a Kiara vai ficar puta.
— Ela não vai saber. Este espaço é seguro.
— Então... Eu não consigo viver esse relacionamento aberto que ela quer, mas também não quero perdê-la. Fico nesse dilema e não sei o que fazer.
— Como você se sente em relação a isso?
— Eu me sinto menos homem, incapaz.
— Você já disse isso a ela?
— Sim, mas não mudou nada. Ela disse um monte de coisas, me chamou de machista, disse que isso é coisa da sociedade e etc.
— Não tem nada de machista nos sentimentos. É natural se sentir inseguro. Tudo é um processo e você está vivendo isso. Eu queria que você fosse muito verdadeiro com a sua parceira para não se machucarem.
— Tudo bem, eu entendi. Ser verdadeiro. Tá bom.
Eu sempre achei que psicólogas fossem mais diretas, mas ela só me fazia pensar e entender, sem julgamentos, sem respostas prontas. Ainda assim, me ajudou muito a compreender meus sentimentos, meu lugar na relação e a refletir se o que vivíamos era saudável.
Recebi uma ligação da Cláudia. Ela queria transar e, para mim, parecia uma boa oportunidade de ter minha primeira experiência nesse relacionamento aberto. Eu e Cláudia tínhamos química e o sexo era bom.
Estávamos transando, ela de quatro e eu por trás, quando, de repente, ela começou a falar:
— Olha, seu corno filho da puta, isso é o que você merece.
— Que porra é essa, Cláudia?
— O teu irmão me deu um pé na bunda e agora quero que ele sofra.
— Mas precisava me usar?
— Desculpa, bemzinho. Não é nada pessoal, mas eu tinha que foder com a vida dele.
Assim que cheguei em casa, meu irmão, Kiara e minhas coisas estavam lá, jogadas.
— Parece que não vai ter conversa, né?
— Você é um filho da puta! Fica nessa hipocrisia de não aceitar relacionamento aberto e tá me traindo? Que arrombado!
— Eu não estava mais... Ela me manipulou! Mas eu juro que não estava mais.
— Vai embora. -Disse ela me cortando
— Eu devia te matar, cara. Se você não fosse meu irmão, eu te matava.
— E ela? Vocês não estavam nem juntos mais, você deu um fora nela!
— Você não entende mesmo, né? Isso é sobre você, caralho! Meu irmão! O cara que eu mais confiava. — Ele começou a me empurrar.
— Me perdoa, cara...
Ele me deu um soco na cara, e eu não reagi.
— Porra, Gil... Você não, cara. Você não!
Eu o abracei e comecei a chorar. Ali, percebi o peso das minhas decisões. Olhei para Kiara, que não chorava, mas era nítida a decepção em seu rosto.
— Me perdoem.
Fui embora e me instalei na casa do Fernando, que é enorme. Eu queria sumir por um tempo.
### Kiara ###
É proibida a cópia, reprodução e/ou exibição fora da "Casa dos Contos" sem a devida autorização dos autores, conforme previsto na lei.
Deixarei um e-mail para contato, caso queiram que eu escreva sobre a história de vocês, dar sugestão, mandar fotos e vídeos, trocar ideia e só mandar para: freitascontos@gmail.com