Larissa. A imagem dela apareceu primeiro, seu sorriso iluminando meu mundo quando ela me contou sobre a gravidez. A alegria em seus olhos, a maneira como ela segurou minha mão, cheia de confiança de que eu seria um pai incrível. Aquilo deveria ser o meu foco, o centro da minha vida. Mas, ao mesmo tempo, eu estava sendo arrastado por um furacão de desejos, segredos e escolhas que pareciam me puxar para direções opostas.
"Que tipo de homem eu me tornei?" Pensei, minha garganta secando ao lembrar da noite com Isabel. Ela, com seu magnetismo, havia rompido todas as barreiras que eu julgava intransponíveis. Não era apenas o fato de ela ser minha sogra, mas a forma como ela sabia manipular cada situação, como se tivesse o controle absoluto sobre mim. Ela era insaciável, e eu sabia que, enquanto estivesse por perto, ela não me daria descanso.
E então havia a noite passada... Aquela suruba surreal que parecia um borrão de corpos, sensações e uma permissividade que eu nunca havia experimentado antes. Eu conseguia ouvir os risos abafados, os sons dos corpos se movendo juntos, o calor do momento que parecia fazer o tempo parar. Mas agora, olhando para trás, tudo parecia tão distante quanto uma lembrança de outro mundo. Um mundo do qual eu fazia parte, mas que não parecia ser eu.
E agora, Amerinda. A intensidade do que acabamos de compartilhar ainda pulsava em mim, cada detalhe gravado na minha pele, na minha memória. A maneira como ela me pediu para come-la , a entrega dela, o misto de dor e prazer... Tudo aquilo era tão visceral, tão primitivo, que me fez questionar até onde eu estava disposto a ir para satisfazer esses desejos que pareciam surgir do nada.
Eu me levantei, caminhei até o espelho e olhei para o meu reflexo. Havia algo diferente em mim, algo que não estava ali dias atrás. Era como se eu fosse outra pessoa, alguém que vivia à margem do que era certo e errado, mas que não conseguia parar. Um sorriso amargo surgiu no meu rosto enquanto eu pensava em Larissa, Isabel, Amerinda... e em mim.
"Como aproveitar isso?" A pergunta surgiu em minha mente, e imediatamente me senti culpado por sequer considerar isso. Mas a verdade era que eu estava preso. Preso entre as expectativas de ser o marido perfeito, o pai que Larissa acreditava que eu seria, e o homem que havia se perdido em um labirinto de desejos proibidos. E Isabel... Ela continuava a ser a presença mais forte, o epicentro desse terremoto que abalava minha vida.
Eu sabia que não poderia continuar assim. Em algum momento, essas linhas cruzadas desmoronariam, e tudo o que construí cairia como um castelo de cartas. Mas, ao mesmo tempo, havia algo intoxicante em tudo isso, uma energia que eu não conseguia ignorar. A questão não era apenas como aproveitar essas situações, mas também como sobreviver a elas sem perder completamente quem eu era.
– O que eu estou fazendo comigo mesmo? – murmurei, encarando meu reflexo. A pergunta pairou no ar, sem resposta.
Naquele momento, decidi que precisava ser estratégico. Eu não podia simplesmente ser arrastado por essas correntes. Se eu quisesse manter minha sanidade – e meu casamento –, teria que colocar limites, mesmo que fosse tarde demais para voltar atrás. Era hora de pensar com clareza e definir como eu navegaria por esse mar caótico.
O tempo parecia ter voado desde que Larissa me contou sobre a gravidez. Agora, com seis meses, sua barriga estava mais arredondada, e ela brilhava de um jeito que só mulheres grávidas conseguem. Mas, embora sua felicidade fosse evidente, havia algo mais – uma sombra que ela tentava esconder, algo que se revelava nas conversas leves que tínhamos à noite e nos sorrisos que não alcançavam seus olhos. Era como se ela soubesse que eu estava distante, mesmo sem saber exatamente o motivo.
Nos últimos meses, nossa vida sexual havia desacelerado. Não era por falta de vontade de minha parte, mas Larissa parecia mais preocupada com o bebê e com o próprio corpo do que com nossos momentos íntimos. Eu respeitava isso, mas a verdade era que, enquanto ela acreditava que eu estava esperando pacientemente, eu vivia outra realidade – um caos de encontros secretos, momentos intensos e um mar de culpa que parecia não ter fim.
Naquela tarde, enquanto ela conversava com Isabel na sala, eu estava no escritório de casa, tentando trabalhar. Mas, como sempre, as risadas das duas e o tom animado da conversa alcançavam meus ouvidos, distraindo-me. Não era incomum que elas discutissem sobre praticamente tudo, e eu estava acostumado a ouvir as confidências que Larissa fazia à madrasta. No entanto, quando a palavra "sexo" saiu em um tom mais alto do que o esperado, minha atenção foi capturada de imediato.
– Ele deve estar sofrendo, Larissa – ouvi Isabel dizer, com a voz cheia de uma ironia leve que só ela conseguia dominar. – Você está grávida, cansada... Faz sentido que não estejam fazendo nada. Se eu pudesse ajudar, sabe que ajudaria – completou com uma risada.
Houve uma pausa, e o riso de Larissa veio em seguida, nervoso, mas genuíno.
– Você é louca, Isabel – disse Larissa, ainda rindo. – Mas... obrigada por me ouvir. É só que... ele é tão bom comigo, nunca reclama. Eu só queria que ele não tivesse que esperar tanto tempo.
A conversa continuou em um tom mais baixo, mas a sementinha já havia sido plantada. Eu sabia disso porque, à noite, enquanto jantávamos, Larissa estava quieta demais. Seus olhos vagavam, pensativos, e ela parecia morder o lábio com frequência – algo que ela fazia quando estava com uma ideia na cabeça, mas não sabia como abordá-la.
Foi depois que nos deitamos, quando o silêncio do quarto já havia se instalado, que ela finalmente falou.
– Amor, posso te perguntar uma coisa? – ela começou, a voz baixa, quase tímida.
– Claro – respondi, tentando manter a naturalidade, mas já sentindo uma leve ansiedade.
Ela virou-se de lado, olhando diretamente para mim, seus olhos brilhando na penumbra do quarto.
– Sobre o que a Isabel disse hoje... Sabe, sobre... ela te ajudar. – Sua voz saiu hesitante, mas havia uma determinação escondida ali. – Você acha que isso seria tão absurdo assim?
Meu corpo inteiro ficou tenso. Pisquei algumas vezes, tentando processar o que ela acabava de dizer.
– Larissa... isso é uma loucura – eu disse, quase imediatamente, sentando-me na cama. – Isso não faz o menor sentido. Por que você diria algo assim?
– Porque eu amo você, Denis – ela respondeu, com uma firmeza que me pegou de surpresa. – E eu sei que você está se sacrificando por mim, pelo bebê... mas eu vejo como você está. Você está mais quieto, mais... distante. Não é justo que você tenha que abrir mão disso só porque eu estou grávida.
Eu balancei a cabeça, tentando interrompê-la, mas ela continuou.
– E antes que você diga qualquer coisa, saiba que isso foi minha ideia. Isabel só estava brincando hoje à tarde, mas eu fiquei pensando... e se fosse algo que ajudasse a gente? Algo que fizesse você... aliviar essa tensão sem que isso machucasse nosso casamento?
Ela colocou a mão na minha perna, um gesto carinhoso, mas que, naquele momento, parecia apenas aumentar o peso do que ela estava dizendo.
– Larissa, você está ouvindo o que está dizendo? – perguntei, tentando controlar a confusão e o desconforto. – Isso não é normal. Você realmente acha que pedir para Isabel... que isso seria uma boa ideia?
Ela suspirou, frustrada, mas manteve o tom calmo.
– Eu não sei se é uma boa ideia, Denis. Mas eu sei que quero fazer o que for preciso para você ser feliz. E, se isso for algo que podemos resolver juntos, por que não tentar?
Eu passei as mãos pelo rosto, tentando encontrar as palavras certas. A última coisa que eu queria era magoá-la, mas a situação era insustentável.
– Larissa, isso é mais complicado do que você imagina – disse eu, finalmente. – Não é só sobre o que você quer ou o que eu quero. É... é muito mais do que isso.
Ela me olhou por alguns segundos, seus olhos cheios de uma mistura de mágoa e compreensão.
– Só pense nisso, tá? – disse ela, sua voz quase um sussurro. – Não quero te pressionar, mas... quero que saiba que estou disposta a fazer isso por nós.
Ela se virou, apagando a luz do abajur no seu dia de folga e deixando-me sozinho com meus pensamentos. Mas a verdade era que, sozinha, ela já havia levantado o véu de um segredo que eu achava estar bem escondido. Larissa podia não saber dos detalhes, mas ela sabia que algo estava diferente – e estava disposta a cruzar limites para proteger nosso relacionamento.
Eu me deitei, olhando para o teto, sentindo o peso das minhas escolhas e o turbilhão que Larissa acabara de desencadear. Isabel, Amerinda, o bebê que estava a caminho... Tudo parecia estar colidindo em uma velocidade insustentável, e eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que fazer uma escolha que mudaria tudo.
A noite foi longa, e minha mente não me deu trégua. A ideia que Larissa havia sugerido se misturava com as memórias do que já havia acontecido com Isabel, criando um labirinto de pensamentos que não parecia ter saída. E se Larissa nos flagrasse um dia? Talvez fosse pior do que se algo acontecesse sob os termos dela. Ao menos assim, eu teria algum controle sobre a situação... ou era isso que eu tentava convencer a mim mesmo.
Quando o sol começou a entrar pelas frestas da cortina, minha decisão já estava tomada. Levantei-me lentamente, sentindo o peso do que estava prestes a dizer. Larissa ainda dormia, o rosto sereno enquanto a luz matinal acariciava sua pele. Eu sabia que isso mudaria nossa relação para sempre, mas não havia mais como voltar atrás.
Sentei-me ao lado dela, passando a mão suavemente por seu cabelo para acordá-la. Seus olhos se abriram devagar, e ela sorriu para mim, aquele sorriso genuíno que sempre me desarmava.
– Bom dia – disse ela, a voz rouca de sono.
– Bom dia, amor – respondi, tentando sorrir de volta. Mas havia algo no meu tom que chamou sua atenção, porque ela se sentou imediatamente, me observando com uma expressão preocupada.
– O que foi? – perguntou ela, sua mão pousando sobre a minha.
Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas.
– Sobre o que você disse ontem... Eu pensei muito. – Fiz uma pausa, observando como ela estreitou os olhos, esperando por minha resposta. – Eu aceito. Mas com uma condição.
Larissa inclinou a cabeça, claramente intrigada.
– Qual condição?
– Que você esteja no quarto junto – disse eu, minhas palavras saindo mais rápido do que eu esperava. – Eu não quero que isso pareça uma traição. Não quero me sentir culpado... ou te machucar. Se isso for acontecer, tem que ser algo que nós dois concordamos, algo que você veja e que não seja escondido.
Ela ficou em silêncio por um momento, seus olhos fixos nos meus. Eu podia ver as emoções conflitantes em seu rosto – surpresa, talvez um pouco de nervosismo, mas também uma espécie de alívio. Finalmente, ela sorriu levemente e assentiu.
– Tudo bem – disse ela, sua voz suave. – Se isso faz você se sentir mais confortável, eu aceito. Quero que você saiba que estou fazendo isso por nós, Denis. Porque eu te amo e não quero que você sofra.
Eu apenas balancei a cabeça, incapaz de responder. A culpa que já carregava parecia ter triplicado, mas ao mesmo tempo, havia uma estranha sensação de controle, como se, dessa vez, as coisas pudessem ser diferentes.
Na manhã seguinte, Larissa parecia determinada. Enquanto eu tomava meu café, ela me contou que havia conversado com Isabel.
– Ela disse que não quer estragar nosso casamento – começou Larissa, mexendo no chá com a colher. – Disse que se sente lisonjeada, mas que não quer causar problemas entre nós. Eu insisti, claro, explicando que isso foi ideia minha, e que eu confio nela completamente.
Eu ergui uma sobrancelha, tentando manter a calma.
– E o que ela disse? – perguntei, fingindo casualidade.
Larissa deu um pequeno sorriso, um pouco nervoso.
– Ela disse que faria... mas apenas sexo anal. Que seria mais seguro e menos... complicado emocionalmente. Disse que era uma forma de ajudar sem cruzar certos limites.
Meu coração disparou. Isabel sempre soube exatamente como jogar suas cartas, e essa era mais uma prova disso. Larissa parecia aliviada, como se tivesse resolvido um grande problema, mas eu sabia que Isabel estava se divertindo com tudo isso.
Mais tarde, enquanto eu estava no escritório, meu telefone tocou. O nome de Isabel apareceu na tela, e por um momento, pensei em ignorar. Mas, sabendo que ela não desistiria, atendi.
– Denis – disse ela, sua voz carregada de humor. – Larissa veio falar comigo hoje. Você já sabe o que ela disse, certo?
Eu engoli em seco, tentando controlar minha respiração.
– Sei, Isabel. Mas quero deixar claro que isso é uma situação delicada. Não quero que vire algo maior do que já é.
Ela soltou uma risada baixa, o tipo de riso que sempre fazia minha pele arrepiar.
– Relaxa, querido. Vai ser... muito divertido. Eu prometo que vou cuidar de você direitinho – disse ela, sua voz assumindo um tom mais baixo, quase um sussurro. – E do jeito que ela pediu, é claro.
Meu rosto ficou quente, e eu precisei me segurar na mesa para não perder o equilíbrio.
– Isabel, isso não é brincadeira – murmurei, tentando manter um tom sério.
– Oh, querido – disse ela, rindo novamente. – Quem disse que eu estou brincando? Isso vai ser inesquecível. Para todos nós.
Antes que eu pudesse responder, ela desligou, me deixando sozinho com o som do meu coração martelando nos ouvidos. Isabel sabia exatamente o que estava fazendo, e o controle que ela tinha sobre mim parecia crescer a cada dia.
A noite estava quente e silenciosa, com uma atmosfera pesada que parecia vibrar com a tensão entre nós três. Isabel havia chegado mais cedo, com um vestido simples que parecia cuidadosamente escolhido para não chamar atenção, mas que ainda assim exalava o charme natural dela. Larissa a recebeu com um sorriso, embora seus olhos revelassem uma mistura de nervosismo e determinação.
Conversamos na sala antes de qualquer coisa. Larissa estava sentada ao meu lado no sofá, as mãos descansando sobre a barriga arredondada. Isabel estava na poltrona, as pernas cruzadas, o olhar fixo em nós enquanto Larissa falava com uma firmeza que parecia surpreender até a própria Isabel.
– Eu só quero que fique claro, Isabel – começou Larissa, sua voz calma, mas cheia de autoridade. – Isso é algo que Denis e eu concordamos juntos. Não quero que isso vá além do que estamos planejando. E eu quero estar presente. Não é para haver segredos ou coisas escondidas. Você entende isso, certo?
Isabel assentiu, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios, mas sua expressão era séria.
– Claro, Larissa. Estou aqui para ajudar, e ninguém vai saber, e só farei o que você estiver confortável em permitir. Vocês têm minha palavra – respondeu ela, sua voz suave e controlada, como sempre.
Eu fiquei em silêncio durante a maior parte da conversa, mas meu olhar alternava entre Larissa e Isabel. Era surreal vê-las discutindo algo tão delicado de forma tão racional, quase prática, como se estivessem planejando um jantar ou uma viagem. Mas o peso do momento estava presente, e eu sabia que isso marcaria nossas vidas de uma forma que nenhum de nós poderia prever.
Depois de definir as "regras" – um termo que Larissa usou várias vezes –, ela finalmente olhou para mim e assentiu. Isabel se levantou, seguindo-nos até o quarto, e enquanto eu fechava a porta, senti meu coração acelerar.
O quarto estava iluminado apenas por um abajur, a luz quente criando sombras suaves nas paredes. Isabel olhou ao redor, como se estivesse avaliando o ambiente, antes de voltar seu olhar para nós. Havia algo diferente nela agora – uma espécie de vulnerabilidade calculada, como se ela estivesse entrando em um papel cuidadosamente ensaiado.
– Eu... não sei bem como começar – disse ela, sua voz baixa, quase hesitante. – Nunca fiz nada assim antes.
Eu sabia que ela estava fingindo, mas a forma como ela interpretava a timidez era tão convincente que até eu me peguei acreditando por um momento. Isabel sempre soube como controlar uma situação, e isso era uma prova de sua habilidade de manipular as emoções ao seu redor.
Larissa sorriu suavemente, tentando tranquilizá-la.
– Tudo bem, Isabel. Não precisa se apressar. Estamos aqui juntos, e é isso que importa.
Isabel assentiu, hesitando um pouco antes de começar a tirar o vestido. Seus movimentos eram lentos, quase cautelosos, como se cada gesto fosse carregado de incerteza. Quando finalmente ficou nua, ela cruzou os braços sobre o peito, fingindo desconforto enquanto seu olhar se voltava para Larissa.
– Isso é estranho para mim – admitiu Isabel, mordendo o lábio de leve. – Eu não quero fazer nada que vá te magoar.
Larissa riu suavemente, balançando a cabeça.
– Você não vai me magoar, Isabel. Eu confio em você. E confio no Denis.
Eu fiquei observando, meu olhar fixo nas duas, sentindo uma mistura de emoções que era difícil de descrever. Larissa se virou para mim, seu rosto corado, mas seus olhos brilhando com determinação.
– Acho que seria justo se eu também tirasse a roupa – disse ela, sua voz calma. – Quero que todos estejamos iguais aqui.
Meu coração disparou ao ouvir isso, mas eu sabia que não poderia dizer nada para impedir. Larissa começou a tirar a camisola que usava, revelando seu corpo ainda mais bonito do que eu lembrava. Sua barriga arredondada dava a ela uma beleza única, quase sagrada, e por um momento, fiquei sem palavras.
Ela ficou ali, em pé, completamente vulnerável, mas com um olhar que exalava confiança e amor.
– Você é linda – murmurei, incapaz de me conter.
Ela sorriu, um sorriso tímido, mas cheio de afeto.
– Obrigada, amor. Quero que você se lembre disso. Que mesmo agora, eu ainda sou sua.
A tensão no quarto parecia quase palpável, cada movimento, cada palavra carregada de significados ocultos. Isabel olhou para Larissa com algo que parecia admiração genuína, como se estivesse vendo-a sob uma nova luz.
– Você é realmente incrível, Larissa – disse Isabel, sua voz baixa, mas cheia de sinceridade.
Larissa apenas assentiu, sentando-se na cama e olhando para nós com um sorriso suave apontando um frasco de lubrificante.
–– Acho que vocês podem começar – disse Larissa, sua voz calma e decidida contrastando com o brilho de expectativa em seus olhos.
O quarto estava silencioso, exceto pelo som suave do ventilador no teto, girando preguiçosamente. A luz quente do abajur criava sombras suaves nas paredes, aumentando a intimidade do momento. Eu respirei fundo, sentindo o peso de tudo o que estava prestes a acontecer. Meu olhar encontrou o de Isabel, que parecia tranquila, mas com um leve sorriso que deixava transparecer uma mistura de nervosismo e antecipação.
Larissa, sentada na cama, ajeitou-se de forma confortável, apoiando as costas em travesseiros. Seu olhar alternava entre mim e Isabel, mas havia uma firmeza ali, como se ela quisesse deixar claro que estava no controle. Apesar disso, seus dedos inquietos mexiam na borda da camisola, denunciando uma ponta de nervosismo.
Isabel deu o primeiro passo, movendo-se até mim com uma naturalidade que parecia ensaiada. Sua mão tocou meu braço levemente, como se quisesse medir minha reação. Meu coração estava acelerado, mas eu retribuí o gesto, colocando minha mão sobre a dela. Não havia palavras; o momento parecia carregar tudo o que era necessário.
– Tudo bem? – Isabel perguntou, sua voz baixa e quase hesitante, como se quisesse garantir que ninguém estava arrependido.
Eu apenas assenti, engolindo em seco. Larissa deu um pequeno sorriso de encorajamento.
– Estou aqui – disse ela suavemente, como se quisesse reforçar sua presença.
Isabel começou com um gesto simples, colocando as mãos nos meus ombros e me guiando para que eu me sentasse na beirada da cama. O toque dela era firme, mas cuidadoso, e seus movimentos eram lentos, como se ela quisesse dar a todos nós tempo para nos ajustarmos. Larissa observava atentamente, os braços envolvendo sua barriga arredondada, enquanto um leve rubor coloria suas bochechas.
– Você sabe que estamos juntos nisso, certo? – Larissa disse, quebrando o silêncio, seus olhos fixos nos meus.
– Eu sei – respondi, tentando tranquilizá-la.
Isabel olhou para Larissa com uma expressão de entendimento antes de se ajoelhar diante de mim, começando com um toque gentil e exploratório. Enquanto isso, Larissa se inclinou levemente para frente, como se quisesse observar mais de perto, mas mantendo sua posição confortável. Era como se ela estivesse tentando encontrar um equilíbrio entre participar e assistir.
Ela se moveu devagar, testando os limites do momento, enquanto Larissa, em um gesto inesperado, colocou uma das mãos sobre meu ombro, oferecendo um tipo de apoio silencioso. Era uma sensação estranha – e ao mesmo tempo poderosa – ter as duas ali comigo, cada uma contribuindo de sua forma.
Isabel estava ajoelhada na minha frente, seus movimentos lentos e medidos, como se estivesse testando os limites daquele momento. Seus olhos, brilhando com uma mistura de expectativa e autoconfiança, encontraram os meus. Ela parecia medir cada reação minha, como se quisesse garantir que estávamos todos em sintonia.
Larissa, sentada ao meu lado, inclinou-se levemente, deixando sua presença clara, mas ainda mantendo um ar de delicadeza. Sua mão deslizou sobre a minha coxa antes de subir com cuidado, encontrando o ponto onde ela queria estar. Seus dedos eram firmes, mas carinhosos, e o calor do toque dela parecia queimar minha pele de forma reconfortante.
Havia algo profundamente íntimo naquele momento. As respirações abafadas, a luz suave do abajur que criava sombras dançantes no quarto e o som do ventilador girando no teto pareciam compor uma trilha sonora quase surreal. Cada detalhe parecia amplificar a sensação de que aquele momento era algo fora do comum, um marco silencioso que não seria esquecido.
Larissa, sempre cuidadosa, segurou meu rosto por um momento, como se quisesse garantir que eu estivesse ali com ela, presente no momento. Depois, seus dedos se moveram com confiança, guiando-se por uma combinação de delicadeza e intenção. Ela olhou para Isabel com um leve sorriso, como se a convidasse a participar plenamente.
– Chupa devagar – disse Larissa, sua voz suave, mas firme.
Isabel inclinou-se, aceitando o convite silencioso de Larissa, enquanto sua mão tocava suavemente a minha pele. Seus movimentos eram lentos e calculados, como se quisesse absorver cada detalhe do que estava acontecendo. Larissa, por outro lado, permaneceu ao meu lado, como um ponto de apoio, seus olhos alternando entre Isabel e eu.
Havia um ritmo natural naquela troca, como se cada gesto fosse uma peça de um quebra-cabeça que se encaixava perfeitamente. Eu sentia o calor das mãos de Larissa e a proximidade da língua de Isabel, e a combinação das duas era algo quase indescritível.
Larissa mantinha o controle do momento, guiando Isabel com pequenos gestos e olhares. A interação entre elas era quase tão fascinante quanto o próprio ato – uma mistura de respeito mútuo e curiosidade que parecia transcender qualquer desconforto inicial.
Por um momento, Isabel ergueu os olhos para Larissa, como se buscasse sua aprovação. Larissa respondeu com um pequeno aceno de cabeça e um sorriso reconfortante. Aquela troca silenciosa parecia carregar mais significado do que qualquer palavra poderia expressar.
O quarto, com sua atmosfera carregada de tensão e conexão, parecia vibrar com uma energia quase palpável. Era impossível não sentir o peso emocional daquele momento, a forma como todos nós estávamos, de alguma maneira, redefinindo os limites do que significava estar conectados uns aos outros.
Isabel manteve seus movimentos cuidadosos enquanto o silêncio no quarto parecia crescer, carregado de expectativas. Cada gesto seu era calmo, como se estivesse medindo o momento, dando a si mesma e a todos nós o tempo necessário para se ajustar à ideia do que estava prestes a acontecer. Sua respiração era controlada, e suas mãos, hábeis, trabalhavam de forma precisa, enquanto ela buscava conforto e sintonia.
Larissa, sentada ao meu lado, observava tudo atentamente. Seus olhos acompanhavam cada movimento de Isabel, mas havia algo a mais em sua expressão – um misto de fascínio e excitação que parecia crescer a cada segundo. Sua mão pousou sobre a minha coxa, apertando de leve, como se quisesse reforçar sua presença. Seus dedos traçaram linhas invisíveis na minha pele, e o calor do toque dela era reconfortante e estimulante ao mesmo tempo.
– Está tudo bem... – murmurou Larissa, a voz suave e quase melódica, enquanto seus olhos encontravam os meus.
Isabel olhou para ela por um instante, buscando a aprovação de Larissa. Quando Larissa sorriu levemente e assentiu, Isabel se posicionou com um cuidado meticuloso, ajustando o corpo de forma que cada movimento parecesse calculado. Ela exalava confiança, mas também havia uma vulnerabilidade sutil em sua postura – como se estivesse completamente entregue àquele momento.
O quarto estava quente, mas não de um jeito desconfortável. Era o tipo de calor que parecia vir de dentro, irradiando de cada um de nós e se misturando com a atmosfera íntima que pairava no ar. A luz baixa do abajur criava sombras delicadas nas paredes, enquanto o som do ventilador continuava sua rotação tranquila, como um lembrete de que o mundo lá fora continuava, mesmo que dentro daquele quarto tudo parecesse suspenso no tempo.
Larissa, que até então estava em silêncio, inclinou-se levemente para a frente. Seus lábios entreabriram-se, e sua respiração ficou mais pesada, um reflexo claro de que estava sendo envolvida pela intensidade do momento. Havia um rubor em suas bochechas, e seus dedos começaram a mover-se quase involuntariamente, traçando círculos pequenos e delicados em sua própria pele.
Isabel ajeitou-se, o corpo próximo ao meu tensionado por um instante antes de relaxar novamente. Ela soltou um suspiro longo, o tipo de som que indicava que havia encontrado o equilíbrio necessário para continuar. Seus olhos encontraram os meus, e havia algo profundo e indescritível em sua expressão – um convite silencioso, um reconhecimento de que aquele era um momento compartilhado de forma única.
Larissa observava com um misto de admiração e desejo, o brilho em seus olhos tornando evidente que ela estava tão envolvida quanto nós dois. Ela se inclinou mais, seus lábios roçando levemente a pele do meu ombro, como se quisesse participar à sua maneira.
– Você é linda – murmurou Larissa para Isabel, sua voz rouca e carregada de emoção.
Isabel sorriu de volta, sua confiança crescendo visivelmente ao ouvir as palavras de Larissa. Os dois pareciam se conectar por um breve instante, uma troca silenciosa de compreensão que era ao mesmo tempo surpreendente e inevitável.
Enquanto Isabel se posicionava, sua respiração tornou-se mais lenta, quase meditativa. Seus movimentos eram firmes, mas nunca apressados, e cada gesto parecia carregado de intenção. Larissa, ainda ao meu lado, observava com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes, como se estivesse absorvendo cada detalhe do que acontecia diante dela.
O momento parecia durar uma eternidade e, ao mesmo tempo, passar em um piscar de olhos. Era como se estivéssemos todos imersos em uma espécie de transe, conectados de uma maneira que desafiava explicações. Isabel ajustou-se mais uma vez, a respiração lenta e pesada enquanto buscava o momento certo para dar continuidade. O quarto parecia envolto em um silêncio que amplificava cada pequeno movimento – o deslizar dos lençóis sob seu corpo, Larissa, ao meu lado, inclinou-se levemente para frente, os olhos fixos em Isabel. Ela parecia quase hipnotizada pela forma como Isabel se movia, seus gestos calculados e ao mesmo tempo naturais, como se ela estivesse guiando não apenas a si mesma, mas todos nós, através daquele momento. Larissa deslizou a mão pela minha coxa, um gesto que parecia tanto uma demonstração de apoio quanto um reflexo da excitação que começava a transparecer em seu rosto.
– Devagar cuidado com minha mãe... – Larissa murmurou, sua voz baixa e carregada de emoção.
Isabel olhou para trás por um instante, o rosto suavizado por um sorriso que misturava confiança e nervosismo. Havia algo profundamente humano naquele gesto – como se ela estivesse compartilhando tanto sua vulnerabilidade quanto sua força conosco. Seus movimentos eram lentos e cuidadosos, cada passo dado com a intenção de explorar o momento e absorver tudo o que ele representava.
Larissa, enquanto isso, parecia cada vez mais imersa na cena diante dela. Seus olhos brilhavam com uma mistura de curiosidade e desejo, e suas mãos continuavam a se mover de forma hesitante, como se quisesse participar mais ativamente, mas estivesse tentando encontrar o equilíbrio certo entre observar e agir.
Isabel fechou os olhos por um momento, sua expressão suavizando enquanto meu pênis se ajustava completamente. Ela soltou um suspiro longo, quase aliviado, e Larissa inclinou-se ainda mais para frente, como se quisesse capturar cada detalhe daquele instante.
– Você está bem? – perguntou Larissa, sua voz cheia de preocupação genuína, mas também de um fascínio que era impossível de ignorar.
Isabel abriu os olhos e assentiu, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios.
– Estou... mais do que bem – respondeu ela, sua voz rouca, mas segura.
Aquele breve momento de troca entre as duas parecia carregar um peso emocional que ia além das palavras. Larissa sorriu de volta, um sorriso que era tanto de conforto quanto de encorajamento. Era como se ela estivesse reafirmando sua presença, garantindo que tudo estava bem, que estávamos juntos naquilo.
Enquanto Isabel começava a se movimentar, os sons suaves de sua respiração preenchiam o espaço, misturando-se com o ranger quase imperceptível do colchão. Seus movimentos eram fluidos, mas também havia uma cautela subjacente, como se ela estivesse tentando se ajustar completamente àquele novo ritmo.
Larissa, por outro lado, começou a se mover de maneira mais ativa. Sua mão deslizou novamente pela minha pele, um gesto que parecia carregar uma mistura de possessividade e ternura. Ela olhou para Isabel, e havia algo quase admirador em seu olhar – uma espécie de respeito silencioso pelo papel que Isabel estava desempenhando.
– Você está fazendo isso... tão bem – Larissa disse, sua voz baixa, mas carregada de sinceridade.
Isabel sorriu de leve, mas não disse nada. Sua atenção estava completamente focada no que fazia, em cada sensação e movimento, enquanto Larissa se aproximava ainda mais, seus dedos traçando círculos delicados na minha pele, como se quisesse intensificar ainda mais a conexão entre nós.
Era uma dança delicada, quase coreografada, entre três pessoas que tentavam encontrar um equilíbrio entre desejo, curiosidade e as complexas emoções que surgiam a cada momento. O calor do quarto parecia aumentar a cada segundo, e a tensão era tão tangível que parecia pressionar contra nossos corpos, unindo-nos de uma forma que desafiava todas as expectativas.
Isabel continuava a se mover com delicadeza, como se estivesse explorando um território desconhecido, mas ao mesmo tempo carregando a confiança de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo. Sua respiração ficava mais pesada, enquanto seus movimentos eram marcados por um ritmo suave, quase hipnótico. Larissa, por sua vez, permanecia próxima, seus olhos cheios de um misto de curiosidade e um sentimento que eu não conseguia decifrar completamente – uma combinação de aceitação, desejo e cuidado.
Ela colocou a mão sobre a minha, seus dedos entrelaçando-se aos meus como um lembrete silencioso de que estávamos nisso juntos. Sua presença era reconfortante, uma âncora em meio à tempestade de sensações e emoções que preenchiam o quarto. De vez em quando, Larissa olhava para Isabel com um sorriso pequeno e caloroso, como se quisesse garantir que tudo estava acontecendo conforme planejado.
O ambiente parecia mais quente e acolhedor, como se a tensão que antes preenchia o ar tivesse sido substituída por algo mais profundo. Havia uma calma que se instalava entre nós, como se todos tivéssemos encontrado um equilíbrio improvável, mas genuíno. Larissa soltou um suspiro suave, apoiando a cabeça no meu ombro enquanto assistia Isabel completar os últimos movimentos com precisão e controle.
Quando finalmente os movimentos cessaram, Isabel se inclinou para trás, os cabelos desalinhados e a pele brilhando sob a luz suave do abajur. Ela fechou os olhos por um momento, recuperando o fôlego, e Larissa, sempre atenta, foi a primeira a quebrar o silêncio.
– Foi... – Larissa começou, mas pareceu perder as palavras. Em vez disso, ela simplesmente sorriu e estendeu a mão para Isabel, como se quisesse incluí-la naquele instante de paz.
Isabel aceitou o gesto, entrelaçando os dedos aos de Larissa antes de deslizar para o lado, deitando-se na cama ao nosso lado. Eu estava no meio, e as duas se acomodaram próximas a mim, suas respirações gradualmente se sincronizando enquanto o cansaço começava a se fazer presente.
Larissa ajeitou-se contra o meu peito, aninhando-se confortavelmente, enquanto Isabel se deitava do outro lado, a cabeça apoiada no meu ombro. Pela primeira vez naquela noite, parecia que todas as palavras não ditas, os olhares furtivos e os sentimentos intensos haviam se transformado em algo tranquilo e reconfortante. O peso do momento dava lugar a um silêncio mais leve, quase doce.
As mãos de Larissa e Isabel se encontraram por um instante sobre o meu peito, um gesto que parecia não precisar de explicações. Era como se aquele toque fosse a forma delas de selar o momento, de reafirmar que estávamos juntos, mesmo diante de tudo o que era desconhecido e novo.
– Vocês são incríveis – murmurei, minha voz saindo baixa, quase um sussurro.
Larissa levantou a cabeça por um instante, seus olhos brilhando sob a luz suave do quarto.
– Somos, não somos? – respondeu ela com um sorriso pequeno e satisfeito, antes de voltar a se aninhar contra mim.
Isabel riu baixinho, um som que parecia carregar tanto alívio quanto alegria, antes de fechar os olhos e deixar o cansaço tomar conta. O calor dos corpos juntos e o peso confortável dos lençóis criavam uma sensação de segurança que parecia envolver a todos nós.
O sono veio lentamente, como uma onda tranquila. Larissa já respirava em um ritmo constante, e Isabel logo a acompanhou, os dois corpos relaxados contra o meu. Eu fiquei ali por alguns minutos, ouvindo as respirações suaves delas e sentindo o peso do momento, antes de finalmente me render ao cansaço.
Aquela noite, adormecemos juntos, em silêncio e em paz, nossos corpos entrelaçados de uma forma que parecia ao mesmo tempo improvável e natural. Naquele momento, tudo estava exatamente como deveria estar.