"Sejam bem-vindos." Essa era a mensagem escrita na lousa assim que todos os alunos entraram na sala. Na verdade, eu nem sabia o que estava fazendo ali. Só estava tentando encontrar o meu caminho. Fiz uma prova sem muita pretensão e acabei passando em um curso profissionalizante. Tinha acabado de completar dezoito anos e nem podia sonhar em recusar essa vaga—meus pais me matariam. Os dois achavam que eu não teria futuro. Bem, agora acho que eles estavam certos.
Todos se ajeitaram em suas cadeiras, e eu me sentei no canto, próximo à parede. Era o primeiro dia de aula, e eu não fazia ideia do que esperar. Alguns minutos depois, uma mulher entrou na sala. Vestia calça jeans e um avental branco. Seus cabelos eram longos e estavam presos, alguns fios brancos misturados aos fios negros. Sua pele era clara, e os olhos, castanho-escuros, quase pretos—penetrantes e sedutores. Tinha um sorriso largo e carregava consigo uma leveza ao andar.
Uma aliança brilhava em seu dedo. Ela parou na frente da sala e, com toda elegância, disse:
— Nossa, que turma enorme vocês têm! Eu sou a Charlene e serei a professora de Língua Portuguesa de vocês.
Realmente, a sala estava lotada. Todos estavam empolgados com o primeiro dia, atentos a cada palavra que saía de sua boca.
— Bem, pessoal, como hoje é o primeiro dia, vou pedir uma redação de apresentação para vocês. Quero conhecer todos!
Não gostei dessa informação. Nunca fui de mostrar meus textos para outras pessoas. Mas Charlene pediu com tanto carinho... Ela passou pelas fileiras distribuindo as folhas uma a uma, olhando nos olhos de cada aluno. Quando chegou à minha mesa e deixou a folha sobre ela, sem querer tocou em minha mão. Um choque percorreu meu corpo. Olhei para ela, e ela se desculpou.
— Não tem problema — respondi, um pouco sem graça.
Ela continuou distribuindo as folhas.
Escrevi minha redação de forma simples, sem muitos enfeites. Todos entregaram, e eu fui um dos primeiros a deixar a redação sobre sua mesa. Olhei bem para ela nesse momento. Suas maçãs do rosto eram levemente avermelhadas, e seus olhos eram profundos. Algumas rugas marcavam sua pele, o que a tornava ainda mais atraente. Até então, eu nunca tinha sentido atração por uma mulher mais velha.
Eu só tinha namorado uma vez. Tinha perdido minha virgindade com minha ex-namorada, mas não foi grande coisa. Eu não me sentia um homem de verdade. E, com certeza, uma mulher como Charlene não iria se interessar por um adolescente que mal havia saído das fraldas. Pelo menos, era o que eu pensava.
Os dias passaram, e lá estávamos nós para mais uma aula de português. Charlene devolveu as redações, uma por uma. Quando chegou a minha vez, fez questão de elogiar meu texto na frente de toda a turma. Disse que estava excelente e me recomendou a leitura de alguns autores. Segui à risca sua recomendação.
Fiquei feliz com seu elogio. Nunca fui o tipo de homem que recebia muitos elogios. Minha aparência e meu jeito sempre afastaram as mulheres. Mas, a partir desse dia, Charlene começou a prestar mais atenção em mim... e eu, nela.
Passei a reparar no tipo de sapato que ela usava, na calça que vestia. Sua roupa ficava parcialmente escondida pelo avental, assim como seu corpo. Era difícil não olhar para Charlene, mas eu tentava fazê-lo em momentos em que ela não estivesse notando. Cada movimento dela na sala me chamava a atenção. Em todas as suas aulas, eu me sentia inquieto—e excitado.
Aprendi muito com Charlene.
Eu queria aprender, claro, mas queria também ouvir sua voz, observar seus gestos, entender suas expressões. Ela era diferente das outras professoras que já tive. Falava com paixão, com uma energia que prendia todos na sala, mas era discreta e segura de si.
O tempo passou, e as aulas de português se tornaram meu momento favorito do dia. Aos poucos, comecei a perceber que Charlene também me olhava de um jeito diferente. Nada óbvio, nada que qualquer outra pessoa notasse, mas eu sentia. Era um olhar rápido, uma pausa ligeira quando nossos olhos se encontravam, um sorriso que parecia se prolongar só para mim.
Certa tarde, depois da aula, fiquei enrolando para sair da sala. Todos já tinham ido embora, e ela estava organizando algumas folhas na mesa.
— Você tem talento para a escrita, sabia? — disse, sem levantar os olhos do que estava fazendo.
Novamente um elogio,fiquei sem saber o que responder.
— Ah… obrigado.
— Você gosta de ler?
— Não lia muito antes… mas comecei depois da sua recomendação.
Ela sorriu, finalmente me encarando.
— Isso é ótimo. Escrita e leitura andam juntas. Se quiser, posso te emprestar alguns livros que estão na biblioteca da escola.
Meu coração acelerou. Aquilo era um convite?
— Eu adoraria — respondi.
Charlene pegou um papel e anotou algo.
— Esse é o meu e-mail. Me mande uma mensagem com seu número, e eu te aviso quando tiver um tempo livre para irmos até a biblioteca
Peguei o papel, sentindo o calor subir pelo meu rosto.
— Certo…
Ela voltou a organizar suas coisas como se nada tivesse acontecido. Mas, para mim, aquela folha de papel queimava entre meus dedos.
Naquela noite, deitado na cama, segurei o papel e olhei para o e-mail escrito ali. Eu poderia mandar a mensagem agora, mas não queria parecer ansioso. Esperei até o dia seguinte.
"Oi, professora. Aqui é o Iago. Esse é o meu número. Quando conseguir estou disponível para retirarmos os livros na biblioteca"
A resposta veio rápido.
"Amanhã após às aulas podemos ir até lá. Boa noite :)"
Aquele emoji de sorriso me fez encarar a tela por um tempo. Uma professora normalmente mandaria um ponto final, mas ela colocou um sorriso. Um detalhe pequeno, mas que fez meu coração disparar.
Eu sabia que estava entrando em um território perigoso, mas naquele momento, eu já não queria voltar atrás.
Após as aulas, esperei todos os alunos saírem e fiquei na porta, aguardando-a. Quando a professora Charlene finalmente saiu, me ofereci para ajudá-la com seus materiais. Notei sua organização impecável.
Peguei suas pastas e sua bolsa e disse, timidamente:
— Deixa que eu carrego para a senhora.
Ela me olhou com um sorriso no rosto.
— Senhora? — repetiu, divertida, enquanto retirava o avental e o dobrava sob o braço. Então, completou: — Pode me chamar de "você".
Ela continuou sorrindo enquanto caminhávamos lado a lado até a biblioteca. De perto, eu conseguia notar as veias sutis em seu pescoço, os pequenos brincos em suas orelhas, a roupa social que deixava parte de seus ombros à mostra—ombros delicados.
Chegamos à biblioteca, e ela pegou alguns livros. Entre eles, me entregou um em específico.
— O Apanhador no Campo de Centeio — disse, estendendo o exemplar para mim. — Esse livro é a sua cara. Leia e depois me diga o que achou.
Sentamos em uma mesa redonda. O lugar estava vazio, e o silêncio profundo só tornava aquele momento ainda mais intenso. Eu não conseguia parar de olhar para a professora Charlene, ali na minha frente. Até que, sem pensar muito, soltei:
— Você é linda, professora.
Minha mão encontrou a dela sobre a mesa. Ela não a afastou de imediato, apenas ficou me olhando, parecendo petrificada.
Então, lentamente, retirou a mão e disse:
— Iago… acho que você está confundindo as coisas. Eu sou casada.
Mas seus olhos continuavam presos nos meus, sem desviar. Meu coração batia forte, e naquele instante eu soube que não estava sozinho naquele desejo. Me aproximei e roubei um beijo. Para minha surpresa, ela correspondeu. Foram apenas alguns segundos, mas o suficiente para incendiar tudo dentro de mim.
Até que, de repente, Charlene se afastou.
Seu rosto estava corado, seus lábios entreabertos, a respiração acelerada. Mas ela não disse nada. E, por um momento, o silêncio entre nós foi ainda mais ensurdecedor que o da biblioteca.
Charlene desviou o olhar e respirou fundo. Sua expressão era um misto de surpresa, desejo e culpa. Ela se levantou rapidamente, ajeitou a bolsa no ombro e disse em um tom que tentava soar firme, mas soava hesitante:
— Isso não pode acontecer, Iago.
Eu permaneci sentado, sentindo o gosto do beijo ainda nos lábios. Meu coração martelava no peito, e minha mente estava um turbilhão de pensamentos. Não me arrependia do que tinha feito. Muito pelo contrário.
Ela começou a caminhar em direção à porta, mas, antes de sair, virou-se para mim. Seus olhos ainda tinham aquele brilho indecifrável.
— Leia o livro — disse, antes de desaparecer pelo corredor.
Fiquei ali por alguns minutos, tentando processar tudo. Ela não tinha me repreendido de verdade. Não tinha ficado brava. E, acima de tudo, tinha correspondido ao beijo.
Peguei O Apanhador no Campo de Centeio e o apertei entre as mãos. Aquele livro agora era mais do que uma simples recomendação. Era um símbolo daquele momento.
Os dias seguintes foram um desafio. Nas aulas, Charlene mantinha sua postura profissional. Era como se nada tivesse acontecido. Mas eu sabia que não era verdade. Nos pequenos detalhes, no jeito como evitava me olhar por muito tempo, no modo como seu sorriso às vezes hesitava antes de se firmar… eu percebia.
E então, algo inesperado aconteceu.
Uma tarde, depois da aula, recebi uma mensagem.
Número desconhecido: Você terminou o livro?
Meu coração acelerou. Eu sabia exatamente quem era. Sem pensar muito, respondi.
Eu: Ainda não. Mas estou gostando.
A resposta veio quase de imediato.
Número desconhecido: Ótimo. Quando terminar, me avise.
Era um convite. Um teste.
E eu estava disposto a ir até o fim, terminei o livro em menos de uma semana e mandei uma mensagem no número desconhecido, então ela respondeu.
"Me encontre no mesmo lugar, amanhã''
No outro dia lá estava eu, na biblioteca, na mesma mesa em que me encontrei com Charlene da última vez, ela chegou no mesmo horário em que chegamos no último encontro, com outro livro na mão "O Senhor das Moças"
"Você se parece com um dos meninos desse livro" Ela disse.
"Estou com saudades do seu beijo" olhei para ela enquanto notava um batom nos seus lábios, algo que ela não costumava usar.
"Para com isso, Iago, eu tenho idade para ser sua m.." não deixei ela completar a frase, tinha roubado outro beijo dela que ela correspondeu com mais veemência. As nossas línguas entrelaçadas, o gosto da boca daquela professora que depois eu fui descobrir que era evangélica temente a seu Deus, ela estava pecando com seu jovem aluno, se entregando aos desejos de um rapaz que só sabia pensar em sexo, todos os garotos eram assim, ela sabia disso, era professora a muito tempo, queria foder com ela, queria chupar a buceta de Charlene ali mesmo.
"Aqui não, Iago, para com isso"
"Onde então?" Eu perguntei, o meu pau estava duro, eu alisava os pulsos de Charlene com o meu dedão, queria beijar aquela boca novamente, ela estava avermelhada pelos chupões que eu havia dado, seus cabelos com alguns fios fora da ordem. O olhar dela era de uma predadora.
"Na semana que vem eu te falo" ela pegou sua bolsa e saiu apressada da biblioteca sem sequer olhar para trás.