33 - UM PARAÍSO COMO RECOMPENSA

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Heterossexual
Contém 5764 palavras
Data: 15/02/2025 11:30:30

CAPÍTULO - 33

Movidas pelo amor, Margie e Milena se amaram sem ver o tempo passar. Quando perceberam que o sol estava a pino, resolveram por um tempo, não porque a vontade tinha passado, mas sim porque seus corpos estavam exaustos. Margie, admirando o lindo corpo de Milena, falou:

– Sua pele não está com aquele brilho que tem lá na Enseada. Mas mesmo assim é lindo. Você é toda linda.

– Nem notei. Deve ser porque o seu está brilhando. – Respondeu Milena.

– Para de mentir! Já faz muito tempo que não é assim. O brilho em mim desapareceu logo depois que retornamos da luta com o lobo.

– Será? Sabe que eu nem reparei? Para mim ele sempre esteve igual

– Deve ser porque você nem prestava atenção em mim.

Milena recebeu bem o golpe. Ela sabia que isso era verdade. Depois do que Margie lhe disse, ela estava ciente que toda aquela paixão que sentiu há dois anos permaneceu dormente dentro dela e só voltou a se manifestar quando Se afastou da Enseada. Ela não queria parar de beijar todo o corpo de sua amada, porém, sentiu que devia conversar melhor sobre esse assunto. Ela sabia que precisava entender aquilo para evitar que acontecesse novamente. Então falou:

– Vamos falar sobre isso. Quero que você pare de me acusar de algo que eu nem sei o motivo de ter acontecido e me explique melhor sobre isso.

– Então! Quando voltamos daquela jornada maluca que fizemos, você passou a agir comigo como se nada tivesse acontecido entre a gente. Não que você me tratasse mal ou me desprezasse. Nada disso. Você apenas passou a agir da mesma forma que agia antes e igual a todo mundo. Não sei te explicar o motivo, mas a magia que existe lá não me atingia mais. A prova disso foi que a Chantal foi embora e a minha pele não mais brilhava sob o efeito que o sol. Além disso, você se lembra de quanto custou para o ferimento na minha perna curar e, ao contrário do que acontecia antes, essa deixou uma cicatriz. – Margie mostrou em sua perna as marcas causadas pelos dentes de Sétan.

– Agora, falando sério, eu notei isso. Todo mundo notou, mas ninguém procurou por uma explicação. E como você passou a agir de forma esquisita, ninguém se animou a perguntar para você o motivo disso. Eu sei que você vai dizer que eu também perguntei, só que, depois que voltamos, eu voltei a me envolver com todos e agia da mesma forma que eles.

– Eu sei. Foi isso que me fez ficar à margem. Ficar próxima de vocês e ver você agindo daquele jeito era mais do que eu podia suportar.

– Desculpe meu amor.

Ao dizer isso, Milena, que estava sentada ao lado de Margie sobre o tronco caído, se inclinou para ela e deu um selinho em sua boca.

– Me deixe falar. Agora que comecei, quero dizer tudo o que acontece lá. Bom, pelo menos é o que eu acho que acontece. – Margie tinha pensando durante muito tempo e criou uma teoria sobre o que acontecera com ela.

– Tudo bem. Fale. Sou toda ouvidos.

– Um dia, sem que ninguém notasse, eu fui até a caverna. Não fiquei surpresa quando cheguei lá e vi que, para mim, era uma caverna comum. Muito bonita sim, mas apenas uma caverna. E quando você me chamou para voltar lá, só aceitei porque para mim era uma forma de ficarmos juntas. Eu sabia que o efeito da caverna não se aplicava mais a mim. Valeu a pena porque era com você. Mas nas vezes que fui com o Henrique e o Nestor e fiquei grávida, foi um martírio. Tudo o que eu queria é que você estivesse lá comigo.

– Tá. Mas fale sobre essa teoria de que nossos sentimentos são controlados pela ilha. Isso eu não entendi.

– Eu não posso afirmar nada. Isso é coisa que o Henrique e a Na-Hi, caso eles se interessem, poderiam explicar melhor, o que eu duvido que vá acontecer. Pelo menos não por enquanto. Eu só tenho mesmo uma teoria que não tem como provar.

– É sobre isso que eu quero saber. Fale dessa sua teoria.

– Então. Analisando tudo desde o início. E quando eu digo início eu digo o começo de tudo mesmo, parece que existe uma força superior que manobrou para que fossem nove pessoas a chegar nessa ilha. Quando digo os nove, estou nos incluindo.

“Para você não aconteceu nada de especial, pois você iria aonde seu pai te levasse. A Pâmela, que tinha a missão de localizar seu pai e agir para que ele fosse preso, se apaixonou por ele e eles se casaram e a Na-Hi. com suas habilidades, poderia ser contratada por qualquer pessoa famosa que precisasse de proteção, mas por uma dessas coisas que ninguém consegue explicar, foi trabalhar para seu pai. Mas foi o Ernesto que recebeu os sinais mais claros sobre isso. Ele e o Henrique. Os sonhos, inclusive, com coordenadas que, se analisadas no mapa, apontam para um lugar onde não existe nada. O encontro dele com o Henrique. Tudo o que aconteceu com o Henrique o levou a estar na mesma cidade que seu pai e se encontrar com ela quase que por acidente. A coincidência de eu ter sido usada pelo Junior quando ele precisava de uma esposa para disfarçar perante o pai a sua opção sexual. Tudo isso fez com que fossem os nove a embarcar naquele iate. A única que eu não encontrei uma explicação lógica foi a Diana, ela não costuma falar muito sobre ela e, quando contou a história de sua vida, embora tenha deixado a impressão que não mentia, omitiu alguma coisa. Deve existir algo que ela não contou para nós que explique o fato de ela ter aparecido naquela entrevista para emprego”.

– Então tá. Os nove sobreviventes estavam destinados a virem para essa ilha. Mas por quê? Para que? – Comentou Milena demonstrando interesse no que ouvia.

– Isso eu não sei ainda e temo que jamais vamos descobrir. A não ser, é claro, que algum dia a gente saia dessa ilha e volte para o nosso mundo.

– Taí uma coisa que eu não acredito que vá acontecer. Mas até aí tudo bem, porque não acredito e não quero. Por mim, fico aqui por toda a eternidade.

– O que não é de se duvidar, pois você não envelheceu nenhum dia desde nossa chegada.

– Nós não envelhecemos nenhum dia. Aliás, essa é uma coisa que me intriga. Se a magia parou de agir sobre você, então por que você não mudou com o passar do tempo e continua a mesma? – Perguntou Milena deixando Margie intrigada, pois não tinha a resposta.

Depois de dizer exatamente isso, que não sabia o motivo, Margie continuou a explanar o seu ponto de vista:

– O que eu acho é que toda essa magia que aconteceu, tem um preço. Algo pelo qual devemos passar. Uma espécie de missão que, quando cumprida, a mágica desaparece. Falo isso porque, no meu caso, acho que foi a rivalidade com Sétan. Eu tinha que enfrentá-lo e, quando isso aconteceu e eu o derrotei, a magia acabou. Talvez a lógica seja que a ilha não precise mais de mim.

“Mas o preço que paguei por isso foi muito caro. Ficar sem a Chantal depois de quase quatro anos convivendo com ela, sentindo junto todos os sentimentos e anseios dela, assim como ela sentia os meus, é muito difícil. Não tem um dia que eu não sinta a falta dela. Imagine você ficar sem essa interação que tem com o Tornado. Se você conseguir imaginar isso, vai entender sobre o que eu estou falando”.

– Tremo só de pensar em viver sem a presença do Tornado. Acho que eu enlouqueceria. – Afirmou Milena.

– Pois é. Agora, você some tudo isso ao fato de ficar sem a pessoa amada. Pior do que ficar sem, pois se fosse um caso de você partir para longe, ou até mesmo morrer, que Deus me perdoe, – ao dizer isso Margie se virou e deu três pancadinhas com a mão fechada no tronco da árvore e depois continuou, – eu ficaria muito triste, mas muito menos do que te ver todos os dias, bem ali do meu lado e me tratando como se eu fosse apenas uma parte da paisagem. Isso sim é deixar qualquer um louco.

– Eu não te tratava como se fosse uma paisagem. Você está exagerando. A gente até transava de vez em quando.

– Verdade. A gente transava. Mas você agia como se para você fosse apenas sexo enquanto eu ansiava por amor. O amor que morreu em você no exato momento em que colocou os pés na Enseada.

– Não morreu não. Você está errada e a prova disso é que eu estou aqui.

– Sim. Você está aqui e agindo como a Milena que eu sonhei nesses últimos anos. Mas, e quando a gente voltar para a Enseada? Como vai ser?

– Se tudo o que você está falando é verdade, então me faça um favor. Faça um plano para me raptar e me arraste para longe de lá.

Margie sorriu de Milena ao ouvir isso e a loira falou:

– Isso querida. Assim que eu te quero. Nunca mais deixe esse sorriso se apagar dos seus lábios. Você já é linda quando está séria, imagine então sorrindo.

Dizendo isso, Milena voltou a beijar com paixão a boca de sua amada. Mas não durou muito e, quando ela interrompeu o beijo, se levantou e falou:

– Agora vamos tomar um banho de mar.

Como já estava nua, Milena se virou e saiu correndo em direção ao mar, com Margie, também nua, correndo atrás dela e gritava:

– Pare Milena. Sua maluca. Olha os tubarões. Você vai ser atacada.

Milena não obedeceu e só interrompeu sua corrida quando Margie, em um ato desesperado, atirou-se sobre ela e ambas rolaram pelo chão. Milena era a que tinha maior força física enquanto Margie era muito mais ágil, portanto, a loira não teve nenhuma chance de se levantar, pois quando tentou, sua amante já estava montada sobre ela segurando seus dois braços esticados acima de sua cabeça. Com muito custo, ela conseguiu falar:

– Pare Margie. Não seja boba. Olhe a sua volta.

Margie obedeceu, olhou a volta e falou:

– O que tem para olhar em volta? Os tubarões passam a maior parte do tempo debaixo da água. Eles só vêm à superfície quando existe alimento para eles. Você quer ser devorada por um tubarão?

– Não. Não quero. Me solte que eu vou te mostrar.

Margie olhou para ela desconfiada, mas resolveu obedecer. Ela sabia que teria chance de dominar Milena caso ela insistisse em entrar no mar. Não foi necessário porque ela não tentou nada. Em vez disso, esticou o braço e apontou para o mar, girando o braço sempre apontado para o mar até apontar para o outro lado da praia, enquanto falava:

– Você está vendo aquelas pedras? – Quando Margie assentiu com a cabeça, ela continuou: – Pois é. Não são pedras, são recifes. Uma formação de recifes cerca esse pedaço da praia de um lado ao outro. Os tubarões, caso estejam por perto, não vão conseguir vir até aqui. É como se estivéssemos em um lago. Estamos protegidas. Agora que você já sabe disso, vamos logo. Estou doida para mergulhar.

Margie, sem falar nada, foi até onde estavam suas coisas e retornou de lá segurando sua lança. Quando chegou, falou para Milena que a encarava com uma expressão interrogativa:

– Pelo sim, pelo não. Fico mais tranquila com isso por perto.

– Tudo bem. Mas você vai mergulhar segurando uma lança?

Margie pensou um pouco e depois, ficando a lança na areia, falou:

– Então vamos. – E quando Milena segurou sua mão dela e a puxou em direção à parte funda, falou: – Eu não sei onde estou com a cabeça em seguir você, Milena.

– Ah. Pare de reclamar. A maluca da turma sempre foi você e não eu. Por que essa atitude agora?

Isso era verdade. Estava havendo ali uma inversão de papéis. Concordando com isso, Margie resolveu que era melhor confiar no conhecimento que Milena parecia ter adquirido na última hora e resolveu aloprar a vida dela.

Meia hora depois, Milena saia do mar gritando com Margie:

– Sua maluca. Você quase me afogou. Eu acho que bebi uns dez litros de água salgada. Credo!

– Ah. Pare de reclamar Milena. Você gostou que eu sei.

O que tinha acontecido é que Margie não deu um minuto de sossego para Milena. Do momento que entraram na água até aquele em que a loirinha conseguiu escapar dos assédios que a ruiva perpetrava contra seu corpo que foi todo beijado, acariciado nos lugares mais escondidos e por fim, teve suas pernas abertas a força e quando tentou fechar não conseguiu, porque a cabeça de Margie já estava entre suas elas e sua boca ágil devorava sua buceta, chupando com maestria e fazendo com que ela gozasse no fundo do mar e esse era o motivo dela ter bebido tanta água.

Milena foi para próximo da árvore caída, já mais calma. Tinha sido horrível para ela se sentir afogando, mas no fundo, ela sabia que tinha valido a pena, pois foram raras as vezes em que ela conseguiu gozar com aquela intensidade.

Margie, olhando para o sol, comentou:

– Nossa. Não demora e vai anoitecer. Nem vi o tempo passar. Parece até que estávamos dentro da sua caverna mágica, onde isso sempre acontece.

– Pois é. A gente consegue produzir a nossa própria mágica. Não precisamos de uma Enseada mágica. Eu, pelo menos, não preciso. Basta ter você ao meu lado.

Comovida com a frase de Milena, Margie se atirou sobre ela e a beijou. Depois foi virando o seu corpo para poder beijar a bucetinha da loira que, vendo a posição que ela estava, puxou a sua perna para que ficasse montada sobre sua cabeça e se dedicou a retribuir o prazer que estava recebendo. As duas gozaram ao mesmo tempo.

Quando pararam de transar, as duas estavam famintas. Reacenderam a fogueira que usaram na noite anterior, assaram um grande pedaço de carne, esquentaram um pouco de mandioca cozida previamente por Cahya, e tiveram uma ceia enquanto olhavam para as estrelas que começavam a surgir no céu.

– Amanhã nós vamos até o local que Diana falou. – Disse Milena.

– Vamos sim. Mas não precisa ter pressa. Segundo ela explicou, estamos a menos de uma hora de lá. – Informou Margie.

– Então é perto da praia? Mais um ponto positivo para o seu lago.

– Não é o meu lago, Mi. Eu não quero ter nenhuma propriedade nessa ilha. Tenho medo que a magia funcione novamente.

– Também não foi tão ruim assim? Você não acha?

– Não seria ruim se não acabasse. O problema é esse. Quando acaba fica aquela sensação de vazio. Principalmente quando você vê que seus amigos ainda estão sob domínio da tal magia.

– Nossa! Parece que a ferida foi profunda. Sempre que você toca nesse assunto não consegue esconder a mágoa que sente.

Margie pensou em falar qual era a maior mágoa que ela sentia. Ver a pessoa que amava agir com ela como se não tivesse nenhuma importância era a pior sensação que já teve em sua vida. Mas preferiu não tocar no assunto. Ela já tinha batido muito nesse ponto e não queria que a Milena visse naquilo uma acusação. Não agora que ela havia entendido que sua amada não tinha culpa por isso. Então apressou a Milena:

– E então? Vamos embora? Ou você prefere ficar por aqui?

Milena olhou demoradamente para a beleza do mar, principalmente do lago protegido pela formação de recifes e depois respondeu:

– Não. Aqui é lindo, mas o nosso objetivo principal é esse lago. Vamos logo.

Margie usou o tronco caído da árvore para montar em Ventania enquanto Milena, com um salto bem calculado, já estava sobre Tornado e pronta para partir.

Diana estava certa. Não foi preciso quarenta minutos de marcha para chegar ao local. Elas foram através da floresta e, como vinham do leste, quando saíram das últimas árvores se viram no alto de uma colina e dali as duas tinham a visão de todo o vale que resplandecia a frente delas. Margie prendeu a respiração diante da paisagem e ouviu Milena falar com voz emocionada:

– A Diana foi muito econômica! Dizer que esse lugar é lindo é uma brincadeira. Eu nunca vi nada assim na minha vida.

Não que a Diana fosse culpada de alguma coisa. Ela apenas não encontrou palavras que pudessem descrever o que agora as duas garotas estavam vendo. Ou talvez, o fato de enxergar através dos olhos de uma águia, a nuance das cores fossem prejudicadas e não conseguisse captar todas as cores e formas daquele lugar.

A montanha, a oeste, não era muito alta e também não era íngreme, podendo ser escalada com facilidade. E não havia apenas um riacho descendo dela, eram vários. Margie contou três por serem os que chamavam mais a atenção, mas imaginou que, entre a vegetação densa que existia em alguns pontos de sua encosta, poderia haver mais. Todos os três riachos que viram formavam cachoeira. O mais caudaloso tinha uma queda livre e a água caía de uma altura incrível, que Margie calculou ser superior a cem metros. Mas ela estava errada, a altura da cachoeira passava pouco dos setenta metros, porém, isso em nada diminuía a sua beleza, pois com a água caindo direto no lago, sem nenhum obstáculo, assumia a aparência de um manto branco como fosse o véu de uma noiva e se chocava com o lago provocando um som constante e alto. Outro riacho parecia ter sido criado por interferência humana, pois a água descia a uma grande velocidade correndo por uma espécie de vala que, quando chegava a uma altura de três metros da superfície do lago, corria por uma elevação e a velocidade da água fazia com que ela fosse ejetada como se impulsionada por um super hidrante, formando um arco que só se chocava com o lago a cerca de vinte metros dali, formando um arco, cujo spray formado criado criava um eterno arco íris. O terceiro passava por várias quedas que Margie contou, chegando ao número de sete e, a última delas, tinha uma altura de aproximadamente dez metros.

Foi essa última que chamou a atenção de Milena que comentou:

– Olha aquilo. Se atrás de cada queda existir uma caverna mágica, a gente não vai mais embora daqui.

– Não tenha ideias Mi. A magia não me atinge mais, só você ficaria sem esse benefício. – Respondeu Margie.

– O que seria uma pena, você não acha? – Perguntou Milena em tom provocativo.

– Não. Eu não acho. Eu não preciso de magia. Não mais. Você é a minha magia.

– Verdade né. E não tem mágica melhor do que essa. Não é uma coisa que você é levada a fazer sem saber e sim algo que a gente quer muito. Essa é a melhor magia de todas.

Emocionada com o que ouviu, Margie se declarou:

– Isso foi lindo, Mi. É por isso que eu amo você.

– Só que eu te amo mais.

Não existia nada naquele momento que pudesse controlar o desejo daquelas duas lindas mulheres e elas também não pensavam em ser controladas. Sem nada para se preocupar, ambas pularam de suas montarias e correram uma para a outra, se encontrando na metade do caminho, onde se abraçaram. Suas roupas foram arrancadas e, meio minuto depois, rolavam sobre a grama macia se beijando.

Sem limites para amar. Nada havendo de proibido. O que restava era apenas a beleza de estarem juntas se amando. Parecendo que ainda não se conheciam, com cada pedaço de seus corpos sendo explorados pela outra com toques suaves, arrastar de unhas e beijos, muitos beijos.

Milena se deixou vencer quando percebeu a intenção de sua amante em subjugá-la. Margie a fez ficar deitada de costas na grama, abriu suas pernas e começou a beijar a parte interna de suas coxas, sempre voltando ao joelho quando chegava perto de sua bucetinha rosada e cheirosa. Só que, quando ela fez isso pela terceira vez, Milena não conseguiu resistir ao fogo que queimava suas entranhas e falou entre gemidos:

– Não faz… assim Margie. Vo… Você es… tá me maaatando. Me chuuupaaa lo… logo.

Lógico que não tinha como Margie recusar esse pedido e, mesmo que quisesse provocar ainda mais seu objeto de desejo, percebeu que era impossível, pois ao mesmo tempo em que falava, Milena segurou firmemente em seus cabelos e empurrou seu rosto de encontro à sua buceta. Quando Margie encostou sua boca ali e usou sua língua para testar sua entradinha, ao contrário do que era de se esperar, seu gemido foi mais intenso do que o da parceira e logo um espasmo atingiu o seu pequeno corpo. Por incrível que pareça, a ruivinha atingiu o orgasmo apenas por sentir o sabor e a maciez da buceta que tanto desejava.

Também é lógico que Milena não deixou barato. Ela esperou que Margie, depois de gozar, voltasse a lhe dar prazer e gozou quando a ruiva prendeu seu grelinho com os lábios, fazendo pressão enquanto batia com a língua na parte que estava dentro de sua boca. Sem pausa para descansar, ela retribuiu na mesma moeda, jogando o minúsculo corpo no chão e proporcionando a ela o mesmo prazer que recebera.

Depois de prazeres tão intensos, elas ficaram deitadas lado a lado com as mãos dadas e com os olhos fixos no alto da montanha. Só depois de meia hora é que elas encontraram forças para se levantar e começar a explorar o local.

Tudo no lugar era lindo e Margie não parava de falar. Ela indicava o local ideal para a construção de uma casa, descrevia como seria o gado pastando no alto da colina, onde plantarem uma horta e escolheu outro lugar, esse às margens do rio que se formava no lado leste do lago, para plantar tudo o que necessitavam.

Milena olhava para tudo concordando, enquanto olhava para Margie sentindo em seu peito uma ternura que há dois anos não sentia. Extremamente feliz só em ver a felicidade da outra, não discordava de nada. Ao lado do lago havia uma pequena praia de areia branca e, chegando ali, elas se atiraram no lago, pois suas roupas repousavam na garupa dos cavalos, pois elas tinham transado novamente no alto da colina e não voltaram a se vestir. Dentro da água límpida, olhavam para baixo admiradas por conseguirem enxergar seus pés repousando no fundo, enquanto peixes dos mais variados tamanhos e cores nadavam por perto.

Mas elas cometeram o erro de levantarem seus olhos e bastou isso para que, quando se fixaram uns nos outros, se abraçaram e começaram a beijar, como se ficar alguns minutos sem que suas bocas se tocassem fosse muito penoso. Estimuladas pela temperatura agradável da água a acariciar seus corpos, o beijo carinhoso se transformou em obsceno e elas saíram apressadas da água para se deitarem sobre a areia da prainha, onde se amaram novamente.

Permaneceram ali até que a fome as obrigasse a se levantar e providenciar os alimentos, porém, diante do estado letárgico em que se encontravam, devoraram o resto de carne que sobrou da janta do dia anterior, sem sequer se preocuparem em acender uma fogueira para aquecê-la. Milena já tinha livrado os cavalos de suas cargas e Tornado e Ventania já iam longe. Era como se eles quisessem provar um pouquinho de cada parte do pasto que tinham diante deles.

Depois de alimentadas, transaram sob as luzes das estrelas, pularam no lago só para saírem logo depois e voltarem a transar. Só pararam com aquela sequencia desenfreada de sexo quando o cansaço prevaleceu e o sono as dominou. Estavam abraçadas e assim elas permaneceram durante toda a noite.

Na manhã seguinte, quando acordou, Milena ficou assustada por não ver Margie ao seu lado. Levantou-se e, mesmo tendo a visão de toda a paisagem ao seu redor, ela não estava em lugar nenhum. Preocupada, começou a gritar seu nome, mas não obteve resposta. Tentou seguir os rastros da ruivinha, mas isso só funcionou por uns dez metros, pois logo a areia acabava, o chão coberto de relva não permitia a existência de rastros. Então ficou andando em círculos gritando o nome de Margie, com a voz cada vez mais alta, assim como o seu desespero. Já não sabia o que fazer quando ouviu a voz da garota vindo de algum lugar acima dela:

– Mi. Fique aí e me espere. Eu já estou indo.

Milena olhou na direção de onde veio a voz e a única coisa que viu foi o riacho que corria por entre a vala e, imediatamente, percebeu o que estava para acontecer e gritou:

– Margie, nããããõooooooooo.

E de cima veio o grito:

– Auuuuuuuuuuuuuuu.

Milena viu nesse momento o corpo de Margie deslizando pela vala em uma velocidade incrível, Seu corpinho branco se agitava com os braços grudados no corpo, enquanto continuava a gritar. Ao chegar ao final da descida, seu corpo foi impulsionado pela força da água pela espécie de rampa natural que ali existia e, como se fosse uma bala de humana disparada por um canhão, seu corpo voou pelo espaço acima do spray que a água formava, indo cair de forma desajeitada no meio do lago;

– Margieeeeee.

Milena gritava ao mesmo tempo em que se atirava no lago e nadava desesperadamente na direção onde o corpo de Margie mergulhou na água limpa do lago. Seu desespero era tamanho que, quando ela estava próxima do local e já se preparava para submergir atrás da amante, quando uma revolução de cabelos ruivos surgiu na superfície. Abaixo dele, o rosto risonho de Margie com uma expressão de menina que tinha acabado de fazer uma travessura. Milena explodiu:

– Sua maluca! Doida de pedra! Você quer me matar de susto?

Margie só conseguia rir e nem se importou com o fato de Milena agarrar seus cabelos e a rebocar para a margem. Quando saiu da água, ainda segurando firmemente os cabelos da ruiva, Milena falou:

– Você nunca mais faça isso. Eu não sei se mato, te dou uma surra ou se te encho de beijos.

E Margie a deixou Milena completamente desarmada com a resposta que lhe deu:

– Você pode escolher qualquer uma das alternativas. Afinal de contas, eu sou sua. Toda sua.

– Sua maldi…

A voz de Milena foi sufocada por Margie que, entrelaçando suas duas mãos na nuca dela, deu um impulso para cima e enlaçou seu quadril com as pernas, fazendo com que suas xoxotinhas ficassem em contato e, sem dar tempo para a outra dizer nada, beijou sua boca.

Com muito custo, Margie convenceu Milena a deixar que ela repetisse a brincadeira. Mas Milena só concordou depois que convenceu a outra a levá-la junto. Lá chegando, ela ficou receosa e falou:

– É muito alto, Margie. Eu não vou deixar você fazer essa loucura de novo. Vamos embora daqui.

– Poxa vida, Milena. Não seja uma estraga prazeres. É tão bom. Você precisa tentar também.

– Deus me livre. Eu nunca vou ter coragem para fazer uma loucura dessas.

Mas Margie, dando beijinhos no rosto e na boca de Milena, foi empurrando o corpo dela até o local de onde ela saltara antes. Era uma queda livre de um metro e depois disso seu corpo seria envolvido pela água veloz que acelerava a queda para baixo até chegar ao lago. Milena já estava molinha e se entregou de vez quando Margie, depois de mordiscar sua orelha, falou em seu ouvido:

– Faz isso, vai? Eu sei que você vai gostar. Olha, se você fizer, eu te prometo que serei sua escravinha por uma semana inteirinha?

Milena, por gostar da promessa de ter Margie como sua escrava, cometeu a besteira de regatear:

– Uma semana é muito pouco. Só pulo se for por um mês.

– Um mês não. Se eu ficar esse tempo sendo sua escrava, no final de um mês estarei tão acabadinha que nunca mais vou conseguir fazer nada. Mas eu aceito se for dez dias.

– Vinte dias. Vinte dias e nenhum a menos.

– Vinte também é muito. Que tal quinze dias?

Milena pensou, olhou para a água que corria velozmente abaixo dela e depois falou:

– Está bom então. Eu vou. Mas só para você saber, eu faria por uma semana.

Dizendo isso, Milena começou a rir, mas seu riso foi interrompido quando ouviu Margie dizer:

– E eu teria aceitado ser sua escrava por um mês. – Milena olhou para ela com um olhar fulminante e ela insistiu: – Agora é tarde. Você já aceitou. Vai logo, antes que eu te empurre.

Milena respirou fundo e deixou seu corpo cair no curto espaço, até ser pega pela correnteza da água e desaparecer das vistas de Margie que, rindo muito, ouvia o grito que ela emitia ir se distanciando, até que cessou de vez. Aguardou mais um pouco e ouviu a voz de Milena gritando:

– Que delícia. E eu ainda ganhei uma escravinha por quinze dias. Vem logo maluca.

– Margie se aproximou da pedra de onde Milena saltara e, sem hesitar, pulou também, enquanto gritava.

A partir daquela brincadeira, as duas jovens mulheres foram se deitar ao lado do lago. Suas principais atividades eram usar o escorregador natural e depois transar, explorar as redondezas onde transavam sempre antes de voltar e depois voltavam e transavam. Como a comida que levaram não era suficiente, capturaram peixes do lago usando a lança de Margie, com Milena também conseguindo atingir alguns com flechas. Depois de pescar, transavam, preparavam o peixe, comiam e voltavam a transar. Nem sempre nessa mesma ordem, pois teve vezes em que, enquanto o peixe assava na fogueira que improvisaram, elas usavam o tempo de espera para transarem mais uma vez.

Diante de tanta beleza aos olhos e prazeres para o corpo, elas não contaram os dias que estavam ausentes da Enseada e só se deram conta disso quando Margie, que estava deitada sobre os seios de Milena, perguntou:

– Há quantos dias estamos aqui?

– Não sei. Acho que uns três ou quatro dias. Talvez cinco – Respondeu Milena sem demonstrar estar interessada em ter essa informação.

– Pois eu acho que já faz mais que isso. – Comentou Margie com uma voz impessoal.

– Por que você acha isso?

– Porque as pessoas lá na Enseada estão preocupadas com a gente.

Milena empurrou a cabeça de Margie de cima dela para poder se sentar e olhou para ela com descrença no olhar, pois não havia como a ruiva saber o que se passava na Enseada. Entretanto, não foi necessário ela comentar nada, pois apontando para cima, Margie falou:

– Olha lá. Já até mandaram nos espionar!

Milena olhou para cima e viu Áquila sobrevoando o local em que elas estavam fazendo círculos no ar. Pareceu que a águia entendeu que sua presença tinha sido descoberta, pois de repente, em um mergulho veloz, deu um voo rasante passando a menos de um metro das cabeças das duas garotas. Margie, embora sorrindo, mostrou o dedo do meio para a águia, sabendo que a Diana estaria vendo seu gesto.

Tudo estava ótimo, mas elas concordaram que estava na hora de regressar. Quando já estavam preparadas para partir, Milena olhou a volta e falou:

– É mesmo uma pena. Eu ficaria nesse lugar para sempre.

– Então volte comigo. Eu vou pegar meus filhos e mudar para cá.

– Você só pode estar louca. Não tem nada aqui. Como vocês vão viver?

– Não tem nada aqui, assim como não tinha nada quando chegamos nessa ilha. É só ir construindo aos poucos e logo terei tudo o que preciso.

– Você vai mesmo me deixar?

– Não precisa ser assim. Basta você vir comigo.

– Se eu entendi bem, você já se decidiu e não está nem aí pra mim e vai me deixar. – A voz de Milena demonstrava que estava realmente magoada com a decisão de Margie.

Margie ficou pensativa, como se avaliasse se devia mesmo falar o que tinha para dizer. No fim, decidiu que era melhor falar logo disparou:

– Você pensa que vai ser fácil para mim viver longe de você? Se pensa, está enganada, vai ser horrível. Mas eu prefiro o sofrimento de estar longe de você do que estar perto e ser tratada com a mesma insensibilidade que você me tratou nos últimos anos. Prefiro mil vezes sofrer com a distância a nos separar do que ficar ao seu lado te amando enquanto vejo você ser dominada e agindo, não pela própria vontade, mas pela força sobrenatural que, sei lá como, domina seus desejos.

Aquela explicação acertou em cheio o alvo. Milena ficou pensativa, analisando tudo o que acabou de ouvir e se colocou no lugar de Margie, o que fez seu coração palpitar ao se imaginar em uma situação inversa, onde fosse ela que estivesse apaixonada enquanto via o alvo de sua paixão agir como se não estivesse nem aí para ela. Só de pensar nisso, seu corpo tremeu de pavor. Então ela se imaginou tendo o direito de escolher. Agindo segundo sua vontade e sendo a única responsável por seus erros e acertos e não obedecendo a uma força invisível que a impulsionava a ser a pessoa que realmente não era. Ela estava ciente do seu amor por Margie e, mesmo sabendo que na Enseada isso não a afetaria, pois estaria protegida disso por aquela magia, entendeu exatamente o que a outra queria dizer.

– Milena. Milena. MILENA, ACORDA POXA. – Gritou Margie sacudindo Milena pelos ombros,

Como se despertasse de um sonho, Milena olhou nos olhos dela e, antes que Margie dissesse mais alguma coisa, falou:

– Está bom minha escravinha. Eu também vou pegar meus filhos e venho morar aqui com você.

Com uma alegria incontida, Margie pulou no pescoço de Milena e começou a beijar seu rosto, nariz, olhos, até chegar a sua boca onde colou a sua em um beijo apaixonado. Quando o beijo acabou, Milena falou:

– Então tá, sua maluquinha. Agora, arrume as coisas e vamos embora. Ainda temos a metade de um dia e, se você se apressar, poderemos chegar na Enseada amanhã a noite.

– Eu não sou mais sua escravinha. Já faz mais de quinze dias que estamos aqui.

– Como você pode garantir isso? Você contou por acaso?

– Eu não. E você? Contou?

Milena olhou para ela desapontada, entendendo que Margie nunca teve intenção de cumprir o acordo de ser sua escrava. Nem por quinze dias e nem por quinze minutos. Pois mesmo durante os dias que passaram ali, Milena nunca se lembrou de usar desse benefício.

E como Milena previu, ainda na madrugada do terceiro dia, quando já era madrugada, as duas entraram na enseada, com o lobo, já adulto, acordando a todos com seus uivos de alegria.

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Comentários

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A cada capítulo a história fica melhor. Parabéns.

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