Obsessão. Parte 14.

Um conto erótico de Lukinha
Categoria: Heterossexual
Contém 5523 palavras
Data: 17/02/2025 15:09:15

Miguel:

Aquela semana parecia se arrastar. Minha filha estava com Mina, cumprindo os primeiros quinze dias da guarda compartilhada, e Viviane ainda fazia os preparativos para que eu e Carolina pudéssemos ir encontrá-la.

O dia amanheceu sem grandes promessas, mas o peso da viagem iminente já se fazia sentir. Carolina e eu estávamos nos preparando para sair quando a campainha tocou. Olhei para o relógio. Pouco antes das oito da manhã. Não esperava ninguém.

Caminhei até a porta e, ao abri-la, encontrei dois homens de camiseta escura e distintivos pendurados no peito. Atrás deles, um terceiro policial uniformizado permanecia de braços cruzados. A viatura discreta estacionada em frente à minha casa, dentro do condomínio, denunciava que aquilo não era uma visita social.

— Senhor Miguel Novaes? — perguntou o homem mais velho, com um olhar clínico, daqueles que parecem pesar cada reação.

— Sim. Algum problema, senhores?

O mais novo, um pouco mais robusto, deu um passo à frente.

— Podemos entrar? Temos algumas perguntas para lhe fazer.

Troquei um olhar rápido com Carolina, que havia surgido no corredor, curiosa e apreensiva. Respirei fundo e abri a passagem.

— Claro. Fiquem à vontade.

Os policiais entraram e se posicionaram na sala, rígidos, sem a menor intenção de se acomodar. O mais velho tomou a dianteira.

— O senhor pode nos dizer onde esteve nos últimos dias?

— Como assim? — Franzi a testa, confuso, ao responder.

— Sua rotina. Onde esteve anteontem, ontem à noite …

Minha testa se enrugou ainda mais.

— Estive aqui na maior parte do tempo. Fui ao trabalho, fiz algumas reuniões, almocei com amigos … O que está acontecendo?

O mais novo sacou um pequeno caderno e começou a anotar.

— O senhor tem um GPS no carro?

— Tenho, sim. Por quê?

Eles ignoraram minha pergunta e seguiram.

— Pode nos entregar os registros para confirmarmos seus deslocamentos?

Meu incômodo aumentou.

— Olha, acho que estou sendo bem paciente aqui, mas não vou responder mais nada sem saber o que vocês querem comigo.

Os policiais trocaram um olhar discreto. O mais velho pigarreou, cruzando os braços.

— Senhor Novaes, lamento informar, mas o senhor Leandro Oliveira foi encontrado morto na noite passada. No apartamento que está em seu nome.

Avaliando minha reação, o mais velho disse:

— Ele foi atacado, ou melhor, esfaqueado, enquanto dormia.

O mundo girou. Senti um frio subir pela espinha.

— O quê? — minha voz saiu mais baixa do que eu queria.

Atrás de mim, Carolina soltou um suspiro trêmulo e levou a mão à boca. Seu rosto se contorceu em choque e, antes que eu pudesse reagir, lágrimas começaram a escorrer por seu rosto.

— Não … — Ela gritou, a voz embargada.

O choque dela me atingiu como um soco. Por mais que Leandro tivesse sido um traidor, era seu irmão. E agora estava morto.

Sem pensar duas vezes, me virei e a envolvi em um abraço, sentindo seu corpo estremecer contra o meu.

— Eu estou aqui… — murmurei, segurando-a firme.

Ela se lamentou, confusa e sofrendo, mas falava tão baixo, que eu não conseguia ouvir.

Ela apertou os dedos contra minha camisa, tentando conter o pranto. Respirei fundo, passando a mão em seus cabelos, esperando que aquilo fosse o suficiente para lhe dar algum conforto. Mas como se consola alguém que acaba de perder um irmão?

O silêncio dos policiais atrás de mim me lembrou de que aquilo não era apenas uma notícia trágica — era um problema muito maior. O mais novo disse para o outro:

— Ah, sim … Carolina Oliveira … ela é irmã da vítima e namorada do Sr. Novaes. Acho que alguém está indo avisar ao pai deles nesse momento.

Soltei Carolina com cuidado, certificando-me de que ela conseguisse se manter firme e então me voltei para os homens à minha frente com o coração disparado.

— E o que isso tem a ver comigo?

O mais novo fechou o caderno devagar.

— Estamos conduzindo a investigação. Precisamos que nos acompanhe até o distrito para prestar um depoimento formal.

Meu peito se apertou.

— Espera aí … Eu sou suspeito?

Carolina falou com os polícias, mas eu já estava em transe, incapaz de compreender qualquer palavra.

Só voltei a mim, quando as coisas se complicaram. O mais velho apenas disse:

— Aconselhamos que o senhor contate um advogado.

Olhei para Carolina. Seus olhos estavam vermelhos, inchados.

Minha viagem para encontrar Viviane teria que esperar. Eu tinha problemas muito maiores agora.

O policial mais novo, sempre com um sorriso cínico, me entregou um documento.

— Temos um mandado para revistar a sua casa. Enquanto colhemos seu depoimento na delegacia, outra equipe ficará por aqui.

Eu apenas concordei, não era um pedido. Fui escoltado até a viatura sem algemas, mas a sensação de estar sob custódia era sufocante. Carolina ficou na porta de casa, os olhos marejados, sem saber o que dizer.

Dona Lúcia também já estava próxima e eu pedi.

— Dona Lúcia, acompanhe Carolina até em casa. O pai e ela vão precisar de ajuda. Cuide deles por mim até eu poder voltar.

Dona Lúcia me deu aquele sorriso gentil, mas havia preocupação também. Ela apenas assentiu com um gesto.

Também falei com Carolina.

— Meu celular está lá dentro. Ligue pro meu advogado, por favor.

O trajeto até a delegacia pareceu um longo corredor escuro, cada quilômetro pesando mais sobre meus ombros.

Assim que chegamos, fui conduzido para uma sala de interrogatório típica: paredes bege amareladas pelo tempo, um espelho falso e uma mesa metálica no centro, acompanhada por duas cadeiras de plástico duro. O ambiente era frio, impessoal.

Sentei-me, e fiquei ali, sozinho, por quase uma hora. Os dois policiais que haviam ido até minha casa entraram após aquele tempo. O mais velho puxou uma pasta parda e jogou sobre a mesa, espalhando alguns papéis e fotos.

— Quer beber alguma coisa, senhor Novaes? Água, café?

— Quero que me digam exatamente por que estou aqui.

O mais novo puxou a cadeira, se acomodando como quem tinha todo o tempo do mundo.

— Muito bem. Vamos direto ao ponto, então. Como dissemos antes, Leandro Oliveira foi encontrado morto na noite passada. E os fatos que temos até agora não jogam a seu favor.

Cruzei os braços, tentando manter a calma.

— Que fatos?

O mais velho abriu a pasta e deslizou um documento na minha direção.

— O sistema do prédio onde o senhor Oliveira foi encontrado registra que, na noite do crime, o acesso foi feito com uma senha cadastrada em seu nome.

Pisquei, confuso.

— Isso é impossível. Eu não estive lá.

O policial ignorou minha negação e seguiu:

— Além disso, as câmeras de segurança foram desativadas naquela noite. Adivinha só? Também por um login vinculado ao seu usuário.

Meu estômago revirou.

— Alguém deve ter clonado minha senha ou hackeado o sistema. Vocês não acham conveniente demais que eu usaria meus próprios acessos para cometer um crime?

O mais novo balançou a cabeça lentamente.

— O senhor, por um acaso, é especialista em segurança digital? Está tentando nos ludibriar?

— Não, mas conheço quem trabalha com isso. E sei que qualquer um com conhecimento suficiente pode fazer isso parecer obra minha.

O mais velho suspirou, claramente impaciente.

— O senhor tem um álibi para a noite do crime?

Minha mente girou, tentando se lembrar.

— Eu estava em casa.

— Alguém pode confirmar isso?

Fechei a cara. Carolina tinha ido dormir cedo naquela noite. Dona Lúcia, a governanta, também já estava recolhida.

— Provavelmente não. Mas tenho câmeras em casa. É fácil confirmar.

O policial anotou algo no bloco de notas antes de continuar:

— Vamos piorar um pouco a situação.

Ele puxou outra folha e a colocou sobre a mesa.

— Temos o registro de entrada e saída do seu veículo no seu condomínio. O senhor saiu e voltou exatamente dentro da janela de tempo em que o crime foi cometido.

Meu corpo ficou tenso.

— Isso só prova que meu carro se movimentou. Qualquer um poderia ter dirigido. Mas eu não acho que isso tenha acontecido. Meu carro só liga com minha digital. É um modelo importado.

O mais novo sorriu sem graça, como se já esperasse aquela resposta.

— Isso até poderia ser um argumento válido, se não tivéssemos uma testemunha que viu alguém muito parecido com o senhor saindo do prédio naquela noite.

Meu sangue gelou.

— Isso é um engano. Eu não matei ninguém.

O mais velho se recostou na cadeira, me analisando.

— É tudo muito conveniente, pois até as câmeras da sua casa estavam desligadas naquela noite. E a gravação da entrada do condomínio, mostra claramente seu carro, tanto saindo, quanto entrando nos horários determinados. Nós acabamos de receber essas informações da equipe de perícia.

Eu protestei:

— Isso só pode ser uma armação. Não tem outra explicação.

O mais novo mudou a postura, falando mais casualmente.

— Então, nos ajude a entender. Porque, até agora, tudo indica o contrário.

Meus punhos se fecharam sobre a mesa. Eu estava sendo incriminado. E não tinha a menor ideia de quem estava por trás daquilo.

O policial mais velho abriu um envelope plástico e retirou uma fotografia. Ele empurrou a imagem para mim, e meu estômago embrulhou na mesma hora.

Era uma faca de cozinha, daquelas próprias para cortar carnes, com o cabo de madeira escuro e a lâmina manchada de sangue seco.

— Esta é a arma do crime, senhor Novaes — disse ele, com um tom de voz calculadamente neutro. — Foi encontrada no apartamento onde Leandro Oliveira foi assassinado.

Engoli em seco, forçando-me a não demonstrar reação.

— E o que isso tem a ver comigo?

— A equipe na sua casa já encontrou bastante coisa, Sr. Novaes. No seu faqueiro, falta exatamente um item. Adivinha qual? — Disse o mais velho.

O policial mais jovem apoiou os antebraços na mesa, inclinando-se para frente.

— Queremos que o senhor forneça voluntariamente uma amostra de DNA para comparação com os vestígios encontrados na faca e na cena do crime.

Meus olhos saltaram para ele.

— Como é?

O mais velho estava visivelmente satisfeito, achando que tinha me encurralado.

— Se o senhor não tem nada a esconder, isso só vai ajudar a esclarecer tudo mais rápido. Quem não deve, não teme, não é mesmo?

Senti uma onda de irritação subir pelo meu peito. Essa frase batida, esse tom de falsa cordialidade, como se já tivessem certeza de que eu era culpado, me fez ranger os dentes.

Antes que eu pudesse responder, a porta da sala de interrogatório se abriu, e meu advogado, Eduardo, entrou apressado. Ele era um homem baixo, de cabelos grisalhos bem penteados, e vestia um terno azul-marinho impecável.

— Meu cliente não vai responder mais nenhuma pergunta. A entrevista está encerrada.

Ele me lançou um olhar severo, o tipo de olhar que diz "nem pense em abrir a boca".

Mas eu não conseguia simplesmente ficar calado. Eu era inocente. Eduardo disse.

— É óbvio que seu DNA vai estar na faca. Ela é sua, foi retirada da sua casa. Isso só reforça o caso contra você.

Meu advogado fechou os olhos por um segundo, como se estivesse tentando buscar paciência no fundo da alma.

— Miguel … você não é obrigado a dizer mais nada. Eles já têm mais do que precisam.

Eduardo me puxou pelo braço, abaixando a voz:

— Você está confiando que o processo vai ser justo. Mas, e se, tiver alguma evidência plantada? E se mexerem no exame? Você não sabe com quem está lidando.

Fiquei em silêncio por um momento. A verdade era que eu não sabia. Mas, naquele instante, meu instinto me dizia que fugir do exame seria pior.

— Eu preciso limpar meu nome. — Murmurei.

Eduardo suspirou, derrotado.

— Que seja. Mas, a partir de agora, você só abre a boca com a minha autorização.

Assenti, e ele se virou para os policiais.

— Vamos providenciar isso agora. Mas saibam que meu cliente está colaborando voluntariamente. Se alguma irregularidade acontecer, levaremos isso adiante.

O policial mais velho sorriu com um toque de ironia.

— Claro, doutor. Tudo dentro da lei.

Mas algo no olhar dele me dizia que aquela história estava longe de ser simples. Quando imaginei que poderia sair dali e voltar para casa, o policial mais novo deu um passo à frente, adotando um tom mais firme.

— Miguel Novaes, o senhor está preso preventivamente até o final da investigação. Vire-se e coloque as mãos para trás.

Meu estômago revirou.

— O quê? — Minha voz saiu mais áspera do que eu pretendia, mas o policial não hesitou.

— Agora, senhor. Vamos fazer isso da maneira certa.

Sem muitas opções, me virei devagar, sentindo um frio percorrer minha espinha. O barulho do metal soou antes mesmo do toque gelado das algemas em meus pulsos.

— O senhor tem o direito de permanecer calado. Tudo o que disser poderá e será usado contra o senhor no tribunal. O senhor tem o direito a um advogado, que já está presente.

O clique metálico das algemas selou a realidade daquilo. Eu estava preso. De novo.

{…}

Carolina:

O som da campainha ainda ecoava na minha cabeça quando, ao chegar na sala, vi os policiais. Meu coração acelerou de imediato. Por mais que minha mente tentasse encontrar uma explicação racional, meu corpo já sabia que nada de bom poderia sair daquilo.

Miguel os recebeu com a seriedade de sempre, convidando-os para entrar, mas algo no jeito como eles se postavam me incomodou. Não era uma simples visita protocolar.

O mais velho, de olhar duro e experiente, fazia as perguntas diretas, enquanto o mais jovem anotava tudo: Onde Miguel esteve nos últimos dias? Qual sua rotina? Seu carro tinha GPS para confirmar seus passos?

Meu peito apertou. Eu o olhei, esperando alguma resposta, mas ele parecia tão confuso quanto eu. Não demorou para que Miguel começasse a se irritar, sua paciência se desfazendo a cada nova pergunta vaga, sem contexto.

E então, o golpe veio.

— Senhor Novaes, lamento informar, mas o senhor Leandro Oliveira foi encontrado morto na noite passada. No apartamento que está em seu nome.

O ar sumiu dos meus pulmões. Senti o chão se abrir sob os meus pés, e um frio me atravessar de dentro para fora.

— O quê? — A voz de Miguel soou distante, quase abafada.

Um turbilhão de imagens se formou na minha mente: Leandro. Meu irmão. Meu sangue. Ele era um traidor, um canalha, sim. Fez coisas imperdoáveis, mas … mas ele era meu irmão. A única pessoa que cresceu ao meu lado, que dividiu comigo memórias de infância, que, por mais que tivesse se perdido, fazia parte de mim.

Uma negação fraca escapou dos meus lábios, e quando dei por mim, lágrimas já escorriam pelo meu rosto.

— Não … — Minha voz falhou, embargada.

Minha visão ficou turva, minha respiração acelerou. Senti meu corpo ceder, mas antes que minhas pernas falhassem de vez, Miguel me envolveu em seus braços. Ele me segurou firme, as mãos deslizando em minhas costas, me mantendo ancorada enquanto eu afundava no desespero.

— Respira … — ele murmurou no meu ouvido, sua voz grave, mas carregada de preocupação.

Me agarrei a ele como se fosse a única coisa me impedindo de desmoronar completamente. Minhas mãos se apertaram em sua camisa, meus dedos tremendo.

— Leandro … Miguel, ele … ele está mesmo …? — Minha voz era um sussurro sufocado.

Ele não respondeu. Apenas me segurou mais forte, como se qualquer palavra que dissesse pudesse me quebrar ainda mais.

Mas os policiais não esperaram que eu me recompusesse.

— E o que isso tem a ver comigo? — Ouvi Miguel perguntar, ainda segurando minha cintura, mas sua voz já carregava aquele tom irritadiço.

Os olhares dos policiais foram calculados, medidos. O mais velho pigarreou antes de falar.

— O senhor precisará nos acompanhar até a delegacia para prestar depoimento.

A frase caiu como um peso sobre nós. Soltei Miguel no mesmo instante e olhei para os policiais, atordoada.

— O quê? Como assim? — Minha voz saiu mais aguda do que eu pretendia.

— Ele é suspeito? — Minha pergunta saiu em um fôlego só, e o mais novo apenas desviou o olhar, enquanto o outro manteve a expressão neutra.

— Apenas queremos esclarecer alguns pontos, senhora.

Ainda ouvi ele dizer para o mais velho:

— Ah, sim … Carolina Oliveira … ela é irmã da vítima e namorada do Sr. Novaes. Acho que alguém está indo avisar ao pai deles nesse momento.

Eu não acreditei. Nem por um segundo. Eu sabia que Miguel era inocente. Tinha a mais absoluta certeza. Estivemos juntos todas as noites desde aquele fatídico dia da audiência da guarda. Mais exatamente, o dia seguinte, já que ele passou uma noite detido.

Miguel, por outro lado, já estava tenso, os músculos do maxilar travados, os punhos cerrados ao lado do corpo. Eu sabia que ele queria explodir, contestar, se recusar a ir. Mas sabia também que não adiantaria.

Ele respirou fundo e me encarou por um instante, preocupado.

— Dona Lúcia … — Ele chamou.

A governanta apareceu na sala no mesmo instante, a preocupação estampada no rosto.

— Dona Lúcia, acompanhe Carolina até em casa. O pai e ela vão precisar de ajuda. Cuide deles por mim até eu poder voltar.

Ela assentiu, sem hesitar.

Eu ainda estava paralisada, meu olhar preso ao de Miguel, quando os policiais deram o próximo comando.

— O senhor precisa vir conosco agora.

Miguel me lançou um último olhar:

— Ligue para o meu advogado. Meu celular está lá dentro.

O policial ainda informou:

— Delegacia central.

E então, eles se foram levando Miguel.

A porta se fechou, e o silêncio na casa pesou sobre mim. Outra equipe entrou, revirando a casa, deixando tudo de ponta cabeça.

Meu coração batia descompassado, mas então, meus olhos caíram sobre a mesinha ao lado do sofá. O celular de Miguel estava ali. Sem pensar duas vezes, agarrei o aparelho, busquei o contato do advogado e fiz a ligação.

— Doutor, é a Carolina … — Minha voz saiu sufocada. — A polícia acabou de levar o Miguel. Eles estão dizendo que ele pode estar envolvido na morte do meu irmão …

O advogado não demorou a responder.

— Para onde ele está sendo levado?

— Delegacia Central. — Respondi prontamente.

— Estou indo para lá agora.

Desliguei e apertei o celular contra o peito, sentindo a respiração falhar. Dona Lúcia se aproximou e segurou minha mão com firmeza. Seu toque era quente, reconfortante.

— Vamos, menina. Eu cuido de você.

Concordei, deixando que ela me guiasse até o carro. O trajeto foi um borrão de imagens e sentimentos confusos. Eu mal conseguia processar. Minha mente oscilava entre a morte de Leandro e a possibilidade real de Miguel estar sendo incriminado por algo que não fez.

Dona Lúcia dirigia com calma, mas não parava de me observar pelo retrovisor.

— Você precisa respirar, querida. Vai dar tudo certo.

Eu queria acreditar.

Quando chegamos à casa do meu pai, ela desligou o motor e se virou para mim.

— Quer que eu fique um pouco?

— Não … eu … eu preciso encarar isso.

Ela segurou minha mão mais uma vez, apertando levemente.

— Qualquer coisa, estou aqui. Só chamar.

Agradeci e saí do carro.

Ainda cruzei com outros dois polícias, de saída, e quando entrei em casa, encontrei meu pai parado no meio da sala. Ele estava imóvel, olhando para um ponto fixo, como se estivesse tentando processar tudo.

Ele piscou algumas vezes, parecendo voltar à realidade, e me encarou.

— O Leandro … — Ele murmurou, a voz falhando.

Meu lábio tremeu. Minhas mãos foram até minha boca, tentando conter um soluço.

— Pai …

A dor era nossa única herança. E nada poderia mudar aquilo.

A casa estava em um silêncio pesado, aquele silêncio que grita. A respiração do meu pai era a única coisa que eu conseguia ouvir enquanto ele se sentava, os ombros caídos como se o peso da perda fosse insuportável. Eu ainda estava tentando entender tudo o que havia acontecido, mas, em algum lugar lá no fundo, uma dor crescente me apertava o peito. A morte de Leandro. A dor de perder alguém que, por mais que tivesse sido um traidor, um péssimo ser humano, ainda era meu irmão.

Meus olhos estavam queimando, mas eu tentei me segurar. Não queria demonstrar fragilidade, não com meu pai daquele jeito, tão abatido. Mas era impossível não sentir o vazio que a notícia deixara dentro de mim.

Fui até ele, sentando-me ao seu lado. Ele virou a cabeça para mim e, por um momento, pareceu não me ver. Eu sabia que ele estava perdido, mas o que ele disse me fez sentir algo ainda mais forte. Algo que eu não conseguia controlar.

— Ele esteve aqui, Carolina. Há pouco tempo. — a voz dele estava rouca, quase inaudível. — Se eu soubesse … Se eu soubesse que era a última vez que o veria, não teria batido aquela maldita porta na cara dele.

Eu fechei os olhos por um momento, tentando conter as lágrimas. Não tinha palavras para dar a ele, nada que pudesse aliviar aquela dor que ele estava sentindo. Não havia mais tempo para arrependimentos.

Eu queria falar, mas as palavras ficaram presas na minha garganta. Então, o que eu não consegui dizer, ele parecia sentir.

— Eu … — Comecei, a voz embargada. — Eu sei que fiz o certo, pai. Ajudei Viviane a abrir os olhos de Miguel. Ele estava cego, precisava ver a verdade, precisava acordar … Eu sei que fiz o certo, mas, agora … agora, não sei o que pensar. Eu … eu me sinto culpada. Como se fosse minha culpa que Leandro estivesse morto.

As palavras saíram como um grito abafado, e eu senti o peso daquilo me esmagando. Olhei para ele, esperando um consolo, mas o que encontrei foi um homem que também carregava a culpa. Meu pai não falou nada por um momento. Só ficou me olhando, como se entendesse a dor que estava consumindo meu coração.

Finalmente, ele falou, sua voz grave e calma, mas carregada de emoção.

— Carolina, ninguém tem culpa disso. Ninguém controla o destino. Você fez o que achou que era certo, o que sabia que era certo. Não podemos controlar as consequências. O Leandro … ele fez escolhas. Ele estava perdido, sempre esteve. Mas isso não é sua culpa.

Eu olhei para ele, sentindo cada palavra pesar no meu peito. Mas a culpa, aquela sensação de que eu poderia ter feito mais, continuava me sufocando. Eu olhei para o chão, sem saber como aliviar aquele peso.

— Se eu tivesse feito as coisas de outro jeito … Se eu tivesse tentado mais … — minha voz mal saiu. Não havia mais nada que eu pudesse fazer.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Meu pai me abraçou. Não com as palavras, mas com o gesto. Eu me deixei envolver por seus braços, como se aquilo fosse trazer algum alívio para o caos que eu sentia dentro de mim.

— Você fez o que podia, minha filha. E Leandro fez o que quis. Você não é responsável por ele. Não se culpe, não agora. — Ele sussurrou, com a voz baixa e cansada. — A vida é feita dessas escolhas, e nós, que ficamos para trás, temos que viver com elas. Mas a culpa não é sua. Não se torture mais.

Eu fechei os olhos, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Talvez fosse tarde demais para salvar Leandro, mas eu ainda queria acreditar que, de alguma forma, Miguel e eu poderíamos salvar o que ainda restava. Ou, ao menos, encontrar algum tipo de paz no meio de tudo aquilo.

Me afastei um pouco, puxando as mangas da blusa para enxugar as lágrimas, e olhei para meu pai.

— Eu não sei o que fazer agora, pai. Não sei o que vai acontecer com Miguel.

Ele suspirou profundamente e se levantou, indo até a janela. O céu estava cinzento, sombrio.

— A única coisa que podemos fazer, Carolina, é esperar. O resto … o resto é com o destino.

Eu me levantei também, indo até ele e colocando a mão sobre o seu ombro. A dor, a culpa, tudo parecia uma tempestade dentro de mim, mas eu sabia que, naquele momento, o que eu mais precisava era de forças para seguir em frente. Para Miguel, para mim, para o nosso futuro. Eu só não sabia mais o que o futuro nos reservava.

Mas eu sabia que, de alguma forma, nós ainda tínhamos um ao outro. E isso, por agora, era tudo o que eu precisava.

Meu pai deu um suspiro pesado, exalando todo o ar dos pulmões e, sem dizer mais nada, foi para o quarto se arrumar. Eu sabia o que aquilo significava: iríamos ao IML. Era um procedimento, apenas. Já havíamos feito aquilo no hospital, alguns anos atrás, quando mamãe falecera. A morte estava em nossos destinos e não havia como evitá-la.

Enquanto ele se preparava, eu fiquei ali, parada na sala, tentando organizar meus pensamentos, tentando me recompor. Mas, antes que pudesse fazer qualquer coisa, o celular de Miguel começou a tocar e o nome de Viviane apareceu no visor. Minha primeira reação foi sentir um aperto no estômago. Eu não estava pronta para aquela conversa, mas sabia que precisava atendê-la. Respirei fundo e toquei na tela.

— Alô? — Minha voz estava fraca, trêmula, mas consegui falar.

Do outro lado, Viviane soou tão calma quanto sempre, como se nada pudesse tirá-la de seu controle.

— Carolina, tudo certo? Cadê o Miguel? — A voz dela era firme, como se estivesse se preparando para o que viria.

Eu fechei os olhos, sentindo a pressão subir pela minha garganta. O peso da notícia me esmagava.

— Viviane … eu … tenho algo muito difícil para te contar.

Ela percebeu a tensão na minha voz e a leveza que antes marcava sua fala desapareceu.

— O que aconteceu? — Ela perguntou, com um tom urgente. — Carolina, o que houve?

Foi quando as palavras saíram de uma vez, sem mais controle. Eu mal consegui me segurar.

— Leandro … ele está morto, Viviane. Foi assassinado. Ele foi encontrado morto ontem à noite no apartamento que Miguel emprestou para ele.

Houve um silêncio profundo do outro lado da linha. Eu sabia que Viviane estava processando as palavras, tentando entender o que eu tinha dito. Eu também estava tentando entender, mas as palavras estavam sendo ditas, e nada mais podia voltar atrás.

— O quê? — A voz dela saiu quebrada, como se ela não tivesse acreditado no que acabara de ouvir.

— Leandro está morto, Viviane. E Miguel … Miguel está preso, como principal suspeito. — As palavras saíram como uma acusação, embora eu soubesse que ela não era a culpada de nada.

Mas, naquele momento, a dor era grande demais para ser processada sem colocar a culpa em alguém.

Ouvi Viviane suspirando. Um suspiro profundo, como se estivesse tentando encontrar o equilíbrio entre a dor e a raiva. Ela, como eu, sabia o que perder alguém significa. Mesmo com tudo o que tinha acontecido, havia amor por Leandro, um amor distante e misturado com o rancor pelas ações dele, mas era amor ainda assim.

— Eu … — Ela começou, e pude ouvir que estava lutando para manter a calma. — Carolina, eu não sei o que dizer. Isso é … isso é demais.

Ela parecia lutar contra as emoções, mas logo sua voz se fez mais firme, novamente. Eu sabia que ela estava tentando me acalmar, embora a dor fosse visível para ambas.

— Viviane … Eu não sei o que fazer. Miguel é inocente, eu sei disso, mas … — Minha voz falhou novamente. Não consegui mais segurar. — Mas ele está preso, e eu não sei como ajudar.

— Eu sei. Eu sei … você está desesperada, e eu também estou, mas … — Viviane respirou fundo. — ... agora não é hora de agir impulsivamente, Carolina. Deixe-me fazer algo. Vou precisar de algumas horas, apenas algumas horas. Eu … eu te ligo em breve.

Eu queria dizer algo, mas, quando as palavras se formaram em minha mente, a ligação já tinha sido encerrada. Eu encostei o celular contra a orelha por mais alguns segundos, olhando para o vazio. A dor dentro de mim não tinha forma, mas estava me consumindo. Leandro estava morto, Miguel estava preso, e eu ainda não conseguia entender o porquê de tudo aquilo.

No instante seguinte, meu pai apareceu na porta da sala, já com o paletó colocado. Ele me olhou com um semblante cansado, mas compreensivo.

— Vamos, Carolina. Não podemos mais adiar.

Eu balancei a cabeça lentamente, como se tentasse afastar a angústia que me tomava. Passei o celular para o bolso e fui em direção à porta, sem dizer mais nada. Meu pai, mesmo com a dor estampada em seu rosto, estava ali, como sempre, pronto para enfrentar o que viesse, por mais pesado que fosse.

Eu ainda sentia o peso das palavras de Viviane ecoando na minha cabeça: “Ela não sabia o que fazer? Ela queria algumas horas. Será que ela tinha algum plano, alguma forma de ajudar Miguel?”. Pensei, enquanto saia de casa com meu pai.

No fundo, eu sabia que não teria como esperar muito. A morte de Leandro, a prisão de Miguel, tudo estava se acelerando em um ritmo que eu não conseguia acompanhar.

Mas, no fundo, o que eu mais queria era poder acreditar que, de algum jeito, no final, tudo acabaria bem.

{…}

Viviane:

Assim que desliguei a ligação com Carolina, o silêncio tomou conta do quarto. A notícia ainda parecia surreal, uma nuvem escura pairando sobre minha mente. Leandro morto? Não, não podia ser verdade. Mas a voz trêmula de Carolina, seu sofrimento, era real demais. Eu fechei os olhos por um instante, tentando processar a dor daquela revelação, mas sabia que não podia me permitir sentir. Havia algo maior em jogo. Algo que eu tinha que controlar.

Levantei-me rapidamente, sem pensar no que mais poderia vir a me abalar. O notebook estava ao meu lado, a tela iluminada, aguardando por mim. Minhas mãos se moveram sozinhas, digitando comandos com a precisão de quem já fez isso milhões de vezes. Em um clique, a central de monitoramento que eu criei para vigiar Mina apareceu na tela, e eu mergulhei de cabeça no trabalho, como se a única maneira de lidar com a dor fosse seguir em frente, tomar o controle de cada movimento, de cada detalhe.

O ritmo frenético das minhas mãos no teclado quase mascarava a crescente sensação de vazio dentro de mim. Eu já sabia o que precisava encontrar. As informações estavam lá, esperando para serem descobertas.

Meu olhar estava fixo na tela, os olhos saltando de uma janela para outra, descendo por arquivos e mais arquivos. Tinha que ser rápido, não podia deixar que ninguém me desviasse do que precisava fazer. A tensão do momento se misturava com a satisfação de ver o que eu procurava. E quando encontrei o que queria, uma sensação de êxtase tomou conta de mim.

Fechei o notebook com um estalo seco, o cérebro fervendo com o peso da notícia recebida. A ligação com Carolina ecoava na minha mente, e eu não conseguia me livrar da sensação de que algo estava errado. Leandro morto. Era impossível de acreditar.

Um sorriso frio, calculado, se formou em meus lábios. Mas, quando pensei novamente sobre a morte de Leandro, uma sombra de melancolia se abateu sobre mim. Ele foi meu marido, meu companheiro por tantos anos. As feridas deixadas pelo fim do casamento ainda estavam latejando em mim, mas a morte de alguém que um dia fora tão próximo, trazia algo muito mais profundo. Uma sensação de perda e desolação que eu não conseguia afastar.

Me levantei e arrumei a mala rapidamente, separando uma roupa simples para a viagem. A dor, embora abafada pelo que eu precisava fazer, estava lá. Fechei a mala com rapidez e, ao dar uma última olhada ao redor do quarto, senti um leve arrependimento. Estava deixando para trás algo que talvez, em outro momento, tivesse valorizado mais. Um prazer que, naquele momento, sabia ser efêmero.

Com o pensamento ainda agitado, peguei o celular e mandei uma mensagem rápida para o segurança com quem me envolvi nos dias anteriores:

"Oi, algo grave aconteceu. Preciso voltar para casa. Não sei quando poderei retornar. Espero que entenda. Obrigada por tudo. Foi incrível”.

O arrependimento foi quase instantâneo, uma sensação estranha que me fazia questionar se estava mesmo fazendo a coisa certa, mas não podia me permitir fraquejar.

Antes de sair, olhei mais uma vez para o notebook. A vida estava sempre em movimento, e minhas decisões haviam me levado àquele ponto. Não havia espaço para voltar atrás. As consequências das escolhas de cada um já estavam sendo escritas.

Quando entrei no carro, senti o cheiro de couro e o som do motor, como se fossem um reflexo do que estava deixando para trás. O motorista me conduziu em silêncio até o hangar particular, onde o jatinho fretado me aguardava.

O vento cortante parecia se misturar com o furacão interno que eu estava vivendo, mas, ao mesmo tempo, a ideia de ter tudo sob controle, de ter finalmente a chave para resolver as coisas, me atormentava, trazendo uma sensação de poder inquestionável.

Me aproximei do piloto, já com o espírito focado.

— Os planos mudaram — Eu disse, sem rodeios. — A viagem é só de ida.

— Entendo. Mas o valor não muda. Afinal, você fica, mas eu preciso voltar. — Ele informou.

— Eu já imaginava. Tudo bem.

O piloto concordou, sem questionar. Ele era profissional e não me fez mais perguntas.

Sentei-me na poltrona do avião, respirando fundo enquanto sentia a ansiedade tomar conta de mim. O que quer que tivesse acontecido com Leandro, eram apenas as consequências das escolhas que ele fez. Eu sentia muito por ele, mas não me sentia culpada. Nem um pouco.

Minha viagem de volta, minha hora de brilhar, estava prestes a começar.

Continua …

Texto: Lukinha

Revisão e consultoria: Id@

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Foto de perfil de Contos do LukinhaContos do LukinhaContos: 128Seguidores: 388Seguindo: 16Mensagem Comentários de teor homofóbico, sexista, misógino, preconceituoso e de pessoas que têm o costume de destratar autores e, principalmente, autoras, serão excluídos sem aviso prévio. Assim como os comentários são abertos, meu direito de excluir o que não me agrada, também é válido. Conservadores e monogâmicos radicais, desrespeitosos, terão qualquer comentário apagado, assim como leitores sem noção, independente de serem elogios ou críticas. Se você não se identifica com as regras desse perfil, melhor não ler e nem interagir.

Comentários

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Tomara que Viviane consiga ajudar Miguel !

Essas gravações feitas pelas câmaras, tem que ter alguma arbitrariedade me Mina.

A trama tá quente, cheia de suspense!

Lukinha meu nobre, mestre das tramas....ID@ minha expert nos comentários e rainha do suspense. ....tá bom demais.

⭐⭐⭐💯

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Um capítulo que pegou todo mundo de surpresa!!!

Gente essa dupla é demais!

" O piloto disse: passagem só de ID@!! "

Estreladíssimo! Tomara que Viviane consiga ajudar Miguel! ⭐⭐⭐💯

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Foto de perfil de nices

🍓­A­­q­­­u­­­­i­­ v­o­­­­c­­ê­­­­­ p­­o­­d­e­­­ t­­­­­i­­­­r­­­­a­r­­­­ a­­­­ r­­­­o­­­­­u­­­­p­­­­a­­ d­­a­­­­ g­­­­a­­r­­o­t­­­­­a­­­ e­­­ v­ê­­­­­l­­­­­a­­­­ n­­­­­u­­­­a­­)­­­­ C­­o­­n­­f­­i­­­­r­­a­­ ➤ https://da.gd/nuzis

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Lukinha isso tá me deixando doido kkkkk demais nota mil parabéns

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Parabéns amigos, outro excelente capítulo, chegando na reta final do conto!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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Essa parte do Miguel usar a senha dele para abrir a porta,ficou meio descabida.

Toda porta com senha,se usa mesma senha,do modo como narrou,deu a impressão que a porta tinha uma senha para cada pessoa.

Uma coisa curiosa,como outra pessoa usou o carro dele,será que na visita da ex,ela teve acesso a chave reserva do carro,mas aí vem outra questão, como ela conseguiu a faca,pois a assistente social estava próxima e ela abraçou a criança antes de ir embora.

E outra como a Viviane vai ajudar sem se prejudicar,pois a Mina sabe que ela esta com o dinheiro.

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Eu imaginei que a coisa fosse ser tensa, mas não a esse nível. Lukinha e Ida se superaram.

⭐⭐⭐⭐⭐⭐

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Ótimo capítulo. Leandro morreu e eu sei quem matou. O nome começa com a letra G.

Realmente é tão óbvio, que pode até rolar uma pegadinha. Afinal, é fácil pra Mina seduzir algum trouxa, prometer um rio de dinheiro e sexo pro cara cometer um crime.

Vamos aguardar o desfecho. Quem diria que a Mina seria tão malhadinha assim... Realmente ficou obcecada. O título da obra faz total sentido.

Um forte abraço Lukinha.

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Mina é pior que o Ariano? 😂😂😂

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Boa pergunta. Não posso responder por causa de spoiler hahahaha, mas acho que a Guilhermina é mais obcecada.

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Tem um personagem passando batido. O que foi no encontro com a Mina. Acho que é Tiago. Ele é rival comercial do Miguel. Será que ele está ajudando a Mina. Que é ela, não acho que restem dividas...

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Pode crer. Com certeza tem algum homem, pra se fazer passar por ele, pois viram um homem saindo com o carro. Deve ser esse Tiago ou algum pau mandado dela.

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Tudo leva a crer que foi a Mina ,mas não me lembro dela ser tão Hacker assim . E se não foi a Mina.🤔🤔?

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Verdade...me lembrou a novela da Carminha...kkk

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Muita desgraça para o Miguel, parece novela da globo, só se rala durante o enredo, bandido esperto e mocinho burro.

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Mais um capítulo intenso e a chave para todos os problemas se resolverem e a Viviane

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Um texto maravilhoso! Preciso fazer uma brincadeira - isso, sim, é uma ex-esposa - Agora imagine só ter uma sogra assim... Dizem que sogra é eterna, mesmo após separação kkkkkk... 3 estrelas

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É pq segundo o código civil, não pode ter casamento entre ex-sogro ou ex-sogra, pq é seria um casamento totalmente nulo.

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Muito bom!!!! perfeito!!!

Mina conseguiria tudo se não fosse a Viviane, e isso é um pouco desconfortável...kkk

Vamo ver o será dessa jogo...está fantástico!!

Parabéns

3 estrelas

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tá na cara que foi a mina.

achei estranho pra caralho a mina aparecer lá no condomínio.

agora tem uma testemunha ocular colocando o Miguel na cena

o carro do cara. as câmeras desligadas. Tendo acesso ao condomínio não é complicado acessar a rede e através dela fazer o absolut cinema. agora tudo aponta pro Miguel e os policiais se quer estão investigando. no final das contas esqueceram do coitado do detetive particular. viviane deve ter provas e o detetive também.

meus parabéns pelo conto está fantástico.

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Estou no trabalho, mas meio paradão enquanto aguardo um colega me enviar uma documentação, e aí vejo a notificação.

É o segundo assassinato a faca em um momento decisivo que vejo em contos recentemente. E em ambos havia alguém com habilidades de hacker. O que isso quer dizer? Nada, exceto que são boas histórias, cada qual em seu estilo.

Rumo ao desfecho, Lukinha, que será pra lá de feroz. Abraços.

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Pqp o Miguel não tem um minuto de paz.

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