Segredos do Coração - Superando o Passado. Parte 17

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 7374 palavras
Data: 18/02/2025 14:18:02
Última revisão: 18/02/2025 14:20:10

Celo passou a mão suavemente pelos cabelos de Mari, afastando a mecha de cabelo branco, sua marca registrada, grudada em sua testa. Ela o abraçou com força, escondendo o rosto no pescoço dele. Seu corpo tremia levemente, como se ainda estivesse processando tudo.

— Eu te amo, Celo — ela sussurrou, a voz embargada de emoção. — Sempre amei. Mesmo quando fiz tudo errado … Mesmo quando me perdi. Você sempre foi meu lar.

Ele fechou os olhos por um instante, absorvendo aquelas palavras. Então, segurou o rosto dela entre as mãos, fazendo-a encará-lo.

— Você é minha, Mari. Sempre foi. — Seu tom era firme, mas cheio de ternura. — E eu sou seu.

Um sorriso pequeno, tímido, surgiu nos lábios dela antes que Celo a beijasse de novo, devagar, como se quisesse eternizar aquele momento. Não havia mais barreiras entre eles. O passado ainda existia, as cicatrizes ainda estavam lá, mas agora, pelo menos naquele instante, só importava o presente.

Eles permaneceram abraçados, sentindo o calor um do outro, sem pressa para se soltar. Afinal, depois de tanto tempo afastados, finalmente estavam onde realmente pertenciam: juntos.

Antes de se entregar ao sono merecido, vendo que Celo já dormia com um sorriso bobo nos lábios, Mari pegou o celular e enviou uma mensagem para Anna:

“Como sei que vocês provavelmente ainda estão por aqui, sintam-se liberados. Obrigada pela ajuda, mas voltarei para casa com o meu marido”.

Continuando:

Parte 17: “Estamos Indo De Volta Pra Casa”.

A luz da manhã seguinte se infiltrou pelo vão das cortinas, banhando o quarto em um brilho suave. O silêncio era denso, quase opressor. Mari despertou, virando-se devagar para encarar Celo. Ele ainda estava ali. Mas algo na rigidez do seu corpo, na forma como seus olhos fitavam o teto, mostrava que, apesar da noite que compartilharam, a distância entre eles ainda existia.

Ela sentiu um aperto no peito. O desejo de se aproximar, de tocá-lo, era forte, mas o medo de ser rejeitada era ainda maior. Respirou fundo, tentando reunir coragem.

— Celo …

Ele fechou os olhos por um instante, como se estivesse se preparando para ouvi-la. Só então virou o rosto, observando-a, em silêncio. Mari notou o cansaço em seu olhar, uma exaustão que ia além da noite intensa que tiveram.

— Eu … — Sua voz falhou. O nó na garganta tornava difícil dizer o que precisava. — Eu queria saber … você está disposto, não a esquecer o que aconteceu, mas … a dar uma nova chance para nós?

O silêncio que veio depois da pergunta foi quase insuportável. Celo esfregou o rosto com as mãos, respirando fundo antes de responder.

— Mari … Eu não vou fingir que está tudo bem só porque tivemos uma única noite diferente. — A voz dele saiu rouca, carregada de um peso que ela sentiu na pele. — Eu ainda estou machucado. Ainda estou confuso.

Mari entendeu o que ele sentia. Ainda era cedo para achar que tudo estivesse bem.

— Eu sei … e eu não espero que seja diferente. Eu só … eu só preciso saber se existe uma chance. Se você ainda consegue me ver como sua esposa, como a mulher que você quer ao seu lado.

Celo virou-se de lado, apoiando o cotovelo no travesseiro para encará-la de perto. Seu olhar transmitia calma.

— A única forma de saber isso, Mari, é parando de fugir. Me desculpa por isso.

Mari sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Ela sabia que aquilo não significava um perdão imediato, nem uma garantia de que tudo voltaria ao normal. Mas era um começo.

— Então … a gente tenta? — Os olhos dela já estavam marejados.

Celo desviou o olhar por um momento, como se estivesse processando tudo. Quando voltou a encará-la, seus olhos tinham algo diferente. Uma mistura de determinação e medo.

— A gente tenta. Mas, Mari … sem mais segredos. Sem mais meias-verdades.

Ela concordou rapidamente, sentindo as lágrimas se acumularem nos olhos.

— Sem mais segredos.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, apenas se olhando. Ainda havia um abismo entre eles, mas, havia também uma ponte sendo construída.

Celo suspirou e sentou-se na cama, bagunçando os próprios cabelos com os dedos.

— Eu vou tomar um banho.

Mari observou enquanto ele se levantava, o peso ainda visível em cada passo. Quando ele desapareceu no banheiro, ela fechou os olhos, exalando lentamente o ar que tinha nos pulmões. O caminho até a reconstrução do relacionamento deles seria longo. Mas, pelo menos, agora havia um caminho.

Mari parou de pensar demais, tirando a pouca roupa rapidamente e se juntando a ele no banho.

A água morna escorria sobre seus corpos, misturando-se ao vapor que tomava conta do banheiro. O silêncio entre eles não era constrangedor, mas carregava um peso difícil de ignorar. Estavam juntos, dividindo o mesmo espaço, a mesma intimidade que antes parecia tão natural, mas que, naquele momento, parecia estranha, quase ensaiada.

Mari deslizou as mãos pelos próprios braços, sentindo a pele arrepiar, não pelo frio, mas pela incerteza. Olhou para Celo, que esfregava o rosto sob a água, os olhos fechados como se quisesse deixar seus pensamentos irem embora junto com as gotas de água que desciam.

Ela se aproximou devagar, tocando de leve o braço dele.

— Celo …

Ele abriu os olhos, desviando o olhar para ela. Não havia rejeição, nem distância, mas também não havia o mesmo calor de antes. Era como se ainda estivessem testando os limites um do outro.

— Eu estive pensando … talvez a gente devesse procurar ajuda.

Ele franziu a testa, desviando o olhar por um instante antes de voltar para ela.

— Você quer dizer terapia?

— Sim. Individual e de casal.

Celo soltou um suspiro pesado, inclinando a cabeça para trás, deixando a água bater em seu rosto.

— Mari … eu não sei se isso funciona pra mim.

— Por quê?

Ele ficou em silêncio por um momento, apertando os lábios.

— Porque eu não gosto da ideia de ficar sentado, falando dos meus problemas para um estranho.

Mari sorriu, se aproximando mais.

— Você prefere continuar lidando com tudo sozinho?

Ele estreitou os olhos para ela, mas não havia raiva. Apenas cansaço.

— E você acha que um terapeuta vai dizer algo que eu já não sei? Inclusive, pense em tudo isso, você mesma é uma.

Mari respirou fundo, escolhendo as palavras com cuidado.

— Talvez não. Mas pode nos ajudar a enxergar tudo de um jeito diferente. Pode ajudar a gente a entender o que nos trouxe até aqui e como seguir em frente sem repetir os mesmos erros.

Mari pegou o sabonete e começou a lavar as costas do marido.

— E minha área é outra. Bem diferente.

Celo esfregou a nuca, pensativo. Mari aproveitou a hesitação para continuar.

— Eu não estou dizendo que a terapia vai consertar tudo de uma hora para outra. Mas a gente passou por muita coisa, Celo. Escolhas erradas, ressentimentos, dores que estavam enterradas há anos e que voltaram com força agora … Não dá pra fingir que só porque queremos tentar, tudo vai se resolver sozinho.

Ele baixou a cabeça, refletindo. Mari se aproximou um pouco mais, passando a mão de leve pelo braço dele.

— Eu não quero que a gente apenas "tente" consertar as coisas. Eu quero que a gente realmente consiga consertar. Mas, para isso, precisamos de ajuda. — Ela concluiu.

Celo suspirou mais uma vez, mas não foi de impaciência, e sim de aceitação.

— Eu … vou pensar nisso.

Mari sorriu suavemente, apertando o braço dele.

— Já é um começo.

Eles continuaram ali, sob a água morna, sem pressa. O toque de Mari deslizou até a mão de Celo, entrelaçando seus dedos aos dele. E, ele não afastou.

Celo desligou o chuveiro, passando as mãos pelo rosto antes de sair da água. Ele pegou uma toalha e começou a secar o cabelo, enquanto Mari o observava em silêncio. A tensão entre eles havia diminuído, mas ainda restava um certo receio no ar, como se ambos tivessem medo de dar o próximo passo em falso.

— Então … — Mari começou, hesitante. — Nós vamos voltar para casa? Ou você ainda quer ficar aqui por mais um tempo?

Celo franziu a testa, sem entender exatamente o que ela queria dizer.

— Tem algum problema, se eu quiser ficar?

Mari deu um pequeno sorriso, inclinando a cabeça.

— Não, claro que não. Se for o caso, eu fico com você.

Celo a encarou por alguns segundos, absorvendo aquelas palavras. Por mais que ainda houvesse muito a ser resolvido, ele sabia que Mari estava ali, disposta a enfrentar tudo ao lado dele.

Ele soltou um suspiro de resignação e balançou a cabeça.

— Mesmo que eu quisesse, não posso continuar longe de casa. Estou com um grande contrato em andamento e já fiquei tempo demais afastado.

O sorriso de Mari se alargou, um alívio discreto se espalhando por seu rosto.

— Fico feliz que tenha decidido voltar.

Celo apenas sorriu, terminando de secar o corpo e enrolando a toalha na cintura. Mari também pegou a sua toalha, mas antes de sair do banheiro, disse com cautela:

— Precisamos pensar em como contar para as crianças.

Celo parou, olhando para ela com atenção.

— Crianças? Acho que eles são bem grandinhos, não acha? E o que você pretende contar?

Mari não hesitou.

— A verdade. Você tem razão. Eles já são adultos.

Celo desviou o olhar, refletindo. Parte dele queria contestar, dizer que certas coisas deveriam ser protegidas, mas sabia que Mari estava certa. Eles deviam honestidade aos filhos, do jeito certo, sem expor mais do que o necessário, mas sem mentiras.

Ele terminou de enxugar, respirando fundo.

— Certo, mas precisamos pensar bem em como fazer isso.

Mari sabia que ele estava certo.

— Eu sei. Vamos fazer isso juntos.

Celo sentia que, apesar de tudo, eles estavam começando a caminhar na mesma direção.

— Vamos sair um pouco, dar uma volta. Essa cidade é bem bonitinha. — Mari sugeriu, tentando mudar o assunto.

Celo sorriu ao ouvir a sugestão da esposa.

— Caminhar pela cidade, hein? Parece até um encontro.

Mari deu de ombros, com um sorriso tímido.

— Talvez seja. Quem sabe a gente precise disso?

Celo observou a esposa por um instante. O jeito como ela tentava, com pequenos gestos, recuperar algo entre eles. A noite passada tinha sido intensa, mas não um remédio imediato para tudo que tinham vivido. Havia rachaduras profundas, e agora era a hora de decidir se estavam dispostos a reconstruir. Ele pegou a carteira e celular.

— Tá bom, vamos tomar café juntos. Mas antes … preciso agradecer ao seu Zé.

Mari fez uma sugestão.

— Um último show? Mesmo que o momento não fosse o melhor, foi bom te ver cantando outra vez.

Celo deu um sorriso sincero, pegando a chave da edícula.

— Pode ser uma boa ideia.

Mari riu, pegando sua bolsa para acompanhá-lo.

— Então vamos. Quem sabe hoje eu não te vejo brilhar no palco de novo?

Os dois saíram juntos, e, embora ainda houvesse sombras entre eles, a manhã parecia trazer uma nova chance.

No bar, não encontraram o seu Zé e decidiram manter os planos, saindo a pé até a padaria mais próxima.

A padaria tinha o cheiro irresistível de pão recém-saído do forno, misturado ao aroma forte do café sendo passado na hora. O ambiente era acolhedor, com mesas de madeira bem distribuídas e uma vitrine cheia de doces e salgados dourados, chamando a atenção dos clientes.

Celo entrou primeiro, observando as opções no balcão, enquanto Mari se demorava um pouco escolhendo uma mesa perto da janela. Ele tinha acabado pedir os cafés quando ouviu uma voz familiar atrás de si.

— Bom dia de novo, gatinho.

Ele fechou os olhos por um segundo antes de se virar. A loira que já havia dado em cima dele antes estava ali, um sorriso sugestivo nos lábios enquanto brincava com uma mecha do cabelo.

— Bom dia! — Respondeu, sem muita empolgação.

— Ótimo show ontem, como sempre. Já tem previsão para nova apresentação?

— Ainda não.

A mulher inclinou a cabeça de lado, mordendo o lábio de forma calculada.

— Quando vai me dar uma segunda chance? Eu prometo que …

Antes que Celo pudesse responder, sentiu uma presença ao seu lado. Mari havia se aproximado sem fazer barulho, e, num gesto firme e possessivo, entrelaçou os dedos nos dele.

— Desculpa a demora, amor. Escolhi uma mesa ótima pra gente.

A loira hesitou por um segundo, antes de dar um sorriso irônico.

— Ah … então essa é a famosa esposa?

Mari sustentou o olhar, mantendo a expressão serena, mas com algo perigoso na voz.

— Sim. E quem é você?

— Só alguém que admira boas escolhas. — A mulher deu um meio sorriso e, antes de se afastar, disparou a última alfinetada: — Cuida bem do seu homem. Ele é um em um milhão.

Mari sentiu o golpe. Não era só o que havia sido dito, mas como havia sido dito. Uma provocação camuflada sob um elogio. E o que mais a incomodou foi Celo não ter dito nada, simplesmente pegando os cafés e indo para a mesa como se nada tivesse acontecido.

Ela o seguiu, tentando ignorar o aperto no peito, mas algo na forma como ele agiu a incomodava. Quando se sentaram, ele perguntou casualmente:

— Escolheu o que quer comer?

Mari pousou o cardápio sobre a mesa, cruzando os braços.

— Você não vai falar nada?

Celo ergueu os olhos para ela, sem entender.

— Falar o quê?

Ela soltou uma risada curta, incrédula.

— Sobre a cena que acabou de acontecer.

Celo não queria brigar, estava cansado.

— Mari, não tem nada pra falar.

— Ah, tem sim. — Ela inclinou-se um pouco para frente. — Aquela mulher praticamente te cobriu de insinuações na minha frente e você ficou quieto.

— Porque eu não dou importância.

— Mas eu dou!

Os olhos de Celo se estreitaram, estudando-a por um instante.

— Você está insegura comigo?

Mari abriu a boca, mas hesitou por um segundo.

— Não é isso …

— Então o que é?

Ela desviou o olhar para a mesa, brincando com o guardanapo entre os dedos.

— Você sempre foi muito desejado, Celo. Eu sei disso. Mas depois de tudo o que aconteceu … depois do que eu fiz com você, sinto que estou numa posição frágil.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Então, pousou a mão sobre a dela.

— Mari … eu escolhi estar aqui. Com você. Não com qualquer outra pessoa.

Ela respirou fundo, deixando as palavras dele a envolverem.

— Eu sei. — Sua voz saiu mais suave.

Ele apertou levemente sua mão, como se quisesse enfatizar o que diria a seguir.

— Então, para de procurar sinais de que eu não quero estar.

Mari finalmente encontrou seus olhos. E, naquele momento, percebeu que talvez estivesse mesmo se agarrando a pequenos detalhes para tentar justificar um medo que era só dela.

Soltando o ar, ela forçou um sorriso.

— Tá bom. Mas se outra loira aparecer, eu vou quebrar um copo na mesa só pra deixar claro que você já tem dona.

Celo riu, relaxando.

— Desde que não seja o meu copo de café, acho justo.

Mari balançou a cabeça, pegando o cardápio de novo.

— Tá, vamos escolher logo. Antes que eu arrume um motivo novo pra implicar com você.

Celo sorriu, pegando o cardápio também. Talvez aquele café da manhã ainda tivesse salvação.

— Boa ideia. Senão daqui a pouco você começa a brigar comigo por causa do pão na chapa ou do pão de queijo.

Os dois sorriram, cúmplices.

O café da manhã seguiu tranquilo, sem novas discussões. Mari e Celo comeram em silêncio por alguns momentos, o barulho das xícaras e talheres sendo a única trilha sonora entre eles. O clima ainda era um pouco tenso, não por brigas, mas pela necessidade de redescobrirem como era simplesmente estar juntos sem a carga emocional dos últimos meses.

Mari pegou o celular para dar uma olhada rápida nas mensagens e viu uma notificação não lida. Era de Anna, enviada na noite anterior.

"Mari, eu tô feliz por vocês dois. Sei que não é fácil, mas fico aliviada que estejam tentando. Paul e eu também vamos voltar pra casa. É o certo a fazer".

Mari ficou olhando a tela por alguns segundos, absorvendo as palavras. Ela sabia que Anna e Paul precisavam resolver muitas coisas entre eles, se sentiam culpados pela situação, assim como ela em relação ao marido.

Sem dizer nada, virou o celular para Celo ver. Ele leu a mensagem rapidamente e, de imediato, fez uma cara feia. Não comentou nada, apenas voltou a tomar o café.

Mari percebeu o desconforto dele e resolveu não insistir no assunto. Apenas bloqueou a tela e deixou o telefone de lado.

— Quer mais alguma coisa? — Ela perguntou, tentando aliviar o clima.

Celo terminou de mastigar o pedaço de pão antes de responder:

— Não, já estou satisfeito.

Ela terminou o que restava do seu café também. O que havia para ser dito naquele momento já estava claro no silêncio entre os dois.

Enquanto o sol da manhã iluminava as ruas de paralelepípedo, Celo e Mari decidiram caminhar um pouco antes de voltarem ao bar. A cidadezinha tinha um charme bucólico, com construções antigas e uma atmosfera tranquila que contrastava com a agitação da vida urbana que logo retomariam.

Passaram por uma pequena praça com um coreto de ferro ornamentado, onde senhores jogavam dama e crianças corriam ao redor da fonte central. A água límpida refletia o azul do céu, e o som do fluxo suave trazia uma sensação de paz.

Mais adiante, avistaram uma biblioteca encantadora, instalada em um casarão de arquitetura colonial, com paredes de pedra e janelas de madeira esculpidas. Uma placa antiga, levemente desgastada pelo tempo, indicava que o prédio já fora a casa de um poeta local. Mari sorriu ao imaginar as histórias que aquelas paredes guardavam.

Ao virarem a esquina, encontraram uma igrejinha barroca, com uma fachada simples, mas cheia de detalhes esculpidos à mão. O sino pendia silencioso na torre, e a porta estava entreaberta, convidando quem quisesse entrar para um momento de reflexão. Celo parou por um instante, observando a construção, e Mari entrelaçou seus dedos aos dele, sem dizer nada, apenas aproveitando aquele instante de quietude.

A caminhada seguiu por ruas floridas, onde trepadeiras coloridas se espalhavam pelos muros das casas, e pequenos comércios começavam a abrir suas portas. Por um momento, parecia que o tempo andava mais devagar, permitindo que eles respirassem fundo antes de enfrentarem a realidade que os aguardava.

Depois de um longo suspiro, Celo olhou para Mari.

— Vamos voltar?

Ela concordou, apertando levemente sua mão.

— Vamos.

E juntos, seguiram de volta ao bar, prontos para dar os próximos passos.

Quando chegaram ao bar, seu Zé ainda não estava ali. Mari decidiu ir para a edícula arrumar as coisas de Celo, enquanto ele se sentou no balcão, esperando o velho aparecer. Alguns minutos depois, seu Zé surgiu pela porta dos fundos, assobiando baixo, com a postura tranquila de quem já vira de tudo na vida.

— Bom dia, Celo! Dormiu bem?

— Dormi, sim, seu Zé.

O velho pegou um pano e começou a limpar o balcão, esperando que o rapaz falasse o que tinha para dizer. Não demorou muito.

— Eu vou embora amanhã, cedo.

Seu Zé ergueu os olhos, mas não pareceu surpreso. Apenas assentiu, como se já soubesse que aquele dia chegaria.

— E então, conseguiu se acertar com a patroa?

Celo coçou a nuca, respirando fundo antes de responder:

— Estamos tentando. Ainda tem muita coisa pra resolver, mas continuar fugindo não vai ajudar.

Seu Zé sorriu, orgulhoso.

— Bom rapaz.

Celo olhou ao redor do bar, sentindo um peso estranho no peito. Ele jamais esperaria encontrar refúgio ali, mas aquele lugar, e aquele velho, haviam sido fundamentais para que ele não enlouquecesse.

— Antes de ir, eu queria te agradecer. — Celo começou.

— Não tem que agradecer nada, meu filho. Só fiz o que achei certo.

Celo sorriu, apoiando os cotovelos no balcão.

— Mas quero me despedir direito. Uma última apresentação. O que acha?

O velho coçou o queixo, pensativo.

— Acho que vai ser uma bela despedida. Mas, e se você aparecesse aqui de tempos em tempos? Não precisa ser toda semana, quem sabe uma vez por mês? Sempre tem gente querendo ouvir uma boa música.

Celo ergueu as sobrancelhas, surpreso com a proposta.

— Você quer que eu continue vindo tocar?

Seu Zé sorriu para ele.

— O palco é seu sempre que quiser.

Celo ficou em silêncio por alguns instantes, considerando a ideia.

— Tá certo. Quinzenalmente, então? Não é longe de casa. E eu tenho uma boa flexibilidade no meu trabalho.

O velho deu um tapa de leve no ombro dele, satisfeito.

— Assim que se fala! Vai ser bom ter você por aqui de vez em quando.

Celo estava feliz, sorrindo, sentindo que, de alguma forma, aquele lugar ainda teria um papel na sua vida.

Ele se despediu do amigo e voltou para a edícula. Encontrou Mari dobrando as roupas dentro da mala, já adiantando as coisas para a partida.

— Como foi? — Ela perguntou, sem parar o que estava fazendo.

— Deu tudo certo. Amanhã a gente pode partir cedo.

Mari parou e olhou para ele, um pequeno sorriso nos lábios.

— Então, acabou.

Ele passou a mão na nuca, seu gesto característico, pensativo.

— Acabou essa parte. Agora começa outra.

Ela se aproximou e pousou as mãos no peito dele, olhando-o nos olhos.

— Juntos.

Celo segurou a cintura dela, puxando-a levemente para perto.

— Juntos.

Eles ficaram ali, apenas sentindo a presença um do outro. O caminho ainda seria difícil, mas ambos estavam dispostos a enfrentá-lo, lado a lado.

{…}

Um dia antes, há alguns quilômetros do bar do seu Zé, o hotel de beira de estrada era simples, com móveis antigos e um cheiro leve de madeira envelhecida misturado ao perfume barato do aromatizador de ambiente. Paul entrou sem dizer uma palavra, jogou as chaves sobre a mesinha de cabeceira e se deitou na cama, encarando o teto, os braços cruzados atrás da cabeça.

Anna suspirou. Pegou o celular e começou a procurar um delivery de comida qualquer. O silêncio entre eles era quase sufocante. Ela estava cansada, incapaz de argumentar ou discutir.

O pedido chegou algum tempo depois. Comeram em silêncio, cada um preso em pensamentos que não ousavam verbalizar. Nenhum olhar trocado, nenhum comentário sobre o gosto da comida, apenas a mecânica dos garfos arranhando as embalagens descartáveis.

Quando terminaram, Paul se jogou na cama novamente, virando-se de costas para ela.

Uma notificação de mensagem chegou e Anna leu o nome de Mari na tela. Instintivamente, mostrou para Paul. Ele desviou o olhar para a tela por um breve instante, mas logo voltou a encarar o teto, sem qualquer reação. Anna digitou uma resposta curta e apagou a luz, se preparando para dormir, mas o desconforto daquela situação tornava impossível qualquer descanso verdadeiro.

Na manhã seguinte, ela não esperou por uma conversa longa. Sabia que Paul não queria discutir nada, mas também sabia que não havia mais nada a fazer ali.

— Vamos para casa, Paul.

Ele permaneceu imóvel por alguns segundos, depois soltou um suspiro longo e cansado.

— Tá bom.

Sem mais discussões, arrumaram as poucas coisas e partiram, carregando o peso da noite anterior no silêncio do carro.

A viagem foi silenciosa. Paul dirigia com a expressão fechada, os olhos fixos na estrada, enquanto Anna mantinha os braços cruzados, apoiada na janela, olhando o cenário passar. A mensagem de Mari na noite anterior ainda pairava em sua mente, e, apesar de tudo, ela sentia uma leveza que não experimentava há tempos. Eles conseguiram se acertar.

Paul, por outro lado, parecia alheio a qualquer possibilidade de alívio. Ele tamborilava os dedos no volante, tenso, imerso em pensamentos que Anna já sabia que não valiam a pena serem interrompidos.

Quando finalmente estacionaram na garagem de casa, Anna suspirou e olhou para o marido antes de sair do carro.

— Pronto. Estamos em casa. — Paul apenas assentiu e destravou as portas.

Ao entrarem, foram recebidos pelos amigos que já os aguardavam na sala. Chris e Fabi estavam de um lado, Giba e Cora do outro, todos com expressões que mesclavam curiosidade e expectativa.

— Até que enfim! — Fabi disse, com um sorriso aliviado.

— Como foi? — Giba perguntou, indo direto ao ponto.

Anna olhou para Paul, esperando que ele respondesse, mas ele apenas passou a mão pelos cabelos, exausto, e jogou-se no sofá sem dizer nada.

— E então? — Chris insistiu.

Anna ajeitou-se ao lado de Paul e respirou fundo.

— Encontramos o Celo … — Ela começou. — … Mari e ele estão juntos agora. De alguma forma, eles conseguiram se resolver.

Os amigos trocaram olhares.

— Então eles realmente voltaram? — Giba perguntou.

— Pelo que parece, sim. — Anna confirmou.

O grupo ficou em silêncio por alguns segundos. Era a reviravolta que todos esperavam. Mas, como sempre, Cora foi a primeira a quebrar o clima. Ela sorriu e virou-se para Paul, que continuava afundado no sofá, o olhar perdido.

— Chega de drama, né, meu amigo? — Ela disse, se aproximando dele. — Você tem a nós, seus amigos verdadeiros, e não precisa se preocupar com aqueles dois.

Paul estava de cabeça baixa, sem reagir.

— Fala sério, Paul. — Cora continuou, abaixando-se para ficar na altura dele. — O que foi? Ainda tá remoendo essa história?

Ela colocou uma das mãos no ombro dele, os dedos roçando de leve no tecido de sua camisa. Paul não se moveu.

— Ei. — Cora insistiu, inclinando-se um pouco mais. — Se você quiser, posso te ajudar a esquecer ...

Paul suspirou pesadamente e, sem rodeios, afastou a mão dela com um gesto sutil, mas firme.

— Não, Cora. — Sua voz saiu cansada, mas sem espaço para discussão. — Não tô no clima.

Cora, surpresa, ergueu as sobrancelhas, meio divertida, meio ofendida.

— Nossa. Desculpa, então.

Sem dizer mais nada, Paul se levantou e olhou para os amigos.

— Vou subir. Estou cansado. Tenho algumas coisas para resolver.

Sem esperar resposta, ele se afastou, subindo as escadas. Anna o observou desaparecer no corredor do andar de cima. Ela o conhecia bem. Sabia que era melhor deixá-lo sozinho.

Mas ela mesma não queria ficar sozinha. Diferente de Paul, ela estava cansada de se sentir para baixo. Precisava de um pouco de leveza, de conforto, de carinho.

Chris percebeu e se aproximou com um sorriso suave.

— Vem cá, Anna. — Ele abriu os braços.

Ela não hesitou. Deixou-se envolver pelo abraço quente do amigo e amante, sentindo seu corpo relaxar pela primeira vez em dias. Fabi, ao lado, tocou de leve seus cabelos, fazendo um carinho que fez Anna suspirar.

Paul estava perdido em seus próprios demônios, mas ela não precisava se perder com ele.

— Tá tudo bem, amiga. A gente sabe do que você precisa. — Fabi sussurrou, enquanto Chris apertava Anna com mais força, seus dedos deslizando pelas costas dela com uma intenção que ela não podia ignorar.

Anna estremeceu com a sensação quente quando Chris deslizou a mão por sua bunda, apertando-a com força.

— Você merece ser fodida até não aguentar mais. — Ele sussurrou com a voz rouca em seu ouvido, mordiscando o lóbulo de sua orelha.

Ela gemeu baixinho, entregando-se ao toque, enquanto Fabi acariciava seus cabelos, criando um contraste excitante.

Giba, sentindo a tensão sexual no ar, agarrou Cora pela cintura, puxando-a para perto.

— Esquece o Paul, ele sempre fica assim quando as coisas dão errado. Logo percebe que não é culpa dele e volta ao normal. Deixa disso e vem se divertir.

Cora olhou para o marido, decidindo se libertar da preocupação.

— Você tem razão, meu bem. — Ela mordeu os lábios, provocando Giba.

Ele a puxou para mais perto, colando seus corpos e beijando-a com uma intensidade lasciva que a deixou sem fôlego.

Anna, ainda nos braços de Chris, observava os dois com um brilho de desejo nos olhos. Fabi percebeu e puxou o rosto dela para um beijo quente e urgente.

Começou lento, um reconhecimento, mas logo se transformou em uma pegação selvagem. Fabi mordeu os lábios de Anna, que gemeu manhosa. Chris aproveitou a deixa para chupar o pescoço de Anna, seus dentes marcando sua pele com leves mordidas.

— Isso, Chris! Tortura essa vadia gostosa até ela implorar para ser fodida. — Giba gritou, soltando Cora para apreciar o espetáculo.

— Venham todos aqui, estou carente! Desesperada por um toque! — Anna respondeu com a voz rouca e umedecida, estendendo a mão para os outros.

Giba se juntou ao trio, puxando Cora com ele, suas mãos encontrando o corpo quente de Anna enquanto Chris e Fabi a exploravam com avidez.

Cora, sentindo a excitação palpável, agarrou Fabi por trás, beijando seu pescoço e apalpando seus seios com desejo.

— Todo mundo merece um pouco de prazer. — Cora sussurrou, abrindo o zíper do vestido da amiga.

O vestido escorregou pelo corpo de Fabi, revelando sua lingerie de renda que mal escondia suas curvas.

Anna sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo com a visão.

— Que delícia! — Murmurou, enquanto Chris desabotoava sua blusa, revelando seus seios fartos.

Giba, rápido, já abaixava as calças de Anna enquanto ela se apoiava em Chris para não cair.

Cora, já com parte de suas roupas removidas, aproximou-se de Anna, pressionando seus seios contra as costas dela e massageando o pau duro de Chris por cima de sua calça.

— Vamos te dar tudo o que você precisa. — Cora disse no ouvido de Anna, puxando sua calcinha para baixo, expondo sua intimidade.

Anna se arrepiou, sentindo o ar frio em sua pele, mas logo o calor dos corpos ao seu redor a envolveu, acendendo um fogo em seu ventre.

Chris pegou Anna no colo e a jogou no sofá, com Giba e Cora a segurando no lugar. Fabi, já completamente nua, ajoelhou-se entre as pernas de Anna.

Ela se jogou para trás no sofá, fechando os olhos enquanto as mãos de Chris e Giba a apalpavam com luxúria. Sua pele queimava com cada toque, e a antecipação a deixava louca. Fabi, de joelhos, respirava fundo enquanto seus lábios se aproximavam de sua xoxota pulsante e úmida.

— Você está tão molhadinha ... — Fabi gemeu com a voz rouca, sua respiração quente na intimidade de Anna.

Ela abriu as coxas de Anna e começou a lamber, saboreando cada curva e fenda, fazendo-a se contorcer de prazer.

Chris beijava o pescoço de Anna com paixão, seus dentes mordiscando sua pele sensível enquanto apertava seus seios cheios, seus dedos brincando com seus mamilos rígidos. Giba mordiscava a orelha de Anna, sua respiração quente e pesada enviando arrepios por sua espinha.

— Vocês estão me deixando louca! — Anna gritou, arqueando as costas no sofá enquanto as mãos e bocas a exploravam sem piedade.

Cora, assistindo com um olhar faminto, agarrou Fabi por trás, passando as mãos por sua bunda lisa e beijando seu pescoço com desejo.

— Vamos fazê-la gozar até desmaiar. — Cora sussurrou no ouvido de Fabi, puxando os cabelos de Anna para trás e expondo seu pescoço para Chris chupar com mais intensidade.

Fabi respondeu com a boca, lambendo o clitóris de Anna com uma intensidade crescente. Anna gritou alto, agarrando as coxas de Fabi com força enquanto seu corpo se arqueava em busca de mais.

— Ah ... isso é tão bom ... tão bom! — Anna suspirou, tremendo enquanto Fabi a “comia” com a boca.

Giba aproveitou o momento e enfiou dois dedos profundamente na xoxota de Anna, que gemeu ainda mais alto.

— Relaxe, gata. Deixe-se levar. — Giba sussurrou, enquanto seus dedos a penetravam fundo, encontrando seu ponto doce e pressionando-o.

Chris chupava o pescoço de Anna com mais força, suas mãos massageando seus seios com luxúria. Fabi, entre as pernas dela, lambia com uma urgência crescente, sem dar descanso.

Cora começou a chupar o pau de Chris por cima de sua calça, abrindo o zíper lentamente, aproveitando a tortura.

— Você também merece um pouco de prazer. — Cora disse, fazendo-o gemer baixinho.

Chris passou do pescoço para os seios de Anna, sua excitação aumentando a cada toque.

Anna já estava à beira do abismo, sentindo cada nervo em seu corpo latejar de tesão. Fabi não dava descanso, e Giba a penetrava com seus dedos habilidosos. Chris e Cora a estavam levando à loucura total.

— Eu ... eu vou gozar! — Anna gritou, agarrando as pernas de Fabi com força enquanto suas unhas cravavam em sua pele.

— Deixe acontecer, safada! Aproveite! — Chris disse no ouvido dela, incentivando-a a se soltar.

— Deixe o prazer te consumir! — Giba falou, movendo seus dedos cada vez mais rápido dentro dela.

Fabi lambeu com mais força, focando em seu clitóris pulsante, e Anna se arrebentou em um orgasmo violento, tremendo da cabeça aos pés. Giba continuou com os dedos, sem parar, mantendo-a à beira do delírio.

— Chris ... Giba ... Fabi ... por favor! — Anna implorou, se debatendo no sofá enquanto as ondas de prazer a dominavam.

— Deixa eu te foder até você desmaiar! — Chris gritou, apertando os peitos de Anna com força.

Giba sentiu Anna se apertar ao seu redor, e enfiou os dedos ainda mais fundo, fazendo-a delirar. Fabi não parava de lamber, saboreando cada gota de orgasmo.

Anna gritou, tremendo sem parar, e gozou com força, derretendo no sofá.

— Ahhhh … como eu precisava disso … que loucura … — Anna explodiu em prazer, se debatendo no sofá, sua mente turva de êxtase.

— Chris, Giba … por favor, qualquer um … me fode … mete na minha buceta. Me fode com força! — Anna implorou com os olhos vidrados, sua voz cheia de desejo.

Chris sorriu maliciosamente e se ajoelhou na frente dela, abrindo suas pernas para ele.

— Opa! Só se for agora. — Ele gemeu com a voz grossa e cheia de promessas, se enfiando entre as pernas de Anna, com o pau duro pulsando.

— Está pronta para isso? — Chris perguntou, olhando no fundo dos olhos dela, buscando permissão.

Anna só conseguiu gemer em resposta, tremendo de excitação.

Chris a penetrou com delicadeza, mas de uma vez só, sentindo o calor úmido e apertado de sua xoxota o envolver.

— Ah, Anna! — Ele gemeu, fechando os olhos e sentindo a bucetinha dela se apertar ao seu redor, aceitando-o completamente.

Fabi, ajoelhada ao lado do sofá, assistia a cena com um olhar faminto. Ela beijou Anna na boca, chupando sua língua com avidez e apertando seus seios.

Giba puxou Fabi para perto de si, beijando a safada cheio de tesão.

— Você é tão gostosa que me dá tesão só de te olhar. — Giba sussurrou em seu ouvido, apertando sua bunda com força.

Fabi gemeu e se virou para ele, beijando-o com fogo. Passou a mão pelo pau dele, já duro e latejante.

— Me come agora! — Fabi gemeu, se ajoelhando na frente dele e chupando seu pau com vontade, sua boca quente envolvendo-o completamente.

Giba gritou e agarrou seus cabelos com força, se perdendo na sensação incrível, que ela estava lhe proporcionando.

Enquanto isso, Chris se movia dentro de Anna, estocando com força e precisão. Apertava a bunda dela, puxando-a para si a cada investida, aprofundando o contato.

— Sua xoxota é tão apertada que me deixa louco! — Chris gemeu, sentindo Anna pompoando a musculatura da xoxota, ordenhando seu pau, intensificando o prazer.

Anna apenas gemia em resposta, agarrada a ele, se perdendo no prazer selvagem.

Fabi chupava o pau de Giba com força, levando-o à beira da loucura.

— Fabi ... eu vou gozar! — Giba gritou, apertando sua cabeça contra sua virilha.

Fabi não parou, chupando até o fim, fazendo-o gozar fundo em sua boca, saboreando cada gota de seu sêmen.

Chris sentiu a bucetinha de Anna vibrando frenética, explodindo em um orgasmo intenso.

— Anna ... eu vou gozar também … — Chris gritou, estocando com ainda mais força, buscando o ápice.

— Goza, seu puto … pode gozar dentro. — Anna implorou, tremendo de desejo, sentindo a proximidade do clímax.

Chris gritou e gozou fundo, jorrando seu leite quente dentro dela, preenchendo-a completamente.

Anna se jogou para trás no sofá, gritando de prazer, sentindo o pau de Chris pulsando dentro dela enquanto seu orgasmo a dominava por completo.

— Ah, Chris! Ahhhhhh … — Anna gemeu, beijando-o com paixão, suas línguas se encontrando em uma dança sem igual.

Fabi olhou para eles com desejo nos olhos, pronta para mais. Estava louca para sentir o toque de Giba novamente. Giba se recuperou rapidamente e a agarrou com urgência, puxando-a para seus braços, trazendo Cora junto com ele.

— Agora é a nossa vez de brincar, suas safadas.

Nem o som intenso que vinha do andar de baixo, foi capaz de despertar Paul. Ele ainda ruminava tudo o que tinha acontecido entre ele e Mari, sobre o quanto aquilo havia magoado o Celo. Ele só se sentiria melhor quando tivesse a certeza de que o casal de amigos estava completamente bem.

{…}

De volta ao presente, o pequeno palco do bar do seu Zé já se tornara familiar para Celo. A luz amarelada iluminava seu rosto enquanto ele afinava o violão, preparando-se para sua última apresentação antes de voltar para casa.

O bar estava mais cheio do que o habitual, como se a notícia de sua despedida tivesse corrido pela cidade. Mari, sentada a poucos metros do palco, o observava com admiração, o coração apertado, mas orgulhoso.

Celo dedilhou os primeiros acordes, e a plateia respondeu com entusiasmo. Ele parecia completamente entregue à música, a voz carregada de emoção, como se cada nota fosse um reflexo da turbulência mental que vivera ali, nos últimos três meses.

Mari tentava apenas curtir o momento, mas sua atenção foi desviada quando avistou ela: A loira da padaria estava ali. Em uma mesa próxima ao palco, animada, cantando junto e batendo palmas com uma energia exagerada.

"Ótimo." Mari pensou, apertando os lábios.

A mulher não fazia questão de esconder o interesse. Sempre que Celo olhava na direção dela, mesmo sem intenção, ela sorria de um jeito malicioso, inclinando-se um pouco mais sobre a mesa, como se esperasse que ele notasse. O decote de seu vestido era vulgar e proposital.

Mari cruzou os braços, impaciente. Não era um ciúme irracional. Ela sabia quem era o marido, sabia do magnetismo que ele exercia sobre as pessoas, mas aquela loira estava forçando a barra.

Celo resolveu demonstrar seus sentimentos através da música. Ele deu um olhar demorado para Mari, chamando sua atenção, e dedilhou nas cordas do violão a música que resolveu usar como desabafo:

“Mudaram as estações e nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu

Está tudo assim tão diferente

Se lembra quando a gente

Chegou um dia acreditar

Que tudo era pra sempre

Sem saber que o pra sempre, sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou

Quando penso em alguém, só penso em você

E aí então estamos bem

Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como está

Nem desistir, nem tentar

Agora tanto faz

Estamos indo de volta pra casa

Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como está

Nem desistir, nem tentar

Agora tanto faz

Estamos indo de volta pra casa”.

“Por Enquanto”, originalmente uma música do Renato Russo, para o primeiro álbum do Legião Urbana, ficou eternizada na voz de Cássia Eller. Mas, naquele momento, na voz grave e melodiosa do marido, ressoou diretamente no coração de Mari. Não precisava de interpretação, pois a letra era franca, bem direta. Ela entendeu que só haveria uma única chance.

Quando a última apresentação acabou, Celo agradeceu ao público e desceu do palco para atender os clientes e se despedir de alguns conhecidos. Mari permaneceu perto, observando enquanto ele conversava com algumas pessoas. A loira se aproximou, e Mari se manteve atenta.

— Você toca com a alma, sabia? — A mulher disse, inclinando-se levemente.

Celo sorriu educadamente.

— Obrigado.

— É uma pena que você esteja indo embora. Seu talento faz falta num lugar como esse.

Mari sentiu a cutucada, mas manteve a expressão neutra. Celo, por sua vez, manteve-se cordial, sem dar abertura para mais.

— A vida continua. — Ele disse, simplesmente, pegando um copo de cerveja que um cliente lhe ofereceu.

A loira sorriu, como se esperasse algo mais, mas percebendo que não teria, se afastou com um olhar que não agradou Mari.

Celo foi até seu Zé, e Mari se aproximou discretamente.

— Seu Zé, obrigado por tudo. Por me dar esse espaço, pela paciência … e pelas conversas — Celo disse, apertando a mão do senhor.

Seu Zé sorriu, com aquele jeito sábio de quem já vira muitas histórias passarem por ali.

— Então você vai mesmo embora hoje?

— Vou. Está na hora. Obrigado por tudo.

Mari arregalou os olhos, surpresa.

— Agora?

Celo virou para ela e sorriu de leve.

— Agora.

Mari não questionou. Pegou a chave do carro e ajudou a juntar as poucas coisas que haviam levado para a edícula. Não demoraram a ajeitar tudo no porta-malas, e, minutos depois, estavam na estrada de volta para casa.

O silêncio tomou conta do carro nos primeiros minutos de viagem. Mari olhava pela janela, observando as árvores passarem depressa, enquanto Celo mantinha os olhos na estrada.

— Você não ia esperar até amanhã? — Ela quebrou o silêncio, olhando para ele.

— Ia — Ele respondeu, sem desviar o olhar. — Mas mudei de ideia. Quero resolver logo a vida.

Mari sorriu, satisfeita.

— Fico feliz.

— É?

Ela assentiu.

— Sim. Isso significa que você ainda quer lutar pelo que temos.

Celo suspirou.

— Eu quero, Mari. Só não sei como.

Ela virou o rosto para ele.

— A gente vai descobrir juntos.

Ele olhou rapidamente para ela antes de voltar a focar na estrada.

— Espero que sim.

E, sem mais palavras, seguiram em direção ao que quer que o futuro lhes reservava.

A primeira noite em casa foi estranha. O quarto, um santuário de intimidade e segurança do casal, parecia um território desconhecido. Celo e Mari estavam lado a lado na cama, mas um espaço invisível os separava. Nenhum dos dois sabia exatamente como agir. Cada movimento era calculado, cada palavra parecia insuficiente ou forçada. O silêncio era um desafio constante.

Foi Mari quem rompeu aquela hesitação. Com um toque suave no braço de Celo, ela se aproximou, buscando conforto e conexão. Não era apenas desejo, era a necessidade de sentir que ele ainda era dela, e que ela ainda era dele.

Celo não hesitou. Aceitou a entrega da esposa e, juntos, encontraram um caminho de volta um para o outro. O amor entre eles se manifestou de forma intensa, sem pressa, sem urgência, mas com entrega total. Mari foi a amante que ele sempre sonhou em ter, totalmente entregue ao prazer e a satisfação do marido. Naquele instante, Celo quis acreditar que o futuro ainda poderia ser bom.

Os dias seguintes trouxeram uma nova dinâmica ao casal. Voltaram ao trabalho, à rotina, tentando se ajustar à normalidade depois do furacão que quase os destruiu.

Celo estava absorvido em seu trabalho, preparando-se para uma reunião crucial. Um contrato de alta importância, um projeto inovador que ele precisaria apresentar na próxima semana. Passava horas no escritório de casa, revisando detalhes, organizando dados, escrevendo anotações.

Mari, por sua vez, tinha dado um tempo de suas consultas, não poderia ajudar ninguém se não cuidasse de si mesma primeiro. Ela se ocupava com suas próprias demandas de dona de casa, observando o marido de longe. Ele parecia bem, mais focado, mais centrado. Mas ela sabia que, no fundo, ainda havia um muro entre eles, algo que apenas o tempo e um esforço genuíno poderiam derrubar.

Na quarta noite após a volta para casa, enquanto jantavam, Mari decidiu que era o momento certo para tocar no assunto discutido ainda na edícula do seu Zé. Ela esperou até que ambos terminassem de comer, e então, pegou a mão de Celo sobre a mesa.

— Marquei uma sessão de terapia para nós.

Celo ergueu os olhos para ela, os lábios se apertando em uma linha tensa. Ela viu a hesitação instantânea, o olhar que misturava surpresa e resistência.

— Mari … — Ele começou, mas ela o interrompeu com um sorriso gentil.

— Eu sei que você não gosta da ideia. Sei que acha que podemos resolver tudo sozinhos, mas, sinceramente, amor … já tentamos, e olha onde isso nos levou.

Ele suspirou, ainda incrédulo.

— Eu só não sei se isso vai ajudar.

— Atrapalhar, também não vai. — Rebateu Mari, apertando a mão dele. — Mas o que custa tentar? É uma única sessão, só para você ver como se sente. Se for um desastre, prometo que encontraremos outra maneira de lidar com tudo isso.

Celo ficou em silêncio por um momento, brincando com o garfo sobre a mesa. Mari esperou pacientemente, deixando que ele digerisse a ideia.

Finalmente, ele soltou um longo suspiro, resignado.

— Tá bom … eu vou. Mas não prometo nada.

Mari sorriu, aliviada.

— Não precisa prometer. Só precisa estar lá.

Ela levou a mão dele até os lábios e beijou seus dedos. Era um pequeno passo, mas para Mari, era o começo de algo que poderia finalmente trazer a cura que tanto precisavam.

Continua …

É PROIBIDO CÓPIA, REPRODUÇÃO OU QUALQUER USO DESTE CONTO SEM AUTORIZAÇÃO – DIREITOS RESERVADOS – PROIBIDA A REPRODUÇÃO EM OUTROS BLOGS OU SITES. PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA NA CASA DOS CONTOS ERÓTICOS.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 51 estrelas.
Incentive Ménage Literário a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Ménage LiterárioMénage LiterárioContos: 53Seguidores: 303Seguindo: 36Mensagem Somos três autoras que escrevem juntas, liberais e apaixonadas por literatura erótica.

Comentários

Foto de perfil de rbsm

excelente capitulo adorei e espero que todas as duvidas do casal seja resolvidas

0 0
Foto de perfil de Samas

Parece que agora finalmente o casal está tentando se entrosar novamente. Cada um abriu mão de suas inseguranças, desconfiaças( se bem que o Celo parece que não 🤔) para tentarem se reconectar.Agora essa pensamento do Paul em que ele diz que só vai se sentir melhor quando o casal estiver bem ,pode ser um problemão futuramente.

0 0
Foto de perfil genérica

Samas, será q o casamento da Ana e o Paul, também ta em risco? Ana no andar debaixo na maior suruba e o Paul perdido em pensamentos.

2 0
Foto de perfil de Samas

Acredito que não! O Paul está se sentindo culpado por tudo o que aconteceu com a Mari, embora ele tenha sua parcela de culpa .

0 0
Foto de perfil genérica

Oq se achou da atudade da Ana? O marido preocupado e ela só pensando em sexo, é impressão minha ou eles transam sem camisinha, ainda gozam dentro.

1 0
Foto de perfil de Ménage Literário

Eles são liberais, e quando deu a merda, Anna não teve o que quis, o Celo. Ela estava no meio da tensão toda e nem se divertiu. Imagina como foram os três meses para ela? 😂😂😂

1 0
Foto de perfil genérica

imagino e li kkkkk, será q não tem mas coisa ai não? nessa atitude do Paul?

0 0
Foto de perfil genérica

pelo oq eu entendi o Celo não quer saber muito do casal de " amigos".

0 0
Foto de perfil de Samas

Não vi nada de mais ,apenas fez sexo com os amigos para tirar o estress ,aliviar .

0 0
Foto de perfil genérica

O conto é bom, mas algumas partes se tornam repetitivas.

Vocês conseguem passar bem os sentimentos dos personagens, não precisa ficar repetindo.

Por exemplo, a parte do Paul, vocês foram bem diretas e objetivas, em poucos parágrafos transmitiram bem o que ele estava sentindo, "ou será que havia ali um pouco de desejo por Mari ?"

Acredito que provavelmente essa terapia trará longos dialogos, pra justificar sentimentos, atitudes, experiências e as ideias das autoras. Tentem nesses dialogos serem objetivas, pois pode ficar massante o texto.

Esperando uma atitude mais ativa do Celo... mas dou nota mil.

1 0
Foto de perfil de Ménage Literário

Aí que entra a falta de paciência do leitor. Você já imaginou uma coisa na sua cabeça e a ideia ganhou vida. Existirá sim a parte da terapia, mas será completamente diferente do que você afirma.

É um texto simples, sem suspense, dramático e feito para emocionar. O que não quer dizer que não tentaremos testar ideias novas, diferentes e que ajudem o leitor a não se entediar.

Confie em mim, não traremos partes e mais partes de terapia intensiva, com os personagens no divã. Já discutimos o que faremos e temos certeza de que muitos irão se surpreender. Aguarde.

0 0
Foto de perfil de Hugostoso

Já me perdoe por meu comentário e desabafo!

Eu fico chateado com alguns comentários, onde, muitas vezes, o leitor (que nem escreve nenhum texto, ou conto), vem criticar de alguma maneira, o que foi escrito, da forma que foi escrito, o enredo, tem contos que não dá pra ler, por que eu não gosto do tema, do enredo, mas procuro não criticar, pois tem que goste.

Temos que apoiar, e agradecer, estes artistas, que muitas vezes, usam da escrita uma forma de se expressarem, e terem um refúgio para desabafar e saírem da depressão, ou até mesmo por robi, para aliviar a mente.

E consequentemente, podemos ter momentos para aliviar a nossa mente, e viajar um pouco.

Eu procuro sempre elogiar, pois críticas já recebemos nosso dia a dia, e aqui eu vejo, que não é pra isso, ainda mais com um conto desta qualidade, se fosse outros por aí, até poderia fazer vista grossa, mas este aqui não!

Parabéns meninas vcs são Phóda, escrever sozinho já é difícil, imagine a 6 mãos?!

0 1
Foto de perfil de Ménage Literário

Amigo, eu entendi o sentido do comentário dele. Inclusive, foi uma coisa que nós três discutimos durante a última semana. Precisava mesmo dar um pouco mais de agilidade na história, para que não perdêssemos a atenção dos leitores. 😘

2 0
Foto de perfil de Hugostoso

Pra ver como vcs estão comprometidas com o conto, e com nós leitores!

Muito obrigado pelo carinho!

👏🏼👏🏼👏🏼🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻

0 1
Foto de perfil genérica

Mas as críticas com respeito às autoras só fazem a história melhor, eu não entendi o seu comentário, quer dizer que só pq não escrevemos não podemos deixar uma crítica construtivas? Realmente não concordo com seu comentário, temos que manter o respeito acima de tudo, tanto pra quem nos agracia com suas palavras em forma de conto ,ou pra lê o que foi escrito os leitores, eu nunca vou faltar o respeito com as autoras mas tbm não de criticar e elogiar,realmente não entendi seu ponto de vista

0 0
Foto de perfil de Hugostoso

Que capítulo!

Parabéns meninas!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

0 0
Foto de perfil de Beto Liberal

Essa musica realmente é uma pedrada nas ideias...

Que bom ver o casal tentando achar o caminho para a harmonia e a parceria necessária para qualquer relacionamento.

0 0
Foto de perfil de Id@

Vamos novamente nos emocionar.

0 0
Foto de perfil genérica

E Ana só precisa gozar kkkk, Paul ta estranho.

0 0