A Praia dos Amores #4

Um conto erótico de Claudio
Categoria: Heterossexual
Contém 2043 palavras
Data: 18/02/2025 18:02:13
Última revisão: 18/02/2025 18:21:26

Acordei com um susto. Meus olhos foram direto para o relógio ao lado da cama: 9h45. Droga! Dormi tarde na noite anterior e agora tinha que correr. O barco pirata sairia às 11h, mas precisávamos estar no píer às 10h45. Pulei da cama, vesti a primeira roupa que encontrei e passei a mão pelos cabelos na tentativa de ajeitá-los. Yeda, minha irmã, já estava pronta e me olhava com uma expressão sarcástica.

- Achei que ia ter que te arrastar da cama — ela comentou.

- Quase precisou — respondi enquanto calçava os tênis apressadamente.

Fui para o café da manhã tentando não perder tempo. Engoli um pão com queijo, tomei um café rápido e, quando olhei no relógio de novo, eram 10h35. Tudo certo.

Saímos da pousada juntos: eu, Yeda e nossos pais. O sol brilhava forte, e o caminho até o píer era agradável, com o cheiro do mar e o barulho das ondas batendo contra as pedras. Caminhamos rápido, mas sem correr. O relógio marcava exatamente 10h45 quando chegamos.

Foi aí que vi a fila. Enorme. Devia ter umas 300 pessoas ali, esperando para embarcar. Meus ombros caíram por um instante, mas logo me conformei. Pelo menos havíamos chegado no horário.

Entramos no fim da fila, observando a movimentação ao redor. Crianças correndo animadas, adultos tirando fotos, vendedores ambulantes oferecendo chapéus e lembrancinhas. O barco pirata seria nossa passagem para a Ilha do Forte, um lugar cheio de atrações, lanchonetes e restaurantes onde poderíamos almoçar. Ano passado eu conheci uma ruiva linda durante a travessia para Ilha e ficamos juntos durante o passeio. Como era mesmo o nome dela? Não me lembro, só lembro que chupava bem, mas eu comi essa ruiva bem gostoso num lugar ermo atrás do forte. Quem sabe esse ano eu repito a dose com outra.

Agora, era só esperar nossa vez de embarcar e aproveitar o passeio.

Do final da fila, observei os primeiros passageiros subindo a bordo. Meu coração acelerou quando reconheci uma das primeiras a embarcar: Celine. Lá estava ela, ao lado da mãe e do pai, subindo a rampa de acesso ao barco. Meus pensamentos se atropelavam. Essa poderia ser minha chance de falar com ela durante a viagem e durante o passeio pela ilha.

Mas antes que eu pudesse planejar qualquer coisa, senti um par de braços femininos me abraçando por trás. Virei-me rápido, surpreso, e dei de cara com a linda morena que conheci ontem no quiosque. Seu sorriso radiante me pegou de surpresa.

- Oi, Cláudio! Resolvemos aceitar sua sugestão e pegar o barco pirata para a ilha — ela disse, animada.

Antes que eu pudesse responder, vi uma figura familiar se aproximando atrás dela. Senti um desconforto ao reconhecer o homem musculoso que estava com ela ontem. Ela sorriu e o apresentou sem demora.

- Você lembra do Marcos, né? Ele é meu irmão.

Tentei esconder minha surpresa e cumprimentei Marcos com um aperto de mão. Agora, além de tentar encontrar uma maneira de falar com Celine, teria que lidar com essa inesperada reviravolta no passeio.

Olhei para a morena e resolvi perguntar:

- Desculpa, mas ainda não sei seu nome...

Ela riu levemente antes de responder:

- Meu nome é Cláudia.

Decidi então apresentá-la, junto com Marcos, à minha família. Quando apresentei Cláudia para Yeda, minha irmã franziu a testa e fez uma careta, como se estivesse tentando se lembrar de algo. Depois de alguns segundos, seus olhos se arregalaram.

- Peraí! Você não é a Afrodite? Eu acompanho teu canal na internet! — exclamou Yeda, surpresa.

Cláudia sorriu e confirmou:

- Sim! Meu nome verdadeiro é Cláudia, mas sou conhecida como Afrodite no YouTube. Dou dicas fitness por lá.

Fiquei surpreso, mas Yeda parecia ainda mais animada com a descoberta. Esse passeio estava ficando cada vez mais surpreendente

- Eu adoro seu canal – Disse Yeda animada

- E você está sabendo do encontro de inscritos do canal que vai acontecer amanhã de manhã na Praia da Armação? — perguntou Claudia.

Ela fez uma expressão pensativa e respondeu:

- Vi algo sobre isso, mas não me lembrava direito.

Cláudia então explicou:

- O encontro está marcado para amanhã às 9h. A Praia da Armação fica a duas horas de distância, então eu e Marcos vamos sair da Praia dos Amores às 5h30 para chegarmos lá às 7h30 e preparar tudo para receber os inscritos. Se quiser, podemos te dar uma carona.

- Sério? — Yeda perguntou animada.

- Sim — Cláudia confirmou. — No carro, vamos eu e o Marcos, e estamos levando material para o encontro, mas ainda sobram duas vagas. Só tem um detalhe: depois do evento, vamos direto para nossa cidade de origem, sem voltar para a Praia dos Amores. Então, você precisaria voltar de ônibus da Praia da Armação.

Yeda hesitou por um momento, mas o brilho nos olhos dela mostrava que a ideia era tentadora.

- Bom, sua presença seria muito bem-vinda! — completou Cláudia, sorrindo.

Depois ela se virou para mim e disse:

- E a sua presença também Claudio, é muito mais que bem vinda. Vai ser um prazer enorme ter você no encontro!

- Olha chegou nossa vez de entrar! disse eu – vamos subir a rampa!

Assim que pisamos no barco, Claudia não desgrudou de mim. Caminhamos juntos até o segundo andar e, antes que eu pudesse pensar em me afastar, ela fez questão de pegar uma mesa para nós. Claudia era bonita, eu não podia negar. Seu corpo, seu rosto... Mas minha cabeça estava em outro lugar. Em Celine.

Meus pais e Yeda ficaram no primeiro andar do barco.

Em um momento sutil, percebi Claudia fazendo um pequeno gesto para Marcos. Como se entendessem um código secreto, ele se levantou e foi embora, deixando-nos sozinhos. Olhei para ela de soslaio, sentindo o peso de sua presença. Ela sorria, me encarava de um jeito que me deixava sem saída. A atenção que ela me dava era evidente, mas minha mente estava voltada para outra pessoa.

O show começou. Um ator vestido como o temível Pirata Barba Negra surgiu no centro do barco, sua voz ecoando pelo convés. Como de costume, ele anunciou que precisava de uma noiva e, para meu azar — ou sorte? —, escolheu justamente Celine. Vi quando ela foi "sequestrada", levada para o centro da ação.

A encenação seguiu seu curso. O herói apareceu, travou uma luta com o pirata, e o público vibrou. Eu deveria estar aproveitando o espetáculo, mas meus olhos estavam fixos em Celine. Quando a batalha chegou ao fim e Barba Negra foi "derrotado", ela foi libertada... e então eu vi.

Celine mancou.

Meu corpo ficou tenso. Algo estava errado. Talvez tenha torcido o pé durante a encenação? Talvez tenha sido ainda consequência da queda que sofrera de madrugada no tapete da pousada. Antes que eu pudesse reagir, uma figura apareceu ao lado dela. Marcos. Ele chegou rápido, a amparou e, sem hesitar, a envolveu em um abraço. Meu peito queimou. Era um gesto natural, de cuidado. Mas algo dentro de mim se contorceu de ciúmes. Um aperto forte, desconfortável.

Eu não deveria sentir isso, mas sentia. Enquanto Claudia sorria para mim, cheia de expectativas, minha atenção estava voltada para a cena lá embaixo. Para Marcos. Para Celine. Para o jeito como ela se apoiava nele. Para o abraço que, naquele momento, eu queria que fosse meu.

Eu estava numa situação difícil, pois a Claudia estava super interessada em mim, e não iria mais desgrudar.

Mas por outro lado eu deveria estar contente, afinal de contas eu estava viajando para a ilha do farol na companhia de uma musa fitness, e aliás a Claudia tinha um corpo perfeito, morena e com um bronzeado incrível que a deixava ainda mais sensual.

Durante o trajeto ela ficou apenas de biquini e os homens do barco quase quebravam o pescoço para olhar para seu maravilhoso corpo atlético, especialmente a bundinha, perfeita e deliciosa.

Durante o trajeto fomos conversando e fui descobrindo mais sobre ela, além da coincidência dos nomes; Claudio e Claudia, existiam outras semelhanças entre nós. Ela também era obcecada pela forma física, mantinha uma alimentação balanceada e praticava exercícios físicos todos os dias. Ela era praticamente minha versão feminina!

Assim que desembarquei no píer da Ilha do Forte, senti o impacto da multidão ao meu redor. O lugar estava confuso, cheio de turistas indo e vindo, mas consegui ouvir a voz do funcionário do barco explicando que nossa passagem já incluía o retorno. Podíamos escolher entre o barco das seis ou das sete, mas sem show na volta.

Cláudia desceu ao meu lado, e logo começamos a procurar um lugar para almoçar. O restaurante em frente ao píer estava lotado, e antes que ela sugerisse algo, mencionei que conhecia um restaurante mais afastado, longe do burburinho turístico. Ela concordou prontamente, e seguimos juntos para lá.

Enquanto caminhávamos, percebi que Cláudia não iria se afastar de mim tão cedo. Se eu ainda tinha alguma intenção de procurar por Celine na ilha, deixei de lado. No fundo, já não estava me incomodando tanto assim. Cláudia era linda, e bastava olhar ao redor para notar que muitos homens gostariam de estar no meu lugar. Esse pensamento despertou algo em mim.

No restaurante mais tranquilo, pedimos nossos pratos e aproveitamos a atmosfera serena. Cláudia estava radiante, conversando animadamente. Entre uma garfada e outra, contou-me sobre seu canal, o crescimento inesperado e a empolgação de ter alcançado a marca de cem mil inscritos. O encontro de amanhã com seus seguidores era para comemorar.

Enquanto ela falava, gesticulava com entusiasmo. Seus olhos brilhavam, e um sorriso constante enfeitava seus lábios.. Estava começando a não pensar mais em Celine e me concentrar na Cláudia.

Aquele corpo sensual estava me enchendo de tesão. Tinha que leva-la atras do Forte, onde poderíamos ficar sozinhos e mais a vontade.

Depois do almoço, seguimos por uma trilha que cortava a ilha. O sol estava forte, e o calor pesava no ar, mas as árvores ao longo do caminho nos ofereciam uma sombra refrescante. A ilha era úmida, cheia de vida. Ouvi o som de pássaros desconhecidos, vi pequenos lagartos se esgueirando entre as folhas e borboletas de cores vibrantes flutuando pelo caminho. De vez em quando, o som de um riacho próximo chegava até nós, e o cheiro de terra molhada e vegetação densa tomava o ambiente.

Ao passarmos pelo Centro de Atendimento ao Turista, aproveitamos para pegar um mapa da ilha. O local também oferecia banheiros, água potável e um ponto de internet – o único da ilha. Algumas pessoas descansavam ali, sentadas em bancos de madeira, enquanto outras olhavam os painéis informativos. Tomei um gole de água e chequei rapidamente meu celular antes de seguirmos em frente.

Nosso destino agora eram as ruínas do forte. A caminhada foi tranquila, mas conforme subíamos, a vegetação ficava mais esparsa, e a vista começava a se abrir. Quando chegamos ao topo, o cenário me impressionou. De um lado, a praia se estendia em um azul sem fim, com ondas quebrando suavemente na areia. Do outro, a ilha se revelava em toda a sua plenitude, com rios correndo entre a vegetação densa e cachoeiras despencando entre as pedras.

Cláudia respirou fundo ao meu lado, absorvendo a paisagem. "Valeu a pena a caminhada, né?", disse, com um sorriso satisfeito. Concordei, sentindo-me feliz.

Ali, com aquela vista magnífica e a presença dela ao meu lado, tudo parecia se encaixar, só estava faltando irmos para a parte de trás do Forte, olhar para o corpo da Claudia estava sendo uma tentação.

— Claudia, olha só essa vista... — digo, encostado no parapeito do forte. O Sol tingindo o mar de tons dourados.

Ela sorri, encostando ao meu lado.

— É linda mesmo. Esse lugar tem uma energia diferente.

— Sim... mas sabia que tem um lugar ainda mais especial aqui perto?

Ela me olha curiosa, inclinando levemente a cabeça.

— Sério? Onde?

— Atrás do forte, tem um cantinho bem tranquilo, quase ninguém passa por lá.

Ela arqueia uma sobrancelha, divertida.

— Humm... e você já levou muitas pessoas pra esse "cantinho especial", Claudio?

Rio, levantando as mãos em rendição.

— Juro que não. Mas achei que você ia gostar... Quer dar uma olhada?

Claudia finge pensar por um instante, mordendo de leve o lábio, antes de responder:

— Bom... já que estou confiando em você para me mostrar esse "lugar especial", espero que valha a pena.

Meu sorriso se alarga.

— Prometo que sim. Vem comigo.

Continua ...

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Foto de perfil genéricaRYUContos: 11Seguidores: 7Seguindo: 13Mensagem Olá. Eu sou o RYU ( tudo em maiúsculas mesmo – porque o nome "Ryu" estava indisponível, então fiz esse ajuste, mas até prefiro Ryu). Cresci em um ambiente religioso muito rígido, que me ensinou a ver o mundo de uma maneira bem limitada. Mas, com o tempo, percebi que a vida é muito maior, mais complexa e diversa do que me fizeram crer. Sou hetero e entendo que o reconhecimento da diversidade beneficia a todos. Hoje minha certeza é de que cada um tem liberdade de ser quem é. O amor não está limitado a uma crença, a um grupo de pessoas ou à rigidez de gêneros. O amor é amplo, diverso e se manifesta de formas incríveis – mas sempre com respeito e consenso mútuo. Hoje, sigo minha própria verdade, baseada nesses valores e no desejo de construir conexões genuínas. Espero poder compartilhar histórias, ideias e até mesmo boas risadas por aqui !

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