Meu príncipe, meu irmão - Capítulo 27: Meu príncipe, meu irmão.

Um conto erótico de Th1ago-
Categoria: Gay
Contém 3136 palavras
Data: 02/02/2025 13:16:24

Eu estava dentro do carro, parado em frente ao laboratório, encarando a fachada branca e impessoal da clínica. O letreiro azul vibrava suavemente com a luz do sol da manhã, e algumas poucas pessoas entravam e saíam, seguindo suas rotinas médicas sem sequer imaginar o turbilhão dentro de mim. O exame que eu estava prestes a fazer não era algo que eu tinha planejado enfrentar tão cedo. Mas, como Miguel não sabia ao certo se havia contraído o vírus antes ou depois de transarmos, eu resolvi fazer o teste por desencargo de consciência.

Estava sentado no banco do carona, o cinto de segurança já afrouxado, mas sem forças para abrir a porta e sair. Gustavo não era quem dirigia dessa vez. Quem estava ao meu lado era Eduardo. Liguei para ele pela manhã, ainda perdido nos meus próprios pensamentos, e contei tudo. Contei sobre Miguel, sobre o medo que me corroía, sobre a incerteza que me mantinha acordado à noite. Perguntei se ele poderia vir comigo, e ele aceitou sem hesitar.

Eu poderia ter pedido a Gustavo para me acompanhar. Poderia ter segurado sua mão, sentido seu conforto, escutado suas palavras doces me dizendo que tudo ficaria bem. Mas eu não queria. Não naquele momento. Não queria que ele visse meu medo, minha vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, sabia que, se o resultado fosse positivo, eu não teria forças para lidar com aquilo sozinho.

Eduardo desligou o carro e virou-se para mim. Seu olhar sério e protetor me analisava como se tentasse entender o que se passava dentro da minha cabeça. Ele usava uma camisa preta de mangas curtas e jeans escuros, seu rosto carregava uma expressão indecifrável, um misto de preocupação e algo mais que eu não soube interpretar.

– Você quer que eu entre com você? – perguntou ele, sua voz grave e controlada, mas com um fundo de suavidade que indicava que, por trás da fachada rígida, ele realmente se importava.

Pisquei algumas vezes, segurando as lágrimas que ameaçavam escapar. Respirei fundo, tentando parecer mais forte do que me sentia.

– Só fica no carro. Qualquer coisa, eu te ligo – murmurei, finalmente encarando meu irmão.

Eduardo suspirou pesadamente. Notei que ele queria dizer algo, mas se conteve. O silêncio se estendeu entre nós, preenchido apenas pelo som abafado da cidade ao nosso redor. Carros passavam, pessoas conversavam do lado de fora, mas para mim tudo parecia distante, como se eu estivesse dentro de uma bolha prestes a estourar.

Fiquei assim por alguns minutos, encarando o nada, reunindo coragem para abrir a porta e entrar na clínica. Mas quando finalmente fiz menção de me mover, Eduardo resolveu quebrar o silêncio.

– Por que você não trouxe o Gustavo, já que ele é o grande amor da sua vida?

Seu tom de voz tinha uma leve carga de deboche, algo que eu não esperava e que me atingiu de um jeito estranho. Franzi a testa, confuso. Por que ele estava falando daquele jeito? Eu não tinha cabeça para discutir, mas, ao mesmo tempo, não conseguia ignorar a provocação nas entrelinhas.

Engoli em seco e voltei meu olhar para ele, tentando entender o que se passava pela sua mente. Mas Eduardo apenas sustentou meu olhar por um instante e depois desviou, como se tivesse dito aquilo sem realmente esperar uma resposta.

O ar dentro do carro parecia mais pesado do que antes. E, de repente, entrar naquela clínica me pareceu a coisa menos assustadora do mundo em comparação com o que eu poderia acabar descobrindo sobre o que Eduardo realmente pensava sobre tudo aquilo.

– Não entendi. Foi um incômodo pra você vir aqui comigo? – perguntei, minha voz carregada de irritação, sem conseguir esconder a raiva que começava a se acumular dentro de mim.

Eduardo não desviou o olhar. Pelo contrário, ele me encarou com uma firmeza que me incomodou ainda mais. Vestia sua expressão típica de quem sempre se manteve em controle, mas havia algo diferente ali. Algo que eu não sabia exatamente o que era.

– Não, Leonardo. Nada que parta de você nunca foi incômodo pra mim – disse ele, a voz grave, mas contida. Então suspirou, como se estivesse cansado, antes de continuar: – Eu só queria entender que merda o Gustavo fez dessa vez pra você não querer vir com ele. O conto de fadas já acabou? Ele já foi babaca de novo?

Senti meu sangue ferver. A raiva veio como um soco no estômago, tão rápida que eu nem consegui pensar antes de reagir.

– Que caralho! – rosnei, batendo com força no porta-luvas, fazendo o plástico tremer com o impacto. – Por que agora todo mundo resolveu atacar o Gustavo de uma hora pra outra?

O silêncio que se seguiu foi pesado. O ar dentro do carro parecia sufocante, como se estivéssemos prestes a explodir um contra o outro. Eduardo continuou me encarando, mas agora havia algo diferente em seus olhos. Algo que eu não sabia dizer se era frustração, raiva ou... mágoa?

– Quer saber, Leonardo? – disse ele, se virando totalmente no banco para me encarar de frente, sua postura rígida e tensa. – Eu tô engasgado com você desde que li aquele livro que você escreveu pra sua psicóloga.

Fiquei paralisado por um instante, tentando processar suas palavras. Meu coração acelerou, mas não de medo – de indignação.

– Peraí! Você já invade minha privacidade e ainda quer ficar irritado comigo?

Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia. O fato de ele ter lido meu livro sem minha permissão já era algo que me incomodava profundamente, mas a maneira como ele falava, como se tivesse o direito de me julgar, me deixava ainda mais furioso.

Eduardo cruzou os braços, sua mandíbula travada. O jeito que ele me olhava, como se estivesse segurando um monte de coisas que queria dizer, mas ao mesmo tempo tentando se conter, me deixou inquieto.

Eu não sabia o que ele tinha visto naquele livro que o deixou assim. Mas, naquele momento, parecia que ele estava prestes a me jogar verdades que eu não estava pronto para ouvir.

Eduardo segurou o volante com força por um instante, respirando fundo, como se estivesse tentando manter a calma. Mas então ele soltou o ar com força, balançando a cabeça, e quando voltou a me encarar, seus olhos estavam carregados de uma dor que eu não esperava ver ali.

– Sabe o que é, Leonardo? Eu tô entalado com isso sim. Tô no meu limite. Porque ler aquele seu maldito caderninho foi uma das piores coisas que já fiz na minha vida. Foi doloroso pra caralho! – Ele riu, mas não era um riso de diversão, era um riso amargo, carregado de mágoa. – Eu li cada palavra sua, cada cena que você descreveu como se fosse o roteiro da sua vida, e sabe o que eu percebi? Que eu não existo nela.

Meu peito apertou. Eduardo falava com uma intensidade que me deixou sem reação.

– Você montou o Gustavo como o amor da sua vida. Como um príncipe. Mas o Gustavo, na verdade, é o grande sapo dessa história. Se existe algum príncipe ali, esse príncipe sou eu! – Ele bateu no próprio peito, sua voz saindo embargada.

Eu arregalei os olhos, sentindo o ar faltar.

Eduardo então estendeu a mão e segurou a minha com firmeza, me obrigando a encará-lo. Seus olhos estavam vermelhos, carregados de algo que eu nunca tinha visto antes.

– Eu sou seu príncipe, seu irmão! – repetiu, apertando minha mão como se quisesse enfiar aquelas palavras na minha cabeça de qualquer jeito.

Fiquei sem fala. Ele não me deu tempo de responder.

– Você lembra quem meteu a porrada no filho da puta do seu padrasto depois que ele te botou pra fora de casa? Hein? Quem foi?

A lembrança veio como um soco. Meu padrasto me expulsando, e depois... Eduardo. Eduardo voltando pra tirar satisfações, Eduardo enfrentando ele.

– Fui eu! – Ele apontou para o próprio peito. – Quem convenceu nossos pais a deixarem você ir naquele acampamento que você tanto queria? Fui eu! Quem toda vez impedia a mamãe de te enfiar em um monte de esportes idiotas porque achavam que você era tímido demais, ou porque achavam que você não ia gostar de meninas? Fui eu, porra!

Minha garganta secou.

– Eu sempre estive ali, Leonardo. Sempre. Me metendo, brigando, protegendo, te defendendo. Mas parece que você nunca enxergou isso. Porque na história da sua vida, não existe espaço pra mim.

O silêncio que se seguiu foi avassalador. Eu sentia meu coração batendo no peito, forte, como se quisesse me lembrar de que eu estava vivo – e de que cada palavra que Eduardo dizia estava entrando fundo, mais fundo do que eu queria admitir.

Ele então soltou minha mão devagar, desviando o olhar, balançando a cabeça em frustração.

– No seu livro, só existe o Gustavo. Como se ele fosse o único que se importou com você. Mas sabe de uma coisa? Isso não é verdade.

A dor na voz dele me destruiu.

Eu queria falar, queria me defender, dizer que ele estava errado. Mas será que estava mesmo?

Eu sempre enxerguei o Gustavo como tudo na minha vida. Mas será que, enquanto eu olhava só para ele, eu não estava deixando Eduardo para trás?

Eduardo passou a mão no rosto, respirando fundo, tentando se controlar. Mas o olhar dele estava carregado, como se todas aquelas palavras estivessem queimando dentro dele há muito tempo.

– E sabe o que mais? Eu li aquele caderninho inteiro. Li cada palavra sua, cada lembrança. E logo no começo, você fala do Miguel, do quanto ele era um babaca na época da escola, do quanto ele te infernizou… e do quanto foi o Gustavo quem fez ele parar. Mas sabe o que você não sabe? – Ele riu de novo, um riso seco. – Miguel parou de mexer com você não por causa do Gustavo.

Ele virou de frente para mim, os olhos faiscando.

– No dia seguinte, eu fui até a saída da sua escola. Fiquei esperando aquele desgraçado sair. E quando ele saiu, eu tive uma conversa muito séria com ele.

Eu franzi o cenho.

– Que conversa?

Eduardo apertou os punhos.

– Eu deixei bem claro pra ele que se ele encostasse em um único fio de cabelo seu de novo, eu ia destruir ele. Que eu ia fazer a vida dele um inferno, que ele ia se arrepender de cada palavra que te disse, de cada empurrão, de cada risada. E eu fiz isso sozinho. Você nunca soube porque, mais uma vez, na sua cabeça, só existia o Gustavo.

Minha garganta estava seca. Eu nem sabia o que responder.

Mas Eduardo não tinha terminado.

– E aí, mais pra frente, eu vejo você falando sobre o grande dia do cinema… o dia que vocês foram assistir Harry Potter, como você e o Gustavo estavam próximos, como aquele dia foi especial… Mas você sequer se perguntou quem fez aquele dia acontecer?

Ele passou as mãos pelos cabelos, frustrado.

– Foi eu, Leonardo! Fui eu! Eu convenci a mamãe a levar a gente. Ela disse que não tinha dinheiro pra isso, que não dava naquele mês… Mas eu sabia o quanto você queria ir. Então, sabe o que eu fiz? Peguei minhas economias. Peguei o dinheiro que eu tava guardando fazia meses e paguei os seus ingressos. Porque eu queria ver você feliz.

Meu peito apertou. Eu não fazia ideia…

Mas ele não me deu tempo de absorver nada.

– E na casa da vó? Você lembra do dia que aquele nosso tio escroto foi inconveniente com você? Você lembra que citou isso no seu caderninho? Que falou sobre a vovó te defendendo? Mas e eu, Leonardo? Você sequer lembrou que eu me meti no meio daquela discussão? Que eu comprei uma briga enorme dentro daquela casa porque ninguém ia falar daquele jeito com você na minha frente?

Eu pisquei, sentindo um nó na garganta.

– Aquele dia foi um inferno pra mim, você sabia? Eu briguei com meio mundo. Mas pra você, parece que eu simplesmente não existi ali.

Eduardo se encostou no banco do carro, batendo a cabeça de leve contra o encosto, como se estivesse exausto.

– Você sempre me apaga da sua vida. Sempre. Eu tô sempre ali, sempre por perto, sempre resolvendo tudo, sempre segurando as pontas pra você, mas você nunca vê. Nunca percebe que eu tô aqui. Porque na sua história, só tem espaço pro Gustavo.

O silêncio dentro do carro era sufocante. Eu não sabia o que dizer. Eduardo estava completamente certo… e isso doía mais do que eu podia admitir.

Ele virou o rosto devagar, me olhando nos olhos. Sua expressão era um misto de dor, frustração e cansaço.

– Por quê, Leonardo? Por que você nunca me enxerga?

Eu não tinha resposta, e aquilo me destruía.

O silêncio no carro era esmagador. Eduardo me olhava com aqueles olhos cheios de mágoa, mas também de uma verdade que eu nunca tinha parado para enxergar.

Ele respirou fundo e soltou um suspiro pesado antes de falar:

– Daqui a pouco, você vai sair por essa porta. Vai entrar nesse laboratório, fazer esse exame e, dependendo do resultado, sua vida pode mudar completamente. Mas eu quero que você saiba de uma coisa: se der positivo, se tudo desabar, eu vou estar aqui pra você. Se der negativo e você sair daí aliviado, eu também vou estar aqui. Sempre estive. Sempre estarei.

Ele fez uma pausa, me estudando.

– Mas eu quero que você me responda uma coisa, Leonardo… Se algo der errado, se você precisar de apoio, o Gustavo vai estar aí pra você?

Eu engoli em seco.

– Você usa todas essas desculpas… que ele entrou no mundo das drogas, que ele teve uma infância difícil, que ele sofreu… Mas você também sofreu, Leonardo. E nem por isso você afundou como ele.

Eu abri a boca para responder, mas Eduardo ergueu a mão, me silenciando.

– Não! Agora é eu que vou falar. Porque eu cansei de ficar calado. Você fala do Gustavo como se ele fosse um coitado, como se ele fosse só vítima das circunstâncias, mas você esquece das escolhas que ele fez. Sofrer na infância não dá a ele o direito de ter sido um babaca com você tantas vezes. Isso não justifica o jeito que ele te tratou, como se você fosse obrigado a estar sempre ali pra ele, como se você não tivesse mais ninguém no mundo além dele.

Os olhos de Eduardo brilharam de raiva e frustração.

– Você acha que o Gustavo cuidou de você? Que ele foi a mulher da sua vida? Que ele é a única pessoa que importa? Mas não, Leonardo. Foi você que cuidou dele a vida inteira! Foi você que esteve lá quando ele caía, quando ele surtava, quando ele errava. Foi você que se anulou. Você!

Eu fechei as mãos sobre o colo, sentindo minha respiração falhar.

– Você deixou de viver. Você não teve uma adolescência normal. Você não curtiu, não saiu, não beijou na boca como qualquer garoto da sua idade, porque você tava sempre ocupado resolvendo as merdas do Gustavo. Sempre girando em torno dele.

Ele riu sem humor, balançando a cabeça.

– E agora? Vai continuar fazendo isso pelo resto da vida? Vai continuar sacrificando tudo por ele?

Eu abaixei a cabeça, me sentindo pequeno diante de tudo aquilo. Eduardo respirou fundo, se recompondo um pouco.

– Eu não quero que você me responda nada agora – ele murmurou, em um tom mais baixo. – Só quero que você pense.

Antes que eu pudesse reagir de alguma maneira, Eduardo fechou os olhos e passou as mãos pelo rosto. Quando ele me olhou de novo, havia lágrimas acumuladas ali. E então, sem aviso, ele se inclinou e me puxou para um abraço apertado.

Senti seus ombros tremerem levemente, mas ele não disse nada. Nem eu. Apenas fiquei ali, sentindo o calor do meu irmão, tentando processar tudo que ele tinha acabado de me dizer.

Quando ele se afastou, manteve as mãos nos meus ombros, e então encostou sua testa na minha.

Sua voz saiu num sussurro carregado de emoção:

– Independente do que acontecer lá dentro, independente do resultado desse exame, eu vou continuar aqui… Nessa penumbra onde eu sempre vivi.

Meu coração falhou uma batida.

Eduardo fechou os olhos por um instante e continuou:

– Sabe o que é penumbra, Léo? É aquele meio-termo entre a luz e a escuridão. Eu sempre estive aqui, no seu mundo, mas nunca fui visto de verdade. Sempre existiu um pouco de luz pra mim… Mas nunca o suficiente pra me iluminar de verdade na sua vida.

Ele se afastou devagar, secando os olhos.

E eu senti um vazio enorme dentro de mim.

Porque, pela primeira vez, eu estava vendo Eduardo de verdade.

E aquilo doía pra caralho.

O silêncio entre mim e Eduardo era absoluto. Ele não disse mais nada. Eu também não. Apenas ficamos ali, encarando um ao outro, presos naquele momento sufocante.

Eu não sabia como reagir. Não sabia o que dizer. Não sabia nem onde enfiar as mãos.

Então, fiz a única coisa que meu corpo foi capaz de fazer.

Abri a porta do carro e saí.

Não olhei para trás. Não me despedi. Apenas deixei aquele silêncio ali, como se ele fosse o único peso que eu pudesse carregar no momento.

O vento gelado bateu no meu rosto assim que pisei na calçada. Respirei fundo, tentando me recompor, e caminhei para dentro do laboratório.

O cheiro de álcool e produtos de limpeza invadiu minhas narinas assim que entrei. O ambiente era branco, frio e impessoal. Algumas poucas pessoas estavam sentadas na recepção, esperando para serem atendidas. Eu fui até a moça do balcão, informei minha chegada e recebi uma senha. Depois disso, procurei um assento e afundei no estofado duro da cadeira de plástico.

Minha mente estava um caos.

As palavras de Eduardo continuavam ecoando dentro de mim, batendo contra os cantos da minha consciência, se enroscando nos meus pensamentos e me sufocando por dentro.

"Eu sou seu príncipe, seu irmão."

Eu fechei os olhos, sentindo um nó pesado se formar no meu estômago.

Por que diabos eu nunca tinha visto as coisas dessa forma? Por que Eduardo parecia tão invisível na minha história quando, no fundo, ele sempre esteve ali?

Minha respiração ficou mais curta. Meus dedos tamborilaram contra minha perna.

Eu precisava respirar. Eu precisava de um alívio. Eu precisava falar com alguém antes que minha cabeça explodisse.

Peguei o celular do bolso e, sem pensar muito, abri a conversa com a doutora Mônica.

Meus dedos pairaram sobre o teclado por alguns segundos antes de finalmente digitar:

Léo: Eu sei que hoje não é meu dia, mas eu preciso que você me atenda. Eu tô a um tempo de surtar. Tenta me encaixar, por favor.

Enviei a mensagem antes que pudesse hesitar.

E então fiquei ali, encarando a tela do celular, esperando uma resposta, enquanto minha cabeça continuava afundada no turbilhão de pensamentos que Eduardo tinha deixado para trás.

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Comentários

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Sempre acreditei que aqueles que mais nos amam também têm o poder de nos ferir com palavras—palavras que, por vezes, despedaçam a alma, mas que também podem nos despertar para a vida. Lembro-me de uma frase que escrevi há uns dias atrás: um verdadeiro amigo, alguém que realmente deseja o nosso bem, pode nos machucar, mas será o mesmo que oferecerá conforto, abraço e alívio quando for necessário.

Talvez a idealização de Gustavo tenha cegado Léo para tudo ao seu redor, mas, ainda assim, acredito que há muito a ser reorganizado—na alma, no coração e na vida. Esse vendaval parece interminável, rs... Emoções e mais emoções! Mal posso esperar pelos próximos acontecimentos!

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Será uma declaração de amor com um toque de incesto? Th1, você nos arrasta para cada redemoinho, cada tsunami... uffa!

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Este capítulo renovou o meu crédito no Th1ago. Confesso que o tinha perdido no capítulo anterior em que fiquei convencido de que o autor tinha dado um passo maior do que a perna, ao introduzir o novo assunto da SIDA com tantos que ainda estavam por contar. Foi por isso que fiquei calado, pois se tivesse comentado seria para arrasar o que é contra a minha formação como ser humano.

A vantagem de ler um livro relativamente a uma série de capítulos é que só paramos para a avaliação do livro depois de terminar a leitura enquanto nas séries podemos precipitar-nos nos julgamentos intercalares.

Este capítulo foi absolutamente revigorante por ter recolocado em cena partes de um passado que ficaram por contar o que eu considerei inadmissível pelo rumo que o conto parecia ter levado no penúltimo capítulo.

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NADA DISSO. EDUARDO FEZ TUDO O QUE FEZ PORQUE QUIS. VOCÊ FEZ TUDO O QUE FEZ PORQUE QUIS. GUSTAVO FEZ TUDO QUE FEZ PORQUE QUIS. NÃO É HORA DE EDUARDO FAZER COBRANÇAS, ELE DEVERIA TER SE ENVOLVIDO MAIS COM LEO AO INVÉS DE DEIXAR LEO AOS CUIDADOS DE GUSTAVO. AGORA CHORAR LEITE DERRAMADO NÃO DÁ. A ÚNICA COISA QUE EDUARDO FEZ FOI DETONAR A CAABEÇA DO LEO. E AGORA SERÁ QUE LEO VAI PRESTR MAIS ATENÇÃO EM EDUARDO? VAI ABANDONAR GUSTAVO? AGUARDANDO CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS COM URGÊNCIA.

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Esse conto é tão visceral que corta como uma navalha, aumenta como uma lupa e ascende a luz no fim do túnel.

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Cada um com sua dor,os medos que carregamos são proporcionais aos pesos que damos a eles. As relações emotivas carregam consigo crescimento, rupturas e afagos. O presente atua de acordo que deixamos no passado e carregamos pro futuro.

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Você foi muito mestre nesse capítulo! Achei genial. A gente foi acostumado com a história pelos cadernos do Léo, então sempre tem um viés, né. E essas cenas no presente aos poucos vão iluminando o que estava enviesado...

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