ENTRE CAMINHOS E SEGREDOS [97] ~ NOVOS CAMINHOS!

Um conto erótico de Rafael
Categoria: Gay
Contém 2627 palavras
Data: 19/02/2025 08:14:09

Dezembro passou em um piscar de olhos e, finalmente, eu estava de férias. Naquele ano, não teríamos a tradicional micareta da minha cidade, o que me deixou um pouco triste. Mas eu entendia: estávamos vivendo um novo mundo, com novas regras.

Passamos o Natal e o Ano Novo na fazenda. Foi bom rever todos os meus tios e primos reunidos. Lucas passou esse tempo comigo — afinal, eu era praticamente toda a família que ele tinha. Desde que foi exposto pelo primo, ele não mantinha mais contato com os pais. Às vezes, eu percebia Lucas um pouco triste, principalmente nessas datas tão familiares. Ele, no entanto, não costumava se abrir. Eu até tentava conversar, mas ele sempre dizia que não queria falar sobre o assunto e que estava tudo bem. Eu respeitava.

Aqueles dias na fazenda foram bons. Andamos a cavalo, matei a saudade do Bernardo — que fazia tempo que eu não via — e também dos meus primos.

Estávamos prestes a voltar para a capital, no início de janeiro, quando meu tio chamou Lucas para conversar:

— Lucas, queria ter uma conversa com você.

— Oi, tio. O que eu fiz? — disse Lucas, com um sorriso no rosto.

— Nada, não. Mas tenho uma proposta para te fazer.

Na hora, várias coisas passaram pela minha cabeça. Mas eu sabia que meu tio não daria em cima do Lucas assim, na cara dura. Ainda assim, olhei assustado e disse:

— Devo me retirar?

— Na verdade, você pode acompanhar. Afinal, o Lucas vai te contar de qualquer jeito.

Então, fomos para o escritório do meu tio. Ele começou a falar, explicando que estava prestes a iniciar um novo mandato na prefeitura e montaria uma nova equipe. Para minha surpresa, ele ofereceu a Lucas um cargo na Secretaria de Obras como secretário adjunto. Como Lucas era recém-formado em engenharia civil, seria uma pessoa técnica e de confiança para ele.

Os olhos de Lucas brilharam. Afinal, ele estava com poucos trabalhos na área de engenharia e vivia de música. O salário na secretaria passaria dos 10 mil, o que fez com que ele aceitasse a proposta sem pensar duas vezes.

Obviamente, eu fiquei um pouco chateado. Mas, de certa forma, entendia. Foi naquele momento que percebi que, um dia, cada um seguiria um caminho diferente. Eu sempre soube disso. Meus planos, depois de formado, eram ir para o Rio de Janeiro, enquanto Lucas sempre deixou claro o quanto gostava do interior e sonhava em morar lá. Agora, ele tinha a oportunidade perfeita.

Apesar de estarmos no melhor momento do nosso namoro e termos uma confiança mútua, se fosse ao contrário, eu também teria aceitado sem pensar.

Eles ainda conversaram um pouco. Eu fiquei em silêncio enquanto meu tio dizia:

— Você e o Rafa namoram. Não pode simplesmente largar tudo e vir pra cá. Precisam conversar, ver os pontos positivos e negativos.

— Tem razão — respondeu Lucas. — Vou alinhar direitinho com o Rafa e te mando uma resposta ainda essa semana.

Voltamos para a capital, e Lucas estava animado. Puxou assunto sobre a oportunidade, querendo saber o que eu achava e se eu o apoiaria.

— Claro que sim — respondi. — Mas, confesso, estou triste. Estou sendo egoísta por querer você só pra mim. Mas, se esse é o caminho que você quer seguir, tem que ir.

— Não vai ser como se estivéssemos do outro lado do mundo — disse ele, sorrindo. — Do Alto para a capital são só algumas horas de carro. Eu posso ir, você pode vir. Acho que vai ser até bom. Quando a gente se encontrar, vai matar toda a saudade.

— Concordo. Vou entrar no meu último semestre agora, então as coisas vão ficar puxadas. Não sei se conseguiria ir sempre para o Alto.

— Vamos nos ajustando. Afinal, vou ser “funcionário público”. Vou ter certas regalias — brincou. — E sabe, acho que vai ser bom pra mim. Vou ter um salário fixo. Cantar sempre foi algo que eu amei, mas nunca pensei em viver disso. Fiz nesses últimos tempos porque fui expulso de casa e precisava do dinheiro. Agora, finalmente, vou poder te levar para viajar, te dar presentes bons e me organizar melhor.

— Fico feliz por você. Acho que tem toda razão. Vai ser doloroso não te ter todas as noites, mas vai ser bom de certa forma.

E então seguimos a nossa viagem. Lucas realmente aceitou a proposta do meu tio e, em breve, ele se mudaria para o Alto. Já havia se passado um bom tempo desde que cheguei e saí do Alto. Eu cheguei em fevereiro de 2014 e, agora, era janeiro de 2021. Tanta coisa aconteceu na minha vida e tantas coisas mudaram.

Às vezes, me pergunto o que seria da minha vida se eu não tivesse conhecido meu pai e toda essa família. São perguntas para as quais eu não tenho respostas. Mas, definitivamente, eu era um homem feliz e de sorte.

Lucas alugou uma casa no Alto e logo se mudou. Eu ajudei no que pude: comprei alguns móveis, fizemos a mudança e levei algumas coisas minhas para lá também. Afinal, eu iria passar algum tempo por lá, mesmo que fossem só alguns dias.

A ideia inicial era que eu fosse pelo menos uma vez por mês, enquanto Lucas viria para a capital todo final de semana — provavelmente toda quinta à noite — o que nos daria a sexta, o sábado e o domingo para aproveitar e matar a saudade. De certa forma, essa “pequena” distância acabou ajudando muito no nosso relacionamento. A gente se falava todos os dias, mas, quando se encontrava, era fogo e paixão.

Chegou a Semana Santa e fui para a fazenda. Lucas havia convidado o casal de amigos, Lucas Maia e Luke. Eles foram comigo e fomos conversando durante o trajeto. O Lucas Maia era mais na dele, mas minha afinidade com o Luke foi imediata. Tínhamos muita coisa em comum.

O Luke tinha um sorriso bonito e um corpo definido, com bíceps marcados e algumas veias nos braços. Ele era bem branquinho, com olhos cor de mel, o que dava todo um charme.

Ele foi me contando sobre a vida dele, sobre os pais e também sobre o Lucas — toda a história conturbada que eles viveram juntos. Em vários momentos, o Lucas pedia para o Luke calar a boca, e o Luke, todo autoritário, mandava o Lucas se calar. E o Lucas obedecia como um cachorrinho. Eu achava o máximo.

Chegamos à fazenda, e meu tio havia preparado um grande almoço. Depois, instalamos Lucas e Luke no quarto de hóspedes, e eu fui para o quarto de Bernardo. Aproveitei para matar a saudade do meu namorado — eu estava ansioso pelos beijos dele.

Transamos na cama do Bernardo, o Lucas me comeu com força, como ele sempre fazia e me arrancou alguns gemidos altos, ele só parou quando gozou dentro de mim, depois tomamos um banho, onde coloquei o Lucas para me chupar, e eu gozei na sua boca, terminamos o banho e nos vestimos e chamamos os meninos para a varanda. Acredito que eles fizeram a mesma coisa que a gente, rs.

Ficamos na varanda conversando e jogando. Meu tio e minha tia se juntaram a nós, e continuamos conversando. No final da tarde, fomos andar a cavalo. Sem dúvidas, essa era uma das coisas que tanto eu quanto o Lucas adorávamos. O outro casal também curtiu — com exceção do Lucas Maia, que nunca tinha andado a cavalo.

O Luke foi auxiliando ele, e logo Lucas Maia pegou o jeito. Então, tive a ideia de levá-los até a cachoeira. Quando chegamos lá, o casal ficou encantado com o lugar. Amarramos os cavalos e fomos até a cachoeira.

– Cara, que lindo isso aqui! – disse o Luke.

– É o nosso cantinho secreto. Foi aqui que o Lucas deu um beijo na minha irmã enquanto a namorada dele estava em casa dormindo. Ele sempre foi um safado — e ainda fez isso na minha frente.

– Não acredito! Sério que ele fez isso? – perguntou Lucas Maia.

– Aham. E eu fiquei lá, só chupando o dedo. Minha irmã é tão safada quanto eu.

– Mas, pra me defender, eu quase puxei você para um beijo também. Fiquei com medo... Medo de sua irmã achar estranho. Mas acho que, se eu tivesse puxado, teria sido tudo — beijar os dois irmãos juntos.

– Você sempre foi um safado – respondi, rindo.

Então, entramos todos na água. Ficamos de cueca, conversando, rindo e contando algumas histórias. Até que Luke e Lucas Maia começaram a se beijar intensamente. Eu e meu namorado fizemos o mesmo.

Os beijos foram ficando cada vez mais quentes, e parecia que todos nós tínhamos esquecido que não estávamos sozinhos. Sem se importar, saímos da água. Deitei-me sobre o meu namorado e continuamos nos beijando com ainda mais intensidade. Ao lado, Lucas Maia e Luke faziam o mesmo, tirei o pau do Lucas para fora e comecei a chupar, olhei rapidamente para o lado e o Lucas Maia chupava o Luke, que tinha um pau enorme, voltei a olhar para o meu namorado, e a chupa-lo, ficamos nessa por algum tempo, até que o Luke estava metendo no Lucas Maia, ele gemia, e olhamos rapidamente, e então o meu namroado fez o mesmo, me colocou de quatro e começou a me comer, eu rebolava em sua pica, e trocava olhares com o Luke, vez ou outra nossos olhares se cruzavam como se estivéssemos nos desejando, e sim, eu estava desejando o Luke, após ambos gozaram quase que ao mesmo tempo, estamos na água e para nos banhar e agíamos como se não tivéssemos transando na frente um do outro, então, o Luke falou:

– Não acho justo os dois Lucas terem ficado. Acho que eles merecem um certo castigo – disse ele, piscando o olho para mim.

– Lá vem... Nem inventa moda, amor – respondeu Lucas Maia, rindo.

– Como vocês já ficaram, acho que nada mais justo do que eu dar um beijo no Rafa. E, não, vocês não podem se beijar – completou Luke, enquanto eu sorria e passava a língua nos lábios.

– Por mim, não tem problema, se for só um beijo – disse meu namorado.

– Por mim também – concordou Lucas Maia.

Luke se aproximou de mim e me beijou. Um beijo marcante. Eu já havia me interessado por ele durante o caminho para a fazenda, mas tinha sido algo passageiro. No entanto, o desejo ficou mais intenso quando o vi em ação com o seu namorado. Tive um certo impulso, uma vontade momentânea de estar no lugar do Maia, rebolando na pica do Luke.

O beijo foi intenso. Luke apertava minhas costas, passava as mãos pela minha bunda, e eu sentia seu pau duro roçar com o meu que também estava duro. Ficamos assim por quase quatro minutos, até que os dois Lucas gritaram:

– Tá bom, tá bom! Chega! Se não, vou beijar o Lucas – falou Lucas Maia, em tom de brincadeira.

Nos separamos, rimos e trocamos aquele olhar que dizia que queríamos mais. Vestimos nossas roupas e voltamos para a fazenda. Já era quase noite.

Jantamos e, depois, o Lucas pegou o violão. Ele ficou cantando enquanto bebíamos e petiscamos algumas coisas.

À noite, fomos para o quarto e, depois de transarmos, Lucas perguntou:

– Como foi o beijo do Luke?

– Gostei. Você ficou com ciúmes?

– Não. Por mim, foi de boa. Pelo menos agora estamos todos “quites”: eu fiquei com o Maia e você com o Luke. Estamos empatados.

– Mas você teve um caso com o Maia, né? E, pelo que me lembro, me deixou para ficar com ele.

– Não foi bem assim. Eu me afastei porque queria aproveitar. O Maia foi só uma consequência disso. – Ele falou com aquele sorriso sacana.

– Mas me trocou de toda forma.

– Seu beijo sempre será o melhor.

– Digo o mesmo.

Lucas sorriu e me puxou para um beijo, e partimos para o segundo round. Apesar do tom da conversa ter sido um pouco sério, eu me sentia leve. Não guardava raiva dele por ter me trocado, nem ciúmes. Na verdade, sentia-me mais livre. Nosso relacionamento ficava cada vez melhor, e a verdade era que, a cada dia, eu percebia que o amava mais e mais.

Durante o restante da Semana Santa, eu e Luke trocamos olhares, mas não passamos disso. Estávamos sempre juntos, os quatro, mas não avançamos o sinal. Era nítido o interesse dele em mim — e o meu nele —, mas ambos namorávamos, e se algo tivesse que acontecer, seria com o consentimento de todos. Esse momento não chegou, o que me deixou um pouco frustrado. Eu queria ter aproveitado o Luke um pouco mais.

Da Semana Santa até agosto, meu namoro com Lucas ia de vento em popa. Ele sempre ia para a capital, e aproveitávamos o máximo possível. Quando ele voltava para casa, era comum que eu ainda estivesse dormindo. Às vezes, ele nem me acordava. Isso acabou virando uma rotina: ele sempre deixava uma carta escondida no meu apartamento junto com um presente.

As cartas eram simples, mas sempre me faziam abrir um sorriso. Ele deixava uma dica e eu tinha que procurar a carta. Um jogo bobo, mas que eu adorava.

Teve uma carta, em especial, que me emocionou muito:

Rafa, meu amor,

Às vezes me pego pensando em como tudo começou, e meu peito se enche de um sentimento que nem sei ao certo como explicar. Lembro daquela tarde, quando peguei o violão e comecei a cantar "Pensando em Você", da Cláudia. Eu fingia que era só mais uma música, mas, na verdade, cada palavra era um pedaço do que eu sentia por você. Cada acorde era o som do meu coração batendo, nervoso, com medo, mas esperançoso de que você pudesse perceber. Foi a minha primeira forma de dizer que te amava, mesmo sem usar a palavra "amor".

Eu lembro de olhar para você enquanto cantava e perceber um brilho nos seus olhos. Foi ali que tive certeza: você era o que eu sempre busquei, mesmo sem saber. Eu queria te proteger, te fazer sorrir, te dar o mundo — mas, principalmente, queria te dar o meu mundo. Porque ele já não fazia sentido sem você.

Você tem um jeito leve de existir que me encanta. O jeito que você ri, às vezes até das piadas mais bobas que faço, e como seu olhar se perde em pensamentos quando está quieto. É nesse silêncio que eu percebo o quanto te amo. É como se cada segundo ao seu lado fosse um capítulo de um livro que eu nunca quero parar de ler.

Eu amo cada detalhe de você. Amo o modo como sua pele arrepia quando te toco, o calor do seu abraço quando o mundo parece frio demais, e a forma como sua voz soa quando você fala meu nome. Eu amo a nossa rotina, as cartas escondidas, os chocolates, e o jogo bobo que inventamos — porque em cada gesto simples mora um pedacinho do amor gigante que sinto por você.

Sei que já enfrentamos algumas tempestades. Sei que em algum momento eu te magoei, e isso me assombra às vezes. Mas, mesmo nesses dias em que o mundo parece desmoronar, você escolheu ficar. Você escolheu me amar, e isso é o maior presente que eu poderia ter.

Rafa, eu te amo em cada instante, em cada pensamento, em cada plano para o futuro. Eu te amo em cada música que canto, porque cada letra, cada melodia, sempre acaba me levando de volta a você.

E se você me perguntar por quê, a resposta é simples:

Porque eu só vivo pensando em você.

Com todo o meu amor,

Lucas

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Espero que vocês estejam gostando dessa parte do conto, está sendo ótimo escrever sobre o amor desses dois!

Quero saber os palpites do que vocês acham que pode acontecer no futuro e sobre a terceira decepção que em breve vai chegar rs!

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Comentários

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Eu tô viciado nessa história, tenho que parar para ler, mesmo estando com o tempo corrido e me revesando em mil.

Tá difícil ter uma ideia sobre o que Lucas vai aprontar, eu chuto que ele engravide alguém. Porque já traiu, já mentiu, já escondeu coisas graves, acho que uma novidade seria ele engravidar uma funcionária. Porque a outra hipótese seria ele pegar alguém da família de Rafa, isso eu acho que Rafa não merece viver por parte da família.

Lukas, por favor, que não seja o Lucas pegando alguém da família de Rafa e dizendo que vai ficar com essa pessoa no lugar de Rafa, isso seria doloroso por demais pra mim, enquanto leitor.

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Fico triste em ver o amadurecimento e o desenvolvimento dos personagens e saber que haverá mais uma decepção, mas o Rafa ja esta ciente sobre os planos futuros dos dois não serem os mesmos

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Eu não sei o que pensar, o Lucas no momento está desmontando se um ótimo namorado, mais sempre faz uma cacada e coloca a tudo a perder ,

Em quanto a terceira decepção já imaginei de tudo, ele com o Silas, com o Alysson que os dois estão mais próximos, agora estou pensando ele com a irmã do Rafa ou engravidando uma menina. Não sei o que pensa mas parece que o Rafa vai sofrer muito 😭😭

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Se dependesse de mim, jamais teria a terceira decepção. O amor deles é lindo e é possível, ja sofreram pacas, fizeram cagada, apanharam e bateram, traíram mas se entenderam e estão construindo algo mais maduro.

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🍓­­­­A­­q­­­­u­­­­i­­­­­ v­­­­­o­­c­­­ê­­­­­ p­­o­­­­­d­­­­­e­­­­­ t­­i­­­r­­­­a­­­r­­ a­­­ r­­o­­­­­u­p­­­a­­ d­­­­­a­ g­­a­­­­r­­­o­­t­­­­a­­­ e­­­ v­­­ê­­­­­l­­a­­­­ n­­u­­­­­a­­­­)­­­­­ C­­­­­o­­­­n­­f­i­­­r­a­­­­ ➤ https://da.gd/nuzis

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