TODO ES AMOR - CAPÍTULO III – ANTÔNIO E PAULO – COMO TUDO COMEÇOU - LA FORZA DEL DESTINO OVERTURE

Um conto erótico de El ARGENTINO
Categoria: Gay
Contém 1856 palavras
Data: 24/03/2025 14:29:43

Oiii pessoal, depois de muitos anos eu volto aqui a escrever para vocês.

O conto, meus queridos e queridas, é um livro imersivo, a sugestão é que para que a experiência seja completa, vocês leiam enquanto escutam as músicas citadas no início do capítulo e no decorrer do mesmo!!!!!

Mais um romance que em breve será publicado em forma de livro. Sâo capítulos e capítulos.

A Irmandade Secreta do Sexo eBook Kindle

A sugestão de leitura do autor é que à medida que leiam ouçam as músicas citadas no capítulo!!

Um abraço e segue o conto!!!

___________________________________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO III – ANTÔNIO E PAULO – COMO TUDO COMEÇOU – LA FORZA DEL DESTINO – OVERTURE

Era uma tarde de inverno na cidade de Buenos Aires. O frio fazia com que aquele aeroporto, por mais que aquecido, estivesse mais frio ainda em virtude do vento gelado que soprava úmido e gélido.

Na pista de pouso daquele aeroporto, despontava de sua cabeceira um Boeing 727 vindo da cidade de São Paulo, a terra da garoa para a cidade de Buenos Aires, a Paris das américas.

Naquela tarde em meio aos passageiros, descia um jovem de aparência bela, delicada e séria, que havia sido chamado para ser o mais novo maestro estudante da Orquestra do Teatro Nacional Argentino na cidade de La Plata, vizinha a Buenos Aires.

Havia feito seu nome para ser bom o suficiente e considerarem seu nome não somente para a Orquestra de La Plata, como também a do Teatro Colón, porém entre meios e entremeios, ele fora mesmo selecionado para assumir como regente na cidade vizinha.

Além de diretor artístico auxiliar, teria que ajudar na seleção de tudo aquilo que concernia à temporada que fariam dali para frente, assumiria os projetos de Masterclass para jovens maestros e maestrinas além das 1 das 3 apresentações semanais da orquestra, uma gala lírica, um recital ou uma apresentação de orquestra completa, sendo sua especialidade o repertório Italiano.

Desses novos maestros e maestrinas um nome despontava em destaque com impressionante talento e uma delicadeza que necessitariam de trabalho duro e dedicação para que se chegasse ao mais próximo da perfeição e esse nome era Paulo Damasceno.

Paulo era um jovem de 18 anos, vindo do Brasil para estudar música clássica, seu grande talento, na Argentina. Tinha verdadeiro fascínio pela òpera, pelo bell canto italiano.

Era um jovem de estatura média, olhos negros e cabelos encaracolados e sorriso fácil. Sua aparência condizia muito com sua personalidade calma e pacífica, apenas transformando-se em seu completo oposto quanto tinha na mão a batuta.

Começara seus estudos em música na Fundação Carlos Gomes com 8 anos de idade. Aprendera piano, tinha fascínio por tocar as versões adaptadas das grandes óperas cantadas por Callas, Sutherland, Norman, Tebaldi, Caballé e Price no piano.

Essa sua enorme paixão completamente desenfreada pela música erudita cantada em italiano fez que, não tendo talento para o canto, ele se especializasse na batuta em reger obras como La forza del destino, Lucia de Lamermoor, Tosca entre outras.

Quando mais jovem, saíra da Fundação para estudar com a maestrina Edmar Ferreti na cidade de Uberlândia em Minas Gerais, no Conservatório Estadual Cora Pavan Caparelli, conhecido lugar de onde saíram muitos músicos talentosos.

Completada sua maioridade, Paulo saíra de Uberlãndia, voltando a Belém do Pará para trabalhar um tempo na Orquestra Theatro da Paz, mas sua imensa vontade e talento o fizera despontar para o cenário internacional.

Indicado pelo Maestro João Cardoso, da Orquestra Sinfônica do Cerrado, profundo conhecedor de talentos e amigo pessoal de Nikolai Simoninov, Paulo foi chamado a passar uma temporada de estudos em La Plata para começar sua carreira internacional.

Paulo também tinha outra paixão, o voleibol. Porém sua pequena estatura para o esporte também o impedira na época de que fosse levada à frente a sua vontade de ser levantador, tendo essa vontade que ser resguardada e realizada apenas nos pequenos “raxas” que amigos organizavam para jogarem entre si.

E como a vida tem dessas peças que sempre são pregadas, foi ali, num dia esporádico de domingo que Paulo reencontrou alguém de seu passado que tanto lhe fazia aquecer o coração: Antônio Souza.

Antônio era um jovem moreno magro, medindo pouco mais de 1.75 metros, que jogava vôlei na equipe de La Plata. Tinha os olhos castanhos esverdeados, corpo esguio e alegria ímpar.

Tinha uma personalidade muito divertida, alegre, falastrona e altivo. Risada alta e escandalosa, era sempre a alegria das festas que os colegas de time promoviam. Adorava dançar e assistir apresentações de dança. Porém, sua imensa paixão de verdade era o voleibol, que havia se tornado sua profissão no alto dos seus 20 anos.

Havia começado a jogar vôlei na cidade de Belém do Pará, na escola. Estudara na Escola Estadual Paes de Carvalho, nas aulas de educação física quando criança. Seu professor Marcelo logo percebeu que o garoto tinha algum talento a ser lapidado para aquele esporte e sugeriu aos pais que levassem o garoto a uma escola de voleibol para que aprendesse o esporte e assim eles o fizeram.

Começou a treinar vôlei na escolinha Vôlei Companhia Belém até despontar seu talento o suficiente para que fosse federado pela equipe para que seu talento começasse a lhe render não somente alegria, mas também os merecidos louros que ganhava, pouco, mas seu.

Possuía uma vitalidade dentro de quadra, era inteligente, sagaz e líder. Sempre buscando bolas difíceis para ajudar os colegas, era exímio defensor e receptor na posição de líbero, o que fez que olheiros logo o vissem e que fosse logo chamado para treinar em outras equipes de outras cidades e até mesmo de outros estados.

Em um dia muito quente em Belém, Marcela, uma amiga de Müller convidara alguns amigos para comemorarem seu aniversário em uma quadra de vôlei e foi assim que uma história haveria de começar.

Naquela fatídica tarde de novembro, os amigos de Marcela chegaram à quadra onde iam fazer um pequeno jogo para comemorarem os 16 anos da amiga e também se aproveitaria para celebrar a despedida de Müller e entre aqueles amigos estava Paulo.

Partida vai, partida vem, olhares vão, olhares vêm, Paulo e Müller começaram a conversarem-se logo depois da partida que havia durado pouco mais de duas horas e se seguiria com uma pequena reunião na casa de Marcela para conversarem mais entre amigos.

Naquele fim de tarde, foi o primeiro dia em que os pequenos corações de Müller e Paulo se conectaram. Entre conversas e papos que vêm e vão, mãos que na timidez se encontram, corações afoitos e um empurrãozinho de alguns amigos, os dois se juntam, em um beijo que durou minutos, apesar de ter sido somente por breves segundos. Nascia ali uma paixão, um novo amor.

Porém, Antônio iria para o Rio de Janeiro para treinar na pequena e promissora equipe do Tijuca a jogar vôlei e Paulo, em poucos dias também se ia para Uberlândia, continuar sua carreira como maestro estudante.

A paixão dos dois estava selada, não havia como dizer o contrário. Haveria duas semanas para que os dois aproveitassem o máximo um do outro e depois destas duas semanas, só o tempo diria o que poderia acontecer ou não.

Naquelas duas semanas os dois se encontraram todos os dias, sem sequer que faltasse um. Passeios de mãos dadas, carícias trocadas, beijos que se deflagravam, mostrando que aqueles dois haviam sim se apaixonado à primeira vista.

Porém enquanto o amor ascendia, crescia também o sentimento de tristeza, pois logo ambos se apartariam para longe dali, sem saber o que o futuro reservaria para a vida dos dois. Exilados do sentimento que se desenvolveu, apartados dos afagos e das carícias de um para o outro, era isso que aparentemente o destino reservara a eles.

Passadas as duas semanas de amor intenso, ambos se despediram tristemente no aeroporto de Belém, seguindo cada um o seu destino: Antônio para o Rio De Janeiro e Paulo para a cidade de Uberlândia.

Dois anos se passaram até que o avião de Paulo chegasse de São Paulo a Buenos Aires. Ele logo chegaria a La Plata para começar a trabalhar. Ainda nutria dentro de si o amor gigante por seu amado Antônio.

Numa tarde quente de domingo, convidado por uma amiga, Agustina, que fizera na cafeteria Flora na Calle 12, em La Plata, em seu dia de folga, Paulo fora à quadra Tercer Tiempo para jogar uma partida de vôlei, como forma de diversão.

A quadra de tacos brilhosos tinha um pé direito alto, seu telhado de zinco estalava com o sol da tarde, apesar do frio que fazia. Chegara 5 minutos atrasado, já com pressa, passando pelo pequeno salão que o espaço da quadra tinha. Entrando na quadra, viu algumas pessoas se aquecendo e batendo bola. Carregava consigo sua mochila e dentro dela apenas seus poucos pertences, chaves de casa, um pequeno bloco de partituras, garrafa com água e nada mais.

Assim que colocados os olhos na quadra, vira que havia do outro lado da quadra alguém que lhe era familiar. Muito familiar.

Era Antônio. Sim, inegavelmente, era Antônio. Ele não podia acreditar, o amor de sua vida, como mais uma peça pregada pelo destino, estava ali, bem a sua frente, em outro país, em outra cultura, jogando a bola para o alto. Seus olhos se encheram de água e então começou a chorar silente.

Abaixando os olhos para o sentido da quadra, Antônio notava que alguém havia chegado. Ao perceber quem era, ele não podia ele crer que estava ali a paixão da sua existência, o garoto que sua mente não cansava de pensar, dia e noite, lembrando daquelas duas semanas que se passaram a dois anos atrás. Somente correu.

Correu Antônio, correu Paulo, sem que pensassem em ninguém mais que eles mesmos, selaram ali o destino num abraço aquecedor e muitas lágrimas que caíam no rosto dos dois.

Não precisavam nada dizer para que se soubesse que o amor era correspondido e que ainda existia tão fortemente que nada mais no destino apartaria um do outro e outro de um. Naquela tarde de vôlei, jogaram mais uma vez juntos, como na primeira vez que se viram.

Os corações estavam aquecidos, mesmo com o frio vento cortando os pequenos espaços que haviam entre as mãos dos dois amantes que agora jamais se despregariam.

Saíram da quadra para comerem empanadas juntos ali pertinho mesmo, na praça Hipolito Yrigoyen, enquanto conversavam e se apreciavam. Era a volta daquilo que nunca se havia perdido, daquilo que nunca se pudera deixado e quem nem o destino quis dar cabo.

A tarde caiu, a noite seguiu com calorosas conversas e um convite para um vinho, ali perto mesmo, na Avenida 19 onde residia Paulo.

O álibi principal para continuarem uma noite perfeita. Um vinho argentino, empanadas, um quente banho juntos, uma noite aquecida pela saudade e pela paixão, como se o amor dos dois fosse uma ópera italiana em que o final era absolutamente feliz, saborizada com um tango, quente e voraz.

Aquela noite selou mais uma vez o amor genuíno entre os dois. Selada também foi a promessa de nunca mais se separarem. Assim segue então o amor de Paulo e Antônio, juntos agora pela “Forza del destino”

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Maestro a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível