Eu, Angela, 34 anos, tava sentada no sofá da sala apertada do meu apê, o ventilador velho zumbindo baixo enquanto a TV passava um comercial de sabão em pó que eu nem ouvia. Meu filho, o Pedro, de 4 anos, dormia no quartinho ao lado, o ronco leve dele cortando o silêncio da noite quente. Era quase meia-noite, o turno no asilo tinha acabado fazia umas duas horas, mas eu não conseguia dormir. A proposta do seu Aparecido rodava na minha cabeça como um disco riscado: “Se você me chupar, eu te dou 150 reais”. Porra, 150 reais. Era leite pro Pedro, era pão, era um pedaço do aluguel que o senhorio tava cobrando com voz de quem não perdoa atraso. Mas era também um soco no estômago, uma vergonha que queimava o peito só de pensar.
Levantei do sofá, o shortinho de algodão colado nas coxas de tanto calor, a camiseta larga manchada de suor nas costas. Fui até a cozinha, o chão de cerâmica gelado nos pé descalço, e abri a geladeira. Nada. Uma garrafa d’água pela metade e um resto de margarina que não dava pra passar no pão que nem tinha. O armário tava igual — umas bolacha quebrada que o Pedro não quis e um pacote de macarrão vazio. Olhei pras conta em cima da mesa, o papel amarelado da luz com “aviso de corte” escrito em vermelho, o boleto do aluguel atrasado gritando 800 reais que eu não tinha. Meu salário de enfermeira no asilo mal pagava as coisa básica, e a inflação tinha comido o resto que eu guardava na lata debaixo da pia. Fechei a geladeira com força, o barulho ecoando na casa, e senti os olho marejar.
Sentei na cadeira dura da cozinha, as mão no rosto, o cabelo preto caindo na frente enquanto tentava respirar fundo. “Eu não sou assim”, pensei, a voz na minha cabeça tremendo. Eu era a Angela que cuidava dos velho no asilo, que trocava fralda, dava remédio, ouvia história de vida com paciência, mesmo quando tava morta de cansada. Eu era a mãe que acordava às cinco pra levar o Pedro na creche antes do turno, que cantava pra ele dormir com o estômago roncando de fome. Mas eu também era a mulher que tava afundando, que não via saída, que tava a um passo de perder tudo. E aí veio ele, seu Aparecido, com aquele olho esperto e aquela proposta filha da puta.
Passei a noite inteira pensando, rolando na cama, o colchão rangendo toda vez que eu virava. O calor abafado me sufocava, o ventilador jogando vento quente na cara enquanto eu olhava pro teto descascado. Pensei no Pedro acordando amanhã, pedindo leite com aqueles olho castanho grande, o mesmo olho que me olhava como se eu fosse tudo pra ele. Pensei no senhorio batendo na porta, no despejo, na gente na rua com uma mochila e nada mais. E pensei nos 150 reais. Só um boquete, ele disse. Só isso. Eu já tinha chupado pau antes — o do meu ex, uns namoradinho da juventude —, não era novidade. Mas por dinheiro? Com um velho que eu cuidava no asilo? Isso era outra coisa, um buraco que eu nunca tinha pulado.
Quando o sol nasceu, eu tava decidida. Não tinha como escapar. Levantei, fiz um café fraco com o pó que sobrou, acordei o Pedro com um beijo na testa e levei ele pra creche, o uniforme dele já curto nas perna, os sapatinho gasto quase furado. Voltei pro apê, troquei a roupa — um uniforme limpo, calça azul e blusa polo branca do asilo, cabelo preso num rabo frouxo —, e fui pro turno das sete, o coração batendo forte o caminho todo. O asilo tava quieto quando cheguei, o cheiro de desinfetante no ar, os corredor vazio, os gemido baixo dos velho vindo dos quarto. Fiz meu trabalho como robô — medi pressão, dei banho, troquei curativo —, mas minha cabeça tava no banco da área recreativa, onde ele ficava.
Ele tava lá, como sempre, sentado no banco de madeira, o sol quente batendo na cabeça careca, as mão calejada cruzada no joelho. Seu Aparecido, uns 60 e poucos anos, negro, alto, corpo forte ainda, mesmo com a idade marcando o rosto com ruga funda. O uniforme dele — uma calça de elástico cinza e uma camiseta surrada — tava limpo, mas dava pra ver o tempo nas costura frouxa. Ele me viu chegando, o olho escuro brilhando com aquele jeito esperto, e deu um sorriso torto. “E aí, moça? Pensou?”, ele perguntou, a voz rouca cortando o silêncio, as mão batendo leve no banco do lado como se me chamasse pra sentar.
Eu parei na frente dele, a mão na cintura, o uniforme grudado no corpo de tanto calor. “Você tá falando sério mesmo com essa porra?”, falei, a voz saindo baixa, o olho castanho dele me encarando sem piscar. “Seríssimo, moça. 150 reais na tua mão, é só dizer sim”, ele respondeu, o tom calmo, a mão coçando a barba rala enquanto me olhava de cima a baixo, o desejo escondido atrás daquela cara de quem já viu de tudo. Eu respirei fundo, o peito subindo rápido, o coração na garganta enquanto pensava no Pedro, nas conta, no leite que ele ia pedir amanhã. “Tá bom, caralho. Mas é só hoje, e ninguém pode saber”, falei, a voz tremendo, as perna bamba enquanto ele assentia, o “fecha comigo” saindo baixo.
Ele disse pra eu ir no quarto dele no fim do turno, quando os outro funcionário já tivessem ido embora. Passei o dia inteira com um nó no estômago, o suor escorrendo pela testa enquanto trabalhava, os velho me chamando pra pedir água, lençol, remédio, e eu respondendo no automático. Cada vez que eu passava pelo quarto dele, o número 12 no fim do corredor, o coração dava um pulo. Eu sabia o que ia fazer, mas não queria acreditar. Às cinco da tarde, o turno acabou, os colega foram embora, o asilo ficou silencioso, só o barulho do ventilador nos corredor e o gemido baixo de algum velho. Eu fiquei, fingindo arrumar umas coisa no almoxarifado, até o relógio bater seis e eu saber que não tinha mais ninguém.
Caminhei pro quarto dele, a bota de borracha ecoando no chão de cerâmica, o uniforme molhado de suor nas costas, o cabelo solto agora, caindo no ombro. Bati na porta, três toque leve, o som parecendo um tambor na minha cabeça. “Entra, moça”, ele falou lá de dentro, a voz rouca me puxando como corda. Abri a porta, o quarto pequeno aparecendo na luz fraca da janela — uma cama de solteiro com lençol fino, uma cadeira de plástico no canto, uma mesinha com um copo d’água e um rádio velho desligado. Ele tava sentado na cama, a calça de elástico cinza esticada nas coxa grossa, a camiseta surrada marcando o peito largo, os olho escuro me esperando.
“Fecha a porta”, ele falou, a voz firme mas sem pressa, e eu obedeci, o trinco clicando alto demais pro silêncio. Fiquei parada na frente dele, as mão nervosa na frente do corpo, o coração batendo tão forte que eu achava que ele ia ouvir. “E agora?”, perguntei, a voz saindo rouca, o olho castanho dele me cortando enquanto levantava da cama, o corpo alto me encarando de perto. “Tira o uniforme, moça. Só a calça e a calcinha, por enquanto”, ele disse, a mão coçando a nuca enquanto esperava, o tom calmo mas com um peso que me fez engolir em seco.
Eu hesitei, os dedo tremendo enquanto abria o botão da calça do uniforme, o zíper descendo devagar, o som cortando o ar. Desci a calça azul até os tornozelo, a calcinha branca simples aparecendo, o tecido meio gasto marcando a bunda grande. Ele me olhou, o olho brilhando de tesão, e apontou pra cama. “Senta aí e vem cá”, ele falou, a voz rouca, desfazendo o elástico da calça dele enquanto eu sentava, o colchão rangendo baixo o meu peso, as coxa grossa aberta enquanto esperava, o medo e a necessidade brigando no peito.
Ele ficou na minha frente, a calça caindo no chão, o pau surgindo livre, sem cueca, enorme, negro, grosso pra caralho, balançando enquanto ele se ajeitava. Eu arregalei os olho, o coração disparando, o tamanho me assustando enquanto ele ria baixo, o “tá com medo, moça?” saindo debochado. “Não é medo, é… porra, é grande”, falei, a voz tremendo, as mão suada enquanto ele se aproximava, o pau na altura da minha cara, o cheiro forte de homem subindo no nariz. “Vai devagar, então. Só chupa, é 150 reais”, ele falou, a mão no cabelo preto meu, me guiando pra frente enquanto eu respirava fundo, o desespero me empurrando pro buraco.
Abri a boca, os lábio envolvendo a cabeça devagar, o calor dele me enchendo enquanto eu chupava, a língua rodando na ponta, o gosto salgado me pegando de surpresa. Ele gemeu baixo, a mão no meu cabelo apertando leve, o “isso, moça, assim” saindo rouco enquanto eu ia mais fundo, o pau enchendo a boca, a garganta apertando enquanto tentava respirar pelo nariz. Era grande pra caralho, pesado, as veia pulsando contra a língua enquanto eu chupava, as mão segurando a base pra controlar, os dedo tremendo no saco dele, o peso das bola na palma me assustando mais ainda.
Fui pegando o ritmo, a boca subindo e descendo, o barulho molhado enchendo o quarto, os gemido dele ficando mais alto, o “chupa mais, porra” saindo grosso enquanto empurrava a cabeça, o pau batendo no fundo da garganta, o engasgo subindo enquanto eu tentava aguentar. Eu pensava no Pedro, no leite, nas conta, e chupava com força, os olho fechado pra não ver a cara dele, a vergonha me comendo viva enquanto o tesão dele crescia, o pau inchando mais na boca. Ele segurou meu cabelo com as duas mão, o “toma, minha puta” saindo baixo enquanto metia na minha boca, o ritmo dele me dominando, o ar faltando enquanto eu gemia abafado, o calor subindo no peito sem eu querer.
Ele gozou rápido, o jato quente batendo na garganta, grosso pra caralho, me engasgando enquanto eu engolia sem querer, o resto escorrendo pelo canto da boca, o gosto forte me marcando. Ele puxou o pau pra fora, o “caralho, moça, tu é boa” saindo rouco enquanto limpava o resto na minha cara, a porra pingando no uniforme no chão. Eu tossi, o ar voltando devagar, as mão limpando a boca enquanto ele pegava a carteira na mesinha, duas nota de 100 caindo na cama do meu lado. “Toma 200, tu merece mais”, ele falou, o sorriso torto na cara enquanto vestia a calça, o olho me encarando como se já soubesse que eu ia voltar.
Levantei, as perna bamba, a calcinha subindo rápido, a calça do uniforme voltando pro lugar enquanto pegava as nota, o papel queimando na mão. “Isso nunca mais”, falei, a voz morta, o olho castanho dele rindo de mim enquanto saía do quarto, o corredor vazio me engolindo, o peso do que eu fiz me afundando. Mas naquela noite, no mercadinho, com a lata de leite e os tênis do Pedro na mão, o alívio veio, tímido, quase secreto, e eu dormi com um sorriso que não explicava.
No dia seguinte, voltei pro asilo, o coração pesado mas com um fogo novo no peito. Ele tava lá, no banco, me esperando, e eu sabia que não ia parar. Angela saiu do quarto de seu Aparecido com o coração disparado e os 200 reais queimando no bolso do uniforme. O peso do que havia feito ainda pairava sobre ela, mas, ao mesmo tempo, havia um alívio tímido, quase secreto, que ela não conseguia ignorar. Naquela noite, após o turno, ela passou no mercadinho perto de casa. As luzes fluorescentes zumbiam acima dela enquanto pegava uma lata de leite em pó, o suficiente para uma semana, e, com o que sobrou, comprou um par de tênis simples, azul-escuro, que viu na vitrine de uma loja de usados. Era pequeno, perfeito para os pés do seu filho, e o preço estava dentro do que ela podia pagar. Ao chegar em casa, colocou o leite na prateleira e os tênis ao lado da cama dele, que dormia tranquilo, alheio às tormentas da mãe.
Pela primeira vez em semanas, Angela dormiu com um sorriso leve nos lábios. Na manhã seguinte, quando o menino acordou e viu os tênis, seus olhos castanhos brilharam como estrelas. Ele correu até ela, abraçando suas pernas com força, e gritou um “obrigado, mamãe!” que fez o coração dela transbordar. Por um instante, tudo valeu a pena — a vergonha, o medo, o sacrifício. Ela o viu calçar os tênis, dançando pela sala apertada, e sentiu uma felicidade que há muito não conhecia. Mas, no fundo, sabia que aquilo era temporário. O aluguel ainda pendia sobre ela como uma espada, e o dinheiro não duraria para sempre.
No dia seguinte, ela voltou ao asilo com um misto de determinação e receio. Seu Aparecido estava lá, como sempre, no banco da área recreativa, as mãos calejadas cruzadas sobre os joelhos. Quando ela se aproximou, ele a cumprimentou com aquele sorriso torto que já começava a parecer familiar.
— E aí, moça? Pensou mais? — perguntou ele, a voz rouca carregada de uma calma quase provocadora.
Angela respirou fundo, sentindo o peso da decisão que já tomara na noite anterior.
— Ontem você disse 200 pela chupada. E hoje? — perguntou, tentando soar firme, mas com um tremor na voz.
Ele a encarou por um instante, os olhos escuros brilhando com algo que ela não conseguia decifrar.
— Os 200 foi só ontem. Hoje é 300. Mas é pelo serviço completo.
As palavras caíram como um trovão. Angela congelou, o coração disparando enquanto processava o que ele queria dizer. Serviço completo. Não era só a boca, não era só o que ela já havia feito. Era tudo. Ela pensou em recuar, em dizer não e sair dali correndo, mas os 300 reais ecoaram em sua mente. Era o suficiente para pagar uma parte do aluguel, para respirar por mais alguns dias. Ela engoliu em seco, hesitou, e então, com a voz quase sumindo, disse:
— Tá… tá bem.
Ele assentiu, sem surpresa, e disse que estaria no quarto à tarde, como na véspera. Angela passou o dia em um transe, os movimentos mecânicos enquanto cuidava dos idosos, a mente girando em torno do que estava por vir. Quando a hora chegou, ela repetiu o ritual: esperou os outros funcionários saírem, caminhou pelo corredor silencioso e bateu na porta dele. Ele a recebeu com a mesma calma de sempre, sentado na cama, o quarto banhado pela luz fraca do fim de tarde.
Ela começou como no dia anterior, ajoelhando-se diante dele, as mãos puxando a calça de elástico para baixo. O pau dele surgiu novamente, enorme, negro, imponente, e ela sentiu o mesmo choque misturado com admiração. Começou a chupá-lo, a boca envolvendo a cabeça, as mãos segurando a base e as bolas, tentando repetir o que havia funcionado antes. Mas, enquanto chupava, a realidade do “serviço completo” a atingiu. Aquilo não terminaria ali. Ela imaginou aquele monstro dentro dela, e o medo a atravessou como uma corrente gelada. Angela já havia feito muitos boquetes na vida — por necessidade, por curiosidade, por desejo —, mas sexo completo era raro. Três ou quatro homens, no máximo, nenhum como seu Aparecido, nenhum com um pau tão grande, tão intimidador. Ela chupou com mais força, quase como uma tentativa de evitar o próximo passo, mas ele a interrompeu.
— Levanta, moça. Tira a roupa — disse ele, a voz firme, mas sem rispidez.
Angela hesitou, mas obedeceu. Levantou-se devagar, os dedos trêmulos desabotoando o uniforme, deixando-o cair no chão. O sutiã veio em seguida, e então a calcinha, até que estava nua diante dele. O olhar dele percorreu seu corpo curvilíneo — a cintura marcada, os seios fartos, a bunda grande e redonda —, e ela viu um brilho de desejo nos olhos envelhecidos. Ele se levantou da cama, ainda forte apesar da idade, e a guiou com mãos firmes. Colocou-a de quatro, os cotovelos apoiados na cama, a bunda empinada para ele. Angela sentiu o ar frio contra a pele exposta, o coração disparado enquanto ele se posicionava atrás dela.
O colchão rangeu sob o peso dos cotovelos dela enquanto ela se ajustava, as mãos agarrando os lençóis finos do asilo como se fossem uma tábua de salvação. A cama era estreita, o cheiro de desinfetante e tecido velho impregnado no ar, mas tudo isso desapareceu quando ela sentiu as mãos calejadas dele em suas coxas. Ele as abriu com delicadeza, mas com firmeza, posicionando-a exatamente como queria. Angela respirava rápido, o peito subindo e descendo, os seios roçando contra o lençol áspero enquanto tentava se preparar. O medo pulsava em suas veias, mas havia também uma curiosidade sombria, uma tensão que ela não sabia nomear.
Ela ouviu o som dele cuspindo nas mãos, o atrito enquanto ele se preparava, e então sentiu a pressão da cabeça contra sua entrada. Era quente, grossa, e mesmo com a lubrificação improvisada, a sensação a fez prender o fôlego. Ele foi devagar, empurrando apenas a cabecinha, e Angela cravou as unhas nos lençóis, os dedos quase rasgando o tecido. A dor veio primeiro, aguda e intensa, como se seu corpo resistisse à invasão. Ela mordeu o lábio, tentando não gritar, os olhos fechados enquanto o corpo tremia. Ele parou por um instante, deixando-a se acostumar, e murmurou:
— Relaxa, moça. Vai entrar.
Ela assentiu, mais para si mesma do que para ele, e respirou fundo, tentando afrouxar os músculos tensos. Ele avançou mais, o resto deslizando aos poucos, centímetro por centímetro, e Angela sentiu cada detalhe — a largura esticando-a, o calor preenchendo-a, a pressão que parecia não ter fim. Era demais, grande demais, mas ela aguentou firme, os dentes cerrados, os nós dos dedos brancos contra o lençol. Quando ele finalmente estava todo dentro, ela soltou o ar que segurava, um gemido baixo escapando sem querer. O corpo dela estava no limite, entre a dor e algo que começava a se formar, algo que ela não esperava.
Ele começou a se mover, um vai e vem lento no início, testando os limites dela. Cada estocada era um impacto, um tremor que reverberava por seu corpo, fazendo seus seios balançarem contra a cama. Angela segurava firme, as unhas agora marcando o tecido, enquanto tentava se ajustar ao ritmo. A dor ainda estava lá, mas diminuía a cada movimento, dando lugar a uma sensação quente, quase elétrica, que subia por sua espinha. Ela não queria gostar, não podia gostar, mas o corpo traía sua mente. Um gemido mais alto escapou, ecoando no quarto pequeno, e ele riu baixo, a voz rouca cortando o ar.
— Tá gostando, minha puta? — perguntou ele, as mãos apertando os quadris dela com mais força.
Angela hesitou, a palavra a atingindo como um tapa. Mas então ela pensou em tudo — o abandono, as noites sem dormir, as lágrimas do filho, o desespero que a trouxera até ali. E, numa mistura de rendição e desafio, respondeu:
— Sim… come essa puta.
As palavras saíram roucas, quase um grito, e algo mudou. Ele acelerou, as estocadas agora violentas, profundas, o som dos corpos se chocando preenchendo o quarto. Cada movimento fazia Angela gemer mais alto, o som abafado apenas pela cama rangendo sob eles. O pau dele entrava mais fundo, tocando lugares que ela nem sabia que existiam, e a dor se misturava ao prazer em uma dança selvagem. Ela sentia as bolas dele batendo contra ela a cada estocada, o suor escorrendo pela testa, o calor entre as pernas crescendo até virar um fogo que ela não conseguia controlar.
Ele colocou uma mão na boca dela, os dedos ásperos pressionando seus lábios para abafar os gemidos que escapavam sem parar. Angela mordeu a mão dele sem querer, o gosto de sal e pele velha na língua, enquanto ele metia ainda mais fundo. O ritmo era implacável, as estocadas longas e poderosas, o corpo dela balançando com cada impacto. Os seios dela roçavam o lençol, os mamilos duros de uma excitação que ela não podia negar, e a bunda empinada tremia a cada vez que ele batia contra ela. O quarto parecia girar, o ar pesado com o cheiro de sexo e suor, os gemidos dela misturados aos grunhidos roucos dele.
Ela sentia ele pulsar dentro dela, o pau inchando ainda mais, e soube que ele estava perto. As mãos dele apertaram seus quadris com força, quase deixando marcas, e as estocadas ficaram descontroladas, brutais. Angela gritou contra a mão dele, o som abafado mas intenso, enquanto o prazer a atravessava como uma onda. Ele gozou então, um jato quente e grosso que a encheu, escapando pelas bordas e escorrendo pelas coxas dela. Era muito, como no dia anterior, uma torrente que parecia não ter fim, marcando-a por dentro e por fora. Ele continuou metendo enquanto gozava, prolongando o momento, até que finalmente parou, ofegante, o corpo pesado contra o dela.
Angela caiu na cama, os cotovelos cedendo, o rosto afundado no lençol. O coração dela batia descompassado, o corpo quente e trêmulo, a mente perdida entre o alívio e a confusão. Ele se afastou devagar, puxando a calça para cima, e jogou as notas de 300 reais ao lado dela.
— Você é boa, moça — disse ele, a voz calma novamente. — Se quiser mais, já sabe onde me achar.
Ela não respondeu. Apenas pegou o dinheiro, vestiu-se em silêncio e saiu do quarto, o corpo ainda sentindo os ecos do que acabara de acontecer.
Na manhã seguinte, Angela acordou com uma sensação estranha no peito, um misto de alívio e culpa que ela não conseguia desenredar. O sol entrava tímido pelas frestas da janela, iluminando a pequena sala onde as notas de 300 reais repousavam sobre a mesa, ao lado de uma pilha de contas. Ela se sentou, ainda de camisola, e começou a fazer as contas. O leite, os tênis, a comida — os 200 reais do primeiro dia haviam dado um fôlego. Os 300 reais do dia anterior eram um passo maior. Com mais um pouco, só mais um pouco, ela poderia colocar as dívidas em dia, pagar o aluguel atrasado, talvez até comprar um casaco novo para o filho antes que o inverno chegasse. Pela primeira vez em meses, a luz no fim do túnel parecia real, palpável, e isso a fez levantar da cadeira com uma determinação silenciosa. Ela ia voltar ao quarto de seu Aparecido.
O dia no asilo passou como um borrão. Angela cuidava dos idosos com mãos firmes, mas a mente estava em outro lugar. Cada vez que passava pelo corredor onde ficava o quarto dele, seu coração dava um salto. Ela sabia o que a esperava, sabia o que tinha que fazer, e, apesar do peso que isso trazia, havia uma parte dela que aceitava o caminho. Quando o turno acabou, ela repetiu o ritual: esperou os colegas saírem, deixou o silêncio tomar o prédio e caminhou até a porta dele. Bateu de leve, o som ecoando em seus próprios ouvidos como um tambor.
A porta se abriu, e lá estava ele, seu Aparecido, sentado na cama com aquele sorriso torto que parecia conhecê-la melhor do que ela mesma. Ele a encarou por um instante, os olhos escuros brilhando com uma certeza quase profética, e disse:
— Sabia que você vinha, minha puta.
As palavras a acertaram como um soco, mas ela não recuou. Engoliu em seco e entrou, fechando a porta atrás de si. Antes que pudesse perguntar o que ele queria dessa vez, ele levantou uma sobrancelha e continuou:
— Mas hoje a proposta vai ser diferente.
Angela franziu o cenho, o coração acelerando.
— Diferente como? — perguntou, a voz hesitante, quase um sussurro.
Foi então que ela ouviu passos vindo do pequeno banheiro anexo ao quarto. A porta rangeu ao abrir, e de lá saíram quatro homens — todos negros, todos idosos, todos conhecidos dela. Eram os velhinhos que ela cuidava no asilo: o Sr. Manoel, com sua bengala que nunca usava; o Sr. João, de voz rouca e riso fácil; o Sr. Carlos, sempre quieto mas gentil; e o Sr. Antônio, que gostava de contar histórias de juventude. Eles estavam ali, alinhados como soldados, com um brilho nos olhos que ela nunca vira antes. Angela congelou, o ar preso nos pulmões, enquanto seu Aparecido se levantava da cama e explicava:
— Minha aposentadoria não dá pra bancar todo dia, moça. Mas hoje vai ser especial. Somos cinco bons homens, e tem 1.500 reais na sua mão se você quiser.
Ele apontou para os velhinhos, e ela viu as notas — cada um segurava uma quantia, amarrotada mas real, somando o total que ele prometera. Mil e quinhentos reais. Era mais do que ela imaginava, mais do que suficiente para pagar tudo, para sair do buraco, para respirar. Ela olhou para o dinheiro, depois para os rostos deles, e algo dentro dela se partiu. “Sou uma puta mesmo”, pensou, a frase ecoando em sua mente como um mantra. Não havia mais volta. Com um suspiro trêmulo, ela começou a se despir.
Primeiro a blusa do uniforme, os botões cedendo um a um sob seus dedos nervosos. Depois o sutiã, revelando os seios fartos que balançaram livres. A calça caiu em seguida, e a calcinha, até que estava nua diante deles, o corpo curvilíneo exposto à luz fraca do quarto. Os velhinhos formaram um círculo ao seu redor, quase instintivamente, e Angela caiu de joelhos no chão frio. Ela não pensava mais — apenas agia. Abocanhou o primeiro, o Sr. Manoel, com vontade, a boca quente envolvendo-o enquanto as mãos seguravam a base. Ele era menor que seu Aparecido, mas ainda firme, e ela chupou com força, a língua dançando na cabeça enquanto ele gemia baixo.
Passou para o Sr. João em seguida, depois o Sr. Carlos, e por fim o Sr. Antônio, chupando cada um com a mesma dedicação, os sons molhados e os gemidos roucos enchendo o quarto. Eles a cercavam, ofegantes, e ela sentia o poder e a vergonha misturados em cada movimento. Quando terminou o círculo, levantou-se e caminhou até o sofá puído no canto do quarto. Deitou-se de costas, as pernas abertas, e disse com uma voz que mal reconhecia como sua:
— Vem.
O Sr. Manoel foi o primeiro. Ele se posicionou entre as coxas dela, as mãos trêmulas segurando seus quadris, e a penetrou devagar. Angela fechou os olhos, sentindo-o entrar, o corpo se ajustando enquanto ele começava a se mover. Não era como seu Aparecido, mas ainda assim a fazia arfar. Ele meteu por alguns minutos, os gemidos baixos escapando dele, até que se afastou, ofegante. O Sr. João veio em seguida, mais rápido, mais ansioso, e depois o Sr. Carlos, silencioso mas firme. O Sr. Antônio foi o último, e quando ele terminou, ainda sem gozar, seu Aparecido se aproximou.
— Agora atrás — disse ele, a voz grave cortando o ar. — Eu serei o primeiro.
Angela arregalou os olhos. Ela nunca tinha dado o cu. Nunca. O pensamento a aterrorizou, mas ela olhou para os 1.500 reais na mesa ao lado e pensou: “Já fiz tudo isso mesmo. Que custa dar o cu?” Respirou fundo e assentiu. Ele cuspiu na mão, esfregando-se para lubrificar, e a virou de bruços no sofá. Ela apoiou os joelhos no chão, a bunda empinada, o coração disparado enquanto ele se posicionava. A pressão veio primeiro, lenta, a cabeça grossa forçando sua entrada. Angela gemeu baixo, mordendo o lábio para não gritar, as mãos agarrando o estofado enquanto a dor a atravessava. Ele ia devagar, mas aumentava a cada segundo, empurrando mais fundo, e ela sentia o corpo resistir e ceder ao mesmo tempo.
— Relaxa, minha puta — murmurou ele, as mãos nos quadris dela, e ela tentou, soltando o ar em respirações curtas. Quando a cabeça passou, o resto veio mais fácil, mas ainda era intenso, um estiramento que a fazia gemer baixo, quase um choro abafado. Ele começou a se mover, o vai e vem lento no início, mas logo ganhando força. Angela segurava firme, os dedos cravados no sofá, enquanto ele a comia com estocadas profundas, o som dos corpos ecoando no quarto.
Então ela teve uma ideia. Olhou para o Sr. João, parado ali, e disse:
— Senta no chão.
Ele obedeceu, confuso, e ela se moveu, montando em cima dele, a boceta envolvendo-o enquanto mantinha a bunda exposta. Virou-se para seu Aparecido e pediu:
— Continua comendo meu cu.
Ele riu, um som rouco e satisfeito, e voltou a penetrá-la, agora mais fundo, enquanto o Sr. João metia por baixo. Angela sentiu os dois dentro dela, o prazer e a dor se misturando em uma sensação avassaladora. Ela chamou os outros:
— Você, na minha boca. Vocês dois, nas minhas mãos.
O Sr. Manoel ficou na frente, e ela abocanhou-o com força, enquanto o Sr. Carlos e o Sr. Antônio se posicionaram ao lado, cada um em uma mão. Ela os masturbava com vigor, a boca chupando, o corpo balançando entre os cinco. Era preenchida de todos os modos possíveis, os gemidos abafados pelo pau na boca, o suor escorrendo pelo rosto, o calor entre as pernas explodindo. E então veio o ápice — orgasmos múltiplos, um após o outro, ondas que a fizeram tremer, gritar contra a carne na boca, o corpo convulsionando enquanto eles continuavam.
Exausta, ela caiu no chão, nua, ofegante, e os velhinhos se aproximaram. Um por um, gozaram sobre ela — jatos quentes e grossos que caíram nos seios, no rosto, na barriga. Ela esfregou a porra pelo corpo, passou na boca, o gosto salgado misturado ao suor, e olhou para o dinheiro na mesa. Todas as dívidas pagas. Tudo em dia. E pensou, com uma clareza fria e cortante: “Sou uma puta. Uma puta mesmo.”