O Casamento Arranjado! Cap.11 Segunda Temporada

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 1614 palavras
Data: 04/03/2025 00:29:33

Resolvi que a pesca já estava no fim pra mim. O sol praticamente já tinha se escondido no horizonte, e a ideia de voltar para a fazenda parecia mais atraente.

Depois de recolher os poucos peixes que peguei, levantei e vim andando , quando notei um movimento à distância, perto das árvores, um pouco afastado do caminho principal. Dei um passo atrás, tentando entender o que estava acontecendo, e foi aí que vi.

Era Lucas. E ele não estava sozinho.

Com os olhos fixos, tentei compreender a cena antes de reagir. Ele estava encostado em uma das árvores, com Vinícius, o novo funcionário da fazenda, preso contra o tronco. Os dois estavam tão envolvidos que não perceberam minha presença, e os sons abafados que saíam deles só me confirmaram o que eu temia.

Vinícius não era exatamente o tipo de pessoa que eu imaginava ver envolvido em algo assim, mas ali estava ele, com os dedos de Lucas enterrados na sua pele enquanto os dois trocavam carícias e sorrisos, completamente alheios à paisagem ao redor.

Pisquei, sem saber se deveria me afastar ou enfrentar a situação. Eu não sabia o que fazer. Ao mesmo tempo, sentia um incomodo crescente dentro de mim. Não era ciúmes exatamente, mas algo mais... desconcertante. Não queria ser pegando em algo tão íntimo de Lucas, ainda mais com Vinícius, que mal tinha chegado na fazenda.

Foi então que Túlio, que tinha se afastado um pouco para pegar mais isca, viu a cena também. Ele parou imediatamente, seus olhos fixos naquilo que estava acontecendo, e antes que eu pudesse impedir, ele começou a caminhar na direção deles, com passos largos e rápidos.

— Caralho, Lucas! O que você tá fazendo? — ele gritou, a voz cheia de incredulidade.

A reação de Lucas foi imediata. Ele deu um pulo, se afastando rapidamente de Vinícius, enquanto Vinícius, mais confuso do que envergonhado, tentava arrumar sua roupa.

— Túlio, pelo amor de Deus... — Lucas começou, tentando explicar. Eu percebia que ele estava corado, mas ao mesmo tempo tentando manter uma calma aparente.

— E agora? Vai me dizer que eu tô vendo coisa? — Túlio continuava, com os olhos estreitados, claramente irritado. Ele olhou para mim como se me pedisse apoio, mas eu só conseguia ficar em silêncio, observando o que parecia ser uma bomba prestes a explodir.

Miguel, que até então estava no rio, emergiu rapidamente, ouvindo o barulho da confusão, e ao ver o que estava acontecendo, soltou uma risada baixa, quase como se estivesse se divertindo.

— Essa foi boa... Eu já sabia que ia dar merda — ele disse, se aproximando, agora com um sorriso de quem tinha esperado esse tipo de conflito acontecer.

— Cala a boca, Miguel — Túlio rosnou. Ele olhou para mim, visivelmente tenso, como se estivesse esperando que eu falasse alguma coisa. Mas eu não sabia o que dizer. A cena estava fora de controle.

Lucas, com a respiração acelerada, tentou falar de novo, mas Túlio o interrompeu.

— Não adianta, Lucas. Eu sei o que você tá fazendo. E é melhor ficar claro de uma vez por todas — ele disse, ainda com raiva.

Eu senti uma pressão crescente na minha cabeça. As palavras de Túlio estavam pesando sobre todos nós, e a situação parecia irremediável. Eu não estava certo sobre o que fazer, mas sabia que as tensões entre nós estavam atingindo um ponto de não retorno.

Miguel, por sua vez, parecia bem mais calmo, como se estivesse apreciando a cena, e com isso, ele jogou mais lenha na fogueira.

— Bom, já que a conversa está tão interessante, posso dar uma sugestão? Deixar a poeira abaixar e quem sabe, aproveitar para resolver tudo de uma vez. — Miguel se aproximou mais ainda, fazendo Túlio soltar um resmungo baixo.

Lucas ficou quieto, claramente desconfortável, e Vinícius, agora vestido e sem graça, olhou pra baixo, tentando se afastar do foco da atenção.

O clima estava mais tenso do que eu jamais esperaria. A briga que vinha se desenrolando entre Túlio e Miguel parecia ter ganhado uma nova camada de complexidade, e agora, Lucas parecia ser o ponto de interseção, com a revelação de seu envolvimento com Vinícius.

Eu estava perdido entre o desejo de acabar com aquilo e o medo do que viria depois. Sabia que algo iria mudar entre todos nós, mas não tinha ideia de como isso acabaria. Eu não sabia até onde as picuinhas de Túlio com Miguel podiam chegar, e muito menos o impacto que a confusão de Lucas causaria para todos nós.

__________________________________________

A tensão estava no auge, eu sentia que o clima só piorava a cada minuto. Lucas ainda estava nervoso, tentando evitar mais

confrontos, mas o estrago já estava feito.

- Como é que pode, André?- Túlio resmungava, caminhando de um lado para o outro. - Como é que você pode simplesmente ficar de braços cruzados enquanto a fazenda inteira vai pro inferno? Você viu aquilo, né? *Aqueles* dois se pegando como se fosse normal! E aquele desgraçado do Miguel, debochando de todo mundo! Onde que a gente foi parar?"

Eu olhei para ele, tentando manter a calma, mas a irritação de Túlio estava começando a me afetar. Ele não parecia querer entender que, de certa forma, eu já sabia o que estava acontecendo. E não, não era fácil para mim também. Mas não valia a pena discutir com ele no momento.

- Túlio, para de gritar! - falei tentando ser firme - Eu não tô aqui pra bancar juiz da vida dos outros. Se você tem algum problema com isso, resolve com eles. Não fica jogando toda essa raiva em cima de mim."

Mas ele não se controlou. Não dessa vez.

- Resolve com eles?! E você acha que isso vai acabar assim? Você acha que vai ficar tudo bem?! Eu tô vendo essa fazenda afundando por causa desses malucos, e você fica aí, quieto! Cadê o André que mandava aqui? Cadê o cara que não deixava nada passar? Não tem mais nada de coragem em você, André! Nada! - Ele se aproximou mais, ficando a poucos centímetros do meu rosto, os olhos cheios de frustração.

Eu respirei fundo, tentando não perder a cabeça. Não era a primeira vez que Túlio tentava me provocar desse jeito, mas a cada palavra dele, a raiva dentro de mim aumentava.

- E você acha que gritar vai mudar alguma coisa? - retruquei, tentando me manter calmo - Você também não ajuda, Túlio. Sabe o que faz? Só joga gasolina no fogo! Isso é o que você faz."

Ele ficou em silêncio por um segundo, o olhar mais pesado do que nunca, mas então se virou de repente, batendo os pés no chão, como se o mundo inteiro estivesse contra ele.

- É isso que você faz, André. Você só fica se escondendo! Não é mais o mesmo! Você acha que eu não vejo o que tá acontecendo? Você não faz nada, porque não passa de um viadinho igual a eles! - Ele estava quase gritando agora, sua voz quebrando com a raiva que ele não estava conseguindo conter.

E foi nesse momento que Eduardo, que estava vindo na nossa direção, finalmente não aguentou mais a situação. Eu o vi se aproximando rapidamente, e quando ele chegou perto, não hesitou. Em um movimento rápido, ele deu um tapa na cara de Túlio com força, fazendo o som do golpe ecoar pelo campo.

Túlio, atônito e com a cara vermelha de raiva, ficou parado por um segundo, tocando a face onde Eduardo o acertou, sem acreditar no que acabara de acontecer.

- Tá achando que pode continuar assim, gritando e enchendo o saco de todo mundo? - Eduardo perguntou, sua voz baixa, mas carregada de autoridade. - Você acha que é fácil? Você acha que a vida aqui é um campo de guerra onde você pode soltar toda essa merda sem pensar nas consequências? Eu não sou seu amigo, Túlio. E eu não vou deixar você destruir a gente assim!

O silêncio se estendeu por alguns segundos enquanto Túlio processava o tapa e as palavras de Eduardo. Ele não sabia o que dizer. Ele queria gritar, queria brigar, mas algo na postura de Eduardo o fez hesitar.

- Eu...- Túlio começou, tentando falar, mas a voz saiu falha. - Eu só... Eu só não aguento mais. Tá tudo errado, Eduardo. Tô cansado de ver tudo indo pro ralo e ninguém fazendo nada. Eu já não sei mais o que fazer.

Eduardo, com os punhos ainda cerrados, respirou fundo, mas sua expressão suavizou um pouco. Ele se aproximou de Túlio, colocando a mão no ombro dele, quase como se fosse um gesto de apoio.

- Você quer resolver as coisas, Túlio? Então pára de gritar, pára de fazer drama e começa a pensar de cabeça fria. Ninguém aqui é perfeito, mas a gente tem que tentar. Não adianta brigar por tudo, sempre.

Eu estava em choque. A cena havia sido tão repentina, e a briga entre eles, de certa forma, mostrava o quanto as coisas tinham chegado ao limite. Todos nós estávamos presos em nossos próprios conflitos, e até Eduardo, que normalmente tentava mediar, não aguentou mais. Ele também estava no limite.

Túlio não falou mais nada, só ficou parado, a cabeça baixa, respirando pesadamente, como se tivesse chegado ao fim de uma longa batalha interna. E, de repente, eu percebi algo.

Não era só o clima na fazenda que estava tenso. Estávamos todos de alguma forma perdendo o controle, tentando lidar com os próprios sentimentos e frustrações, mas as brigas estavam nos corroendo.

Eduardo olhou para mim, e eu vi uma mensagem clara em seus olhos: ele sabia que aquilo ainda estava longe de acabar. Mas talvez, só talvez, fosse o momento de tomarmos um rumo diferente.

Continua...

ENTREM NO GRUPO DO LIVRO NO WHATSAPP

https://chat.whatsapp.com/FKdxVOBwKhM5uCk3lcFRtu

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Alex Lima Silva a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários