Personagens do Signo:
ADOLFO (https://postimg.cc/dhTqK4pD)
Outros Personagens:
LAIS (https://postimg.cc/N5C1njvB)
MASCARENHAS (https://postimg.cc/BL8Wx63b)
Características Signo: Resiliente, Tolerante, Confuso, Sujeito à mudanças ou transformações, Capacidade de autocura e Cuidar ou proteger as pessoas.
Elemento: Fogo (Enérgico)
Continuando ...
[ADOLFO (POV)]
Eu olhei pra bandeja, vi a garrafa e só tinha uma coisa a fazer ...
Voltei pra recepção do hotel, mas as acomodações mais baratas estavam lotadas e as outras, mais caras, eram um preço exorbitante. Tentei subornar, mas não obtive o resultado que eu queria, entretanto consegui com que me reservassem uma acomodação com preço mais em conta no hotel ao lado.
Tentei conseguir informações sobre Ariano, mas a política de sigilo para hóspedes, eram seguidas à risca, ou a quantia que eu ofereci, não foi o suficiente.
Fui para o outro hotel e me hospedei. Eu estava só com uma mochila, com algumas mudas de roupa, pois não pretendia estender a minha viagem.
Finalmente, eu tinha uma conexão Wi-Fi. Olhei para o número que havia me ligado, e fiquei com mais raiva. Eu quase liguei de volta, só pra mandar um “vai tomar no cu”, mas fiquei na minha.
Eu realmente precisava falar com alguém. Tentei ligar para o Caique, e não consegui. Liguei pro celular dele, mas só dava caixa postal e deixei mensagem no WhatsApp. Chamei, então, e falei com a Giulia e ela me disse que o pai estava viajando à trabalho e que ficaria uns dias fora. Como alternativa, liguei pra Priscila.
Adolfo – Oi, Pri.
Priscila – Tudo bem, “Goose”? Você conseguiu achar a sua ex?
Adolfo – Não consegui ... Cheguei atrasado. Acho que fiz alguma confusão com o fuso horário em alguma conexão e, a essa hora, já devem estar indo para as Maldivas.
Priscila – Esses riquinhos sabem aproveitar o dinheiro que tem ... Bateu até uma inveja agora!
Adolfo – Eu tô muito cansado! A minha vontade era voltar agora mesmo, mas eu comprei a passagem de volta pra amanhã.
Priscila – Sinto muito, mas nem tudo está perdido. Quando você encontrar com ela, é só você contar tudo que você descobriu, e ela pedir o divórcio. Enquanto isso, aproveite que você está aí e faça algum passeio. Você tá em Dubai, cara! Dubai!
Adolfo – Acho que você está certa. Afinal, eu sou um sagitariano, e dizem que as pessoas desse signo gostam de viajar e de aventuras.
Priscila – Sagitário é um signo maneiro. Eu sou de pisciana, mas eu queria ser de sagitário. Quando você faz aniversário?
Adolfo – 30 de novembro.
Priscila – Sério? Isso explica muita coisa.
Adolfo – Explica o que?
Priscila – Pode parecer loucura ... E se eu te dissesse que o seu signo não é sagitário?
Adolfo – Eu ficaria surpreso, mas tanto faz, porque eu não acredito nessas coisas.
Priscila – Ôôô homem de pouca fé ... Eu vou explicar pra você. Existe um 13º signo, que é chamado Serpentário, ou Ofiucos. Há uma grande controvérsia sobre a sua existência e nem todos aceitam esse 13º signo. Dizem até que é invenção da NASA, mas a constelação sempre existiu e, por conveniência, ou preguiça de quem criou a astrologia, deixou de fora este signo, que se não me engano, começa justamente no dia 30 de novembro e vai até 17 de dezembro.
Adolfo – Que maluquice!
Priscila – Você achou? Então escuta isso ... A pessoa desse signo tem o elemento “fogo”, igual a sagitário, mas em vez de viajar, as pessoas deste signo são resilientes e gostam mesmo é de ajudar aos outros ou de procurar ajuda.
Adolfo – Ajudar?
Priscila – Sim. O símbolo de serpentário é um homem segurando uma serpente, referência essa ao Deus grego Asclepius, que era o Deus curandeiro. As pessoas deste signo, geralmente têm essa tendência de curar, ou ajudar os outros. Fez a ligação?
Adolfo – Nada a ver comigo.
Priscila – Pode ser que sim … pode ser que não! Mas e quanto a ser tolerante ou confuso? É outra característica do signo. Autocura também é outra característica. Na verdade, como eu disse antes, existem controvérsias, mas não vejo você como sagitariano raiz.
Adolfo – Esse lance de viagem, eu realmente nunca fui muito fã. Só a trabalho, ou pra agradar os filhos e a esposa ... ex-esposa.
Priscila – E aventuras?
Adolfo – Sou até bem parado, nesse sentido. De uns tempos pra cá, desde que eu fiquei divorciado, eu tentei ser mais “aventureiro”, mas antes era eu, com meus filhos e Diana, assistindo filmes ou séries, bebendo whisky, indo ao clube pra relaxar ou trabalhando.
Priscila – Se liga “Goose”, você é um serpentário. Isso é muito maneiro! Por isso você é tão resiliente e está sempre se levantando, mesmo depois das várias porradas que tomou na vida, sempre se “curando”.
Ainda disse que o principal desafio do serpentário, é aprender a lidar com falhas e obstáculos, entendendo que nem sempre as coisas saem como foram planejadas e que tudo pode ser consertado.
Ela foi falando mais coisas sobre mim, me enaltecendo e, de repente, aquela frustração que havia me tomado, sumiu.
Eu a agradeci pela conversa e disse que no dia seguinte, voltaria ao Brasil.
Eu estava criando coragem pra ligar pra casa, mas eu não sabia como Suzy e Jonathan iriam reagir. Eu havia falhado e agora estava aqui nessa cama de hotel, sozinho. Pensei em ligar pra Cida, mas eu também não queria falar sobre a Diana com ela. Eu precisava relaxar e... beber, eu não iria de jeito nenhum.
Liguei a TV, procurando por algum canal de esporte, mas não achei nenhum. Eu estava tão cansado que acabei cochilando. Não devo ter dormido muito tempo, pois acordei em um sobressalto com o que havia sonhado.
Sonhei, com riqueza de detalhes, que eu havia chegado ao casamento e contava tudo o que eu tinha pra falar e ela, com raiva dele, arrancava o vestido de casamento e ficava nua.
Eu fazia a mesma coisa, ficando nu e colocava ela pra mamar o meu pau na frente de todos os convidados dele, humilhando o noivinho corno, que se orgulhava em buscar uma esposa capricorniana, que nunca o trairia.
Depois eu chupava aquele grelo grande que ela tem, arrancando gemidos, que ecoavam pelo salão, enquanto os convidados riam e debochavam do noivo, sendo corno no dia do casamento.
Depois ela se posicionava de quatro, olhando pra ele e eu pedia para ela o chamar de corno e de otário na frente de todos. Valeska e Alba se aproximaram e entraram na putaria, também caçoando do Ariano. Eu estava metendo na Diana, a noiva dele, sendo beijado pela Valeska e Alba e chamando ele de corno desgraçado.
Adolfo – Roubou a minha esposa? Estou roubando as suas também ...
Depois de meter na Diana e fazê-la gozar, eu comi o cuzinho dela também e, no final, gozei em sua boca, mas pedi para ela pra não engolir, e sim pra ela beijar o noivo. Todos os convidados ficariam chocados e escandalizados.
Era uma pena que nada daquilo havia realmente acontecido e eu fiquei pensando o que eu iria fazer a seguir.
[DIANA (POV)]
Padre – Diana Di Capri, você aceita o Ariano Flores, como seu legítimo esposo, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
Olhei bem nos olhos dele e só existia uma palavra a ser dita.
Diana – Chega!!! – Falei firme e decidida.
Ariano – O que? – Perguntou Ariano, fingindo não entender, com cara de assustado.
Diana – Isso mesmo que você ouviu! Chega! – Repeti, elevando a minha voz.
Ariano – Não estou entendendo, Diana...
Peguei o celular que ele me havia presenteado, joguei no chão e, sem nenhuma delicadeza, pisei na tela com meu sapato de salto agulha de 12cm.
Diana – PORRA, ALÉM DE BROXA, VOCÊ É BURRO? Eu Disse CHEEEGAAAA!!! – Gritei com força, expelindo todo o ar que eu tinha nos meus pulmões.
Todos ficaram chocados com o que eu falei e ninguém estava entendendo nada.
Diana – Estou seguindo o conselho que você me deu lá atrás, lembra? Naquele seminário. Chega de mentiras, Ariano! Chega de truques e manipulações! Chega!!! – Repeti mais uma vez, firme e resoluta.
Letícia – DIANA, VOCÊ ENLOUQUECEU? – Gritou Letícia, com aqueles olhos lilases, que agora pareciam quase vermelhos de tanto ódio de mim.
Diana – Cala a sua boca, que eu cansei de você também! Chega de chantagens! SUA COBRA MALDITA! – Gritei de volta para ela.
Fui até Letícia e, dessa vez, lhe dei um soco!
Diana – Nunca mais se meta com meus filhos!
Ariano – Diana, que loucura é essa? – Ariano atônito, indagou-me, não acreditando no que acontecia.
Fui até onde o padre estava e peguei o microfone dele.
Diana – Caros convidados, peço desculpas a todos, mas não haverá mais casamento! Eu nunca me casaria com um bandido, farsante, pedófilo, estuprador, e que, ainda por cima, é broxa. Vocês podem estar se perguntando: como um broxa pode ser pedófilo e estuprador, certo? Pois perguntem para ele o que ele usa. O meu Adolfo, nunca precisou disso! Nunca! Ele sim, é um homem de verdade, que mesmo cansado do trabalho, mesmo sem dormir, como diversas vezes aconteceu ... Ele sempre esteve lá, por mim e sempre me deu prazer, quando eu precisei, sem usar nada. Você é uma fraude, em todos os sentidos!
Ana Lúcia – Diana, vamos conversar ... – Falou Ana Lúcia, tentando ser diplomática, mas eu a interrompi.
Diana – Outra hora a gente conversa. Eu agora tenho muito o que fazer! Adeus!
Comecei a andar pelo salão, pra ir embora dali.
Ariano – VOCÊ ACHA QUE PODE ME INSULTAR ASSIM? VOLTE AQUI, QUE O CASAMENTO NÃO ACABOU! – Berrou Ariano comigo, de uma forma que nunca ouvi antes.
Ariano veio em minha direção, com ódio no olhar, mas um homem que estava no fundo do salão, vestido de Sheik se levantou, junto com dois outros homens, e correu até onde eu estava. Os dois homens já estavam com o paletó aberto e apresentavam as suas armas.
Eu olhei pra ele e sorri.
Caíque – Se encostar um dedo nela, você leva um tiro na cabeça de cima e outro na de baixo. – Falou firme, sem titubear, mostrando a Ariano que era sério.
Babi – Caíque!!! O que você está fazendo aqui? – Perguntou Babi, com medo e assustada.
Caíque – Fui convidado pela noiva e vim ajudar uma amiga!
Babi – E quem são estes homens que estão ao seu lado?
Caíque – São seguranças que a Diana me pediu para trazer. Como o Ariano sempre anda com seguranças armados, ela quis igualar as possibilidades. Não quis correr riscos, entendeu?
Letícia que ainda estava no chão, se levantou e pediu ajuda pros seguranças, mas eles não tiveram tempo de reagir. Ariano estava ao nosso lado, enquanto eles estavam afastados. Se tentassem alguma coisa, o resultado poderia ser muito pior. Daquela forma, eu e Caíque pudemos sair do salão, sem sermos impedidos ou molestados.
Diana – Sônia, Jéssica ... Vamos!
As duas estavam sem entender nada, mas vieram comigo.
Diana – Obrigada, Caíque! Esse disfarce de Sheik ficou perfeito. Só te reconheci, quando você se levantou.
Caíque – Temos que sair daqui e ir embora pro Brasil, o mais rápido possível. – Retrucou Caíque, de forma urgente, dizendo que aquela não era hora pra conversas.
Jéssica – O que está acontecendo? Tá parecendo filme de ação ...
Sônia – Você é doida, Diana! A propósito, seu vestido é lindo e você está maravilhosa!
Agradeci a Sônia e fomos direto ao aeroporto, onde o avião que eu fretei nos aguardava. Depois que praticamente fugi de Dubai, sendo assistida pelo meu grande aliado Caíque, ainda durante o voo, recebi uma chamada da Megumi.
Megumi – Menina, você não sabe o que está acontecendo aqui? Está uma loucura.
Diana – Eu imagino. O Ariano deve estar soltando fogo pelas ventas.
Megumi – Mais do que isso, depois que você saiu, ele ficou nervoso e desnorteado, ao mesmo tempo. Ele não conseguia entender como você conseguiu ludibriá-lo daquela forma. Ele disse que tinha certeza absoluta de que você estava apaixonada por ele.
Diana – Esse sempre foi o meu objetivo. Para poder enganá-lo, eu tinha que me mostrar perdidamente apaixonada por ele. Caso contrário, seria difícil ele cair na nossa armadilha. E está tudo bem com vocês?
Megumi – A gente está bem, mas o Ariano está maluco! Acho que ele recebeu alguma notícia muito ruim e está quebrando tudo por aqui. Os seguranças até tentaram contê-lo, mas ele disse que pagaria todos os estragos e está destruindo o salão.
Diana – Deve ser algo relacionado com a investigação.
Megumi – É possível. Se eu tiver alguma outra informação, eu te ligo.
Diana – Ok. Mas, você, a Blanca e a Martina têm que tomar cuidado. Se ele descobrir que vocês me ajudaram, vai sobrar para vocês.
Megumi – Pode deixar, eu vou avisá-las. E tem mais ...
Diana – Mais?
Megumi – Sim, o Ariano expulsou todas nós daqui. O Mascarenhas já nos está esperando. Iremos voltar, imediatamente para o Brasil. Vão ficar somente ele e a Letícia. A Babi também queria ficar, mas o Ariano foi rude com ela. Grosso mesmo, e ela já avisou que vai direto para a casa da filha.
Diana – Nossa, que coisa.
Megumi – Boa viagem.
Diana – Para vocês também. Nos vemos em SP.
Ainda durante a viagem, eu peguei meu celular antigo e tentei ligar para os meus filhos e para o Adolfo, para contar o que havia acontecido, mas não consegui. Eu ainda estava “bloqueada” para os meus filhos e o telefone do Adolfo dava como “fora de área”.
Perguntei ao Caíque se ele tinha falado com a Giulia sobre o que tinha acontecido e ele me respondeu que ainda não havia contado, mas que iria tentar ligar para ela. Eu pedi para ele que, quando falasse com ela, se ela poderia avisar a Suzy, e assim ele fez.
Em menos de 10 minutos, minha filha estava me ligando. Não contei todos os detalhes. Disse que ainda precisava de alguns dias para “encerrar, de uma vez por todas”, aquela história. Contudo, uma coisa que ela me contou, me deixou preocupada: o Adolfo estava em Dubai.
E isso poderia ser um problema. Por esse motivo, liguei para os seguranças que o Caíque tinha contratado e pedi que continuassem de vigília com o pessoal do Ariano. Mandei uma foto e o número do telefone do Adolfo para eles, dizendo que pagaria muito bem pela proteção dele.
Eu não queria alarmar os meus filhos, mas queria contar o que tinha acontecido, pessoalmente. Por esse motivo, antes de irmos para SP, fizemos uma parada estratégica em Brasília. Eu tinha que me prevenir de possíveis retaliações.
Todas as esposas ficam perplexas com o que eu aprontei no casamento e eu queria dar uma satisfação para elas. Principalmente as que não sabiam quais eram os meus motivos para fazer o que fiz.
Dois dias depois que cheguei, eu fui até a mansão. Eu sabia que só estavam as esposas e os empregados. Já na mansão, todas as esposas estavam juntas, exceto a Letícia, que ficou com o Ariano e a Babi, que tinha ido visitar a filha. Ou seja, estavam na casa: Ana Lúcia, Flávia, Megumi, Alba, ou melhor, Blanca, Martina, Jordana, Valeska e Olga. A Agatha também estava na mansão, mas essa, a meu pedido.
Quando entrei na casa, percebi um clima indecifrável. Parecia que, ao mesmo tempo em que estavam tristes, estavam intrigadas, confusas e raivosas.
Todas ficaram surpresas com a visita e começaram a discutir comigo. Era um tal de “porque para lá”, “porque para cá”, ameaças e tudo mais. Eu pedi que todas se acalmassem e se dirigissem para a sala de jantar que eu iria explicar os meus motivos. Mesmo a contragosto, todas me acompanharam.
Eu estava carregando uma enorme caixa nas mãos e deixei-a em cima da mesa de jantar e então começamos a conversar.
Jordana – Diana, é bom você explicar mesmo, caso contrário nós vamos sair na porrada. – Bradou Jordana, dando um soco na sua outra mão.
Diana – Pode ficar tranquila, que eu vou explicar tudo. Até porque, não tenho a menor intenção de trocar socos com você. Depois que eu contar tudo, ficará a cargo de vocês a decisão dos próximos passos que querem dar. Bom, em primeiro lugar, eu fiz o que fiz, pois, amo a minha família, inclusive o meu marido, na verdade ex-marido. E, por amá-los, eu tinha um objetivo que era conseguir nos livrar, definitivamente, das garras do Ariano. O custo das minhas atitudes foi perder o amor da minha familia, mas era um risco que eu assumi para poder ver, a todos, seguros. Agora, todas as minhas forças serão direcionadas para recuperar o que for possível do que eu perdi.
Olga – Estranho... você parecia muito apaixonada pelo Ariano. E ele por você.
Diana – Isso fazia parte da minha estratégia. E foram vocês mesmas que me alertaram. Quantas vezes eu não ouvi como o Ariano era obstinado, determinado, não aceitava “não” como resposta, sempre conseguia o que queria, por bem ou por mal, etc. Eu nunca me casaria com um homem como ele. Eu tentei me ver livre dele, a primeira vez, depois da viagem pelo nordeste, mas não funcionou. Por esse motivo, eu tive que mudar a minha estratégia e me tornar uma futura esposa apaixonada.
Valeska – Não entendi onde a viagem ao nordeste, entra nessa história?
Diana – Bom, isso não vem ao caso. Não é o que eu quero falar com vocês … o importante é que eu sempre amei a minha familia e tinha que nos livrar do Ariano. Eu acredito que vocês não o conhecem, mas hoje vão conhecê-lo um pouco melhor. E tudo começou com a Alba ... por falar nisso, Alba, cadê a ...
Alba – Já está chegando. Acho que mais 10 minutos e ela estará aqui. – Disse Alba me interrompendo.
Diana – Ok. Então, enquanto aguardamos, eu gostaria de aproveitar que estamos quase todas aqui e lhes fazer uma pergunta. Alguma de vocês sabe a origem do dinheiro do Ariano?
Ana Lúcia – A família dele sempre foi rica.
Diana – Tá, mas gastando do jeito que ele gasta, como “enche o balde, novamente?”.
Alba – Não entendi, o que significa “encher o balde”? – Perguntou a geminiana ou seria taurina ... eu sempre me confundo com ela.
Diana – Alba, minha avó sempre dizia que você tem que encher o balde se quiser continuar retirando água dele. Se você só tirar, uma hora acaba. E aí, alguém sabe?
Ana Lúcia – Bom, ele tem a empresa de coach que é muito requisitada, a rede de cafeterias ...
Flávia – Além da fábrica de perfumes, que é um sucesso. – Completou a médica oncologista.
Diana – E vocês acreditam que a origem da fortuna do Ariano vem destes três negócios, certo?
Valeska – Sem dúvida. Mas, por que essa pergunta?
Diana – É só para alinhar o meu discurso ... ou melhor, o que eu vou contar para vocês.
Neste mesmo instante, entra a Alba na sala de jantar. Todas a olham e não entendem o que está acontecendo.
Jordana – MAS QUE PORRA É ESSA? – Gritou Jordana, como se tivesse visto um alienígena.
Diana – Alba, você quer explicar? Ou melhor Blanca ...
Blanca – Meninas, esta é a Alba, minha irmã gêmea ...
Olga – Como assim, irmã gêmea? – Indagou a trans, ainda sem acreditar no que os seus olhos viam.
Blanca – ... voltando, esta é a minha irmã gêmea Alba e eu sou a Blanca. Nós somos idênticas fisicamente, mas totalmente diferentes em termos de “expectativas de vida”.
Ana Lúcia – E o que uma coisa tem a ver com a outra?
Blanca – Tem tudo a ver, minha querida Ana Lúcia. Tudo começou quando o Ariano conheceu a Alba, se interessou por ela e, com a conivência dos meus pais, propôs que ela fosse uma das esposas dele. O problema é que a Alba é uma eterna romântica. Ela é apaixonada pelo noivo e nunca aceitaria se casar com o Ariano. Por outro lado, eu sou mais, como posso dizer, “interessada pela boa vida”, se é que me entendem. – Explicou Blanca com um sorrisinho malicioso.
Ana Lúcia – Entendemos.
Blanca – Ótimo. Então, eu propus para a Alba que trocássemos de identidade. Eu passaria a ser a Alba e ela seria a Blanca. E foi assim que eu vim parar aqui. Mas, o mais engraçado e que, de vez em quando, por exemplo, quando eu queria fazer alguma coisa fora da mansão, sem levantar suspeitas, a gente destrocava.
Olga – Que coisa mais maluca! – Exclamou a escorpiana, com a história das gêmeas.
Ana Lúcia – Maluca e criminosa.
Blanca – Criminosa? Por quê?
Ana Lúcia – Sim. O crime de Falsa Identidade, previsto no artigo 307 do Código Penal Brasileiro, consiste em atribuir a si próprio ou a terceiro uma identidade falsa com o objetivo de obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou ainda para causar dano a outrem. Entendeu?
Blanca – Hahaha, claro que entendi, senhora advogada. – Respondeu Blanca bem debochada, fazendo uma careta pra advogada. – Se bem que eu mesma posso ser Alba e ela a Blanca, certo maninha?
Alba – Certo. Quem pode garantir, a não ser nós mesmas?
Blanca – Exato. Quem pode? Entretanto, Ana Lúcia, espere a Diana contar os trambiques do Ariano. Aí, sim, você verá o que é “crime”. E quer saber o que é pior, Ana Lúcia?
Ana Lúcia – E tem alguma coisa pior do que isso?
Blanca – Tá bom, não é pior, só é engraçado. Nós somos gêmeas, e eu sou a mais velha, mas, para ferrar com o objetivo do Ariano, o engraçado é que não temos nem o mesmo signo!
Flávia – Como pode isto? Vocês são gêmeas! – Exclamou Flávia, ainda chocada com as revelações.
Blanca – Nós nascemos no dia limite entre o signo de Touro, o meu, e o signo de Gêmeos, o da Alba. Ou seja, o Ariano tem duas esposas de Touro e nenhuma de Gêmeos. Nunca teve. Hahaha.
Flávia – Tá, tá, ok. Voltando ao assunto ... nós entendemos as suas pretensões. Grana. E como ajudar a Diana, te ajudaria?
Blanca – Para mim, minha querida Flávia, quanto menos esposas, melhor. Então, eu comecei ajudando o Adolfo a reconquistar a Diana. Eu o atualizava sobre como estavam as coisas na mansão, o que estava acontecendo com a Diana, etc. Contudo, depois que o Adolfo se deu conta de que a Diana estava “apaixonada” pelo Ariano e desistiu de lutar, eu tive que ir direto à fonte. A Diana. Eu contei para ela algumas coisas estranhas que eu vi acontecendo com os meus pais quando trabalhavam em Brasília. Eu não tinha provas, mas sabia que estas provas estavam na mansão. Por este motivo, eu me aliei a Diana. Quem sabe, se ela soubesse dos podres, não desistisse, por ela mesma. Foi isso ... Quer continuar, Diana?
Diana – Agora que as apresentações foram feitas, eu vou continuar. Como eu estava dizendo, tudo começou quando a Blanca veio conversar comigo, um pouco antes do aniversário da Agatha ...
Flávia – Por falar nisso, Agatha, o que você está fazendo aqui, junto com a gente? Como está o seu pai?
Agatha – Ah, ele este bem melhor. Já está em casa, com algumas sequelas do AVC, sendo muito bem cuidado pela minha mãe. Eu vim porque a Diana me pediu.
Diana – Posso continuar? Então, a Blanca me contou uma série de coisas estranhas que ela tinha presenciado na casa. Desculpe, Blanca, mas eu entendi muito bem a sua intenção, quando veio conversar comigo. Você queria que eu desistisse de me casar com o Ariano para não ter que dividir a fortuna com mais uma. Certo?
Blanca – Certíssimo.
Diana – De qualquer forma, eu já fiquei, como dizem, com a pulga a trás da orelha. Mas o meu objetivo continuava o mesmo. Livrar a mim e a minha família, do Ariano. No dia da festa de aniversário da Agatha, a mãe dela me pediu ajuda para livrar a filha do Ariano e me passou o número do celular. No final da festa, depois que todos foram embora, eu liguei para ela e ela me contou uma história muito surreal. Você quer contar para elas Agatha?
Agatha – Sim, eu conto.
E a ninfeta contou a conversa que a mãe teve comigo, a conversa que teve com os pais e que foi a causadora do AVC. Disse também que estava disposta a desistir de tudo e que eu a tinha convencido a não o fazer, pelo menos naquela momento. Inclusive mostrou a foto da nádega da mãe com a letra “A” tatuada. Todas ficaram perplexas.
Flávia – E foi por este motivo, por saber a verdade, que você ficou tão estranha, quando nós fomos visitá-la?
Agatha – E o que você queria? Saber que a sua mãe foi praticamente estuprada e depois chantageada pelo cara que quer ser o meu marido ...
Ana Lúcia – É, mas você fingiu bem.
Agatha – Aprendi com as melhores.
Diana – Posso continuar? ... Ainda durante a festa, eu tive um arranca rabo com a Letícia. Acredito que vocês ficaram sabendo que eu enchi a mão e marquei os meus dedos na cara daquela puta.
Jordana – Sim, nós sabemos. Você é que não sabe, quantas vezes eu quis fazer aquilo.
Diana – Mas o que vocês não sabem é que, no dia seguinte, eu tive uma outra conversa com ela. O Ariano tinha viajado com a Babi e a Letícia me chamou no jardim. Naquela conversa, ela me chantageou e me ameaçou, utilizando nudes dos meus filhos que ela tinha conseguido com a Megumi.
Todas olharam espantadas para a nerd, que interveio para explicar.
Megumi – Eu estava ajudando o Adolfo a se livrar das imagens que um moleque, amigo dos filhos deles, tinha. Ele conseguiu pegar o celular e quando eu estava fazendo o meu trabalho, a Letícia veio falar comigo. Quando ela viu as imagens, me ordenou que fizesse uma cópia para ela. Eu já me expliquei para a Diana e ela entendeu.
Diana – Entendi, sim ... pode ficar tranquila. Continuando ... as imagens estavam com a Letícia, eu não tinha muito o que fazer, certo? Era uma situação extrema e, se eu quisesse continuar com o meu objetivo, eu tinha que tomar uma atitude extrema ... e foi o que eu fiz. Junto com a Martina, a Blanca, a Alba e a Megumi, nos executamos um plano e invadimos a mansão.
Ana Lúcia – Invadiram a mansão? Como assim? Quando? – Indagou a advogada, com os olhos arregalados.
Diana – Foi durante o casamento do Ariano com a Babi.
Flávia – Mas, você estava no casamento, assim como a Alba e a Megumi ... – Contestou Flávia, tentando entender o ocorrido.
Diana – Flávia, você se lembra que a Martina não foi, certo?
Falei sobre a Martina ter tomado o remedinho que era para mim e eu ter que pedir ajuda para ela, caso contrário o plano não poderia ser executado. Por este motivo eu tive que ir ao casamento.
Revelei que a Blanca entrou na casa, inclusive fez um especialista em segurança, amigo meu, entrar com ela e quem ficou na festa foi a Alba. Disse que a Megumi teve que vir para a mansão para verificar uma falha na segurança.
Por fim, relatei que conseguimos abrir o cofre da Letícia, mas que fomos convencidas, pela Megumi, a não pegar o pendrive para não levantar suspeitas sobre a invasão. Depois ela resolveu de outra forma. Entretanto, conseguimos abrir um armário e fotografar diversos documentos.
Flávia – Martina, e por que você ajudou?
Martina – Quando a Diana me contou sobre a chantagem e a ameaça ... porra, eu sou amiga da Diana, antes de estar com o Ariano, fui eu que indiquei ela para ele, eu conheço os filhos dela ... Eu devia isto a ela. – Concluiu minha antiga pupila, com certo pesar.
Ana Lúcia – E você, Megumi. Por que ajudou?
Diana – Você quer explicar, Meg?
Megumi contou a sua história. Na verdade, a história dos pais e disse que tinha sido eu quem havia aberto seus olhos para o que o Ariano tinha feito.
Falou também sobre a plataforma de comunicação que ela instalou no servidor da mansão para podermos ter acesso ao equipamento e a todos os outros itens de segurança do Ariano, além de instalar escutas no escritório, no quarto do Ariano e no da Letícia. Mais uma vez os olhos de todas ficaram arregalados. A nerd ainda contou que descobriu onde os pais estão, mas ainda não teve coragem de ir vê-los.
Ana Lúcia – Diana, e você não ficou com medo do Ariano descobrir tudo? Sei lá ... fazer uma varredura e descobrir as escutas?
Diana – Claro que fiquei. Mas que alternativa eu tinha. Por sorte a Megumi agiu rápido e me deu sinal verde para executar a segunda parte do plano. Vocês lembram da cena na piscina, quando eu peguei o celular da Letícia e joguei na água, além de falar alguns impropérios para ela, não lembram?
Jordana – Claro que eu lembro, era outra coisa que eu era louca para fazer, hahaha. – Sorriu a lutadora, comemorando o meu feito.
Diana – Então, aquilo fazia parte do plano. Com aquilo a Megumi conseguiu eliminar as imagens dos meus filhos de todos os dispositivos em que ela havia armazenado. Eu estava livre da ameaça dela e poderia voltar a focar em me livrar do Ariano. Nesta parte, eu acreditei que a invasão não tinha ajudado em nada, visto que não conseguimos abrir o cofre do escritório e o cofre do quarto dele só tinha dinheiro e joias. Contudo, conseguimos abrir um armário de documentos e fotografá-los. Iríamos tentar descobrir mais podres do Ariano, desta forma.
Olga – Continua que isto está muito “Missão Impossível”...
Diana – Para a minha surpresa, as fotografias dos documentos me ajudaram no plano, muito mais do que eu previa.
Ana Lúcia – O que você descobriu?
Diana – Bom, para começar, vocês acham que sabem de onde vem os milhões que o Ariano tem, certo? – Perguntei novamente, olhando pra Ana Lúcia, e ela me respondeu.
Ana Lúcia – Sim, foi o início da nossa conversa ... nós sabemos.
Diana – Pois acreditem, vocês não sabem de nada ... Vou começar pelo começo: originalmente os pais do Ariano moravam em Brasília e faziam lobby com políticos e grandes empresários. Por este motivo eles têm uma mansão em Brasília ...
Ana Lúcia – Isso a gente já sabia. Eu pelo menos, sabia.
Diana – Tá. Mas o que você não sabe é que depois que o Ariano assumiu os negócios, ele mudou um pouco o esquema e incluiu drogas e orgias no local. Estas orgias eram gravadas e depois ele chantageava os participantes para conseguir facilidades no esquema de lobby, além de mais dinheiro. Este dinheiro sempre foi depositado em paraísos fiscais.
Ana Lúcia – Você está de brincadeira? – Perguntou Ana Lúcia, visivelmente nervosa com as revelações.
Diana – Não, não estou. E tem mais ... não é só deste esquema que vem o dinheiro. Ele tinha outra fonte. Desculpe, Jordana, mas esta vai te deixar chocada.
Jordana – Eu? – Perguntou a leonina, sem entender a merda que estava por vir.
Diana – Infelizmente, sim! Você se lembra quando eu te questionei sobre a fraude no evento que a Suzy participou e você me respondeu que eu devia estar louca? Que aquilo era impossível de acontecer e que foi uma manobra da oponente para desestabilizar a Suzy?
Jordana – Sim, eu me lembro. – Confirmou Jordana, ansiosa por entender o que tinha acontecido.
Diana – Então. Ele comprava lutas, Jordana, além disso, ele também fazia grandes apostas, não só nas lutas, mas também em outros esportes, inclusive fora do pais. Eu encontrei evidências disso em eventos de MMA, Futebol, Boxe, diversos tipos de corridas, entre outros. Todos com resultados comprados. Inclusive, confirmei que o evento que você convidou a Suzy para participar, com seu ex-técnico, também foi fraudado. Este dinheiro, também, sempre foi depositado em paraísos fiscais.
Jordana – Eu não acredito! Eu conversei com o meu ex-técnico e ele disse que não sabe de nada ... – Lamentou a lutadora, não acreditando no que eu dizia.
Diana – Duvido muito, mas se você quiser eu tenho provas. Veja você mesma. – Retirei vários documentos impressos das fotografias e passei para ela. Naqueles documentos havia, data, evento, valores recebidos e pagos, etc., e completei... – Se você se atentar para as datas e os ventos, verá que algumas de suas lutas também foram compradas e suportadas por apostas.
Ficamos todas em silêncio enquanto Jordana olhava os documentos. Em, não mais de dois minutos, ela se deu conta do que o Ariano tinha feito.
Jordana – EU VOU QUEBRAR A CARA DELE ... – Berrou Jordana, dando um soco na parede, deixando todas nós preocupadas.
Diana – Como eu disse no começo ... o próximo passo é por conta de vocês.
Jordana – E foi você quem denunciou os atletas nos Conselhos Esportivos? Você não teve medo do Ariano descobrir que foi você?
Diana – Fui eu, não só nestas denúncias, mas eu sempre fiz de forma anônima, usando a plataforma da Megumi ...
Jordana – E por que não denunciar o próprio Ariano?
Diana – E o que me adiantaria denunciar o Ariano para um Conselho Esportivo? Eu achei que seria mais simples e eficiente, denunciar os atletas, e, não se esqueça que eu também fui uma atleta e sei o estrago que faz uma denúncia destas. Bem, eu acreditava que, diante do MP, eles mesmos iriam entregar o Ariano. Como fizeram.
Jordana – Entendi...
Diana – Continuando ... Agora vem a segunda parte da história ... E como ele faz para trazer e gastar este dinheiro ilícito, aqui no Brasil. Principalmente, dando um ar de legalidade em tudo? Bom, ele tem três esquemas. O primeiro deles é a empresa de Coach. Eu tinha participado de um evento. A Flávia e a Valeska estavam lá também, certo meninas?
Valeska – Certo!
Diana – Então, tinham quantas? 40 mulheres?
Valeska – Mais ou menos. – Confirmou a sagitariana safada.
Diana – Pois então, vejam este documento – Passei o documento, primeiro para a Ana Lúcia que passou para as outras. – Como pode este documento dizer que foram feitas e pagas, vejam bem, PAGAS, 400 inscrições? – Perguntei a elas, frisando o que eu queria, pra chamar a atenção delas.
Flávia – Que coisa ... não tem explicação.
Diana – Eu fiz a mesma pesquisa em outros eventos. Liguei para participantes e perguntei quantas pessoas estavam no evento. Qual não foi a minha surpresa ... eram sempre 10 vezes mais inscritos e pagantes do que participantes.
Olga – Caralho! – Disse a escorpiana, em choque com tudo o que ouvia.
Diana – E bota caralho nisso ... Bom, o segundo esquema é o das cafeterias.
Olga – As cafeterias também? – Perguntou novamente, desiludida com tantas revelações.
Diana – Sim! Ele é dono de uma grande rede de cafeterias que são majoritariamente deficitárias e ele as usa para lavar dinheiro que está fora do Brasil trazendo para cá livre de impostos.
Ana Lúcia – E como você descobriu isto?
Diana – Na verdade, não fui eu quem descobriu. Foi a polícia. Eu só fiz a denúncia anônima.
Ana Lúcia – Mas para fazer a denúncia, você tinha que ter algum indício. Alguma pista.
Diana – E eu tinha. A primeira vez que eu fui à cafeteria, foi com vocês, certo? Vocês repararam que só estávamos nós? Eu até achei que estava vazia por ser nova, ou coisa assim. Contudo eu fui uma segunda vez com o Ariano, depois que voltei dos EUA com a Flávia. E, novamente, de clientes, só estávamos eu e ele. Depois que eu abri a minha empresa, eu aproveitava qualquer coisa que eu precisasse fazer, reunião externa com clientes, tomar um lanche, etc, e ia a outra unidade. Adivinhem ... sempre vazia. Este foi o meu indício. Não tinha como as cafeterias terem os lucros que os números indicavam, com aquela frequência de clientes. Ah, e não me pergunte como a polícia conseguiu provar o esquema e indiciar o Ariano. Isto eu não sei.
Olga – Caramba, Diana! E como você conseguiu que o Ariano não usasse a influência que ele tem para engavetar ou sumir com estes processos?
Diana – Eu impedi que eles o ajudassem. Só isso. – Respondi com um sorriso e uma piscadinha pra ela.
Ana Lúcia – Eu também queria saber como você fez isso. Várias pessoas que eram “amigos” influentes, políticos, policiais, juízes, etc, até para mim não davam mais acesso. Eu achei muito estranho, mas como o Ariano estava focado no casamento com a Diana e nem tchum para os processos ... eu deixei rolar também, mas agora ...
Diana – Então, vocês se lembram que nós descobrimos o esquema das orgias e chantagens? Nós não só descobrimos como fizemos uma cópia dos vídeos e das fotos, antes da Megumi ter que aumentar a segurança do equipamento, e começamos a ameaçar, também de forma anônima, claro, a todas as pessoas que poderiam ajudar o Ariano. Chantagem por chantagem, eles preferiram aceitar a de quem eles não conheciam. Se o Ariano fizesse alguma retaliação, eles saberiam o que, e com quem, resolver, certo? ... Calma que tem mais. E agora que vem o pior. A Fábrica de Perfumes.
Ana Lúcia – A fábrica também?
Diana – Sim, mas com agravantes. Requintes de crueldade.
Flávia – Como assim? Que crueldade?
Diana – Flávia, eu sei que você tem conhecimento de algumas coisas relacionadas com desempenho sexual do Ariano. Contudo, você não tem nem ideia da extensão disto.
Olga – Flávia, que história é essa? – Perguntou Olga, nervosa com a amiga.
Flávia descreveu o trabalho que era feito nos EUA, as pesquisas que foram realizadas para a elaboração dos perfumes e extratos que o Ariano usava para conquistar e subjugar as mulheres. O esquema todo, incluindo o chip e as injeções.
Olga – Foi por isso que você chamou o Ariano de broxa no casamento?
Diana – Exatamente.
Olga – Estou chocada, Flávia! Como você nunca nos contou sobre isto? – Questionou a trans, decepcionada com a médica.
Flávia – Não se esqueça que eu também tenho um contrato com o Ariano! E mesmo que não tivesse, era somente um subterfúgio dele para conseguir o que ele queria. Isso nunca fez mal a ninguém. Pelo menos nada grave. E todas nós gozamos muito, por conta disto. – Respondeu a médica, se defendendo da acusação.
Diana – Aí é que você se engana, querida Flávia. Esse foi outro investimento, mas este, era usado não só para lavar dinheiro que está fora do Brasil, ou seja, as vendas sempre foram muito maiores do que na realidade e, neste caso, o lucro, depois dos impostos, estaria limpo.
Valeska – Mas onde está a crueldade?
Diana – Calma, eu chego lá ... eu consegui convencer o Ariano a fazer uma visita à fábrica, quando eu estava desenvolvendo a campanha de marketing do perfume. Só que, nessa visita, eu consegui roubar um frasco que eu achei estranho e mandei investigar a sua composição em um laboratório no RJ.
Valeska – E o que você achou?
Diana – Agora vem os requintes de crueldade ... A fábrica utiliza produtos ilegais na preparação dos perfumes. Coisas tipo: chifre de rinoceronte, barbatana de tubarão, dentes de leopardo e onça, entre outros animais e plantas que estão em extinção e que eu nem sabia que existiam, mas que são altamente afrodisíacas, para produzir os feromônios. Ficou explicito que ele financia a caça e a pesca ilegal ou predatória e também ganha dinheiro vendendo estes produtos ilegais em outros mercado da Ásia, principalmente na China. E o dinheiro, depositado fora do Brasil, depois de lavado, entra limpo, ou seja, o esquema todo da fábrica é ilícito.
Flávia – Isso eu não sabia. – disse Flávia começando a chorar.
Diana – Eu sei que não era do seu conhecimento. Fique tranquila. E, só para completar a crueldade, ele usava os extratos destes feromônios em todas nós. Ele dizia que era só perfume, mas tinha muito mais do que isso no que ele usava e vaporizava na casa.
Jordana – Mas é um grande filho da puta! Eu vou acabar com ele!
Diana – E tem mais ...
Ana Lúcia – Mais? Pelo amor de Deus! – Exclamou Ana Lúcia, chocada com tudo o que eu tinha dito, até então.
Diana – Calma, Aninha, esse ainda estava, como dizem, só no papel. Ele tinha um plano de abrir cafeterias nas academias da Martina. Ou seja, ele precisava aumentar a “lavanderia!”.
Ana Lúcia – Caralho! – Exclamou a advogada, colocando as mãos na boca, surpresa com mais essa revelação.
Martina – Caralho, mesmo! Na rede de academias que é minha, mas não é minha.
Olga – Como não é sua? É claro que é.
Martina – Olga, o que você não sabe, e eu não sabia até pouco tempo ... Eu passei uma procuração para o Ariano dando plenos poderes para ele administrar a rede. Inclusive, vendê-la se ele quisesse. Por este motivo, todo o pessoal de administração, etc, é ele quem contrata. Eu só contrato o pessoal operacional.
Ana Lúcia – Fui eu quem fez esta procuração?
Martina – Não, Ana, não foi você. Acho que o Ariano usou outro advogado, de caso pensado, pois eu sei que você não aceitaria fazer uma sujeira destas comigo.
Ana Lúcia – Nunca. – Testificou a libriana, que sempre se mostrou justa em suas atitudes.
Diana – Uma outra coisa que sempre me intrigou nessa história toda do Ariano querer 12 esposas?
Blanca – O que?
Diana – Depois que eu descobri toda essa sujeira, eu fiquei pensando: temos aqui uma esposa advogada, uma médica, a Alba que faz teatro, uma lutadora, uma especialista em eventos, ...
Olga – Diana, eu sou arquiteta e decoradora.
Diana – Bom saber ... continuando, uma nadadora, uma expert em tecnologia, mas sabe o que não temos? Uma economista ou contabilista.
Valeska – E daí?
Diana – Pensem, o que eu levei dias, semanas, para descobrir, esposas com estas profissões, descobririam em minutos. Eu acredito que o Ariano não queria correr o risco de ter uma esposa de uma destas profissões e ter os seus esquemas expostos ... Bom. Era isto. Agora vocês sabem mais sobre os podres do Ariano. Sabem que ele está sendo investigado e, se Deus permitir, será condenado e preso.
Me calei esperando mais algum questionamento. Mas nada veio.
Diana – Meninas, era isto que eu tinha para dizer para vocês. Agora vocês têm informação e conhecimento suficiente para tomar as decisões que acharem necessárias.
Da minha parte, o assunto está resolvido. Acho que depois de tudo o que aconteceu, que está acontecendo e que poderá acontecer, o Ariano vai pensar duas vezes antes de querer que eu seja esposa dele.
Ana Lúcia – Concordo. Inclusive, se ele for mesmo condenado e preso, todas nós seremos impactadas no relacionamento com o Ariano.
Diana – Não entendi. Por quê?
Ana Lúcia – Tem uma cláusula em todos os contratos. Nenhuma das partes pode estar envolvida em atividades ilegais, ser condenada e presa. Se for, o contrato é sumariamente cancelado e a parte que deu causa ao cancelamento tem que arcar com a multa. Só acho que no caso da Agatha, como ele ainda não foi condenado, vai sobrar para ela.
Olga – Agora fui eu quem não entendeu ...
Ana Lúcia – Talvez vocês não saibam, mas a Agatha fez uma coisa que é considerada uma falta grave, no contrato dela. Aconteceu logo depois do que a Diana aprontou em Dubai. Eu fiquei sabendo por que ... acho que nenhuma de vocês ficou sabendo, pois o Ariano já nos tinha expulsado depois que a Diana saiu da cerimônia. Ele me chamou, me mostrou e pediu para eu tratar da parte jurídica. A parte “não jurídica”, ele disse que “ele mesmo iria resolver”.
Olga – Agatha, o que você fez? – Perguntou a escorpiana, preocupada com a ninfeta.
Agatha – Nada demais...
Ana Lúcia – Nada demais? Você sabia que depois do casamento com a Diana ele iria fazer uma chamada de vídeo com você para te pedir em casamento? Igual ele fez com a Diana no casamento com a Babi.
Agatha – Foda-se! – Disse a ninfeta, dando de ombros.
Ana Lúcia – Olha, eu até entendo que você ficou puta com o que o Ariano fez com a sua mãe, mas, gravar uma transa onde você perde a virgindade e mandar para ele, logo depois do que seria o casamento com a Diana ...
Agatha – Eu achei que seria a vingança perfeita. Ele tirou a virgindade da minha mãe e não iria ganhar a minha.
Flávia – Mas você sabe o que pode acontecer agora que você mandou esse vídeo para o Ariano, não sabe. Ele vai denunciar o seu contrato e você vai se ferrar.
Agatha – Aí é que você se engana, certo Ana Lúcia?
Flavia – Não entendi, Ana. A Agatha não tem um contrato como todas nós?
Ana Lúcia – Sim, ela tem. Só que o contrato dela é diferente dos nossos pois ela o assinou junto com os pais, ainda com 12 anos. Resumindo, tudo o que está no contrato é altamente questionável na justiça.
Agatha – Exato! Eu irei rescindir o contrato e aguardar que ele entre na justiça. Tenho a impressão de que ele terá problemas mais sérios do que a rescisão do meu contrato.
Martina – E, por que você só mandou depois do casamento?
Agatha – Eu queria ter o gostinho de estragar os planos dele. Apesar de que a Alba já tinha estragado, né? Mas, mesmo assim, o Ariano não sabe. Eu não iria no casamento para ficar com o meu pai. Mas adoraria ver a cara dele quando achasse que completou o zodíaco de esposas e, logo depois, ver que perdeu uma. Deve ter sido hilário.
Valeska – Tá bom, mas com quem você transou?
Agatha não respondeu, e ficou em silêncio, mas Ana Lúcia tomou a palavra.
Ana Lúcia – Com o Adolfo!
Diana – COMO É QUE É? – Gritei puta da vida!
Eu ajudei esta putinha mirim e é assim que ela me paga?
Agatha – Diana, eu posso explicar. – Disse a putinha de virgem, agora só no signo, com medo da minha reação.
Diana – Duvido muito, sua putinha. – Falei, com raiva, indo pra cima dela, pra lhe dar um safanão, mas Jordana me segurou.
Agatha – Diana, eu achei que, como ele havia desgraçado a vida do Adolfo, com a minha ajuda, seria a pessoa ideal para a minha vingança, mas ...
Diana – EU ACHO QUE VOU TE MATAR! ME SOLTA, JORDANA! ME SOLTA! – Gritei desesperada pra dar uns tapas nela, mas Jordana me travou de um jeito, que foi impossível.
Jordana – Calma, Diana! Se controla!
Agatha – Diana, calma! Eu queria conversar com você em particular. Se depois desta conversa, você quiser me dar uma surra, eu aceito. Pode ser?
Diana – Me aguarde... – Respondi bufando e respirei fundo umas três vezes, até que Jordana me soltou.
Esperei para ver se mais alguém queria falar alguma coisa antes de encerrar a conversa e ir conversar com a putinha.
Valeska – Diana, eu também tenho uma coisa para te contar ... eu ... eu sei que a nossa amizade, depois do que aconteceu, nunca mais será a mesma... De qualquer forma, você precisa saber e tem a ver com essa situação da Agatha. – Falou a safada, de forma acanhada.
Diana – Diga, que eu quero muito ouvir isso ...
Valeska – Foi a Letícia que montou todo o esquema para fazer e enviar o vídeo do after para o Adolfo.
Diana – Essa eu não tinha certeza. Primeiro eu achei que tivesse sido o Ariano, porém, depois da punição que ele infligiu à Letícia, eu comecei a suspeitar dela ... E como você soube?
Valeska – Diana, de vez em quando ... ou melhor, muitas vezes, a Letícia é prepotente e acha que pode tomar decisões, por ela mesma. Ela instruiu o pessoal da festa a gravar você e depois gravar a transa da Babi com o Ariano. Você se lembra que o local estava escuro, então ficou fácil, dar a entender, que era você, quando ela juntou tudo.
Diana – Isto não explica! como você soube?
Valeska – Então, foi uma coincidência. Eu fui falar com ela no exato momento que ela estava com o seu celular e tinha acabado de enviar o vídeo para o Adolfo. Nós estávamos discutindo, pois eu achei uma canalhice dela e o Ariano nos viu discutindo e ela teve que contar para ele. Esse foi um dos motivos da punição. Ela não deveria ter tomado aquela decisão, sem consultá-lo.
Diana – Obrigado por me contar.
Ana Lúcia – Diana, eu também tenho que te contar uma coisa. Uma não, duas coisas.
Diana – Porra! Parece que hoje é o dia das revelações! – Respondi sem paciência, pois eu estava doida pra conversar com Agatha.
Ana Lúcia – E, é mesmo! A primeira é simples e acho que você já sabe. Foi o Ariano que me instruiu a te chantagear para aceitar o contrato do Pecado Mortal e ...
Diana – É, isto eu já imaginava. – Interrompi a advogada, que continuou.
Ana Lúcia – Mas a segunda revelação você não sabe.
Diana – Qual é?
Ana Lúcia – Eu, como advogada dele, acompanhei as diligências da PF que foram feitas na mansão. E, eu vi quando a Letícia teve que abrir o cofre do escritório.
Diana – Tá, e daí?
Ana Lúcia – A PF retirou, de lá de dentro, os documentos, a aliança e o celular do Adolfo.
Diana – Como assim? – Perguntei chocada!
Ana Lúcia – Ao que parece, foi o Ariano quem contratou a pessoa que dopou o Adolfo, naquela noite em que ele foi para num bar e apareceu nu no dia seguinte na praia.
Diana – Mas o Ariano é realmente um grandessíssimo Filho da puta! – Falei com muita raiva dele e de mim também, por não ter acreditado nas cismas do Adolfo.
Ficamos em silêncio por mais alguns segundos e eu queria encerrar aquela conversa.
Diana – Bom gente, tudo o que eu queria revelar para vocês, eu fiz. Mesmo nunca entendendo a motivação do Ariano em ter 12 esposas, acredito que ele terá, se conseguir se livrar de uma condenação na justiça, tentar novamente, pois irá perder, ao menos, alguns signos.
Martina – Nós também não sabemos. Acho que ninguém sabe.
Ana Lúcia – Isto não é totalmente verdade. Eu sei de algumas coisas que me permitem especular, e criar uma teoria.
Valeska – Se você sabia, por que nunca contou para nós?
Ana Lúcia – Meninas, nós vivíamos um relacionamento forte, unido ... Por que motivo, eu iria divulgar histórias que nunca haviam sido confirmadas? Isso poderia causar insegurança no nosso relacionamento com uma simples especulação.
Olga – E por que você diz isso agora?
Ana Lúcia – Porque a Diana já detonou a porra toda. Nos mostrou outro Ariano. Acho que, agora, todas vocês merecem saber o que eu acredito que pode ser a motivação do Ariano para ter 12 esposas.
Blanca – Então nos conte.
Ana Lúcia – Ok. Mas tudo o que eu vou contar, me foi dito, ao longo de alguns anos, por parentes próximos a família do Ariano. Ok? Bom, quem era uma entusiasta por astrologia e horóscopo era a mãe do Ariano. Ele, desde pequeno, acompanhou esta fascinação da mãe pelos signos. Um parente, um pouco intrigante, chegou a me dizer que, em uma determinada idade, o Ariano apresentava Complexo de Édipo.
Flavia – O Ariano era apaixonado pela mãe?
Ana Lúcia – Ele disse, mas eu nunca achei qualquer evidência disto. Contudo, ele “herdou” a mesma paixão da mãe. E continuou fascinado pelo tema, mesmo depois da morte dela.
Valeska – Mas só isso não explica a obsessão do Ariano em ter 12 esposas.
Ana Lúcia – Espere, deixe eu continuar ... Na juventude, o Ariano era apaixonado pela irmã da Letícia. Eles estavam prometidos, no esquema de casamento entre parentes. Só que a Letícia também era apaixonada pelo Ariano.
Flávia – Eu nem sabia que a Letícia tem uma irmã.
Ana Lúcia – Tinha uma irmã. Infelizmente, antes do casamento, ela morreu em um acidente muito suspeito, o qual, nunca foi devidamente elucidado.
Olga – Você acha que a Letícia ...
Ana Lúcia – Olga, minha querida, eu sou advogada e na minha profissão, por premissa, não achamos nada. Nós só nos atemos aos fatos e às provas. Neste caso, nada, nunca foi provado. Continuando ... quem vocês acham que consolou o Ariano?
Diana – A Letícia! – Respondi o óbvio, percebendo que ela era muito mais perigosa do que eu achava.
Ana Lúcia – Exatamente. E o que, eu acredito, ela pode ter usado para conseguir conquistar o amor da vida dela? Ela, claramente, usou a paixão do Ariano pelos signos, colocou na cabeça dele que ele tinha perdido o grande amor, e por este motivo, merecia o amor de mais de uma mulher. Quantas?
Diana – 12.
Ana Lúcia – Entenderam? Ou seja, colocando os fatos desta forma, todas nós chegamos à mesma conclusão. Foi a Letícia que, para conquistar o Ariano, depois de perder o grande amor da vida dele, o confortou e o fez acreditar que ele merecia mais amor do que ele tinha perdido. O amor de 12 mulheres e, aproveitando a fixação nos signos, uma mulher de cada signo. E ela prometeu ajudá-lo a conseguir este objetivo. Quantas vezes não ouvimos a Letícia dizer “mais uma para o nosso harém?”. Ou “como eu havia te prometido?”. Eu ouvi várias vezes.
Diana – Para mim faz sentido. O mistério está resolvido.
Antes de dar por encerrada a conversa, Olga e Ana Lúcia vieram me alertar:
Ana Lúcia – Diana, você sabe que, em algum momento, o Ariano e a Letícia irão descobrir que foi você quem armou tudo, não sabe?
Diana – Sim, eu sei. É inevitável.
Olga – Então, você em que tomar muito cuidado. Talvez não tanto com o Ariano, mas com a Letícia. Ela é capaz de qualquer coisa quando fica com raiva. Nós já presenciamos cenas dantescas na mansão.
Diana – Olga, Aninha, durante toda a investigação que eu fiz, nunca encontrei nada que pudesse dar a entender que eles pudessem atentar contra a vida de alguém. Sempre foram crimes envolvendo gravações, chantagem, crimes financeiros e coisas assim ...
Olga – Nunca se sabe. Sempre tem uma primeira vez.
Ana Lúcia – Eu também acho. Até mais, agora.
Diana – Agora?
Ana Lúcia – Diana, nós conhecemos a Letícia. Por esse motivo, o que ela fez com você, não nos causa estranheza. Sempre soubemos que ela seria capaz de fazer o que fez com você. E não só com você, com qualquer uma de nós. Mas o Ariano ... o que você nos mostrou dele ... é outra pessoa ... tudo é possível.
Diana – Só para deixá-las mais tranquilas, antes de vir para SP eu passei por Brasília. Lá eu tive uma reunião, que eu já tinha agendado, com Delegado Menezes, responsável pela investigação que está sendo feita contra o Ariano. Ele me garantiu que, eu e a minha família, incluindo o Adolfo, teremos proteção total, vinte e quatro por sete. Até pedi para incluir a Megumi, a Blanca e a Alba, além da Martina, nessa proteção e ele concordou com o meu pedido.
Consegui deixá-las mais tranquilas e pedi para a Agatha me acompanhar para um local mais reservado para terminarmos a nossa conversa.
Agatha – Diana, posso te contar uma coisa? Na verdade, não te contar, mas te mostrar?
Diana – Imagino que sim. – Respondi meio inconformada pela traição que a ninfeta fez comigo.
Ela pegou o celular e me mostrou uma cena dela e do Adolfo, na casa dele, na cama dele, quase nus, dizendo que já que o Ariano tinha tirado a virgindade da mãe dela antes do casamento, ela faria a mesma coisa. Ela e o Adolfo ainda mandaram beijinhos e o vídeo se encerra.
Eu fiquei petrificada assistindo o vídeo e já estava a ponto de partir para cima da puta mirim, quando ela falou.
Agatha – Diana, não me olhe desta forma. Nada aconteceu. Eu ainda sou virgem! – Afirmou a putinha mirim, com medo da minha reação.
Diana – Só se for no signo! Olha esse vídeo! Me explica isso, direito antes que eu quebre a sua cara.
Agatha – Então, eu vou rescindir o meu contrato com o Ariano e assumir as consequências. E, para isto, eu iria transar com o Adolfo, mesmo. Só que quando eu fui conversar com ele e fazer a proposta, eu achei que ele iria topar, já que o Ariano desgraçou a vida dele... Mas, para a minha surpresa, ele não topou ... só topou encenar e gravar este vídeo. Eu juro para você! Nada aconteceu!
Agatha estava com os olhos marejados e demonstravam que ela estava falando a verdade. Acabei tendo que pedir desculpas por tê-la chamado de “putinha”.
Acabada a conversa com a Agatha, me despedi das demais esposas, mas antes de ir, peguei a caixa que eu havia deixado em cima da mesa na sala de jantar quando eu cheguei, e entreguei pra Ana Lúcia.
Diana – Faça o que quiser com isso!
Ela abriu a caixa e viu que era o meu vestido de noiva.
Ana Lúcia – Tudo bem, Diana! Até qualquer dia ... – Falou a advogada, me dando um beijo na bochecha.
Depois de mais um adeus a todas e voltei para o RJ. Naquela mesma semana, eu fiquei sabendo que, Martina, Megumi, Blanca e Olga, além da Agatha que voltou para a casa dos pais, tinham feito uma reunião com a Ana Lúcia e, também, deixado a casa.
Na volta da sua viagem, o Ariano e a Leticia seriam recepcionados somente pela Ana Lúcia, Flavia, Jordana, Valeska e, talvez, a Babi.
Algo me dizia que isso ainda estava longe de acabar.
Continua ...
