Eu, minha esposa e nossos vizinhos – Parte 06

Um conto erótico de Rogério
Categoria: Grupal
Contém 9731 palavras
Data: 04/03/2025 13:35:49

Olá a todos. Eu me chamo Rogério, atualmente tenho 28 anos e sou casado há quatro anos com a Jéssica. Esta série conta nossas desventuras no prédio onde moramos, onde alguns vizinhos e vizinhas, às vezes, parecem querer testar nosso amor. Quem puder ler os cinco primeiros capítulos, só procurar pela série. Temos alguns spin-offs focados em outros personagens.

A Jéssica tem 26 anos, é médica e tem o corpo esculpido por horas de academia e uma disciplina invejável. Ela tem 1,71, pele amendoada e lindos cabelos castanho-claro. Barriga tanquinho, seios e bundinha pequenos, mas bem proporcionais ao seu corpo escultural. Não temos filhos ainda, mas isso está no nosso radar depois que os dois trintarem.

Os eventos deste capítulo acontecem uma semana depois do aniversário no sítio.

A nossa história começa com um pequeno prólogo para eventos futuros. Preciso apresentar uma das minhas melhores amigas, Lorena.

A Lorena tinha 27 anos e era minha amiga desde o primeiro período da faculdade. Éramos tão próximos que ela havia sido madrinha do meu casamento com Jéssica. Ela tinha se tornado sócia da empresa da minha família depois de formada e, com isso, trabalhávamos juntos no mesmo ambiente.

Ela era morena de praia, magra, seios pequenos e bundinha redondinha e empinadinha, além de um belo par de coxas. Estava solteira e, segundo ela, muito bem assim.

Lorena era uma daquelas mulheres que faziam qualquer ambiente parecer mais interessante só pela presença. Vestida com uma camisa branca de botões, levemente ajustada ao corpo, e uma saia lápis preta que abraçava suas curvas, ela conseguia ser impecavelmente profissional e, ao mesmo tempo, absurdamente provocante. Seus saltos altos faziam com que suas pernas parecessem ainda mais longas e torneadas. Seu cabelo escuro caía em ondas suaves até os ombros, e os óculos de armação fina davam um ar intelectual que contrastava deliciosamente com os lábios pintados de um vermelho discreto. Ela sempre usava um perfume floral, elegante, que ficava no ar quando ela passava.

— Tá esperando um tapete vermelho, Rogério? — ela brincou, ajeitando a bolsa no ombro e sorrindo.

— Só apreciando o espetáculo — respondi, rindo.

Ela revirou os olhos, mas também soltou um sorriso.

Caminhamos até o restaurante, um self-service que sempre estava movimentado no horário do almoço. Pegamos nossas bandejas e nos dirigimos para as ilhas de comida.

Lorena pegou uma porção generosa de salada, um filé de frango grelhado e um pouco de arroz integral. Pegou também um pequeno potinho de molho de mostarda e mel, o favorito dela. Eu, por outro lado, fui direto para a parte das massas e coloquei uma porção de lasanha no prato, acompanhada de arroz branco e batata frita. Peguei também um pedaço de carne assada, porque era impossível resistir.

Nos sentamos em uma mesa perto da janela, onde a luz do sol entrava suavemente, criando um clima agradável. Na janela, tive a impressão de ter visto a Rebecca passar pela rua. Dentro do restaurante, a Lorena tirou os óculos e os colocou ao lado da bandeja.

— Você come igual a um adolescente em crescimento — comentou, rindo.

— E você come igual a alguém que tem medo de aproveitar a vida — rebati.

— Aproveito de outras formas — retrucou, piscando de leve, antes de levar um pedaço de frango à boca.

Falamos sobre séries que estávamos assistindo, livros que tínhamos lido recentemente e as últimas histórias engraçadas que tínhamos vivido. Eu adorava como ela conseguia transformar qualquer conversa em algo interessante. Ela gesticulava bastante quando falava, e sua risada era contagiante.

— Você ainda tá tentando aprender a cozinhar, ou já desistiu? — perguntei, sabendo bem a resposta.

— Tô tentando! Outro dia fiz um risoto. Ficou horrível, mas comestível. Acho que tô evoluindo.

— Um risoto? Ambiciosa! E qual foi o problema?

— Ficou meio grudento. E sem gosto. Talvez porque eu tenha usado caldo pronto.

— Vou fingir que não ouvi isso — brinquei, e ela riu.

Falamos sobre música e outras coisas bobas do dia a dia, sempre alternando com provocações amigáveis. Depois de alguns minutos, quando o garçom passou recolhendo os pratos, e eu ainda girava a colher dentro da xícara de café, a Lorena recostou-se na cadeira e suspirou.

— Preciso encontrar um novo lugar pra morar.

— Pensei que gostasse do atual apartamento. — Levei a xícara aos lábios.

— Meu contrato tá acabando, e o proprietário quer aumentar o aluguel pra um valor absurdo. Eu até gosto do lugar, mas não vale tanto assim. Então, decidi procurar outra coisa — explicou, dando um gole no café.

— Entendi… — Permaneci pensativo por uns segundos. — O apartamento ao lado do meu tá vago. Pode ser uma opção pra você.

— Sério? — Ela inclinou a cabeça para o lado, curiosa. — Qual é o tamanho?

— Três suítes, sala espaçosa, cozinha bacana, varanda. O prédio é bem tranquilo, você sabe, o condomínio não é barato, mas também não é absurdo. Tem vaga na garagem, segurança 24 horas…

— E os vizinhos? — perguntou com um sorriso divertido. — Tirando você, claro.

Soltei uma risada.

— Bom, você já me conhece e sabe que sou um vizinho incrível. O resto do prédio… bem, tem gente interessante. Jéssica e eu nos damos bem com quase todo mundo. Tem um ou outro que gosta de se meter na vida alheia, mas faz parte, né?

— Sempre tem uma fofoqueira de plantão. Mas é um prédio barulhento? Porque o que eu mais detesto é vizinho que faz festa até de madrugada na terça-feira.

— Nada disso. Claro, tem suas festas, principalmente fim de semana, mas nada exagerado. E se alguém extrapola, o síndico resolve rapidinho.

— Isso é bom… E o aluguel? Tem ideia de quanto estão pedindo?

— Acho que é mais ou menos na faixa do que você já paga. Mas posso me informar direitinho e te passar depois.

Ela assentiu, pensativa, tamborilando os dedos na mesa.

— Gostei da ideia. Talvez eu vá dar uma olhada depois do Carnaval.

— Ótimo! Eu posso falar com o dono do apartamento e ver se ele te recebe pra uma visita. Se quiser, te apresento pra alguns vizinhos também, pra sentir o clima.

Ela sorriu, balançando a cabeça.

— Você tá tentando me vender esse apartamento como se ganhasse comissão, hein?

— Só quero uma vizinha legal! Melhor do que alguém aleatório que pode transformar o andar num inferno.

Mal sabia eu, naquela época, que estava colocando minha amiga para conviver com vários tarados loucos para comer ela. Que o seu Geraldo e o seu Zé Maria iriam competir para saber qual dos dois a comeria, era algo que eu já imaginava e que ela lidaria com facilidade.

O problema que eu não contava era o seu Lucério. Basicamente, a Lorena era uma das mulheres mais bondosas e corretas da cidade, rivalizando com a Jéssica. Isso obviamente excitava aquele cinquentão metido a vilão de quinta categoria mais do que a beleza. Além disso, a Lorena era uma das minhas melhores amigas e madrinha do meu casamento com a Jéssica. O fato de que ele comer ela poderia, de alguma forma, atingir eu e a Jéssica era praticamente um belo incentivo para ele colocar seus esforços em frente.

Assim, eu não fazia ideia da tempestade que estava prestes a se formar. Uma que eu mesmo, sem querer, tinha começado.

Ela riu, terminando seu café. Ficamos em silêncio por alguns segundos, apenas aproveitando o momento. Eu sempre gostava desses momentos com a Lorena. Ela tinha essa energia boa, leve, que fazia qualquer conversa fluir sem esforço.

— Vou pensar nessa ideia, Rogério. Quem sabe, né? — disse ela, pegando os óculos e os colocando de volta no rosto.

— Seria bom ter você por perto. Se precisar de ajuda com a mudança, já sabe quem chamar.

— Ah, pode deixar. Vou querer sim! E pode preparar a coluna, porque eu tenho muita coisa.

Horas depois daquele almoço com a Lorena, já estava em casa, jogado no sofá, quando Jéssica chegou do hospital. Ela largou a bolsa na mesa e veio direto me dar um beijo antes de ir até a cozinha.

— Como foi o dia? — ela perguntou, se encostando no balcão.

— Tranquilo. A Lorena tá pensando em se mudar pra cá. O apartamento do lado tá vago.

— Ah, é? Isso seria ótimo! Sempre gostei da Lorena. E ela é sua amiguinha de tanto tempo… Vai ser bom ter alguém de confiança morando perto.

— Também acho.

Jéssica sorriu, pensativa, e depois agiu como se tivesse tido uma grande ideia.

— Peraí! Se ela tá solteira e vai morar aqui… Isso é perfeito! A gente pode apresentar ela pro Enéias!

Revirei os olhos na hora. O Enéias era o melhor amigo gostosão, sarado de academia, metido a Adônis, da Jéssica. E, como quase um clichê de melhor amigo, seu objetivo de vida era se livrar de mim e casar com a Jéssica.

— Ah não… lá vem você com essa história de novo.

— Qual é o problema? O Enéias é um cara legal!

— Legal? Ele só pensa em festa e em pegar mulher. A Lorena é mais tranquila, gosta de ficar em casa, de maratonar série … Eles não têm nada a ver.

— Rogério, você idealiza demais a Lorena — A Jéssica balançou a cabeça. — Você a vê como essa criatura pura, mas ela não é nenhuma santa. Ela sabe se divertir também.

Talvez. Talveeeeeeeeeeeeeeeeeez a Jéssica tivesse um tiquinho de ciúmes da Lorena e mencionar o Enéias era um jeito de dizer “Agora, você sabe como eu me sinto sobre você e sua amiguinha, seu hipócrita!”.

— Claro que sabe, mas não do jeito do Enéias. Ele ia querer arrastar ela pra balada todo fim de semana. Isso não combina com ela.

Jéssica suspirou.

— Você tá exagerando. O Enéias também sabe ser um cara romântico quando quer. Você tem uma birra dele que eu nunca entendi.

Sim. O Enéias sabia ser romântico. Bem romântico. Única e especificamente com a Jéssica.

— Eu não tenho birra. Só conheço o tipo dele. E sei que Lorena não vai gostar. Melhor nem forçar esse encontro.

— Tá bom, tá bom. Mas se eles se conhecerem naturalmente e rolar alguma coisa, você não vai interferir, né?

Bufei.

— Não sou controlador, Jéssica. Ela faz o que quiser. Só tô dizendo que não faz sentido.

Ela sorriu vitoriosa, como se tivesse ganhado um pequeno debate, e depois mudou de assunto.

— Bom, falando em festa… E a de Carnaval? Tá animado?

— Vai ser divertido. Mas aposto que vai ter confusão. Sempre tem.

Ela riu.

— Claro que vai. Nosso prédio é um ímã de barraco.

— Já escolheu a fantasia?

— Digamos que um velho amigo me deu uma ideia interessante...

Por “velho amigo”, ela não quis dizer que era o velho Lucério e “ideia interessante” era como se livrar dele. Ou jogar com ele. Sua tolerância com aquele pervertido dependia muito do seu humor no dia.

No fundo, eu já tinha um pressentimento de que as coisas iam sair do controle. Mas, como sempre, eu só ia perceber tarde demais.

Era domingo de carnaval. O salão de festas do condomínio estava completamente transformado e lotado. Ouvia-se o batuque animado do samba misturado a risadas e gritos, enquanto serpentinas e confetes voavam pelo ar. O clima era de pura libertinagem e luxúria. A luz baixa e colorida dava um ar quase onírico à cena, e o álcool já tinha feito estrago na dignidade de alguns moradores.

Todos estavam ali: meus vizinhos, conhecidos, e algumas figuras que, honestamente, eu não imaginava ver tão fora de contexto, mas a festa estava feita.

O salão de festas estava cheio. Balões vermelhos e pretos pendiam do teto, e as luzes baixas davam um tom sensual ao ambiente. Algumas pessoas se destacavam com suas fantasias, outras, não tanto, mas todas pareciam prontas para se divertir à sua maneira.

A brincadeira da noite era simples: quem estivesse fantasiado de vampiro poderia "morder" alguém com um chupão no pescoço e transformar essa pessoa em seu servo. Este servo deveria obedecê-lo em tudo por toda a festa ou até o vampiro ir embora. Por outro lado, aqueles fantasiados de caçadores de vampiros poderiam eliminar os sanguessugas encostando uma estaca no peito deles. Caso fizessem isso, os vampiros estariam expulsos da festa.

Eu não tinha me dado ao trabalho de ir tão fundo no jogo; estava com uma fantasia simples de pirata — camisa branca aberta, calça preta e um tapa-olho que, na real, ficava mais pendurado na testa do que cobrindo qualquer coisa.

Mas alguns levaram o tema a sério.

Logo de cara, avistei Lucério, ridiculamente comprometido com a fantasia de vampiro clássico. Capa longa, colete bordado, camisa social de gola alta e até uma bengala com uma cabeça de dragão dourada na ponta. Ele andava com uma taça de vinho na mão, provavelmente se achando o próprio Drácula, e olhava ao redor com aquele olhar astuto dele, sempre analisando todo mundo.

Carlos estava... bem, de "vampiro baixa renda", como ele se descreveu. Ele usava uma capa preta surrada, dentes de plástico e maquiagem pesada que tentava imitar uma pele pálida. Eu ri sozinho ao vê-lo, mas ele parecia se divertir, ainda mais depois de um copo de cachaça.

Jéssica, minha esposa, estava de caçadora de vampiros. A cada vez que ela movia os quadris, a saia curta de couro da fantasia subia um pouco mais, revelando ainda mais suas coxas torneadas. A regata justa destacava suas curvas. A bota de couro até o joelho fazia suas coxas torneadas parecerem ainda mais irresistíveis. A bandoleira de estacadas cruzava seu peito, moldando seus pequenos e firmes seios. Ela conversava animadamente com Odete e Andréia. E o olhar do Lucério, sempre atento e calculista, não desviava dela.

Mas foi quando comecei a observar as mulheres que a festa realmente ficou interessante.

Odete vestia uma fantasia de cigana sensual. O corpete apertado realçava seus seios fartos, e a saia fendia até a coxa, revelando sua perna a cada movimento.

Andréia, por sua vez, havia escolhido algo mais ousado: diabinha. O maiô vermelho cavado deixava à mostra sua pele dourada, e o rabo de diabo preso à parte de trás balançava a cada passo. Mas o que realmente prendia minha atenção era a bunda dela. Redonda, empinada, cheia, do tipo que parecia esculpida à perfeição. Era uma obra de arte que rivalizava com a da Paolla Oliveira no carnaval. O batom vermelho destacava os lábios carnudos, e os olhos brilhavam com uma malícia típica dela.

Desviei o olhar, tentando não me distrair demais, e vi a Eliana conversando com Leandro e seu Raimundo. Ela estava de coelhinha da Playboy, e o figurino fazia jus ao nome. O corpete preto evidenciava sua cintura fina e os seios monumentais. A cauda fofa adornava o cóccix, chamando atenção para a bunda arrebitada, que parecia feita para ser agarrada. As orelhas brancas e altas davam a ela um ar inocente, contrastando com o batom vermelho e o olhar cheio de intenções. As meias arrastão cobriam suas pernas torneadas, alongando sua silhueta já absurdamente sensual.

Leandro, seu marido, usava uma fantasia de marinheiro. Seu Raimundo, sempre esperto, usava um fraque que parecia velho demais, mas dava um ar de barão cafajeste. Ele sorria para a Eliana, que retribuía, jogando o cabelo para o lado e mordendo o lábio inferior. A conversa deles parecia animada.

Lisandra estava de vampira sexy, com um vestido preto e uma capa que a fazia parecer misteriosa. A maquiagem escura completava o visual. Ela tinha a pele clara, suave, quase translúcida, como a de uma boneca de porcelana, e os cabelos loiros e sedosos caíam até seus ombros, com um brilho natural. Seus olhos eram grandes, de um azul profundo, com cílios longos que piscavam como se quisessem hipnotizar qualquer um.

No canto do salão, notei a Carolina, estava com um sorriso largo, claramente divertida, e estava parada perto do porteiro seu Geraldo. Ela estava de policial sexy: o vestido colado e curto fazia questão de destacar seu corpo delicioso, e a boina preta inclinada dava um charme a mais. Seu Geraldo, com seu uniforme de porteiro adaptado para parecer um general de exército, gesticulava enquanto falava. Ele sorria de forma safada, e a Carolina parecia entretida.

Eu não consegui toda ouvir a conversa deles, mas parecia que o porteiro estava contando um causo engraçado, porque Carolina estava rindo bastante.

— E então, dona Odete se meteu em mais uma dessas, né? Olha... só te falo uma coisa: se você não tem coragem, vai continuar passando vergonha, meu amigo! — Seu Geraldo disse, com um tom bem familiar.

A Carolina gargalhou, jogando a cabeça para trás e fazendo a fantasia de policial parecer ainda mais provocante.

— Você é impossível, seu Geraldo! — Ela respondeu, ainda rindo.

Seu Zé Maria estava próximo ao bar improvisado, vestido de palhaço, mas não parecia muito interessado na festa. Ele olhava para a Jéssica e a Andréia com um brilho suspeito no olhar.

A Letícia, a aluna universitária de Carlos e Jonas que tinha se tornado amiga de academia das outras, estava vestida de jogadora de futebol. Eu até achava engraçado, mas não deixava de achar que ela tinha um jeitão de travessa. Ela tinha um corpo escultural, com aquelas coxas avantajadas que se destacavam no shorts curtinho e uma camiseta de time bem ajustada, que escondiam seus peitinhos firmes, mas sem perder o charme.

Rebecca e Maurício estavam juntos, e ela, mesmo sendo evangélica, não deixava de chamar atenção. Estava vestida de anjinha, com uma túnica branca, plumas e uma auréola. Seus seios firmes ficavam perfeitamente modelados sob o tecido e eu tinha a impressão de que os mamilos eram visíveis na túnica. Teria aquela crente angelical vindo sem sutiã para a festa? As asas delicadas e a auréola davam um ar irônico, considerando que ela evitava qualquer proximidade com o pecado. Seu olhar, por mais que tentasse parecer puro, entregava um certo desconforto com a ousadia das outras mulheres. Maurício estava de pastor, o que não surpreendia ninguém.

Jonas e Cinthia estavam próximos deles. Cinthia, vestida de enfermeira, tomava um drink e ria. O decote generoso fazia com que vários olhares pousassem nela de tempos em tempos. Jonas, vestido de médico, a acompanhava de perto, mas seus olhos, vez ou outra, desviavam para a Rebecca.

O casal de evangélicos continuava sentado, observando tudo de longe. Mas a Cinthia parecia determinada a puxá-los para o pecado.

— Vamos lá, Maurício! Só uma dança! O pecado é não aproveitar a festa! — Cinthia insistia, puxando-o pelo braço.

— Eu acho que já estamos aqui mais do que o suficiente… — Maurício respondeu, franzindo os lábios.

Perto dali, ouvi a Eliana conversando com a Andréia.

— Eu juro que vim com uma fantasia inocente! Mas, do nada, percebi que metade do salão ficou me olhando de um jeito diferente.

Andréia gargalhou e deu uma piscadela.

— Minha querida, quando se veste de coelhinha da Playboy, não tem nada de inocente!

A Sarah se aproximou de mim, segurando um copo de caipirinha.

— E o prêmio de melhor fantasia vai para… Lucério! Pela fidelidade ao clássico!

Nós rimos e ela passou direto.

O clima estava cada vez mais quente. Vi a Rebecca se afastando um pouco do Maurício e se aproximando do seu Raimundo. Os dois trocavam algumas palavras, e eu tive a impressão de haver uma tensão sexual quase tangível entre eles.

— E aí, Rogério? O que está achando da festa? — Dona Ângela se aproximou, segurando um copo de cerveja. Ela estava vestido de mágico, com cartola e tudo.

— Tá movimentada! Acho que não vai demorar pra rolar alguma confusão… — comentei, rindo.

E, como se meu comentário fosse uma profecia, um grito cortou o salão.

— Eliminado — Era o caçador de vampiros eliminando o Antônio, aluno do Carlos e Jonas, da festa.

— Começou a brincadeira — sorriu Ângela.

Enquanto eu me afastava da minha idosa vizinha, a música mudou. Uma balada suave do Los Hermanos começou a tocar, "Último Romance", algo calmo e introspectivo. A pista de dança não estava tão cheia agora.

A Rebecca estava um pouco afastada da pista de dança, como sempre. Ela parecia imersa em seus próprios pensamentos, o que não era nenhuma surpresa para mim. Ela sempre foi mais reservada, até mesmo tímida, e nunca parecia se encaixar totalmente nas loucuras da festa.

A Andréia, por outro lado, estava ousada e irreverente, como sempre. Ela estava circulando pelo salão, sempre com um copo na mão, conversando e rindo com todos. Quando seus olhos encontraram a Rebecca, a diabinha encontrou a anjinha e isso fez a decidir fazer algo. Talvez por simples brincadeira, ou por achar engraçado ver uma diabinha e uma anja juntas. Ela se aproximou da Rebecca, que, ao perceber a aproximação, parou por um momento e a olhou com um sorriso gentil, mas ainda cauteloso.

— E aí, Rebecca, vamos lá! Vai ser divertido, só um pouquinho! — Andréia falou, com aquele tom leve e provocante que ela sempre usava, a voz cheia de entusiasmo.

A Rebecca deu um sorriso tímido, mas não parecia completamente convencida. Ela mexeu os pés, hesitou e olhou para a pista de dança, como se quisesse evitar a situação. Claro, elas se conheciam há anos, moravam no mesmo prédio e tinham amigos em comum, mas nunca haviam sido amigas íntimas. A interação delas sempre tinha sido cordial, mas não passava disso. Agora, era como se a Andréia estivesse decidida a puxar Rebecca para o centro da festa.

— Não sei, Andréia. Não estou muito a fim de dançar agora... —respondeu Rebecca, visivelmente desconfortável, os olhos desviando para a pista.

Mas a Andréia não estava disposta a deixar aquilo passar. Ela puxou um pouco mais Rebecca, fazendo com que ela se levantasse da cadeira onde estava encostada.

— Ah, vai ser só um pouquinho, você vai ver. Só um passo, uma musiquinha, e logo você vai ver como é divertido! — Andréia insistiu, com aquela energia incontrolável dela.

A Rebecca deu uma risada nervosa, meio forçada, mas parecia ceder aos poucos. Ela sabia que não poderia negar para sempre, e talvez fosse até um pouco curiosa para ver até onde aquela brincadeira ia. Então, sem muita resistência, ela se juntou a Andréia, e as duas começaram a se mover devagar.

A música era suave, e a Rebecca não parecia à vontade, seus passos eram tímidos e hesitantes. Eu observava de longe, vendo como a interação da anja com a diaba. Andréia estava, claro, se divertindo e dançando com a leveza dela, com os quadris balançando suavemente ao ritmo da música. A Rebecca, por outro lado, ainda parecia um pouco deslocada, mas estava tentando acompanhar.

A luz da pista de dança iluminava o rosto da Rebecca de uma maneira suave, e, aos poucos, ela parecia começar a relaxar um pouco mais. Talvez fosse a música, ou talvez fosse a falta de pressão. Eu a via sorrir de vez em quando, como se estivesse se permitindo mais, ainda que de forma discreta. A dança não era nada intensa — mais um balançar suave dos quadris, uma pequena troca de passos entre elas.

A música agora mudou para "Anna Júlia", outra balada do Los Hermanos, mais leve, mas com um toque melódico que parecia convidar todo mundo a suspirar. A Rebecca parecia um pouco mais solta, talvez até com um sorriso mais natural, embora ainda com uma certa timidez.

— Tá vendo? Não foi tão difícil, foi? — disse Andréia, balançando os quadris para frente e para trás. Ela parecia a própria diversão em pessoa, e, de alguma forma, estava contagiando Rebecca.

Rebecca riu, mais relaxada agora, e fez um movimento mais ousado com os ombros.

— Ok, você tem razão, isso não é tão ruim. — respondeu, ainda com a risada discreta, mas agora visivelmente mais descontraída. Ela começou a dar alguns passos mais largos, tentando acompanhar a leveza da dança da Andréia.

Eu percebi o quanto aquilo era raro, especialmente porque a Rebecca sempre foi tão fechada, tão reservada. E, de alguma forma, a Andréia, com seu jeito irreverente, estava fazendo com que ela se soltasse mais do que qualquer outra pessoa provavelmente conseguiria.

— Agora sim, Rebecca! Vai, vai... se joga! — Andréia exclamou, com um sorriso satisfeito, como se fosse a maior conquista da noite.

Rebecca sorriu com mais naturalidade agora, e as duas continuaram dançando, ainda com aquele contraste entre elas, mas de um jeito divertido e inesperado.

Eu decidi me afastar um pouco, dando mais espaço para elas aproveitarem o momento sem minha observação.

A sensação de que algo estava por acontecer começou a me incomodar. Não sei se era o calor, mas algo estava no ar. Foi quando as portas do salão se abriram de novo, e ele entrou, foi impossível não notar.

Enéias.

O cara simplesmente tomava o ambiente. Alto, com seus mais de 1,90m de altura, ele se destacava imediatamente entre a multidão. Sua fantasia de vampiro era sofisticada: um terno preto impecável, uma capa longa e elegante que flutuava atrás dele quando ele se movia. Mas o que realmente chamava atenção era o corpo dele. O cara era puro músculo, a pele morena brilhava sob as luzes da festa e seu rosto… bem, ele parecia ter saído de um comercial de perfume. Eu, por outro lado, era só um cara normal, com um físico mediano e sem os mesmos atributos para competir com ele.

Ele se aproximou da Jéssica, e eu não pude evitar sentir uma pontada de insegurança. O jeito como ele olhava para ela, como se ela fosse o único ser humano no salão... Eu já sabia o que ele queria, claro.

E, desta vez, pelas regras da festa, bastava um chupão no pescoço dela para que tivesse a Jéssica pelo resto da noite. Mas, naquele momento, ele parecia estar fazendo questão de se divertir antes de atacar. Ele passou por várias pessoas, se aproximou de Leandro e, como se fosse nada, trocou algumas palavras rápidas com o cara.

O Enéias interagia com todos, como se fosse uma celebridade, cumprimentava as mulheres com um sorriso encantador, fazendo graça com os homens, e eu via como ele era habilidoso para deixar todos ao redor se sentindo especiais. Mas seus olhos não se afastavam da Jéssica. Ele a encarava como se estivesse esperando o momento certo.

Alguns minutos depois, vi quando o Enéias deu um sorriso malicioso para Carolina, que estava dançando perto da mesa de bebidas. Ela riu, algo baixo, como se ele tivesse dito algo que a fizesse se sentir única, como se ele tivesse dado o sinal de que ele tinha um interesse mais profundo nela do que apenas o charme superficial. Mas ele não se demorou muito com ela.

Logo, ele se afastou do grupo e começou a caminhar na direção de Sarah, que estava sentada à mesa com Érico. A Sarah sorriu ao vê-lo se aproximando. Conversaram por alguns segundos, ela riu de algo que ele disse, e, em um movimento mais rápido do que eu esperava, Enéias se inclinou e deu um chupão no pescoço de Sarah.

Não pude ouvir o que os dois conversaram, mas o Enéias a pediu um beijo, usando sua prerrogativa de vampiro-mestre. Ela olhou para ele, hesitou por uma fração de segundo, e então, num impulso, selou seus lábios nos dele. Os dois se beijaram como se o marido da Sarah não estivesse na frente deles.

O beijo entre Enéias e Sarah durou alguns segundos a mais do que deveria, mas, quando eles se separaram, Sarah estava com um sorriso satisfeito no rosto, e Enéias continuava o Enéias de sempre. Ele se afastou com aquele passo elegante, deixando um rastro de olhares perdidos em seu caminho.

— Esse carnaval tá um caos, né? — ouvi alguém dizer ao meu lado, quebrando meus pensamentos. Era Lisandra, sorrindo para mim, uma expressão divertida no rosto.

A batida da música pausou por um momento, e a voz animada do DJ ecoou pelo salão:

— Agora é a hora do desafio do selinho! Todo mundo dá um selinho em quem estiver mais perto! Sem frescura!

O pessoal riu, algumas pessoas hesitaram, mas o clima da festa já estava solto demais para alguém realmente se negar.

Primeiro, vi o seu Raimundo se virar para a Rebecca. Os olhos dela se arregalaram, e ela murmurou um "Misericórdia..." antes de receber o selinho. Seu Raimundo saiu sorrindo como quem rouba um doce. A Rebecca fechou os olhos por um segundo e suspirou, parecendo pedir perdão a Deus mentalmente.

O porteiro seu Geraldo, sempre o mais animado, não perdeu tempo e puxou a Jéssica pelo braço.

— Ah, minha doutora favorita, vamo' resolver logo isso!

A Jéssica arregalou os olhos, mas não teve muito tempo para reagir antes do porteiro lhe segurar pela cintura e colar os lábios nos dela. O beijo começou forte, e o seu Geraldo logo aprofundou, deslizando a mão suavemente pelas costas dela. A Jéssica, num primeiro momento, ficou rígida, mas logo relaxou. Quando finalmente conseguiu se afastar, ela passou as costas da mão nos lábios, limpando a boca.

— Safado! — disse, empurrando de leve o peito dele.

Seu Geraldo piscou para ela, vitorioso, enquanto a observava de longe, balançando a cabeça com um sorriso.

Do outro lado, Érico e Larissa estavam próximos. Ele hesitou, mas Carolina riu e se inclinou para dar um selinho rápido. Após o beijo, a Larissa apenas voltou a dançar.

Eliana e Sarah se encararam. Eliana sorriu de lado.

— Que se dane, né? — disse Eliana.

Sarah riu e concordou.

— É Carnaval, tudo pode.

As duas se inclinaram e se beijaram de verdade. O beijo começou suave, mas logo a Eliana aprofundou, surpreendendo Sarah, que retribuiu sem hesitar. Quando se afastaram, ambas estavam ofegantes. Leandro, que observava de longe, engoliu seco.

Andréia e seu Zé Maria deram um selinho, mas ela acabou se empolgando e puxou ele para um beijo mais longo.

Carolina e Enéias, talvez pela empolgação do momento, deram um selinho mais demorado.

Maurício, que estava relutante em participar, acabou empurrado por Jonas.

— Vamos logo com isso! — Jonas disse, segurando o amigo pelos ombros.

Maurício bufou, mas aceitou o desafio. O que era para ser breve virou um beijo longo, para o choque da Rebecca, que observava com os olhos arregalados e um copo quase quebrando em sua mão.

Odete, animada como sempre, não ficou de fora. Ela puxou o Érico e selou os lábios dele com vontade, transformando o selinho em um beijo demorado e envolvente. Quando se afastaram, ela deu um sorrisinho provocador.

— Precisava garantir que você entrasse no clima da festa — disse.

O Érico sorriu, ainda surpreso, e passou a mão pelos cabelos, tentando se recompor.

Depois de ter levado um selinho do seu Raimundo, a Rebecca pareceu tomada por algo e puxou Maurício para um beijo de verdade. Ele ficou completamente imóvel por um segundo, antes de finalmente retribuir. Quando se afastaram, ela parecia envergonhada, e ele parecia que tinha visto um fantasma.

Foi nesse momento que senti um toque leve no meu braço. Virei o rosto e encontrei Lisandra me olhando com um sorriso travesso.

— É agora ou nunca! — disse ela antes de se lançar para um beijo.

Antes que eu pudesse reagir, senti seus lábios macios tocarem os meus. O cheiro adocicado dela me envolveu por um instante. O que deveria ser um selinho virou um beijo quente,. Quando ela se afastou, piscou para mim e saiu dançando para outro canto da festa, me deixando ali, surpreso e sem saber o que pensar. Enquanto a Jéssica encarava Lisandra de longe.

Alguns minutos depois, quando estava indo em direção ao bar, uma mão suave e quente se colocou em minha cintura pelas minhas costas. Nem tive tempo de me virar para ver quem era, antes que uma fragrância doce e envolvente invadisse minhas narinas e uma voz provocante sussurrasse no meu ouvido.

— Te peguei! — disse Lisandra, a voz carregada de desejo.

Antes que pudesse reagir, senti o calor do corpo dela pressionado contra minhas costas e os lábios dela no meu pescoço. Meus músculos se contraíram involuntariamente, mas não consegui me mover. A sensação foi quase elétrica, e logo os chupões começaram. Eram leves no início, mas com uma intensidade crescente, como se ela estivesse marcando meu corpo, possuindo-me sem reservas.

Eu fiquei paralisado, não sabia o que fazer. Ela continuou me beijando, e, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, suas mãos começaram a subir lentamente pela minha camisa.

— Agora, você me pertence, Rogério! — murmurou Lisandra, quando finalmente afastou os lábios do meu pescoço. — Você é meu pelo resto da festa.

— E o que você quer de mim? — minha voz saiu um pouco mais rouca do que eu esperava.

— Você vai passar a festa toda comigo — disse ela, em tom de comando. — Vai me deixar te abraçar quando eu quiser. Vai me deixar sentar no seu colo quando eu quiser.

Eu engoli em seco. Aquela mistura de ordem e sedução era mais difícil de ignorar do que qualquer outra coisa. Olhei ao redor, mas não consegui identificar a Jéssica em meio à multidão.

Ela sorriu e colocou a mão na minha nuca, puxando-me de volta para ela, como se me aprisionasse em seu toque.

— Lembre-se desta ordem: não importa o que aconteça com a Jéssica, você não vai poder interferir.

Eu sentia o calor dela, o corpo dela tão perto do meu. Era impossível não perceber a tensão no ar, a atração palpável que havia entre nós. O desejo estava ali, me envolvendo como um manto.

Ela passou os dedos pela minha mandíbula com uma suavidade quase cruel, antes de puxar minha mão com firmeza e me conduzir até uma das mesas mais afastadas, onde poucos estavam. Ela se sentou no meu colo sem pedir permissão, e eu senti o peso dela, o calor da sua pele contra a minha.

Sem mais palavras, ela se inclinou para me beijar. Foi um beijo selvagem e controlado ao mesmo tempo, como se estivesse afirmando que eu era uma posse dela.

Lisandra, percebendo meu silêncio, quebrou o beijo e sussurrou perto da minha boca:

— Nesta festa, eu sou a única que importa para você agora, Rogério. E você vai fazer tudo o que eu mandar.

E, com a festa ao redor, com os outros ao fundo, eu me vi mais uma vez aprisionado pela tentação.

Mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim não podia deixar de procurar a Jéssica. Como uma caçadora de vampiros, ela poderia intervir e eliminar a Lisandra da festa, me “resgatando”.

Eu a procurei em cada esquina do salão, entre as risadas e o som das músicas, entre os grupos que se formavam ao redor das mesas e dançavam no centro. Ela estava em meio a um grupo, conversando com Érico, Eliana e Carlos. Entretida demais para notar minha busca ansiosa. Enquanto isso, Lisandra se mantinha ali, no meu colo, como uma cobra enroscada. Cada vez que ela beijava meu pescoço, ela ficava mais possessiva.

Foi quando a Jéssica finalmente nos viu. Ela estava mais afastada, mas se aproximando da pista de dança. Estava claro que a minha esposa sabia exatamente o que acontecia. E, mais importante, ela sabia que isso era coisa da Lisandra. Mas não mostrou nem um pingo de surpresa. Ao contrário, a reação da Jéssica foi apenas dar de ombros, como se estivesse desinteressada, como se aquilo fosse algo esperado, algo que não valesse sequer uma reação mais intensa.

Ela continuou sua conversa com a Eliana. Não havia mais a expectativa de intervenção. Ela havia me dado por perdido, ou talvez, apenas estivesse deixando acontecer, como se já soubesse o que estava por vir.

Lisandra, como se percebesse essa comunicação com olhares, se inclinou para mais perto de mim, a voz quente em meu ouvido.

— A Jéssica não vai te salvar. E sabe o que mais, Rogério? — ela sussurrou, com um sorriso de quem sabia que tinha vencido aquela rodada do jogo. — Se você gosta tanto dela, nós podemos ser um trio. Ela, você, e eu. Não é? Você deve ter essa fantasia, não? Eu posso te dar isso. Por você, eu faria tudo. Inclusive, ficar com ela todas as vezes que fossem necessárias.

Meu cacete deu um salto. Eu sabia exatamente aonde ela estava indo com isso.

Ela continuou, com um brilho travesso nos olhos:

— Eu posso dar umas lambidinhas no pescoço da Jéssica... A festinha começaria aqui e terminaria no apartamento de vocês. Se vocês gostarem, poderíamos ser um trio para sempre. Eu largo o meu namorado, fico só com você. E eu sempre vou deixar você me assistir com ela.

O ar estava carregado com a proposta dela, e o meu corpo, incapaz de esconder o desejo, reagiu. A Lisandra estava me oferecendo algo que poucos poderiam negar.

Minha única resistência era o silêncio.

Nesse momento, meu olhar seguiu Enéias, que parecia ter se posicionado estrategicamente. Ele estava se distanciando da Sarah e estava cercando a Jéssica. Esperando o momento certo para a sua jogada.

Em seguida, o meu olhar se voltou para Carlos e Eliana. Eles estavam conversando em uma das extremidades da sala, afastados do tumulto, mas o suficiente para que eu pudesse observar tudo.

— Se eu fosse um verdadeiro vampiro, isso teria sido uma emboscada perfeita. Você não teria chance de escapar.

Eliana inclinou a cabeça, deixando que os cabelos escuros deslizassem sobre o ombro nu.

— E quem disse que eu tentaria fugir?

Carlos levantou a mão e segurou levemente a pontinha da gravata borboleta dela, como se testasse sua reação.

— A noite está cheia de predadores — ele murmurou. — Talvez você devesse ter escolhido um disfarce menos… provocante.

Eliana sorriu, lambendo de leve o lábio inferior.

— Talvez eu goste de correr riscos.

A resposta dela foi acompanhada por um passo para frente, reduzindo ainda mais a distância entre os dois. Carlos ainda segurava a gravata borboleta, e Eliana manteve a mão no peito dele, seus dedos brincando de forma quase imperceptível sobre o tecido.

Ela inclinou a cabeça para o lado, de uma forma que deixava claro o convite silencioso que estava oferecendo.

Carlos a tocou suavemente e então, sem mais palavras, se aproximou do pescoço dela. A tensão na sala parecia ter se concentrado naquele ponto, enquanto eu via Carlos dar chupões no pescoço da Eliana, os movimentos sutis, mas carregados de uma sensação perturbadora de posse. A resposta da Eliana foi instantânea. Ela se entregou completamente, seus olhos fechando com uma mistura de prazer e rendição. O som dos chupões preenchia o ar, misturado com a música ao fundo.

— Agora, eu pertenço a você, Carlos — ela disse, a voz cheia de desejo e rendição. — De corpo e alma.

Carlos olhou para Eliana com um sorriso vitorioso.

— Agora que você é minha, quero mais. — Falou com firmeza. — Você vai me ajudar a montar meu séquito de servas. As noivas do Drácula.

A Eliana não hesitou.

— Claro, meu mestre Carlos.

Eles passaram a andar pela festa, sem pressa, como se fossem predadores à caça.

De repente, algo chamou minha atenção. Meus olhos captaram um movimento estranho. A Jéssica estava momentaneamente sozinha, distraída pegando uma bebida na mesa de drinques. Foi o momento perfeito para o Lucério agir.

Aquele velho asqueroso se aproximou sorrateiro por trás dela, com um sorriso presunçoso e malicioso no rosto. Seus olhos estavam fixos na pele delicada da Jéssica, e o ar parecia mais denso entre eles. Antes que ela percebesse, ele a envolveu num abraço repentino, suas mãos deslizando pela cintura dela de maneira possessiva e certa, como se estivesse marcando território.

Ele a puxou contra seu corpo, e os lábios, quentes e urgentes, colaram-se no pescoço dela. A pele dela era macia, quente, e ele a chupou com força, deixando uma trilha de marcas rápidas e intensas. Cada sucção parecia mais voraz que a anterior, e ele podia sentir o pulsar do corpo dela contra o dele, provocando uma sensação de prazer incontrolável. Ele sugava sua pele com intensidade, seus lábios e língua explorando cada centímetro macio daquele pescoço que eu conhecia tão bem. Ele respirava pesado, como se estivesse se embriagando com o perfume dela.

A Jéssica, ao princípio, se assustou, seus ombros se contraindo, mas aos poucos, fui percebendo ela se entregar. Sua respiração ficou mais pesada e ela se inclinou ligeiramente para ele, permitindo que ele aprofundasse o gesto. Quando ele parou, ela soltou um suspiro.

— Agora você também é uma vampira, minha querida… — ele murmurou contra sua pele, sua voz tomada por um prazer palpável. Ele pressionava o corpo contra o dela, a encoxando com vontade, os dedos apertando sua cintura com mais força, como se quisesse absorver cada sensação daquele momento. — E pertence a mim!

Eu esperava uma resposta dura, um tapa talvez. Mas a Jéssica sorriu de lado, inclinando a cabeça, expondo ainda mais o pescoço para ele. Depois isso, ela, com um risinho travesso nos lábios, respondeu:

— Sim, meu senhor das trevas, agora pertenço a você! — ela disse, com um tom submisso na voz, como se estivesse se entregando a ele, ainda com aquele sorriso provocador nos lábios.

— Então, você vai fazer tudo o que eu mandar? — perguntou Lucério, com um sorriso de satisfação no rosto.

— Sim, farei tudo o que você mandar.

O velho parecia satisfeito com a resposta. E eu fiquei curioso para saber aonde ela queria chegar com isso.

— Então você deve me prometer agora que irá para um jantar comigo este mês — sentenciou.

— Suas ordens só valem durante a festa, meu mestre.

— Eu sei. Mas também sei que você é honrada o suficiente para cumprir a sua palavra, caso me prometa algo agora.

Jéssica hesitou. Ela sabia que ele estava certo.

— Um jantar de amigos. — Era o máximo de concessão que eu imaginava que ela faria dado o contexto. — E apenas isso.

— Aceitável.

— Pois eu prometo, meu senhor.

Os olhos do Lucério brilharam com um entusiasmo perigoso.

— Ótimo. Continue na festa como se nada tivesse acontecido. Por ora, já estou mais do que satisfeito com o fato consumado de que você me pertence por algumas horas. Isso me basta.

— Como desejar, meu mestre… — repetiu, deixando a ponta da língua deslizar pelo próprio lábio, como se estivesse saboreando a situação.

Esperto, Lucério logo deu as costas para ela e se afastou. Quanto mais tempo ficasse de frente para a Jéssica, mais deixaria seu peito exposto para as estacas dela e sua eliminação.

Do outro lado do salão, vi o Enéias lançar um olhar de ódio mortal contra Lucério, por ter se adiantado contra a sua presa pretendida. Agora, só lhe restava dar um jeito de eliminar o vampiro velhote.

— Você viu o que aconteceu com a Jéssica? — Lisandra disse, me trazendo de volta.

Eu olhei para ela, tentando disfarçar a tensão. Ela estava se divertindo, claramente se aproveitando da derrocada da sua patroa.

— Eu vi — respondi, tentando manter a calma.

— Se ela pode, você pode — disse Lisandra, o tom de sua voz meio desafiador.

Minutos depois, em um dos cantos mais afastados, meus olhos encontraram a Letícia, que estava fantasiada como jogadora de futebol. Com seu namorado, Antônio, eliminado da festa logo no começo, ela passou boa parte dela sozinha e zanzando.

Foi quando Carlos e Eliana se aproximaram dela. Eu os observei a distância, e a Lisandra, ao meu lado, parecia já saber o que viria a seguir. A Eliana foi a primeira a se aproximar da Letícia, conversando com ela, tentando distraí-la enquanto o Carlos, com a paciência de um predador, se aproximava sorrateiramente por trás.

A conversa entre Eliana e Letícia parecia mais uma brincadeira inocente. Elas riam e trocavam palavras que não consegui entender completamente. O Carlos se aproximou por trás, com um movimento suave, e antes que a Letícia tivesse tempo de reagir, ele a abraçou por trás, fazendo ela se encolher ligeiramente, mas não com surpresa. Em um piscar de olhos, os lábios do Carlos estavam no pescoço da Letícia, pressionando e deixando chupões evidentes sobre sua pele macia.

Aos poucos, a Letícia foi se entregando a ele, inclinando-se ligeiramente para trás, permitindo que ele a explorasse de uma forma que parecia natural. O ar entre eles estava carregado de desejo, e a maneira como a Letícia se permitia ser tocada dizia tudo.

— Pelas regras desta noite, você me pertence agora, Letícia — disse Carlos.

Letícia sorriu, uma expressão de diversão misturada com prazer nos olhos.

— Você me pegou desprevenida, Carlos — ela brincou, sua voz carregada de malícia. — Mas, sim, eu pertenço a você.

Letícia estava completamente dentro da brincadeira, se entregando a Carlos.

— Estou montando as minhas noivas do drácula. Você e a Eliana são as primeiras e vão me ajudar com as próximas.

Letícia sorriu com um brilho de excitação nos olhos.

Os três então começaram a caminhar pela festa, com uma calma predatória. Eles começaram a espreitar o próximo alvo.

De repente, outro movimento chamou minha atenção. Contrariando o que seria prudente, o Enéias foi procurar o Érico, o último caçador de vampiro e cuja esposa ele tinha transformado em serva logo que chegou na festa.

Com a confiança de sempre, o Enéias se aproximou dele com um sorriso tranquilo.

— Érico, por que você não elimina o Lucério? — ele disse, sua voz suave e cativante. — Acho que ele é a maior ameaça da festa. Pegou até a outra caçadora de vampiros.

— O Lucério está quieto — respondeu Érico. — Só pegou uma serva até agora e eles nem estão próximos.

— Sim, claro. Mas pegar uma caçadora não é contra as regras? —disse Enéias com aquele tom charmoso e despreocupado, como se estivesse apenas fazendo um comentário inocente. Mas eu sabia que ele estava tentando se livrar do Lucério para que a Jéssica fosse dele.

Mas o Érico não parecia disposto a entrar no jogo do Enéias. Continuou a olhar para ele, alguns com um olhar cansado.

— Lucério não está fazendo nada de mais — disse Érico. — Quem não está se comportando é você.

Acho que só nesse momento o Enéias lembrou que também era um vampiro e também poderia ser expulso com a mesma facilidade do Lucério. Aceitando a derrota, ele se afastou, mas eu ainda queria ver ele Enéias faria em seguida.

Enquanto isso, a Lisandra no meu colo, chamou minha atenção mais uma vez. O perfume dela, doce e envolvente, parecia uma armadilha sutil.

— Rogério... — ela sussurrou, com a voz carregada de sedução. —Você está esquecendo de se divertir. Eu sei que você não gosta de ver a Jéssica sendo possuída por outro homem, ou seja lá o que ela está fazendo com Lucério, mas eu posso te mostrar como aproveitar a festa.

Ela passou as mãos ao redor do meu pescoço, e eu senti a pressão do toque dela em minha pele. Ela estava tentando me envolver, tentando fazer com que eu esquecesse o que estava acontecendo ao redor. Eu tentei me concentrar, mas a presença dela era difícil de ignorar.

— Eu sei que, no fundo, você quer a sua esposa se entregue para que você se entregar a mim sem peso na consciência... — sussurrou. — A noite está só começando, Rogério. E ela pode se tornar bem mais interessante...

Antes que ela pudesse continuar, nossa atenção se voltou para um canto, onde o Lucério finalmente voltou a se aproximar de sua serva, Jéssica.

— Me dê um selinho — ele disse, como se fosse uma ordem inquestionável.

Jéssica, com uma leve risada nos lábios, obedeceu. Ela o olhou profundamente nos olhos e, com um movimento lento, deu um pequeno selinho em seus lábios. Ele sorriu, satisfeito.

— O que achou, meu mestre?

— Seus lábios são como eu imaginava. Mais um, por favor —ordenou, a voz grave, como se estivesse se divertindo com o controle que tinha sobre ela.

Jéssica se inclinou mais uma vez, e o beijo foi mais profundo, mais longo, mas, mesmo assim, de forma calculada.

De repente, o olhar do Lucério se fixou em Enéias, que permanecia cercando a dupla. Lucério, com aquele sorriso malicioso de sempre, deu a ordem.

— Jéssica, se livre daquele vampiro incômodo.

Com um sorriso no rosto, a Jéssica obedeceu e caminhou alegre até o Enéias. Ele permaneceu lá, acho que não tinha ouvido a ordem. A minha esposa, então, pegou a estaca de brinquedo que estava presa à sua fantasia de caçadora de vampiros e a encostou no peito do Enéias.

— Eliminado — disse ela, expulsando-o da festa. — Desculpe, Enéias.

O Enéias, com aquele sorriso de sempre, não pareceu surpreso, e se afastou, sem dizer uma palavra. Enquanto a Jéssica voltava para o Lucério, que exibia um sorriso vitorioso.

— Meu mestre, você não vai requerer minha ajuda para conquistar novas servas? — perguntou Jéssica, a voz carregada com uma dose de subordinação.

— Não estou interessado em mais ninguém além de você, Jéssica — respondeu. — Quero você toda para mim. Que você diga que pertence a mim.

— Eu pertenço ao senhor, meu mestre. Você sabe disso, mas...

— Esqueça os outros. Só você me importa esta noite.

Lucério deu uma risada baixa, satisfeita, e colocou a mão suavemente sobre o rosto dela, como se a estivesse acariciando, mas também a segurando firmemente, como um troféu. Ele parecia saborear cada segundo da subordinação dela.

Lisandra, com o olhar focado, percebeu minha tensão, e tentou de novo.

— Rogério — ela disse, em um tom doce —, deixa o resto do mundo lá fora e se entrega a mim. Eu sei que você está pensando na Jéssica e no Lucério, mas nada disso vai fazer diferença enquanto você estiver aqui comigo.

Ela permanecia sentada no meu colo, me envolvendo. Ela não era minha esposa, nem alguém com quem eu tivesse uma conexão profunda, mas algo nela sempre teve o poder de me prender. Ela tinha uma beleza diferente das outras.

Foi então que nós dois voltamos nossa atenção para a Andreia, e a cena tomou uma nova direção.

Logo, eles se aproximaram da Andreia. A Eliana foi a primeira a se aproxima, com aquele sorriso cativante que sempre usava para conquistar. Elas se cumprimentaram e se abraçaram, e Andreia, com um sorriso simpático, as recebeu com naturalidade. Em seguida, veio a Letícia. Enquanto as duas se distraíam com a chegada da universitária, Carlos se moveu sorrateiramente para trás, seu olhar fixo na pele da Andreia, no pescoço dela.

Quando Carlos finalmente tocou seu pescoço, Andreia não se surpreendeu. Ela se encolheu um pouco, mas a expressão no rosto dela era tranquila, como se aquilo fosse algo esperado, algo inevitável. Ele beijou seu pescoço com a mesma intensidade com que fizera com as outras mulheres, deixando chupões visíveis. Andreia, no entanto, não parecia perdida na situação.

— Agora você é minha, Andreia — Carlos disse, sua voz baixa e carregada de desejo.

Andreia sorriu, seu olhar mantido no do Carlos. A tensão entre os dois parecia quase elétrica.

— Eu pertenço a você, Carlos — ela respondeu, sua voz suave, mas com uma dose de cumplicidade no tom.

Carlos deu um sorriso satisfeito, e em seguida se virou para a Letícia e a Eliana.

Os quatro começaram a caminhar pela festa, seus olhares se cruzando, fazendo a interação parecer quase uma dança sinistra. Eles estavam espreitando mais mulheres agora, observando-as com uma calma perturbadora. Andreia, por sua vez, parecia não ter pressa, mas seus olhos observavam com um foco intenso, como se já soubesse quem seriam os próximos alvos.

No entanto, a caçada foi suspensa quando o DJ interrompeu a música e pegou o microfone.

— Atenção, foliões! Agora é a hora do beijo! Cada servo deve dar um beijão no seu vampiro mestre! — anunciou com um tom animado.

A multidão vibrou e começou a se movimentar, formando pares e pequenos grupos. Olhei ao redor e vi a Andréia, a Letícia e a Eliana trocando olhares e se virando para Carlos, que abriu um sorrisão presunçoso.

— Senhoras, estou à disposição! — ele brincou, ajeitando sua capa de "vampiro baixa renda". — Esta noite vocês me pertencem e eu quero esses beijos.

Andreia foi a primeira a se aproximar, segurando o rosto do Carlos e grudando os lábios nos dele. O beijo foi demorado e cheio de pegada, línguas entrelaçadas e a loira pressionando seu corpo contra ele. Quando se separaram, Carlos lambeu os lábios e sorriu.

— Sempre soube que você beijava bem... — disse ele.

— Humm... Gostinho de cachaça barata. Combina com a sua fantasia — provocou.

Carlos riu.

— Mas você adorou, não adorou?

— Talvez.

Andreia piscou para ele e deu um passo para trás, deixando espaço para a Letícia. A universitária das coxas torneadas avançou e segurou Carlos pela nuca, puxando-o para um beijo mais intenso que o primeiro. Quando finalmente se soltaram, o Carlos soltou um suspiro exagerado e a Letícia riu.

— Caramba, Letícia... Com esse beijo, eu quase vi Deus.

Ela deu uma risada gostosa.

— Confesso que não esperava tanto de um vampiro tão velho e feio — provocou.

Por fim, Eliana se aproximou com seu sorriso encantador, mordendo o lábio antes de encostar seus lábios carnudos nos do Carlos. O beijo dela foi mais suave, mas ainda assim intenso. Ela beijou Carlos com uma entrega completa, deixando-se ser conduzida. Quando o beijo acabou, ela olhou para ele com aqueles olhos verdes cintilantes.

— Nossa, agora eu fiquei até sem palavras...

Eliana sorriu vitoriosa.

— Eu sei.

Carlos olhou para as três e ordenou:

— Agora quero ver vocês se beijando umas às outras!

— Você tá se achando muito, hein? — apontou Eliana.

Letícia e Andreia trocaram olhares e sorriram. Então, sem hesitação, as duas se aproximaram e se beijaram ali. O beijo delas foi cheio de desejo e durou alguns segundos antes de se separarem.

— Bem macia — comentou Andréia, sorrindo.

Letícia riu.

— E você bem atrevida.

Eliana olhou para as duas e suspirou.

— Certo, já que é carnaval...

Ela segurou o rosto da Letícia e a beijou, enquanto Andreia assistia, mordendo o lábio. Quando a Eliana se afastou, as duas não hesitaram e a puxaram de volta, transformando o momento em um beijo triplo cheio de desejo. As mãos se tocaram, os corpos se aproximaram ainda mais. Carlos soltou um longo suspiro, completamente extasiado.

— Isso é um sonho? Porque se for, não me acordem! — disse ele, olhos vidrados na cena.

Letícia riu entre os beijos.

— Só estamos aproveitando o carnaval, não é, meninas?

— Exatamente — concordou Andreia, deslizando os dedos pelo cabelo de Eliana antes de aprofundar o beijo mais uma vez.

O Carlos batia palmas.

— Melhor carnaval da minha vida!

Enquanto, isso o Lucério esperava que a Jéssica o beijasse. Mas ela demorava em fazer isso.

— Vamos, minha serva, me beije na boca! — decretou, confiante.

A Jéssica deu um passo à frente, aproximando seu rosto do dele. Eu prendi a respiração. Mas então, num movimento rápido e preciso, ela ergueu a estaca cenográfica de caçadora de vampiros e, aproveitando que o Lucério estava distraído com o vindouro beijo, pressionou sua ponta bem no peito do Lucério.

— Ops… sem querer acabei te matar, meu mestre! Eliminado! — ela disse, com um sorriso travesso.

Lucério congelou por um segundo, seu rosto ficou vermelho de frustração. Ele abriu a boca, fechou, e então soltou um suspiro resignado.

— Bela jogada, caçadora... — murmurou, antes de se afastar cabisbaixo e ir embora para seu apartamento.

A Jéssica sorriu amplamente, satisfeita com o desenrolar da cena. Ela havia derrotado o vilão da história, e agora ele se retirava, como um vampiro derrotado, para voltar ao seu covil.

Enquanto isso rolava, a Lisandra insistia no beijo que ela tinha direito. A loirinha não tinha percebido a situação entre Jéssica e Lucério. Seu corpo encostou-se ao meu. Ela se aproximou, mas antes que pudesse encostar os lábios nos meus, senti um toque no meu ombro.

— Ah-ah! — disse uma voz firme.

Era a Jéssica que, com a outra mão, segurava a estaca de brinquedo encostada no peito da Lisandra.

— Eliminada! — declarou Jéssica, sorrindo.

Lisandra arregalou os olhos.

— Ah, que droga! Bem na minha vez!

Nós assistimos nossa diarista loirinha saindo do salão e a Jéssica me olhou e sorriu, vitoriosa.

— Parece que você vai ter que se contentar comigo.

Eu sorri de volta.

— Nada poderia me deixar mais feliz.

E então, sem hesitar, beijei a minha esposa intensamente, ignorando tudo ao nosso redor.

— Não pense que eu não vi os beijos e selinhos com ela, seu safado — brincou ela, rindo.

— E eu te vi beijando dois.

— Selinho, amor. Selinho de carnaval. Não conta.

Nós rimos e nos beijamos com o que considerávamos um beijo de verdade.

— Que tal a gente sair desta festa e irmos para a nossa particular lá em casa? — sugeri.

— Perfeito. — Ela me olhou com aquele olhar que me dava certeza que ia rolar sexo a noite toda. — Mas preciso resolver só uma coisinha antes de irmos. Me espera aqui?

Confirmei e ela se encaminhou, com a estaca na mão, para um lugar que parecia aleatório na festa.

Nesse canto, escondido pelas sombras e protegido pelo som alto, estavam Carlos, Eliana, Letícia e Andreia aos beijos e amassos. As três ao redor dele, beijando sua boca, alternando entre si e, por vezes, beijando umas às outras demoradamente.

— A Letícia beija gostoso, né Andréia?

— Isso é loucura... Nós somos mulheres casadas!

— Casada que é bom! É mais gostosa ainda!

Enquanto se beijavam apaixonadamente, as mãos do Carlos passeavam pelos corpos dela, os apertando e massageando por completas.

Aquela festinha não durou muito quando a Jéssica chegou.

— Eliminado! — ouvi de longe. — Você devia ter vergonha na cara, Carlos, de se aproveitar delas bêbadas.

Não tinha exata certeza se as mulheres estavam bêbadas ou se era uma metáfora para “embriagadas pelo espírito carnavalesco”. Tinham várias outras pegações proibidas acontecendo nas sombras por toda a festa e ninguém saberia precisar onde o marido da Eliana, Leandro, estava que não viu nada. Parece que até o porteiro seu Geraldo conseguiu comer mais uma moradora, a Lourdes, e colocar mais uma calcinha na sua coleção.

Mas a Jéssica era muito amiga do Carlos, da Eliana e da Andréia. Então, de alguma forma bizarra, decidiu pagar de estraga-prazeres.

Tudo parecia que tinha sido resolvido e o carnaval entre eu e Jéssica iria ser de muito sexo apenas entre os dois. Mas ainda tínhamos muitas questões abertas.

A Jéssica tinha prometido ir para um jantar de amigos com Lucério e iria cumprir sua promessa. Ao mesmo tempo, a Lorena se mudaria para nosso prédio e a Jéssica estava interessada em jogar o Enéias para ela. Talvez, ela não percebesse que o Enéias poderia querer a Lorena para mim para poder ficar com a Jéssica.

Enquanto isso, o Lucério estaria interessado em possuir as duas, Jéssica e Lorena...

PRAZO PARA O FINAL DA APOSTA ENTRE JÉSSICA E LUCÉRIO: 4 meses e 2 semanas.

Pois bem, leitor. No próximo capítulo, vamos voltar à rotina no condomínio. Antes de concluir, gostaria que me respondesse nos comentários qual casal deste carnaval vocês torcem para que seja mais desenvolvido ou venham a transar.

Coloquem nos comentários para quem vocês torcem (eu, Enéias ou Lucério) nos próximos capítulos. Daqui a 15 dias, teremos a continuação.

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Comentários

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Muito bom, adoraria o casal evangélico se metendo em várias surubas e trancando de casais com outros moradores. A Jéssica ficando mais aberta a putaria sem participar. Carlos conseguindo o harém dele começando pela Letícia

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Acho que estarmos todos torcendo para o Lucério comer a Jéssica

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Já foi feita até enquete...não de opinião generalizando...kkk

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Eu já acho que a Jéssica tinha que dar para o Carlos e ajudar ele no harém. Até talvez o erico. Mas não tem como aceitar lucerio e Enéas. Torço que o Carlos se de bem pela outra história.

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Muito bom!!!!

Cada parte melhor que a outra!!

3 estrelas

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Torço para o Lucério e o Enéias consigam transar com a Jéssica.

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Jessica, a grande empata foda do baile, com ela não aconteceu nada no salão e ainda melou a festa de seus amigos que estavam se divertindo tanto. Autor que boa sacada a sua fazer isso. Se a sua intenção era causar frustração no leitor conseguiu de forma exemplar.

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