O Casamento Arranjado! Cap.7

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 1831 palavras
Data: 01/03/2025 13:37:08

Edward informa que precisa partir e eu o acompanho até a porta, me sentindo até um pouco triste por ele já precisar ir embora. Ele se despede com um beijo na minha bochecha e um aperto de mão com Eduardo, e então retornamos para dentro. Assim que Edward sai, dou logo o último beijo do dia, o beijo obrigatório da noite, em Eduardo e me vejo livre, então começo a fazer uma lista de itens que preciso comprar para o jantar de amanhã. Depois, me dirijo para a cama e deito, adormecendo quase instantaneamente.

Sinto a cama quente ao meu lado e me sinto bastante confortável, até que o imbecil número um, ou seja, Eduardo, solta um pum bem ao meu lado, me fazendo acordar de repente. Sento na cama, com a raiva borbulhando na minha cabeça.

— Acorda, seu porco! — dou um tapa no braço dele, mas ele apenas se move levemente, me ignorando totalmente — ACORDA!

— Hum?! — ele pula e também se senta, me olhando como se quisesse me matar, mas eu sinto o mesmo, então continuo encarando — Você ficou maluco ou é só muito idiota?

— O único idiota aqui é você! — dou outro tapa, mais forte que o anterior — Você tem que parar de soltar esses puns logo de manhã, isso está me matando e destruindo meu olfato.

— Problema seu! — ele se deita novamente, cobrindo a cabeça com o lençol.

— Não esquece que você tem que me buscar na faculdade hoje. — ele resmunga com raiva.

— Tsk, eu mereço...! — levanto da cama e vou tomar um banho, ignorando suas reclamações.

****

Saio de casa já com um sorriso no rosto, afinal, Edward já está me esperando lá fora. Entro no carro dele e meu sorriso se alarga; está mais do que claro que estou completamente caído por ele, só não vê quem não quer. O que, de certa forma, mostra que ainda estou aberto a um novo amor.

— Por que você está tão pensativo? — “Stone Cold” toca enquanto conversamos.

— Nada demais... — ele levanta uma sobrancelha, me arrancando um sorriso de canto — É só que eu adoro essa música! Ela é tão melancólica que chega a ser épicamente bonita... Ou talvez eu só compartilhe dessa dor.

— É, eu também acho, mas se tem uma música que me faz chorar de verdade, é “Don't you remember” da Adele.

— Nem me fale. — rio, mas agora me sinto um pouco melancólico — Quando fui traído, ouvi essa música milhares de vezes! — abaixo a cabeça, olhando para minhas mãos, que estão sobre as minhas pernas; ele sorri, parecendo meio triste também, e isso me deixa curioso para saber por que ele está solteiro — Mudando de assunto, você vai ao jantar, não é?!

— Claro! Por que não iria?

— Ufa, que bom, pensei que teria que aguentar o Eduardo e aquele “amigo” irritante dele sozinho.

— Por falar em Eduardo... Posso te fazer uma pergunta?

— Claro.

— Desculpa a ousadia, mas isso está realmente me deixando curioso. — ele diz e morde o lábio antes de continuar, dessa vez, mais cauteloso — Então... hum, vocês têm algo?

— Não... Meu Deus, não! Você ficou louco?!

— Foi mal, é só que vocês são casados, então eu deduzi que...

— Qual parte do “eu odeio ele” você não entendeu?

— Calma, não precisa ficar nervoso, como eu disse, foi só uma suposição.

— Desculpa, é que ultimamente até o nome dele tem me deixado irritado.

— Nossa, e será que isso não é amor?! Quer dizer, dizem que os opostos se atraem, né?!

— Não nesse caso! Isso não é fantasia, é a vida real. — reviro os olhos, me sentindo tonto só de pensar nessa possibilidade — Enfim, vamos mudar de assunto. — “Alive” da Sia começa a tocar no carro.

— Você vai voltar com quem hoje?

— O Eduardo vem me buscar... Pelo menos, é o que se espera. Espero que ele não se esqueça disso.

— Tomara mesmo!

— Tem algum lugar perto do bairro onde dá para andar de patins?

— A praça central!

— Legal, vou dar uma passada lá hoje; tenho quase certeza que vou precisar relaxar à tarde.

— Mas você não vai fazer o jantar?!

— Sim, mas só devo começar por volta das cinco da tarde, então tenho tempo sobrando, e também, não vou fazer nada demais, até porque meu pulso ainda dói um pouco.

— Hum, entendi! Não se esforce demais.

****

Assim que coloco o pé fora do carro do Edward, Feh já vem correndo na minha direção como um louco. Agradeço pela carona e vou em sua direção sorrindo e acenando.

— Amigo, que homem era aquele?! — ele me segura, olhando por cima dos meus ombros.

— O nome dele é Edward! — ele me encara com olhos arregalados e sussurra um “Oh my God” muito dramático, eu rio — Eu sei... é um tremendo gato, não é?!

— Gato?! Gato?! Amigo, gato são os garotos da faculdade, esse daí é um pecado com corpo e nome, isso sim! Ele é maravilhoso... Onde você o encontrou?! Tô precisando de um! — balanço a cabeça rindo e seguimos conversando; percebo que, além de sua mochila, ele carrega uma sacola preta.

— E, acredite ou não, ele está solteiríssimo.

— Acho que vou terminar com meu boy!

— Só você mesmo, viu! — rimos — Mas eu confesso que estou caidinho por ele.

— E quem não estaria?! Querido, eu ficaria impressionado se você não estivesse... Mas você tem um problema, né?! Afinal, você é casado!

— Exato! Por isso estou torcendo para ele continuar solteiro por um ano!

— Você está brincando, né?! Você acha mesmo que um homem daquele vai ficar solteiro por um ano?! Se ele ficar, eu me encarrego de ir até lá tirar as teias de aranha dele... Eu, hein.

— Um garoto não pode ter esperança?!

— Hum... Só se for esperança mesmo, porque chance está meio difícil, viu! — vamos em direção à entrada do prédio — E como está a convivência com seu maridinho?! — ele sorri sarcasticamente.

— Regular! Não sei se vou aguentar um ano... É tempo demais.

— Isso é falta de sexo, amigo! Por que você não larga a frescura e transa com ele?

— Ficou maluco?!

— Olha, eu sei que você não gosta desse assunto, principalmente porque ele é um idiota, eu te entendo, eu juro, mas pensa comigo... É muito benéfico para você. — ele me encara sério, como se fosse realmente me dar um conselho valioso — Além de não trair e ainda ficar milionário, você se diverte sem compromisso e desestressa... Sabe, eu tenho a impressão de que ele gosta de você.

— Não pira, Felipe. — entramos no prédio — Além do mais, eu não seria louco de fazer isso com um homem daquele.

— Até parece, você não fez isso com um pior, que te traiu na tua cara e sem um pingo de remorso ainda te chamou de “carne velha”?! — o encaro, fulminando-o com os olhos, e ele desvia o olhar — Olha... eu trouxe um presente para você. — ele muda de assunto rapidamente — Você vai adorar!

— Sei... — digo estreitando os olhos — Seus presentes sempre são estranhos. — lembro de um plug anal que ele me deu em um dos meus aniversários.

— Nada a ver, esse você vai adorar, eu tenho certeza! Principalmente porque vai ser muito útil. — ele me entrega a sacola preta, parecendo muito orgulhoso de si mesmo, e eu já me sinto inquieto com isso — Vai, olha logo!

— Tá, calma. — me encosto na parede do corredor e abro a sacola, imediatamente sinto minha boca secar e meu coração saltar no peito, o encaro nervoso — Sério isso, Felipe?! Consolos, plugs, cuecas e... Tem coisa aqui que eu nem sei como se usa e do que se trata!

— E então, você gostou?

— Você só pode ter ficado louco!

— Você devia me agradecer, seu ingrato! Isso aí é para você aguentar esse interminável ano de abstinência, afinal, é melhor que usar só a mão!

— Tá certo! Obrigado! — digo seco.

— E então, você vai usar, não é?!

— Eu não sei, Feh... Vou pensar! Tem coisa que eu nem sei o que é!

— Nem venha bancar a recatada, André! Vai usar sim, e pronto; se você não sabe, eu te ensino.

— Tá, obrigado! — digo encerrando o assunto.

****

Já estou esperando em frente à faculdade há algum tempo, e estou começando a ficar com raiva, afinal, se o Eduardo não vier me buscar, quando eu chegar em casa, vou colocar fogo nele onde ele estiver.

— Tks, cadê aquele idiota? — Será possível que aquele abestalhado realmente se esqueceu de mim? Sento em um banco e pego meu celular para passar o tempo.

— Perdeu! — alguém puxa meu celular das minhas mãos, me fazendo pular do banco com o susto — Calma, não precisa passar mal, sou só eu, o seu maridão. — ele sorri sarcasticamente e eu reviro os olhos; se ele não fosse tão idiota, talvez fosse bem bonito.

— Tá mais para “meu idiotão”! — fecho a cara — E devolve logo o meu celular! — arranco o aparelho de suas mãos — Pensei que não vinha mais... Porque diabos demorou tanto?! — ele anda à frente, me ignorando, e eu o sigo com ainda mais raiva.

— Cheguei aqui cedo, mas deu uma vontade de ir ao banheiro e tive que sair atrás de um. — suspiro com raiva e ele sorri, parece que faz de propósito, só para me irritar.

— Sem detalhes, por favor. — ele dá de ombros e entra no carro — Seu “amigo” já chegou?!

— Já! Ele ficou em casa, aparentemente nunca tinha visto uma TV tão grande.

— Hum... — digo sem interesse — Temos que ir ao supermercado hoje, porque preciso comprar algumas coisas para o jantar e também para o almoço de amanhã.

— Então vamos rápido, que eu estou com fome!

— E quando você não está com fome?!

— Quando estou dormindo! — reviro os olhos.

****

Após passarmos em casa e pegar dinheiro, vamos ao mercado, o “amigo” do Eduardo ainda está assistindo TV, ele nem se deu ao trabalho de me cumprimentar e eu agradeço por isso, quanto menos contato, melhor para mim.

— Não gosto do seu amigo! — digo quando entramos no carro, e ele me encara com as sobrancelhas erguidas — Ele mal chegou e já estava de tênis em cima do sofá.

— E por acaso você é uma dona de casa?! Quem se importa com essa merda?! Porque você tem que ser tão chato, hein?!

— Eu não sou chato, Eduardo, sou responsável! Você diz isso porque não é você quem limpa a maior parte da casa, não é?! — ele dá de ombros — Fique sabendo que é você quem vai limpar a bagunça que ele fizer!

— Humpf...

— Por falar em bagunça, temos que dar um jeito naquela mansão... Tá muito suja!

— E por que você não limpa, ué?!

— Porque “NÓS” vamos limpar, é por isso! Até porque, eu não sou o único morador dela, então...!

— Tá, tá, agora cala a boca, sua voz está começando a me estressar! — começo a abrir a boca para rebater, mas ele prossegue — Se ao menos você usasse ela para outra coisa, mas só usa para reclamar... Tsk, um desperdício, ter uma boca dessa e só usar para reclamar, como uma velha mal amada.

— Pelo menos é só a minha voz, e você, que me estressa só por existir!

Continua...

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