Era uma loja de cuecas. Mas não uma loja de cuecas qualquer, e sim daquelas de shopping center chique. Sabe como é que é, né? Homem não varia cueca: cor tanto faz, e a textura, basta não incomodar. Então, para fazer o merchandising, dona Carlota resolver apelar para as mulheres: a perua que se preza tem que botar o marido na linha, na “finura de alta”; investiu pesado nos comerciais.
Paralelamente, dona Carlota contratou um eletricista para instalar um painel em sua mansão, que trouxe consigo um jardineiro. Este tinha “uma bundinha!”, e na hora do calor do dia, enquanto ia derriçando as trepadeiras do muro, ficou só com uma espécie de ceroula de malha, mostrando todo o contorno da sua bunda. E enquanto o eletricista soldava algo no muro, aproximou-se do rapaz:
− Qual o seu nome, rapaz?
− Sérgio Teixeira, sinhora.
− Nossa? Como se nasce um bebê, e se coloca esse nome?
− Que bebê, madame?
− Deixa quieto! – apontou para baixo – É sempre assim?
Sérgio Teixeira, imediatamente, colocou a bermuda por cima, já meio corado. Dona Carlota conseguiu chegar mais perto, e disse:
− Não é isso! Me refiro à bagagem.
− Bagagem? A mala do Pedro?
A empresária chegou mais ao ouvido:
− Quem é Pedro?
− É o elitricista.
− Posso falar contigo na varanda?
Sérgio suava frio. A coroa rica iria lhe cantar, e ele botaria chifre na Tereza, coitada.
*****
Sérgio Teixeira foi contratado para ser modelo das cuecas do shopping. Com aquele corpinho malhado na enxada, bronzeado o bastante para as peças claras, ficou um luxo nos painéis de anúncio. Qual mulher não iria querer o marido vestido igual para umas núpcias? Ele, ainda ficaria só de sunga dando autógrafos e selfies para as peruas frescas, mas tinha um problema:
Carlota chamou Sérgio para um canto, ainda mais que estava de cuequinha para a foto, e tentar conseguindo, passar alguns dedinhos naqueles turgores de pele.
− Sabe Sérgio, o seu nome artístico vai ser “Ésse Canábis”... Ésse da letra S.
− Por que, madame?
Pegou e esfregou as mãos do rapaz, percebendo a lixa, e já pensando que teria de ir para novo banho de creme, urgente.
− Porque as madames vão pensar que tu fumas maconha.
− Pensei que era bebum que tomasse cana.
Carlota percebeu que o treinamento teria que começar do zero, fingiu pena do rapaz, e arcou para beijá-lo no rosto. Mas de propósito, 50 % do beijo pegou na boca.
*****
Carlota falou para a irmã 15 anos mais jovem:
− Carmen, você tem que me ajudar. O rapaz é caipira demais.
− E outra vez, você quer me tratar como o Severino do Zorra, pra quebrar os seus galhos. – disse a psicóloga clara, de olhos claros e 32 anos.
Estavam na mesinha acolá da loja íntima, e simplesmente, Carlota apontou para lá.
− O quê? – Carmen tirou os óculos escuros para ver melhor – Esse é o rapaz modelo?
− Sim, sim,... – respondeu a empresária mordendo um churro em formato de pênis.
Carmen deu uma suspirada, fingindo sacrifício, e disse:
− Ok, eu treino o rapaz... Como é mesmo?
− S Canábis.
− Maravilha! Começo já.
*****
Carmen levou Sérgio para uma cabine 4D, e ficou com ele, agarradinhos igual namorados, quando o pirata passou a espada. Quando veio a anaconda para engolir, botou a cabeça, chegando a tocar o pênis sobre a sunga. Depois, foram para a discoteca:
− Você já dançou assim? – perguntou Carmen.
− Nãão. Na vila a gente bate as coxas.
Carmen colou no rapaz, e colocou a coxa esquerda entre as suas, dizendo:
− Pode ser. Mas deixe a mulher procurar primeiro.
Naquele momento mágico, as classes sociais se equivaleram, e quando Carmen encaixou o queixo no ombro do rapaz, este não conseguiu fingir o arrepiamento.
− Isso mesmo, seja natural. – disse.
− A Carlota Joaquina...
− Há, há, há... gostei! – e Carmen fez seu cabelo voar no ritmo da dança.
Com a interrompida, ele meio que parou, olhando para ela, e... O beijo foi moderado, de um jeito ainda meio caipira, pelo menos da parte dele. Mas a música seguiu, com Carmen dando instruções para o moço tentar não gaguejar, mesmo que as situações o impelissem a isso. Disse também, que quando dançasse com alguma cliente, e a mesma quisesse beijar, que fosse na progressão, de artístico para beijão de novela. Nem precisou explicar tanto, que rolou outros beijos, e o caipira conseguiu reproduzir o que já tinha assistido nas telinhas.
*****
Sérgio Teixeira foi efetivado, ou melhor, o S. Canábis. E a cada dia mais desenvolto com as clientes da loja, inclusive com as vendedoras de lojas adjacentes. Volta e meia era puxado para algum canto, e marcou contato com várias delas.
Em uma noite, no apartamento de Carmen, a mesma lhe mostrou:
− Olha, estou usando uma calcinha de fio. – ergueu a parte lateral da saia.
− E pra que serve? – quis saber o moço do interior.
Sentou no colo dele, antes de responder:
− A gente puxa de lado na hora da penetração.
− Pene... tração?
− Meteção se preferir, gato!
E enquanto Carmen tapava a visão de Sérgio com um beijo, o mesmo sentia a sua cueca descer, com uma mão que a puxava. O beijo se prolongava, e um boquete começou a ser feito. Queria olhar, mas Carmen não deixava. Depois, jogou a cabeça para trás no sofá, pois que a chupada era mesmo fenomenal. Numa garganta profunda, sentiu até a úvula da pessoa que executava a gulosa. Por fim, conseguiu perguntar:
− Quem está...
− Te chupando?
Sérgio só fazia movimentos com a cabeça.
− É a Carlota Joaquina! – disse Carmen num tom sarcástico.
Os olhos de S. Canábis brilharam, mas a diaba não deixava ele olhar para baixo, e ainda puxou um travesseiro gigante entre a cabeça da irmã e a visão do rapaz.
− E se...
− Se você gozar? Deixe acontecer naturalmente. A minha irmã entende dessas coisas.
Gozou na boca da coroa puta. E não foi qualquer gozada, parecendo uma avalanche. O ex-caipira percebeu que a mulher demorou um tempinho, mas jogando o véu, saiu como um fantasma da sala.
− E-ela engoliu?
− Já te disse que é feio gaguejar. Engoliu? Sei lá, não importa.
Desceu para beijar mais um pouco, e botando a mão no pau, percebeu que estava babento, mas já dando sinais de reanimação. Quando aconteceu minutos depois, Carmen puxou a calcinha, roçou na buceta, mas no cu que insistiu em penetrar.
Aos poucos, e de virada, Sérgio Teixeira conseguiu comer aquela bunda macia da Classe Alta. Estava mesmo, muito entrosadinho!