O sol já começava a surgir no horizonte quando saímos do motel. O ar da manhã era fresco, e o silêncio da cidade ainda dormindo parecia combinar com o clima introspectivo que tomava conta de nós dois. Priscila estava ao meu lado no banco do passageiro, olhando pela janela, mas de vez em quando seus olhos se encontravam com os meus, como se estivesse tentando decifrar o que eu estava pensando.
— Amor... — ela começou, quebrando o silêncio. — O que você achou de tudo isso? De verdade.
Eu segurei o volante com mais firmeza, tentando organizar meus pensamentos. Não era uma pergunta simples, e eu sabia que ela merecia uma resposta sincera.
— Priscila, foi... diferente de tudo que já vivemos. Mas foi incrível. Ver você se soltar daquela forma, explorar algo novo... me fez sentir coisas que eu nem sabia que existiam. — olhei para ela rapidamente, capturando seu sorriso tímido. — E você? O que sentiu?
Ela suspirou, como se estivesse revivendo cada momento na cabeça.
— Foi intenso, Rafael. No começo, eu estava nervosa, com medo de não aguentar, de não ser o que você esperava... mas, no final, foi libertador. E saber que você estava ali, me apoiando, me deixou confiante. — ela fez uma pausa, olhando para mim. — Mas agora eu fico pensando... o que isso significa para a gente? Para o nosso relacionamento?
Eu sabia que essa pergunta viria, e ela era justa. A experiência que tivemos não era algo comum, e era natural que trouxesse reflexões.
— Acho que significa que somos capazes de coisas incríveis juntos, Priscila. — respondi, tentando ser o mais claro possível. — Não só no motel, mas em tudo. Conseguimos nos comunicar, confiar um no outro e explorar algo novo sem medo. Isso só reforça o que eu sempre senti: somos uma equipe.
Ela sorriu, mas eu percebi que ainda havia algo em seus olhos, uma dúvida que ela não tinha coragem de colocar para fora.
— Fala o que está pensando, amor. — incentivei, segurando sua mão por um instante.
— É que... — ela hesitou, mas continuou. — E se a gente quiser fazer de novo? Ou tentar outras coisas? Será que isso pode mudar a forma como a gente se vê? Como você me vê?
Eu entendi o que ela estava sentindo. A experiência tinha sido intensa, e era natural que ela se questionasse sobre o impacto que isso teria em nós.
— Priscila, você é a mulher da minha vida. Nada do que fizemos muda isso. Se a gente quiser explorar mais, vamos fazer juntos, do nosso jeito. E se não quiser, também está tudo bem. O importante é que estamos falando sobre isso, sendo honestos um com o outro. — fiz uma pausa, olhando para ela. — E, para ser sincero, ver você daquela forma só me fez te desejar mais. Você é incrível, e eu sou sortudo por ter você ao meu lado.
Ela riu, um som suave que preencheu o carro.
— Sortudo é pouco, Rafael. Depois de hoje, acho que você é o homem mais sortudo do mundo. — brincou, com um olhar cheio de provocação.
— Ah, é? — retruquei, brincando de volta. — E você, então? Acha que aguentaria outra noite como essa?
Ela mordeu os lábios, fingindo pensar.
— Depende... você vai ficar só olhando de novo? — ela perguntou, com um sorriso malicioso.
— Olha, se for para ver você daquele jeito, eu fico até de olhos fechados. — respondi, rindo. — Mas, falando sério, o que você acha de a gente ir com calma? Explorar as possibilidades, mas no nosso ritmo.
— Gostei da ideia. — ela concordou, apertando minha mão. — E, Rafael... obrigada por ter sido tão paciente comigo. Por ter me deixado sentir segura em cada momento.
— Você não precisa agradecer, amor. — respondi, olhando para ela. — Eu te amo, e isso significa estar ao seu lado em tudo, seja no motel, no hotel ou em qualquer lugar.
Chegamos ao hotel e começamos a arrumar nossas coisas. O clima entre nós era leve, mas havia uma tensão no ar, como se cada olhar, cada toque, carregasse um significado a mais. Priscila estava dobrando suas roupas quando parou e olhou para mim.
— Rafael... — ela chamou, com um tom de voz que eu conhecia bem. Era aquele tom que dizia que ela tinha algo importante para dizer.
— Fala, amor. — respondi, parando o que estava fazendo para olhar para ela.
— Eu estava pensando... e se a gente tentasse algo diferente quando voltarmos para casa? Algo só nosso, sabe? — ela sugeriu, com um sorriso que deixava claro que ela já tinha algumas ideias em mente.
— Tipo o quê? — perguntei, me aproximando dela.
— Bem... — ela começou, brincando com a gola da minha camisa. — A gente podia criar nossos próprios joguinhos, nossas próprias regras. Sem pressão, só nós dois explorando o que sentimos.
— Gostei da ideia. — respondi, puxando-a para perto. — Mas você vai ter que me ensinar as regras, porque eu tenho a impressão de que você já está alguns passos à frente. Ela riu, encostando a testa na minha.
— Não se preocupe, amor. Eu te guio. — sussurrou, antes de me dar um beijo suave.
Ao fazermos o check-out, a recepcionista nos entregou um envelope.
— É para vocês dois — ela disse, enfatizando "Rafael e Priscila", com um sorriso discreto. — Marcos deixou antes de sair.
Priscila pegou o envelope e, sem hesitar, guardou na bolsa.
— Vamos deixar para depois — ela disse, com um olhar decidido. — Não quero que nada atrapalhe esse momento nosso. Essa conexão... é preciosa demais para arriscar.
Eu sorri, aliviado e admirado com a sua atitude. Entendi perfeitamente o que ela quis dizer. A noite passada tinha sido transformadora para nós dois, e a última coisa que precisávamos era de distrações.
Na estrada de volta, o clima entre nós era de cumplicidade. Priscila estava mais solta, como se tivesse deixado para trás uma parte de si que não sabia que existia. De vez em quando, ela me olhava com um sorriso que dizia mais do que palavras.
— Rafael... — ela começou, depois de um longo silêncio. — Você acha que a gente consegue manter isso? Essa conexão, essa... chama?
— Acho que sim, amor. — respondi, olhando para ela rapidamente. — Desde que a gente continue conversando, continuemos sendo honestos um com o outro. E, claro, desde que você continue me olhando daquele jeito.
— Que jeito? — ela perguntou, fingindo inocência.
— Aquele jeito que faz eu querer parar o carro e te beijar até esquecer onde estamos. — respondi, brincando.
Ela riu, mas eu vi o rubor em seu rosto.
— Bem, talvez a gente possa fazer uma parada estratégica no caminho... — sugeriu, com um olhar cheio de promessas.
— Priscila, você é perigosa. — respondi, rindo. — Mas eu gosto disso.
Ela sorriu, satisfeita, e voltou a olhar pela janela. Eu sabia que aquela viagem tinha mudado algo em nós, mas também sabia que era para melhor. Estávamos mais próximos, mais conectados, e prontos para explorar o que o futuro nos reservava.
O carro seguia pela estrada, agora havia uma energia nova entre nós, como se a experiência que tivemos tivesse aberto uma porta para algo ainda mais intenso. Priscila estava ao meu lado, com um sorriso malicioso nos lábios, como se estivesse tramando algo.
— Rafael... — ela começou, com um tom de voz que já conhecia bem. Era aquele tom que prometia coisas boas. — Lembra que eu falei sobre a gente criar nossos próprios joguinhos?
— Lembro sim, amor. — respondi, olhando rapidamente para ela. — Já tem alguma ideia em mente?
— Tenho várias. — ela respondeu, brincando com a gola da minha camisa. — Quer que eu conte?
— Claro que quero. — respondi, sentindo um calor percorrer meu corpo. — Vamos lá, me surpreenda.
— Tudo bem... — ela fez uma pausa dramática, como se estivesse escolhendo as palavras certas. — Primeiro, pensei em um jogo de cartas. A gente pode escrever desejos em cada carta, coisas que queremos experimentar juntos. Aí, a cada noite, a gente sorteia uma e tem que cumprir o que está escrito. Pode ser algo simples, como uma massagem sensual, ou algo mais ousado, como... bem, você sabe.
— Gostei da ideia. — respondi, imaginando as possibilidades. — E se a gente sortear algo que um de nós não esteja a fim na hora?
— Aí a gente negocia. — ela respondeu, com um sorriso malicioso. — Mas acho que, depois de hoje, vai ser difícil dizer não a qualquer coisa.
— Verdade. — concordei, rindo. — E o próximo jogo?
— O próximo é um jogo de desafios. — ela explicou, com um olhar cheio de malícia. — A gente pode se desafiar a fazer coisas durante o dia, coisas que aumentem a tensão entre a gente. Por exemplo, eu posso te mandar uma mensagem no trabalho dizendo que estou sem calcinha, e você tem que adivinhar se é verdade ou não.
— Isso é um desafio ou uma tortura? — brinquei, sentindo a excitação crescer.
— Depende do seu autocontrole, amor. — ela respondeu, com um olhar provocativo. — E tem mais... pensei em um jogo onde a gente cria uma lista de lugares inusitados para fazer amor. Aí, a cada semana, a gente escolhe um lugar da lista e tenta não ser pego.
— Agora você está falando sério. — respondi, rindo, mas já imaginando as possibilidades. — E se a gente for pego?
— Aí a gente ri e tenta de novo. — ela respondeu, com um sorriso que deixava claro que ela estava falando sério. — Mas acho que, depois de hoje, a gente vai ficar mais corajoso.
— Verdade. — concordei, sentindo a excitação aumentar a cada palavra dela. — E o último jogo?
— O último é o meu favorito. — ela respondeu, com um olhar cheio de promessas. — A gente pode criar um jogo de sedução, onde um de nós tem que seduzir o outro durante o dia inteiro, sem tocar. Só com olhares, palavras, gestos... e, no final do dia, a gente vê quem aguenta mais.
— Isso é um jogo ou uma tortura? — brinquei, sentindo o calor subir pelo meu corpo.
— Depende do seu autocontrole, amor. — ela respondeu, com um olhar que deixava claro que ela sabia exatamente o efeito que estava causando em mim. — E aí, o que você acha? Vamos tentar?
— Claro que vamos. — respondi, olhando para ela com intensidade. — Mas, hoje, a iniciativa é minha.
— Então, me mostra do que você é capaz. — ela sussurrou, antes de me dar um beijo que deixou claro que o jogo estava só começando.
Depois de um tempo em silêncio, eu olhei para Priscila, ainda intrigado com a criatividade dela.
— Mas me diz uma coisa... — comecei, segurando o volante com uma mão enquanto a outra descansava no seu joelho. — Como você pensou em tudo isso? Foi só da sua cabeça ou você pesquisou alguma coisa?
Ela riu, como se estivesse esperando essa pergunta.
— Bem... — ela começou, brincando com a gola da minha camisa. — Quando você falou sobre tentar aventuras mais picantes, envolvendo casos a três, eu fiquei curiosa. Comecei a pesquisar, ler fóruns, artigos, até assisti alguns vídeos educativos. Descobri muitas coisas interessantes e aprendi algumas técnicas para apimentar a relação.
— Técnicas? — perguntei, levantando uma sobrancelha. — Agora você me deixou ainda mais curioso.
— Ah, você vai ver. — ela respondeu, com um olhar cheio de malícia.
— O que você quer dizer? — perguntei, sentindo um frio na barriga.
— Quero dizer que, na noite passada, você ficou só observando. E eu adorei isso, mas quero saber se você está disposto a participar mais da próxima vez. Ou se prefere continuar só assistindo.
— Hum... — pensei por um instante, tentando organizar meus pensamentos. — Acho que depende do que a gente estiver fazendo. Mas, no geral, eu gostei de ver você se soltar daquela forma. Foi... incrível.
— Foi mesmo. — ela concordou, com um sorriso que deixava claro que ela também tinha gostado. —
— Amor pensei em algo para gente brincar mas ainda não vou te contar. Quero saber antes até onde você está disposto a ir.
— Agora você me deixou curioso. — respondi, sentindo a excitação crescer. — Mas, se for algo parecido com o que a gente fez ontem, eu topo.
— Hum... — ela respondeu, com um olhar cheio de promessas. — Pode ser que seja ainda melhor.
— Agora você me deixou ansioso. — brinquei, sentindo o calor subir pelo meu corpo.
— É só esperar, amor. — ela sussurrou, antes de me dar um beijo que deixou claro que o jogo só estava apenas começando.
O carro seguia pela estrada, o sol já começando a se pôr, tingindo o céu de tons alaranjados. Priscila olhava pela janela, os dedos batendo levemente no vidro, como se acompanhassem uma música que só ela conseguia ouvir. Rafael dirigia, os olhos fixos na pista, mas a mente ainda revivendo os momentos intensos da noite anterior. O silêncio entre eles era confortável, carregado de uma energia que só quem compartilha intimidade profunda consegue entender.
De repente, Priscila quebrou o silêncio.
— Lembra da brincadeira que eu comentei? — ela perguntou, um sorriso malicioso se formando nos lábios.
Rafael arqueou uma sobrancelha, curioso.
— Lembro. Você finalmente vai me contar o que é?
Ela riu, um som suave e cativante.
— Não exatamente. Vou te mostrar.
Rafael olhou para ela rapidamente, tentando decifrar o que ela queria dizer. Priscila apontou para um posto de gasolina à frente, onde um caminhão grande estava estacionado. Um homem, claramente um caminhoneiro, estava de pé ao lado do veículo, fumando um cigarro enquanto olhava para o horizonte.
— Aqui? Agora? — Rafael perguntou, surpreso, mas já sentindo uma pontada de excitação.
— Aqui e agora — ela respondeu, os olhos brilhando com determinação. — Mas tem regras. Você não pode ficar no carro. Vai precisar se posicionar em algum lugar onde possa me ver. Se eu resolver aliviar o cara, você não pode ficar sem ver, né?
Rafael engoliu seco, sentindo um misto de curiosidade e ciúme, mas também uma excitação crescente. Ele sabia que Priscila estava no controle, e isso, de alguma forma, o deixava ainda mais fascinado por ela.
— Tudo bem — ele concordou, a voz um pouco rouca. — Mas nada de sexo.
— Nada de sexo — ela confirmou, com um aceno de cabeça. — Prometo.
O carro parou no posto. Priscila saiu do veículo com uma graça natural, ajustando a blusa justa que vestia. Ela caminhou em direção ao caminhoneiro, os quadris balançando levemente, como se soubesse exatamente o efeito que causava. Rafael ficou para trás, mas seguiu as instruções dela, posicionando-se em um local discreto, de onde podia observar tudo sem ser notado.
O caminhoneiro a viu se aproximar e esboçou um sorriso desconfiado. Priscila começou a conversar com ele, rindo de algo que ele disse, os dedos brincando com as pontas do cabelo. Rafael não conseguia ouvir o que eles diziam, mas via a linguagem corporal dela, a forma como ela se inclinava levemente para frente, como se estivesse compartilhando um segredo.
Em algum momento, ela colocou a mão no braço do homem, um gesto leve, mas cheio de intenção. O caminhoneiro riu, claramente cativado por ela. Rafael sentiu um frio na espinha, mas manteve a promessa de não interferir. Ele observou, fascinado, enquanto Priscila continuava o jogo, testando os limites, mas sempre no controle.
Depois de alguns minutos, ela se despediu do caminhoneiro com um aceno de cabeça e um sorriso enigmático. Quando voltou ao carro, Rafael a olhou, tentando decifrar a expressão dela.
— E aí? — ele perguntou, tentando parecer descontraído.
— Não rolou — ela respondeu, sentando-se no banco do carro. — Ele foi gentil, mas não me senti atraída por ele. Além disso, o posto está muito cheio. No próximo, quem sabe? Mas você vai precisar se posicionar melhor. Se eu resolver aliviar o cara, você não pode ficar sem ver, né?
Rafael riu, sentindo um alívio que não esperava, mas também uma excitação renovada.
— Então o jogo continua?
— Claro que continua — ela respondeu, olhando para ele com um brilho nos olhos. — E da próxima vez, você vai ter um lugar privilegiado para assistir.
O carro voltou à estrada, e o silêncio entre eles agora era carregado de promessas não ditas. Priscila tinha conseguido o que queria: manter Rafael curioso, excitado e completamente fascinado por ela. E ele sabia que, no fundo, estava ansioso para descobrir o que ela planejava a seguir.
O carro continuava pela estrada, agora com o céu já escurecido, pontilhado por algumas estrelas. Eu olhava para os lados, buscando um posto de gasolina que atendesse às condições que Priscila havia mencionado: menos movimento, discreto, perfeito para o jogo que ela queria continuar. Ele sentia uma mistura de ansiedade e excitação, imaginando o que poderia acontecer.
— Ali — Rafael apontou para um posto à frente, menor e mais isolado que o anterior. — Parece bem tranquilo. Quer tentar?
Priscila olhou na direção que ele indicou e sorriu, aprovando com um aceno de cabeça.
— Parece perfeito. Vamos lá.
Ela começou a se arrumar dentro do carro, passando um batom vermelho intenso, ajustando o decote da blusa e soltando os cabelos para que caíssem em ondas sobre os ombros. Eu a observava, fascinado pela transformação. Ela parecia estar se preparando para uma performance, e, de certa forma, estava.
— Então, aqui está o plano — ela disse, virando-se para ele com um olhar sério, mas com um brilho de diversão nos olhos. — Você vai sair do carro, como se estivesse fazendo algo no posto, mas se posicione de um jeito que o caminhoneiro não te veja. Fique em um lugar onde possa me observar, mas sem chamar atenção. Se eu sentir que ele vale a pena e você permitir, eu posso aliviar ele. Mas, de novo, nada de sexo. Estou dolorida, lembra?
Eu concordo com a cabeça, engolindo seco. Ele sabia que estava prestes a testar seus próprios limites, mas a ideia de ver Priscila no controle, seduzindo outro homem, era irresistível.
— E como vou saber se você vai fazer algo? — ele perguntou, tentando manter a voz firma.
— Se eu resolver ir além, vou passar a mão na minha própria bunda — ela explicou, com um sorriso malicioso. — É o sinal. Aí você sabe que vai rolar alguma coisa. Mas só se eu fizer isso, tá?
— Entendido — respondi, sentindo um frio na espinha ao imaginar a cena.
Estacionei o carro em um local discreto do posto, longe do caminhão que estava parado em uma das bombas. Priscila deu um último retoque no batom me olhou, como se estivesse se certificando de que eu estava pronto.
— Vai lá — ela disse, com um aceno de cabeça. — E lembra: fica onde possa me ver, mas sem ser notado.
Sai do carro, tentando parecer casual, como se estivesse apenas esticando as pernas ou procurando algo no posto. Me posicionei atrás de uma pilha de pneus, de onde tinha uma visão clara de Priscila, mas longe o suficiente para não chamar atenção.
Priscila saiu do carro com passos firmes, os saltos batendo levemente no asfalto. Ela se dirigiu ao caminhoneiro, que estava encostado na lateral do caminhão, mexendo no celular. Ele levantou os olhos ao vê-la se aproximar e esboçou um sorriso desconfiado.
— Oi — ela disse, com uma voz doce, mas cheia de intenção. — Tudo bem?
O caminhoneiro riu, claramente surpreso, mas interessado.
— Tudo bem, e você? — ele respondeu, os olhos percorrendo seu corpo rapidamente.
Priscila começou a conversar com ele, rindo de algo que ele dizia, os dedos brincando com as pontas do cabelo. A conversa se prolongou, eu escondido atrás dos pneus, observava cada movimento dela. Via como ela se inclinava para frente, como se estivesse compartilhando um segredo, e como o caminhoneiro parecia cada vez mais cativado por ela.
Depois de um tempo, Priscila fez o sinal. Passou a mão na própria bunda, discretamente, mas o suficiente para que eu percebesse. Senti um choque de excitação percorrer seu corpo. Era o sinal. Ela iria além.
O caminhoneiro, claramente seduzido, sugeriu algo a Priscila em voz baixa. Ela riu, concordando com um aceno de cabeça. Ele então a levou pela mão, conduzindo-a para um local mais reservado do posto, atrás de uma pequena construção onde as luzes não alcançavam. Ainda escondido, mudei de posição para conseguir ver o que estava acontecendo.
No local reservado, o caminhoneiro agarrou Priscila com força, puxando-a para perto dele. Ele a beijou com intensidade, as mãos percorrendo seu corpo com desejo. Priscila respondeu ao beijo, mas manteve o controle, como se estivesse conduzindo a situação. Depois de alguns segundos, ela se afastou um pouco e sussurrou algo no ouvido dele. O caminhoneiro riu, rapidamente pegou alguns pedaços de papelão que estavam por perto e os posicionou na frente.
Priscila se ajoelhou na frente dele, desabotoando suas calças com movimentos rápidos e precisos. Ela começou a mover a cabeça para frente e para trás, enquanto o caminhoneiro colocava a mão sobre sua cabeça, guiando-a suavemente. Observava tudo, completamente hipnotizado. Sentia uma mistura de excitação e ciúmes, mas sabia que Priscila estava no controle, que ela só faria o que ele permitisse.
Depois de alguns minutos, Priscila se levantou, limpou a boca com as costas da mão e arrumou sua roupa. Ela disse algo ao caminhoneiro em voz baixa, e ele riu, claramente satisfeito. Priscila então voltou para o carro, onde Rafael a esperava.
— E aí? — ele perguntou, tentando parecer descontraído, mas ainda em choque com o que tinha acabado de ver.
— Ele foi... intenso — ela respondeu, sentando-se no banco do carro. — Mas valeu a pena. E você viu tudo, né?
Rafael riu, sentindo um alívio que não esperava, mas também uma excitação renovada.
— Vi. E foi... incrível. — Eu espantado com a atitude dela - mas me conta detalhes.
— Então, você saiu do carro e foi se esconder atrás daquela pilha de pneus, lembra? — ela começou, olhando para ele com um brilho nos olhos. — Eu fiquei um minuto me preparando, passando batom, arrumando o cabelo, sabe, aquela coisa toda. Aí, quando senti que estava pronta, saí do carro e fui direto até ele.
Rafael ficou em silêncio, completamente focado em cada palavra dela.
— Ele estava encostado no caminhão, fumando um cigarro. Quando me viu se aproximando, ele levantou os olhos e deu aquele sorriso desconfiado, sabe? Aí eu comecei a conversa:
— Oi, tudo bem?
— Tudo bem, e você? — ele respondeu, meio surpreso, mas já com um olhar interessado.
— Tudo tranquilo. Só parei para descansar um pouco. E você, viajando a trabalho?
— Isso mesmo. Sou caminhoneiro, trabalho fazendo entregas pela região, sou de Goiás. E você? De onde é?
— Sou aqui de São Paulo, mas hoje estou só passeando com meu marido. Ele tá por ai, cuidando de umas coisas e sempre demora.
— Como você se chama?
— João da Silva e você moça?
— Priscila — e sorri para ele.
— Seu marido te deixa você por aqui sozinha? — ele perguntou, com um sorriso meio desconfiado.
— Ele confia em mim. Além disso, eu sou bem independente. Gosto de conhecer gente nova, sabe?
— Gosta mesmo? E o que mais você gosta de fazer quando conhece gente nova? — ele perguntou, com um tom de provocação.
— Depende da pessoa. Tem gente que vale a pena conhecer melhor...
— E eu? Valho a pena?** — ele perguntou, rindo.
— Acho que sim. Você parece ser... interessante.
Rafael ouvia atentamente, imaginando cada detalhe da cena.
— Aí ele olhou ao redor, como se quisesse garantir que ninguém estava vendo, e sugeriu irmos para um lugar mais reservado. Eu concordei, mas deixei bem claro que tinha que ser rápido, porque você poderia a qualquer momento. Ele riu e concordou.
— E aí? — Rafael perguntou, curioso.
— A gente foi para trás de uma construção, onde ninguém estava vendo. Ele me agarrou com força, puxou-me para perto e começou a me beijar. Foi intenso, forte, bruto, mas eu sabia que não podia demorar. Aí me afastei e sussurrei no ouvido dele:
— Tem que ser rápido, tá? - dando uma piscadinha
— Tudo bem, tudo bem — ele respondeu, rindo.
Olhei em volta rapidamente procurando um lugar confortável pelo menos, como não encontrei acabei falando.
— Caramba só tem pedra nesse chão - com um tom de voz de brava - você sabe quando eu fico brava né Amor?
— O se sei amor, sai de baixo — ele começou a rir.
— Ele rapidamente pegou alguns pedaços de papelão que estavam por perto e os posicionou na frente dele. Aí eu me ajoelhei e fiz o que tinha que fazer. Ele gostou, claro. Depois que terminei, levantei, limpei a boca e disse:
— Foi bom, mas tenho que ir. Meu marido tá esperando.
— Espero que a gente se encontre de novo. Você é... diferente — ele disse, com um sorriso satisfeito.
— Quem sabe? Mas por hoje, foi só isso. Até a próxima, João.
— E aí eu voltei para o carro, onde você estava me esperando — Priscila concluiu, olhando para Rafael com um sorriso provocativo.
Rafael ficou em silêncio por um momento, processando tudo o que ela tinha contado. Ele sentia uma mistura de excitação e ciúmes, mas também uma admiração profunda por Priscila.
Priscila sorriu, um misto de satisfação e cansaço no olhar.
— Ótimo. Agora, estou exausta. Só quero chegar em casa e tomar um banho quente.
— Claro — respondi, ligando o carro e saindo do posto. — O que você quer fazer agora?
— Quero que você cuide de mim — ela disse, recostando-se no banco e fechando os olhos. — Esse fim de semana foi incrível, mas estou completamente esgotada.
Senti um caloroso sentimento de afeição por ela.
— Pode deixar. Vou cuidar de você.
Dirigi em silêncio, deixando que o cansaço tomasse conta de ambos. O carro deslizava suavemente pela estrada escura, as luzes dos postes iluminando o caminho de volta para casa. Eu me sentia grato por ter Priscila ao meu lado, por ter compartilhado com ela momentos tão intensos e reveladores. Ele sabia que a relação deles era complexa e desafiadora, mas também sabia que havia algo especial entre nós, algo que nos unia de forma única.