Maya sentiu a tensão no ar assim que Nicolly lançou seu olhar gélido para Vanessa. Respirou fundo, apertando de leve a mão da namorada em um gesto silencioso de calma. Vanessa, por sua vez, manteve a compostura profissional, mas o desconforto era evidente em sua postura.
Maya: Ela tem algo importante para te contar, Nicolly — Maya disse, sua voz firme, mas serena. — Acho que você precisa ouvir.
Nicolly manteve os braços cruzados e arqueou uma sobrancelha.
Nicolly: E por que eu deveria perder meu tempo ouvindo essa mulher? Depois de ela dar em cima de você descaradamente? — Sua voz era afiada, carregada de desconfiança.
Vanessa suspirou, então se adiantou, encarando Nicolly nos olhos.
Vanessa: Eu entendo sua raiva, mas eu só estava fazendo meu trabalho. Seus sogros, avós de Nicolas, me contrataram para investigar a Maya. Queriam que eu provasse que ela não era confiável e que não era uma boa influência para o Nicolas.
O semblante de Nicolly ficou pálido. Por um momento, ela não soube o que dizer. O impacto das palavras de Vanessa a atingiu em cheio, como um soco inesperado no estômago.
Nicolly: Você… você tá dizendo que os avós de Nicolas mandaram te espionar? Que contrataram uma detetive pra isso? — Disse olhando para Mayas, sua voz saiu mais baixa, como se ela mesma não acreditasse no que estava dizendo.
Vanessa: Sim. E eu fiz de tudo para encontrar algo que comprometesse a Maya, porque era esse o trabalho. Mas não encontrei. Ela é fiel a você, Nicolly. Te ama de verdade. E mais do que isso, ela está sempre presente na vida do Nicolas, cuidando dele com carinho. Seus sogros estavam errados sobre ela. — Vanessa explicou, mantendo um tom neutro.
Nicolly cambaleou um passo para trás, como se estivesse precisando se apoiar em algo. Maya imediatamente se aproximou e segurou sua mão.
Maya: Amor, eu juro que nunca soube de nada disso. Fiquei tão chocada quanto você quando Vanessa me contou hoje cedo. Mas eu queria que você soubesse por ela mesma. — Seu polegar acariciando de leve a pele de Nicolly.
Um silêncio pesado se instalou entre as três. O olhar de Nicolly estava perdido, distante. Era doloroso perceber que os avós de seu filho desconfiavam de Maya e do amor que elas compartilhavam. Pior ainda era saber que estavam dispostos a encontrar qualquer desculpa para separar as duas.
Nicolly: Eu… preciso de um minuto. — Nicolly murmurou, soltando a mão de Maya e indo em direção à sala de estar, onde se sentou no sofá, segurando a cabeça entre as mãos.
Maya olhou para Vanessa, que acenou com a cabeça, como se entendesse que sua parte ali estava feita.
Vanessa: Vou deixar vocês conversarem. Minha missão acabou. — Ela disse, antes de dar as costas e sair pela porta sem esperar mais nada.
Maya suspirou e foi até Nicolly, sentando-se ao seu lado. Tocou levemente seu ombro.
Maya: Eu sei que isso dói, amor. Sei que você nunca imaginou que eles fariam algo assim… Não depois de terem conseguido um acordo para poderem estar na vida de Nicolas. Mas eu estou aqui. Sempre vou estar.
Nicolly ergueu o rosto para encarar Maya, seus olhos marejados de lágrimas.
Nicolly: Eles acham que eu ainda estou em luto… Que eu só estou com você porque preciso de um suporte emocional… Como se o que sinto não fosse real. Como se nossa família não fosse válida. Eles ainda acham que Nicolas precisa de um homem na vida dele, de um pai.
Maya: Mas ela é real. E sempre vai ser. Você, eu e o Nicolas. Nós somos reais, e nada que eles digam ou façam vai mudar isso. — Maya garantiu, segurando as mãos de Nicolly entre as suas. - E se eles acham que Nicolas precisa de um homem na vida dele era apenas entender que o próprio avô está ali com ele.
Nicolly respirou fundo e assentiu. Apesar da dor da traição de seus sogros, havia algo reconfortante no olhar de Maya. Ela não estava sozinha. E nunca estaria.
Depois de alguns minutos de silêncio compartilhado, Nicolly finalmente encontrou forças para falar:
Nicolly: Vamos resolver isso juntas. Eu não vou deixar que eles decidam o que é melhor pra mim… ou pro Nicolas.
Maya sorriu, apertando de leve a mão da namorada. Sabia que ainda tinham uma batalha pela frente, mas se havia algo que aprenderam ao longo do tempo, era que juntas eram inabaláveis.