Segredos do Coração - Superando o Passado. Parte 19.

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 5492 palavras
Data: 10/03/2025 15:39:46

Parte 19: “Eu Só Queria Me Reconhecer”.*

Mari se recostou no encosto do confortável sofá, os olhos perdidos em algum ponto distante, como se estivesse olhando para além da sala de terapia. Celo segurava sua mão com firmeza, enquanto a terapeuta observava em silêncio. Mas Mari não estava mais ali. Sua mente a puxava para um tempo distante, para um lugar onde tudo começou.

Ela se viu mais jovem, ingênua, completamente devota a Alberto. Ele não era apenas seu noivo; era sua bússola, seu norte, a pessoa que a fazia sentir que o amor verdadeiro existia. Ele falava sobre liberdade, sobre viver sem amarras, e Mari acreditava em cada palavra. Tudo o que ele dizia fazia sentido para ela. Se Alberto queria algo, era porque sabia o que era melhor para os dois.

No começo, tudo parecia natural. Ele a levava a festas, a encontros privados, a lugares que ela nunca imaginaria conhecer sozinha. Alberto sempre conduzia tudo, e Mari seguia. Ele a ensinava, a moldava, e ela se entregava sem reservas. Se ele dizia que era certo, então era. Se ele dizia que era especial, então era. Mari não questionava. Apenas confiava.

A primeira festa ainda estava vívida em sua memória. Uma casa grande, luzes baixas, música pulsante, pessoas rindo, conversando, se tocando sem reservas. O ar parecia eletrificado por uma promessa implícita. Alberto a apresentou a um casal de amigos, e Mari se sentiu privilegiada por ser escolhida para estar ali. O nervosismo inicial logo se dissipou quando Alberto a segurou pela cintura e sussurrou em seu ouvido:

— Apenas confie em mim, amor. Eu sei o que é melhor para nós.

Seu coração batia acelerado. No início, sentia excitação e pertencimento. Tocou, foi tocada. Deixou-se levar pelo momento, não só por desejo próprio, mas porque Alberto queria. E se ele queria, então era certo. Ela queria ser a mulher perfeita para ele, a companheira ideal que compartilhava seus desejos e vontades.

Mas a euforia não durou para sempre.

Uma noite ficou marcada. O clube privado, luxuoso, com um brilho frio que refletia o tipo de poder que se escondia ali dentro. Mari sentiu um aperto no peito quando Alberto a apresentou a um homem mais velho, um conhecido dele. O sorriso de Alberto era encorajador, mas seus olhos carregavam uma expectativa velada.

— Divirta-se. — Ele disse, a voz leve, como se fosse algo trivial. — Você sempre foi incrível nisso.

Mari hesitou. Algo dentro dela gritou que não queria. Mas Alberto a olhava com impaciência, como se esperasse que ela fizesse o que sempre fazia: obedecer. Ele nunca levantava a voz, nunca a forçava. Não precisava. Ele apenas sorria, falava com doçura, e Mari sempre cedia. Afinal, ela o amava. Ela confiava nele.

No quarto, com aquele homem, sentiu um vazio esmagador. Fez o que ele queria, não por vontade própria, mas porque sabia que Alberto esperava aquilo dela. Quando voltou para o salão, Alberto estava rindo com os amigos, bebendo como se nada tivesse acontecido. Como se ela tivesse cumprido apenas mais um papel necessário para mantê-lo satisfeito.

Com o tempo, Mari percebeu que não era apenas sobre ela. Alberto a levava a essas festas, a apresentava a novos parceiros, mas sempre era ele quem decidia. Sempre ele no controle. E ela seguia, sem perceber que estava perdendo a si mesma.

O clique veio tarde demais. Não era liberdade. Nunca fora. Alberto a manipulava, a moldava conforme sua vontade, e ela, cega, acreditava estar no controle. Mas era apenas um troféu. Um acessório para alimentar o ego dele. Uma peça de barganha para os amigos.

Mari suspirou, voltando ao presente. O silêncio na sala de terapia era quase palpável. Sentiu um aperto no peito, mas também um alívio. Pelo menos, conseguia olhar para trás e ver a verdade sem desviar o olhar.

Celo apertou sua mão, um gesto simples, mas cheio de significado. Ela respirou fundo. Estava na hora de ressignificar sua história.

A terapeuta interveio, a voz calma e profissional.

— Você se sentia usada?

Mari hesitou, mas então acenou com a cabeça.

— No começo, não. Ele me exibia para os amigos, como se eu fosse uma prova de que ele era moderno, liberal. Eu era a namorada "perfeita", que fazia tudo para que ele se sentisse amado e para deixá-lo feliz. Mas, no fundo, eu não estava fazendo aquilo por mim, e sim, pelo amor que eu sentia por ele. Estava fazendo para ele, porque acreditava que era assim que deveria ser. Que era minha obrigação, por amá-lo.

Celo apenas ouvia, sem interromper, disposto a entender melhor o passado da esposa, procurando qualquer sinal positivo que o ajudasse a não desistir de Mari. Talvez, a resposta estivesse mais próxima do que ele imaginava.

Incentivada pela amiga e terapeuta, Mari voltou a contar, mergulhando profundamente nas próprias lembranças e dores.

A primeira vez que Mari percebeu que algo estava errado não foi em uma festa luxuosa, rodeada por desconhecidos que sussurravam segredos entre taças de champanhe. Não foi em uma noite de excessos, onde tudo parecia girar em torno do prazer e da libertação. Foi em casa, sentada à mesa de jantar com sua família, ouvindo seu pai, um homem intenso e machista, elogiar Alberto, sorrindo para ele como se fosse o homem ideal.

— Você tem sorte, Mari. Alberto é um homem de verdade. Cuida de você, te dá tudo do bom e do melhor. Um casamento com ele é o futuro que qualquer mulher sonharia em ter.

Ela sorriu, como sempre fazia. Como sempre fora ensinada a fazer.

Desde criança, sabia que aquele era o destino esperado. Sua família via Alberto como um parceiro ideal. E, por muito tempo, ela acreditou. Porque queria acreditar. Seu pai sempre a lembrava de que Alberto a amava, que fazia tudo por ela. E Mari se agarrou àquilo. Afinal, era isso que esperavam dela. Era isso que ela devia desejar.

E ela desejou. Amou Alberto com tudo o que tinha. Se moldou ao que ele queria, fez de tudo para ser a mulher que ele precisava. E quando ele pedia algo, Mari cedia, não porque era coagida, mas porque acreditava que aquele era o significado do amor: abrir mão de si mesma para fazer o outro feliz.

Mas, com o tempo, percebeu que não era sobre amor. Era sobre controle. Alberto não precisava mais dela.

O dia em que Alberto a desprezou foi o dia em que Mari finalmente enxergou a verdade. Ele a descartou como quem troca de roupa, como se todo aquele tempo juntos não tivesse significado nada. Foi ali que ela entendeu: nunca foi sobre agradar, nunca foi sobre amor. Sempre foi sobre ser usada, servir a alguém e esquecer de si própria.

E mesmo depois, quando Celo entrou em sua vida, o trauma permaneceu. Fundo. Enraizado. Intocado. Ele não merecia carregar aquele peso, mas, sem perceber, acabou pagando por erros que não eram dele.

Agora, ali, sentada naquele consultório, revivendo cada ferida, Mari percebeu o quanto havia se doado sem receber nada em troca. Quanto tempo havia passado se punindo por um crime que não era seu. Seus olhos estavam marejados, mas sua voz era firme. Porque, daquela vez, ela não precisava mais se calar.

O silêncio que se seguiu foi quase sufocante. Mari piscou algumas vezes, enquanto voltava à realidade. A terapeuta esperou um instante antes de falar, dando-lhe espaço para absorver tudo. Então, com a voz suave, perguntou:

— Como foi carregar esse peso sozinha por tanto tempo?

Mari apertou os lábios, pensativa.

— Cansativo. — Ela admitiu. — Mas, na época, era o que eu acreditava que fosse o significado da palavra “amor”, eu não via outra opção.

Celo franziu a testa, a postura tensa.

— Mas e você? O que você queria?

Mari desviou o olhar para ele, hesitante. Pela primeira vez, a resposta não parecia tão óbvia.

Celo apertou os punhos e balançou a cabeça.

— Você não precisa ter medo comigo, Mari. Eu quero você ... do jeito que você realmente é.

Ela sorriu, mas havia um peso em seu olhar. A terapeuta observou a troca entre os dois antes de perguntar:

— Quando foi a última vez que sentiu que estava realmente no controle da sua vida?

Mari hesitou. Seu olhar se perdeu no vazio, buscando a resposta em algum canto da memória. Quando falou, sua voz era quase um sussurro.

— Acho que … — Ela encarou Celo, apreensiva. — Naquela vez, na casa de praia. Antes de você desaparecer.

Celo sentiu um aperto no peito.

— Então … foi assim que você se sentiu. — Ele disse, pensativo.

A terapeuta sorriu, como se estivesse esperando exatamente aquela conclusão.

— E como podemos fazer isso, Mari? Como podemos encontrar sua voz no meio de tudo isso?

Mari respirou fundo, se preparando para mergulhar em algo ainda mais profundo. Ela estava receosa, mas precisava colocar tudo para fora de uma vez. Antes que perdesse a coragem.

Celo apertou os lábios, escolhendo as palavras com cuidado.

— Depois de tudo o que você contou ... o que mudou para ter acontecido o que aconteceu naquela casa de praia?

Mari abriu a boca para responder, mas nada saiu. Estava tensa, respirando pesado, buscando ar em um lugar onde ele parecia não existir

Antes que ela pudesse falar, Celo continuou, sua voz mais baixa, mais próxima:

— Não quero te pressionar, Mari. Só quero entender. — Ele a observava com um olhar firme, mas cheio de cuidado. — A pessoa que está aqui agora, se abrindo, se permitindo sentir, é muito diferente da pessoa daquele dia.

Ela desviou os olhos. Sabia que precisava falar, mas como explicar algo que ela mesma não compreendia completamente?

Então, sem aviso, as lembranças a puxaram para trás.

O mar se estendia até onde os olhos podiam alcançar, uma imensidão azul pontilhada pelo brilho dourado do sol. A brisa salgada acariciava sua pele, e as risadas ecoavam ao fundo. Celo tocava violão, um sorriso genuíno no rosto. Mas tudo o que Mari sentia era um frio interno, um tremor sutil que não vinha do vento.

Celo estava perto, mas não com ela. Estava sempre com Anna. Ao lado dela, Paul, sempre gentil e solícito, contava com a simpatia de Celo para sua aproximação.

Desde que chegaram, Celo orbitava ao redor de Anna. Os dois trocavam olhares cúmplices, sorrisos fáceis. Não era algo que incomodava de forma convencional, pois não havia traição ali, nenhuma quebra de confiança. Mas havia uma distância, um espaço que Mari não sabia como preencher.

Celo queria que ela fosse livre, queria que ela escolhesse. Ele sempre deu a entender essa intenção. E, após tudo o que o passado a impedira de fazer, Mari sentiu que podia.

Naquela noite, entre goles de vinho e conversas, ela percebeu algo nos olhos de Celo: ele não a prendia. Ele não a guiava. Apenas estava ali, presente, esperando para ver qual caminho ela decidiria tomar.

E, sem a sombra de um olhar julgador, sem a pressão de expectativas alheias, Mari se permitiu explorar um desejo que talvez sempre estivera ali, mas que nunca tivera espaço para tomar como seu.

Ela piscou de volta para o presente, o peito apertado.

— Você não me prendeu. — Sua voz saiu rouca, quase um sussurro. — Você me deixou escolher. Pela primeira vez, eu senti que não devia nada a ninguém.

Celo inclinou a cabeça, absorvendo suas palavras.

— E foi isso que te fez seguir em frente?

Mari fechou os olhos por um instante antes de encará-lo novamente.

— Foi isso que me fez sentir que eu era dona da minha própria vida.

A terapeuta observava em silêncio, permitindo que a conversa fluísse entre os dois.

Celo respirou fundo.

— Mas se foi assim ... então por que agora você parece tão distante disso?

Mari passou a língua pelos lábios, hesitante.

— Porque ... — Ela segurou o braço da cadeira com força. — ... Porque eu não sei mais se foi a escolha certa.

A sala ficou em silêncio.

Celo não desviou os olhos dela, mantendo o silêncio por mais alguns segundos. Sua testa franzida denunciava o peso dos pensamentos que se formavam em sua mente. Ele queria dizer algo, queria negar ou justificar, mas, no fundo, sabia que Mari estava certa.

Apesar do aperto no peito, ele se sentia orgulhoso. Mari assumia a responsabilidade e estava disposta a encarar as consequências.

Celo sempre acreditou que estava apenas sendo um parceiro compreensivo, que queria que Mari fosse livre para explorar o que desejasse. Mas e se, no fundo, ele tivesse guiado tudo para aquele caminho? E se, sem perceber, tivesse empurrado Mari para algo que ela interpretou como uma necessidade dele?

— Mari … — Ele respirou fundo antes de continuar. — ... Você achou que era isso que eu queria?

Ela o encarou, sem fugir da pergunta.

— Do jeito que você falava … do jeito que você reagia … sim.

A terapeuta manteve seu olhar atento nos dois, mas não interferiu. Aquilo precisava ser dito entre eles.

Mari umedeceu os lábios, tentando organizar os pensamentos.

— Quando eu voltei da despedida de solteira da Fabi, eu te contei tudo. Cada detalhe. E você me ouviu … e não só aceitou, como parecia … — Ela hesitou por um instante.

— Parecia o quê? — Celo perguntou, baixinho.

— Parecia feliz. Curioso. Como se fosse algo que te intrigasse de verdade. Você não ficou incomodado, nem enciumado. Pelo contrário. Quanto mais a gente falava sobre aquilo, mais eu sentia que aquele mundo te interessava.

Celo fechou os olhos por um instante. Ele se lembrava perfeitamente daquela conversa. Ele tinha ficado surpreso, claro. Mas também … excitado. Fascinado.

Mari continuou:

— E então … quando fomos para a casa de praia … desde o momento em que chegamos, eu senti que você estava … incentivando.

Ela o observou atentamente, procurando sinais de negação, mas Celo apenas ouvia, absorvendo tudo.

— A Anna se interessou por você desde o começo. O Paul … por mim. Mas não foi algo que simplesmente aconteceu. Você encorajou. Você deixou espaço para que eu me sentisse segura para ir além. Não de um jeito errado, não me forçando a nada, mas sempre mostrando que aquilo era uma opção.

Celo passou as mãos pelo rosto.

— Eu nunca quis que você se sentisse pressionada.

Mari assentiu.

— Eu sei. Mas acho que, de certa forma, eu enxerguei o seu desejo antes mesmo de você perceber que ele existia. Ou, ao menos, achei que enxergava …

A terapeuta inclinou levemente a cabeça.

— E o que você sente agora, Mari? Sabendo disso?

Ela suspirou, olhando para Celo.

— Sinto que preciso entender se aquilo era mesmo o que eu queria … se era o que Celo queria … ou se eu interpretei tudo errado.

Aquelas palavras atingiram Celo como um soco no estômago. Ele não queria ser mais um a moldar Mari. Mais um a guiá-la sem que ela se desse conta. Ele queria que ela fosse livre.

Mas será que, sem perceber, tinha feito exatamente o oposto?

De qualquer forma, havia muito para digerir. Celo não estava bravo, ou decepcionado, ele apenas não sabia o que sentir.

{…}

Paul estava em seu escritório, em casa, sentado diante do computador, mas sua mente vagava longe. Os projetos abertos na tela eram apenas uma desculpa para se perder nos próprios pensamentos.

A semana tinha sido estranha. Silenciosa demais. Ele tentava seguir sua rotina, agir como sempre, mas algo dentro dele estava inquieto.

O som de batidas suaves na porta o trouxe de volta. Antes que pudesse responder, Anna entrou, fechando a porta atrás de si. Ela o observou por alguns segundos, sem dizer nada, antes de caminhar até ele e se sentar em seu colo.

— Você está aéreo. — Ela disse, estudando seu rosto. — Falando pouco.

Paul passou as mãos pelos braços dela, num gesto automático, mas manteve-se calado.

— O que foi? — Anna perguntou, inclinando-se para olhá-lo nos olhos. — É por causa do dia em que chegamos? Você não gostou de eu ter me divertido com nossos amigos?

Paul estranhou a pergunta, balançando a cabeça negativamente.

— Não tem nada a ver com isso. Você sabe que eu nunca ficaria chateado com algo assim.

Anna o analisou por mais alguns segundos, percebendo que ele estava escondendo algo.

— Então o que é? — Sua voz saiu mais suave. — Fala comigo.

Ele desviou o olhar, como se buscasse as palavras certas.

— Eu acho que … — Paul voltou a olhar para ela. — ... Eu acho que julguei mal toda a situação.

Anna se ajeitou no colo dele, intrigada.

— Como assim?

Havia frustração e culpa em seus olhos.

— Quando reencontramos o Celo, quando fomos atrás dele, naquele dia, eu senti algo diferente. Não era só irritação. Tinha algo mais … algo mais profundo.

Anna continuou em silêncio, permitindo que ele desenvolvesse o pensamento.

— E aí, depois, quando tudo aconteceu … — Paul passou a mão pelo braço de Anna, visivelmente tenso. — ... Eu percebi que talvez tenha entendido tudo errado. Que criei um contexto na minha cabeça e, em cima disso, tomei decisões que não deveria.

Anna estreitou os olhos, tentando decifrar exatamente o que ele queria dizer.

— Você acha que forçou a barra?

Paul soltou um suspiro mais denso, mais carregado.

— Acho não. Tenho certeza.

Anna deslizou os dedos pelos cabelos dele, em um carinho sutil.

— Você não fez nada sozinho, Paul.

Ele sorriu timidamente, mas havia amargura em seu rosto.

— Mas eu iniciei. Eu incentivei. Porque na minha cabeça, tudo fazia sentido. Eu achei que estava apenas … conduzindo algo que já estava acontecendo. Mas agora … agora não tenho mais tanta certeza.

Anna segurou o rosto dele entre as mãos, forçando-o a encará-la.

— Você sempre foi confiante. Seguro das suas escolhas. O que mudou?

Paul respirou fundo.

— A maneira como Celo reagiu. A forma como ele olhou para mim naquela noite.

Ele fez uma pausa antes de continuar, sua voz mais fraca, quase impotente.

— Eu me orgulho de saber ler as pessoas. De entender o que querem, o que precisam. Mas e se … eu interpretei tudo errado?

Anna ficou em silêncio por um momento, processando as palavras dele.

— Se você realmente acredita que errou … então a pergunta agora é: o que você vai fazer com isso?

Paul abaixou a cabeça, fechando os olhos. Ele ainda não tinha aquela resposta. Mas sabia que precisava encontrá-la. Ele continuava inquieto, perdido em pensamentos, quando Anna quebrou o silêncio.

— O que exatamente te fez pensar que interpretou tudo errado?

Ele suspirou, passando a mão pelo rosto.

— Eu não sei, Anna. Eu só … sinto que não enxerguei as coisas como deveria.

Anna inclinou a cabeça, analisando-o.

— Eu entendo seu lado, Paul, mas … sinceramente? Eu achava que o Celo queria que tudo aquilo acontecesse.

Paul franziu a testa.

— Como assim?

— Quero dizer, ele nunca nos afastou. Nunca tentou impedir. Pelo contrário. Eu estive com ele a maior parte do tempo, lembra? Estávamos próximos, trocando carícias, confidências … Ele nunca demonstrou desconforto.

Paul ficou em silêncio por alguns instantes, processando as palavras da esposa.

— E se estivermos interpretando errado? — Ele disse, por fim.

Anna cruzou os braços, curiosa.

— Errado como?

— E se a gente só viu o que queria ver? O que nos fazia bem?

Anna ergueu uma sobrancelha, curiosa.

— Você acha que ele não queria?

Paul hesitou antes de responder.

— Eu acho que, no mínimo, ele estava confuso. E nós, como o casal experiente, deveríamos ter sido mais cautelosos. Pode até ser que ele quisesse, mas era nossa obrigação prepará-los para o que viria a seguir.

Anna ficou pensativa por alguns segundos, depois soltou um pequeno sorriso nervoso.

— Você queria tanto assim a Mari? — A pergunta veio sem rodeios. — Parece que ela mexe com você até demais.

Paul a encarou, surpreso com a afirmação.

— Você sabe que eu não sou assim.

Anna não estava convencida.

— Sei?

Paul respirou fundo, escolhendo as palavras com cuidado.

— O que é normal para nós, apenas diversão, não pode ser a causa de sofrimento para os outros.

Anna observou a expressão do marido e percebeu que ele realmente estava levando aquilo a sério.

— E então? O que você pretende fazer?

Paul olhou para ela, decidido.

— Procurar o Celo e ter uma conversa mais verdadeira. Pedir desculpas, assumir que errei.

Anna continuou observando-o, como se tentasse enxergar além das palavras.

— E se ele não quiser te ouvir?

Paul deu um meio sorriso, sem confiança.

— Então eu vou ter que lidar com isso.

Anna estreitou os olhos, analisando cada movimento do marido.

— Isso não parece ser só sobre o Celo.

Paul suspirou e desviou o olhar, fixando-se em um ponto qualquer da mesa.

— Claro que é.

Anna riu baixo, cética.

— Paul … eu te conheço. Você está assim desde que saímos daquela cidadezinha. Desde que levamos a Mari até ele. Você nunca ficou tão afetado depois de uma experiência.

Paul se recostou na cadeira e fechou os olhos por um instante.

— Eu quebrei um acordo, Anna. Me sinto um traidor. Me sinto alguém indigno de confiança.

A confissão pairou no ar entre os dois. Anna cruzou as pernas, sem demonstrar surpresa.

— Não foi só você. Todos nós fizemos isso. Juntos.

— Mas eu deveria saber melhor. Eu deveria ter parado.

Anna inclinou a cabeça.

— E por que não parou?

Paul abriu a boca, mas nada saiu. Ele passou a língua pelos lábios e respirou fundo.

— Porque, naquele momento, parecia ser o certo.

Anna o encarava, sem entender.

— Certo?

— Sim. Eu não sei explicar, mas parecia que … Mari precisava daquilo. Como se, por um instante, tudo estivesse no lugar. Mas agora …

Anna observou a hesitação dele, depois balançou a cabeça.

— Você está se culpando demais.

— E deveria me culpar menos? — Ele retrucou.

— Sim. — Ela disse com convicção. — O que aconteceu entre vocês dois foi um erro dentro do nosso estilo de vida. Mas e daí? Isso não significa que você destruiu a vida dela. Nesse mundo, não se pode errar sozinho. Precisa do outro.

Paul soltou uma risada seca.

— Talvez eu tenha sido o empurrão final.

Anna descruzou as pernas e se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa.

— Você acha que Mari nunca teve problemas antes de você? Você realmente acha que, se não fosse por aquela noite, tudo entre ela e o Celo teria sido perfeito?

Paul passou a mão pelos cabelos, frustrado.

— Eu não sei. Mas sei que agora eles estão afastados, e eu tenho culpa nisso.

Anna ficou em silêncio por um momento antes de dizer:

— Você quer consertar isso?

Paul hesitou.

— Não é sobre consertar. Eu não posso resolver os problemas deles, mas também não quero ser o motivo pelo qual um casal se destruiu.

Anna estava frustrada, mas não desistiu.

— Então, além de conversar com o Celo, o que pretende fazer?

Paul não tinha aquela resposta.

— Se eu soubesse, já teria feito.

Anna se levantou e se aproximou dele, passando as mãos pelos ombros do marido.

— Então, talvez seja hora de parar de pensar demais e agir.

Paul inclinou a cabeça para trás, olhando para ela.

— E se agir só piorar as coisas?

Anna sorriu, tentando encorajá-lo

— Então, pelo menos você tentou.

Paul fechou os olhos, absorvendo as palavras da esposa. Ele sabia que, de um jeito ou de outro, aquela situação ainda estava longe de terminar.

Enquanto estavam naquele dilema, a campainha tocou. Anna trocou um olhar com o marido, surpresa. Eles não esperavam ninguém. Ao abrir a porta, encontrou Chris e Fabi. O casal entrou sem cerimônia, o semblante sério.

— Desculpem aparecer sem avisar. — Chris começou olhando diretamente para Paul. — Mas eu precisava conversar com vocês.

Paul cruzou os braços, já sentindo um incômodo crescente.

— Sobre o quê? — Perguntou, direto.

— Eu me encontrei com o Celo. — Chris revelou. — E conversamos.

Paul sentiu o estômago revirar. Ele trocou um olhar rápido com Anna antes de encarar Chris.

— E pelo jeito, resolveu falar de mim pra ele? — A irritação em sua voz era evidente. — Não era um problema seu.

— Eu só queria ajudar, Paul. — Chris manteve a calma. — Eu me abri com ele, tentei mostrar quem você realmente é. Contei sobre sua lealdade, sobre como sempre coloca os amigos acima de tudo. Deixei claro que você não é o cara frio ou insensível que ele pode estar imaginando.

Paul bufou, interrompendo-o.

— Tudo isso também pode ser entendido da forma errada. Como uma manipulação emocional. Você deveria ter me consultado antes de qualquer coisa.

Chris sustentou o olhar firme.

— Não me arrependo. O que está feito, não tem volta.

Anna interveio, tocando o braço do marido para acalmá-lo.

— Vamos respirar um pouco, ok? Ninguém aqui é inimigo de ninguém. — Ela olhou para Chris e Fabi. — Eu sei que vocês tinham as melhores intenções.

Paul resmungou, revirando os olhos.

— De boas intenções, o inferno está cheio.

Fabi cruzou os braços, olhando para Paul com reprovação, mas entendia o que ele poderia estar sentindo.

— Sabemos disso, Paul. Mas não significa que a gente deva ficar parado sem tentar consertar as coisas. Você mesmo não quer perder essa amizade, certo?

Paul não respondeu de imediato. Ele massageou a têmpora, sentindo o peso da conversa. Anna, percebendo sua hesitação, decidiu insistir.

— Olha, eu entendo por que fizeram o que fizeram. E você deveria entender também, Paul. Apesar de tudo ter saído do controle, você não é um vilão. Você agiu da forma que achou correta no momento. Não foi um crime premeditado. E eu tenho certeza de que, tanto o Celo quanto a Mari, chegarão à mesma conclusão.

Paul suspirou, se deixando cair no sofá. Seu olhar se voltou para Anna, que o observava com um sorriso enviesado.

— Você está muito preocupada com o que eles vão pensar, não é? — Anna provocou o marido. — Ou seria … especialmente com o que a Mari vai pensar?

Paul estava indignado.

— Você só pode estar brincando.

— Não estou — Anna insistiu, um brilho de provocação nos olhos. — Estou só dizendo que você está se martirizando mais do que deveria.

Paul abriu a boca para retrucar, mas desistiu. Ele estava exausto.

— Ok. Vocês venceram. Talvez eu esteja me martirizando à toa.

Os amigos ainda conversaram por algum tempo, mas com Paul aéreo, a conversa não rendeu como o esperado. Chris e Fabi se despediram, pois já tinham cumprido seu objetivo.

Anna percebeu que Paul continuava distante. Ele estava sentado no sofá, olhando para a TV, mas ela sabia que ele não estava realmente assistindo nada. Sua postura estava rígida, os ombros tensos, e as mãos apertadas no colo. Ela se aproximou, sentindo o peso do silêncio entre eles.

“Paul parece tão … diferente”, ela pensou, mas não disse nada. Em vez disso, sentou-se ao lado dele, escorregou a mão sobre sua perna, e sentiu a musculatura dele estremecer sob o toque. Ele virou o rosto para ela, mas seus olhos não tinham aquele brilho que ela conhecia tão bem.

— Paul. — Ela sussurrou, a voz preocupada. — Você está bem?

Ele respirou fundo, como se estivesse lutando para encontrar as palavras.

— Estou … cansado, Anna. A semana foi puxada.

Ela não acreditou totalmente. O conhecia bem demais. Se ele estava tenso, ela conhecia o remédio perfeito para aquilo. Sexo intenso, algo que sempre o fazia esquecer de tudo.

Sem mais hesitação, Anna deslizou a mão para dentro da calça dele, sentindo o pau ainda mole reagir ao seu toque. Paul suspirou, mas não foi de prazer. Era mais uma exalação de resignação.

— Anna … — Ele começou, mas ela interrompeu com um beijo.

Um beijo profundo, cheio de intenção, tentando acender algo dentro dele. Foi correspondida, mas o beijo era mecânico, sem aquele fogo que costumava queimar ao mínimo toque.

Ela não desistiu. Puxou a camisa dele para cima, deixando o corpo dele exposto, e começou a beijar o pescoço, mordiscando suavemente a pele. Suas mãos exploraram o peito, os dedos encontrando os mamilos e beliscando-os levemente. Paul soltou um grunhido, mas ainda parecia distante.

— Vamos para o quarto. — Anna disse no ouvido dele, com a voz baixa e sensual.

Ele hesitou, mas acabou concordando com um aceno de cabeça. Anna o puxou pela mão, guiando-o pelas escadas. Assim que entraram no quarto, ela o empurrou gentilmente para a cama, e ele caiu de costas, os olhos fixos no teto.

Ele realmente parecia não estar a fim, mas o desejo tomava conta de Anna. Ela subiu na cama, sentando-se sobre ele, e começou a tirar a própria roupa. Cada peça que caía no chão era um convite, uma tentativa de despertar algo nele. Quando ficou nua, ela se inclinou para frente, beijando-o novamente, suas mãos explorando o corpo do marido.

— Me fode, Paul. — Ela pediu, com a voz carregada de urgência. — Eu preciso de você.

Ele finalmente reagiu, as mãos deslizando pelo corpo dela, mas o toque era rápido, quase apressado. Ele a virou de costas, posicionando-se entre as pernas dela. Não houve preliminares, nenhum estímulo, apenas uma penetração direta e automática.

— Espera, assim … — Ela disse, mas era tarde demais.

Ele a penetrou com um empurrão, e Anna soltou um gemido estranho: metade prazer, metade desconforto. Paul começou a estocar, mas o ritmo era irregular, sem a sincronia que costumavam ter.

Anna tentou se concentrar no prazer, tentou se imaginar em outro lugar, mas a falta de conexão era irritante. Ela olhou para o rosto dele, e viu que ele estava olhando para longe, como se estivesse em outro lugar.

— Paul … — Ela tentou novamente, mas ele não respondeu.

Ele continuou a estocar, como se estivesse apenas cumprindo uma obrigação. Anna fechou os olhos, tentando se perder na sensação, mas era impossível.

Finalmente, ele parou, soltando um suspiro que parecia mais de alívio do que de prazer. Mesmo tendo gozado, nada daquilo era normal.

Paul se afastou, se deitando de costas ao seu lado. Anna permaneceu ali, nua, sentindo o frio da ausência dele, mesmo tão perto.

— Paul … — Ela sussurrou, quase temendo quebrar o silêncio.

Ele não respondeu. Apenas virou ainda mais o corpo, oferecendo-lhe as costas como um muro intransponível.

Anna o observou na penumbra do quarto, onde a luz pálida da lua desenhava contornos suaves no rosto do marido. Mas aqueles traços que antes conhecia tão bem agora pareciam estranhos, distantes, como se uma parte dele estivesse em outro lugar, longe do corpo que descansava ao seu lado.

Queria questioná-lo, provocá-lo, arrancar dele alguma reação. Mas o único som que obteve foi um suspiro profundo, pesado, como se ele já tivesse desistido daquela conversa antes mesmo de começar.

Um vazio apertou seu peito. Tentou se aninhar nele, buscando refúgio no calor familiar, mas Paul não se moveu. Nem um resquício de resposta. Era como abraçar um fantasma, um corpo presente, mas uma alma que já não estava mais ali.

Fechou os olhos, tentando dissipar a inquietação, forçando-se a encontrar algum conforto na escuridão. Mas a verdade pulsava em sua mente como um eco incômodo: aquilo não era apenas uma noite ruim. Algo estava errado. Algo que ela ainda não conseguia nomear, mas que temia descobrir.

E assim, entre pensamentos desencontrados e perguntas sem respostas, o sono finalmente a venceu.

O cheiro de café fresco pairava no ar, mas o ambiente ao redor da mesa estava longe de ser acolhedor. Anna mexia distraidamente na xícara, o olhar perdido no líquido escuro, enquanto Paul se servia de uma fatia de pão.

— Dormiu bem? — Ele perguntou, tentando soar casual.

— Uhum. — Foi a única resposta que recebeu.

Paul suspirou, observando-a por um instante antes de se sentar à sua frente.

— Anna … — Ele começou escolhendo bem as palavras. — Sobre ontem à noite … me desculpe …

Ela ergueu os olhos, fitando-o com uma expressão impassível.

— Aham.

Paul sabia que estava errado, que nada do que dissesse seria suficiente.

— Não vai falar nada?

Anna ergueu os ombros levemente, pegando uma fatia de mamão e levando-a à boca sem pressa. Paul sabia reconhecer aquele comportamento. Era o silêncio carregado de significado, o castigo frio e calculado que ela oferecia quando estava profundamente irritada.

Ele deslizou a mão pela mesa, tentando tocar a dela, mas Anna recuou sutilmente, levando a xícara de café aos lábios.

— Anna, por favor. — Ele insistiu.

Ela pousou a xícara na mesa, o encarando finalmente.

— O quê? — Havia decepção nos olhos dela.

— Você tá claramente chateada. Eu só quero que a gente converse. — Ele suplicou.

Anna soltou uma risada sem graça, nervosa.

— Engraçado … Ontem à noite, você não queria conversar.

Paul fechou os olhos por um segundo, tentando manter a paciência.

— Eu não queria discutir, é diferente.

Anna inclinou a cabeça, fingindo considerar.

— Entendi.

— Anna … — Ele insistiu.

Ela empurrou a cadeira para trás e se levantou, pegando o celular na bancada e a bolsa. Já estava arrumada, pronta para sair. Paul acompanhou seu movimento com o olhar, já sabendo que não teria mais espaço para continuar a conversa.

Antes de sair da cozinha, Anna lançou um último olhar na direção dele, um olhar afiado, carregado de algo que Paul não soube definir completamente.

— Pelo jeito, não é só Mari e Celo que estão em crise, não é? Talvez, você devesse se concentrar um pouco mais no que está a sua frente.

E então, sem esperar resposta, virou-se e foi embora, deixando Paul sozinho com seu café amargo e a sensação incômoda de que aquela conversa estava longe de terminar.

Continua …

*Frase da música: “Na Primeira Manhã”, de Alceu Valença.

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Comentários

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20 anos juntos e eles não conseguiram se abrir um para o outro. Quantos meses tem 20 anos ? Quantas semanas tem 20 anos ? Quantos dias, horas e minutos ? É muito tempo, é uma vida.

20 anos sem conseguir se expor, conversar, se abrir pra uma pessoa que dorme e acorda do seu lado ? 20 anos sem expor seu medo e sem se revelar? Isso é muito tempo.

20 anos sem se entregar completamente,sem realizar seus desejos, 20 anos olhando nos olhos um do outro e sem perceber que o outro não teve seu pleno prazer ? Isso é muito louco.

Uma viagem de alguns dias na praia pra ela conseguir buscar o prazer dela e pra ele perceber que vivia uma ilusão. Isso é de deixar qualquer um derrubado.

Eu no lugar deles estaria me perguntando, o que eu vivi esses 20 anos ? Como eu pude errar tanto nesse tempo todo, além da segurança de ter alguém e a rotina de ter alguém, teve algo verdadeiro ?

20 anos sem conseguir fazer a esposa sentir um prazer verdadeiro e de se provar um porto seguro pra ela, 20 anos fracassando como homem ? E a esposa 20 anos se segurando, 20 anos sozinha com seus conflitos, 20 anos sem confiar no seu marido, 20 anos ao lado dele sem sequer atingir o pleno prazer, 20 anos fingindo ?

E uma semana com outro desconhecido pra alcança a plenitude de uma relação e se sentir liberta e confiante.

E de imaginar que talvez situações como essas devem ser muito comum.

Eles não tem muito o que reconstruir, pq nunca tiveram, a não ser a aparência. Terão que começar algo do zero, ou pensar se vale a pena começar algo ou se nesse momento o ideal é encerrarem esse casamento e buscarem novos relacionamentos.

A Mari meio que achou alguém que a libertasse, experimentou com Paul o potencial dela, que com a pessoa é

e a química certa ela consegue ser plena sexualmente, se abrir para o prazer.

Agora o Celo, ao saber que um estranho em uma semana foi capaz de fazer o que ele não fez em 20 anos é complicado. O trauma que ele tinha em relação ao seu relacionamento anterior pode voltar com força.

Vai ser difícil pra ele como homem, acreditar que a mudança de Mari é verdadeira, ou se isso aconteceu somente pq ela se sentiu mal pela situação e se entregou por dó, buscando o prazer que sentiu com o Paul e não o prazer que deveria ter sentido com Celo por 20 anos. E digo isso como homem. A masculinidade nesse ponto é frágil, é algo que quebraria profundamente qualquer um e colocaria o cara nessa dúvida. De sentir que não é homem o suficiente.

Não sou mulher, não sei o conflito que ela tem. Mas como homem, eu ficaria acabado.

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Meu caro ,por mais tempo que vivam juntos ninguém conhece ninguém 100% .

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De fato ninguém conhece ninguém 100%.

Mas no caso não estamos falando de coisas simples e sim de uma situação que afetou a vida sexual de um casal por 20 anos colega, tu não quer reduzir 20 anos de sexo mal feito, segredos oprimidos e traumas angustiantes a uma mera simplicidade ocasional da vida né ?

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Tudo é possível! E porque não pode ser uma mera simplicidade? Não adianta você ou eu achar uma coisa sendo que tem que levar em conta vários fatores.

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É engolir muito sapo desnecessariamente...agora vão por cara pra conversar com o Paul...talvez pro se sentir melhor.

Essa história é um exemplo de como pegar o ego, a auto estima, amor próprio de um homem e esmagar ele aos poucos.

Me sinto aliviado que não sinto tudo isso sozinho.

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São duas escritoras, talvez elas não entendam o ego masculino e nem a visão de vida e relações de um homem, assim como nós homens não conseguimos entender a visão de uma mulher nessas questões.

O fato do Paul ter se sentindo mal com a situação e ido atrás pra buscar reconciliação do casal eu até relevo,na situação do Paul eu sentiria o mesmo. Me culparaia por ter arruinado um casamento de 20 anos.

Agora a questão interna entre o casal tá bem complicada, como homem cada revelação tá sendo um soco na boca do estômago.

A história é incrível, bem reflexiva o conto do ano até o momento.

Mas ficaria ruim pra narrativa passar por cima da questão do Celo, como eu disse, pra quem é homem tá sendo complicado só de ler, imagine ele passar por isso...

O conflito na cabeça dele, se for seguido pelas autoras, vai ter que ser bem administrado.

Em relação a atual situação do Paul, acho que rolou sentimentos dele pela Mari. Mas não sei se dá parte da Mari rolou algum sentimento. Uma coisa é ter química e desejo por uma pessoa, outra é sentir algo por essa pessoa. Pelo que eu tô entendendo Paul criou sentimentos por Mari, Mari só teve tesao em Paul e confiança pra se satisfazer como mulher com ele. (o que reforça a ideia de que Celo nunca foi o cara certo pra ela)

Se essa confiança e tesao dela vai evoluir pra algo a mais, não sabemos. Mas é uma saída pra Mari, Paul e Ana podem ajudar ela melhor que Celo.

Agora, como leitor e palpiteiro, Paul e Ana não seriam a melhor opção pra ajudar Celo em nada. Uma aproximação deles quebraria mais ainda Celo, e cairia na questão de comparação entre um e outro, e se tem uma coisa que é a morte para qualquer homem é ser comparado por outro, principalmente no quesito sexual.

Aguardo o próximo capítulo pra ver o desfecho disso. A história seria mais simples se anulassem a questão do Celo e transformassem ele no corno compreensível, conformado e moderno.

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Concordo com tudo que disse, essa é minha percepção a alguns capítulos.

Eu só discordo do final... aparentemente é exatamente isso que ele deve se tornar..."corno compreensível, conformado

e moderno ".

Sinceramente é para isso que a história se encaminha. Já falei antes, ninguém escreve algo numa história sem motivo. Com ctz a conversa que o Celo teve com aquele casal não foi apenas para depois eles avisarem o paul no momento da DR com a Ana. Assim como essa condução dessa terapia TB...e eu concordo com vc, talvez as autoras pensem que esse é o melhor para a história...eu penso que do mesmo jeito que é difícil realmente para um homem se colocar 100 porcento na pele da Mari...talvez as autoras estejam não tão sensíveis a questão do Celo.

É tudo muito desproporcional que realmente causa um pouco de desconforto, como desabafei no conto anterior...no meu modo de ver estão forçando uma barra em cima do Celo, pesando suas ações de uma totalmente desproporcional, assim como, nitidamente há uma forçação, desde o episódio em que tudo aconteceu, para tentar justificar e minimizar o que o Paul fez.

Vamos ver o que virá, mas como eu disse, se eu fosse amigo próximo do Celo, eu teria uma conversa com ele, mas...até agora ele tem que resolver seus problemas internos sozinho, agora na terapia ou ouvindo esporros de Pauls e "amigos".

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* talvez para o paul se sentir melhor...

Corrigindo a frase acima

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Só uma colocação, meninas: uma terapeuta, que é amiga de uma das partes, inclusive, sua terapeuta particular, poderia ser terapeuta dos dois?

Está certo isso!? Não é tornar a análise meio... parcial para um dos lados?

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Nossa...tô te amando hj!!

Com todo o respeito Mark...kkk

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Até pq elas conversaram, com ctz, durante todo o período anterior a terapia de casal...semanas ou meses...ela com ctz não está tendo que se abrir de forma inicial diretamente para o celo, sem pensar, refletir direito a respeito.

Já o cara teve que se abrir pra esposa na primeira vez e logo após ainda tomou um esporro de um casal que nunca tinha sido citado...talvez os nomes qd citaram quem estava presente na praia...

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Eu acho que o Paul acabou se apegando muito à Mari. Ele sempre foi um cara que se relacionou com mulheres mais descoladas e liberais, mas quando ele buscou conquistar a Mari, encontrou um certo medo dela e isso foi algo que ele nunca encontrou em outras mulheres.

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Eu queria ter os olhos dos comentaristas que escreveram antes, olhar Celo e Mari pelas lentes de um profundo amor que tudo pode e tudo cura, mas não consigo. Sempre lembro que eles vivem sua história a vinte anos, que conviveram juntos pela maior parte de suas vidas, que deveriam ser melhores amigos e como tal conhecerem seus medos e desejos... Infelizmente não é o que vejo.

Vejo um casal traumatizado por duas tragédias anteriores a sua união mas que moldaram seu relacionamento.

Celo, traído e com um imenso sentimento de rejeição se entregou a um novo amor e, desesperadamente, buscou por conexão. Não sabia que Mari, usada como objeto e abusada emocionalmente pelo seu primeiro amor, não tinha condições emocionais de se entregar como o marido precisava.

Imagina, por vinte anos Mari ouviu os suplícios do marido e mesmo assim se manteve enclausurada em seus medos.

Se Mari fosse uma dona de casa sem recursos cognitivos para entender seu trauma e o sofrimento que causava vá lá, mas não é o caso. Ela é uma profissional da área de saúde mental, no mínimo ela deveria ter procurado ajuda, mas não foi o que aconteceu.

Vinte anos de uma vida sexual medíocre que se resolveram com a reconciliação após a crise de Celo ao vê-la se entregando a Paul com a paixão que nunca recebeu na casa de praia.

O foco da deliciosa história é, na minha opinião, o despertar de Mari após conhecer, de forma traumática, o casal Ana e Paul, entretanto não consigo ver futuro para o casal com as revelações feitas na terapia.

Quando Mari é questionada sobre "Quando foi a última vez que sentiu que estava realmente no controle da sua vida?", a resposta é devastadora:

"— Acho que … — Ela encarou Celo, apreensiva. — Naquela vez, na casa de praia."

Em vinte anos com Celo ela não se sentiu no controle de sua vida? Mesmo com um companheiro que sublimou seu desejo através da pornografia por não se sentir desejado pela esposa?

Será que Mari realmente ama Celo ou ele é um porto seguro para seus medos?

Para finalizar lembro que, apesar de Mari afirmar que se sentiu livre por iniciativa do Marido, o desejo por Paul vem muito antes dos jogos na casa de praia. Acredito que Mari estabeleceu uma conexão com Paul que nunca teve com o marido e, pelo jeito, não foi só ela que se envolveu...

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Cara sua colocação é perfeita!!!

Infelizmente eu não consigo ser tão claro como vc foi...mas pra mim é exatamente isso!!!

Eu não tenho condições de me colocar no lugar da Mari, mas ela sendo da área poderia ter buscado ajuda. Inclusive ela tem uma amiga que é terapeuta (sempre foram ou viraram com Mari sendo paciente dela?). Só agora a amiga resolveu ajudar??

Sinceramente é uma resposta uma fácil ao problema....faltou diálogo!!! Como falar que faltou diálogo qd está claro que o Celo só faltava implorar. Foram 20 anos…as vezes o pessoal se apega muito ao que aconteceu na praia, mas o histórico anterior é muito mais importante!!! Pelo menos para essa história.

Eu acho estranho como ela falou que sentiu que estava no controle naquele momento na praia, mas ao mesmo tempo fala que se deixou levar pq pensava que era isso que o celo queria. E o modo como ele reage a isso é de partir o coração...esse final é muito foda, depois de tudo que ouviu do casal antes e etc... é uma tortura psicológica absurda.

“Celo sempre acreditou que estava apenas sendo um parceiro compreensivo, que queria que Mari fosse livre para explorar o que desejasse. Mas e se, no fundo, ele tivesse guiado tudo para aquele caminho? E se, sem perceber, tivesse empurrado Mari para algo que ela interpretou como uma necessidade dele?

— Mari … — Ele respirou fundo antes de continuar. — ... Você achou que era isso que eu queria?

Ela o encarou, sem fugir da pergunta.

— Do jeito que você falava … do jeito que você reagia … sim.

Mari continuou:

— E então … quando fomos para a casa de praia … desde o momento em que chegamos, eu senti que você estava … incentivando.

Ela o observou atentamente, procurando sinais de negação, mas Celo apenas ouvia, absorvendo tudo.

— A Anna se interessou por você desde o começo. O Paul … por mim. Mas não foi algo que simplesmente aconteceu. Você encorajou. Você deixou espaço para que eu me sentisse segura para ir além. Não de um jeito errado, não me forçando a nada, mas sempre mostrando que aquilo era uma opção.

Celo passou as mãos pelo rosto.

— Eu nunca quis que você se sentisse pressionada.

Mari assentiu.

— Eu sei. Mas acho que, de certa forma, eu enxerguei o seu desejo antes mesmo de você perceber que ele existia. Ou, ao menos, achei que enxergava …

A terapeuta inclinou levemente a cabeça.

— E o que você sente agora, Mari? Sabendo disso?

Ela suspirou, olhando para Celo.

— Sinto que preciso entender se aquilo era mesmo o que eu queria … se era o que Celo queria … ou se eu interpretei tudo errado.

Aquelas palavras atingiram Celo como um soco no estômago. Ele não queria ser mais um a moldar Mari. Mais um a guiá-la sem que ela se desse conta. Ele queria que ela fosse livre.

Mas será que, sem perceber, tinha feito exatamente o oposto?”

Desculpa se ficou grande…concordo demais com vc e sinceramente, apesar de torcer pelo casal, se fosse amigo do Celo eu puxaria uma conversa mais para o seu lado, o que não aconteceu ainda em 19 capítulos…e tentaria mostrar que o seu amor próprio deveria vir em primeiro lugar.

Mas…é apenas minha opinião…

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será q depois dessa sessão, eles irão se afastar mais ainda?

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Sua conclusão é assustadoramente plausível e o pior, foi a mesma que eu senti lendo esse capítulo.

É triste, mas é a realidade: ambos não confiaram um no outro em 20 anos de união, criando uma masmorra (casamento) em que ambos ficaram presos em seus erros e frustrações.

Concordo também que a Mari dizer que se sentiu livre pela primeira vez em 20 anos nas mãos de outro homem foi para acabar de vez com qualquer possibilidade de reconciliação. Eu, na pessoa do Celo, daria por encerrado o casamento na mesma hora.

Por fim, desculpem se me engano, mas a Mari não se entregou apenas por se entregar para o Paul: eles criaram uma conexão que mexeu com ambos. A própria Anna já notou.

Um final feliz nem sempre impõe que o casal termine junto, talvez seja o caso para eles. A questão que fica é: quem são eles? Apenas Mari e Celo ou Mari e Celo, e Anna e Paul.

Antes que perguntem, estou naqueles dias SIM!

Beijo, meninas.

⭐⭐⭐

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Nanda, muito obrigada por responder no meu comentário, e tô surpreso também, em vc achar q o Celo deveria encerrar o casamento.

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Umbelina, bom dia.

Não é porque sou liberal que eu teria a fantasia de imaginar que todo relacionamento tem que dar certo. A vida não é assim!

Esse conto tem rendido altas conversas entre eu e o Mark, e quase sempre esbarramos nessa questão: mas, Celo e Mari tem jeito?

Até tem, mas a gente acredita que, nesse caso em específico, antes deles tentarem se relacionar, deveriam primeiro resolver os seus traumas pessoais, talvez mesmo até se afastarem (quem sabe se divorciarem) para tentar descobrir se o outro é realmente relevante em suas vidas.

Poxa, foram 20 anos juntos e nesse tempo todo não conseguiram criar confiança suficiente para contar dos seus traumas e pedir ajuda? Não dá, né? Eles simplesmente nunca confiaram um no outro e um casamento sem confiança, sem entrega de verdade, não é casamento: é comodismo, quase canalhice.

É o que eu acho.

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Oi Nanda, será que em meio as dores que ambos viveram, eles negaram a viver suas vidas, para viver a vida do outro, por trauma.

No caso da Mari, eu vejo que sim, pois ela tem medo de perder novamente, e por esse motivo, sempre viveu a vida do Celo, a querência do Celo, nunca viveu de sua vontade e desejos próprios, no antigo relacionamento já era assim.

O seu trauma persistiu em sua vida, mas o Celo é diferente.

O Celo por sua vez, seu trauma é referente ao sexo, quando sua ex namorada disse que ele era homem pra casar, e não para a bagunça.

Aí, acredito eu do conflito.

Celo querendo provar que também é bom no sexo, e Maria se negando as suas vontades.

Mas pensando bem, o trauma dos dois é referente ao sexo, onde mari foi jogada como vagabunda, e o Celo foi restrito.

O Celo querendo um sexo quente, e a Mari se negando, pois ela foi tratada como puta pelo ex namorado.

Conflito de interesses.

Um bico de sinuca!

Que problema que as autores foram arrumar! KKK

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Com todo o respeito Hugo...mas onde a Mari "sempre viveu a vida do Celo, a querência do Celo, nunca viveu de sua vontade e desejos próprios"?

Eu acho que está confusão ainda existe...eles tentaram ir pra essa vida liberal pq era apenas desejo do Celo??? Mas se for isso, ela não poderia se soltar mais com o marido sem partirem pra essa aventura??? Foi a insistência dele que fez tudo acontecer ou foi o desejo reprimido dela querendo ganhar vida??

Uma pergunta que eu já fiz, ela resolveu lutar contra o trauma indo de encontro com algo que faz parte dele?? Que é a vida liberal que ela foi obrigada a viver com seu ex...

Ela começou a se liberar justamente em algo que deveria ativar gatilhos...ela ter um sexo quente, seguro, com o marido de 20 anos não poderia acontecer por bloqueios...agora ela se conectar com uma pessoa que ela mal conheceu e se entregar completamente não teve bloqueio...

Eu não estou com isso culpando ela, pra mim não há culpados...mas do jeito que muitos falam, tanto os outros personagens como a própria Mari, o Celo é o grande vilão por insistir e jogar sua esposa de volta a esse meio...enfim...esse final dessa "terapia" deixa claro muita coisa...não vou prolongar mais pq já ficou grande....mas é triste todo esse peso que colocam no cara...desse jeito não tem como dar certo mesmo.

Ainda espero, sinceramente, pelo menos uma conversa, com o pai, parente, amigo e etc...que realmente ouça o cara e traga um pouco de paz e conforto pra ele...mas acho que não teremos isso.

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E aí fica pergunta...o que o cara deveria fazer?? Conversar não adiantava, em 20 anos nunca tiveram esse tipo de conversa.

Enfim... é algo que não tem solução pra ele...se não fizesse nada, do jeito que ela tava mudando e claramente se interessando pela vida que o casal de "amigos" levava, ou ele seria o cara chato, estraga prazer e com isso incoerente, pq ele sempre quis ela solta e livre....ou ele fazia o que fez e corria o risco...mas ele levou ou foi levado???

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Literalmente, as autoras nos Phuderam, meu irmão..., que bico de sinuca!

Eu torço pra eles se acertarem, e perdoarem a si próprios primeiro, o Celo se perdoar, e a Mari se perdoar, eles carregam muitas culpas.

Eles se vêem culpados por tudo.

Por qual motivo a Mari se viu livre com Paul e com Celo não? Difícil.

Difícil até de falar alguma coisa.

Traumas é PHÓDA, destroem tudo o que aparecem a sua frente.

E o Celo resistiu bravamente nestes 20 anos com a falta de doação de Mari, e ele querendo provar que ele é bom em sexo também.

Complicado!

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Concordo mil por cento...com esse e o anterior!!!

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Só queria te responder, Himerus:

Celo nao é o porto seguro da Mari. Se fosse, ela teria se aberto e revelado tudo de sua vida para ele. Se não fez isso em 20 anos, é moleque nunca confiou nele e na relação entre eles.

Quanto a amar... Pode ser, mas quem ama não confia? Estranho amor esse, não?

Sinceramente? Me parece que ambos viveram uma relação de comodismo, não de amor, não um casamento.

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Pelo visto agora não é só o Celo e a Mary que precusma de ajuda Psicológica.

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Muito bom sentimentos aparecendo

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Eu sinceramente vou ficar triste se Celo e Mari não se acertarem, não decepcionada, mas triste, porque quero muito que isso aconteça, acho que poucas vezes torci tanto para um casal como torço por esse, o que eles passaram no passado foi muito triste, principalmente Mari, o que essa mulher passou não é fácil suportar sem se quebrar de vez, ou até mesmo desistir da vida.

No presente já acho que o que Celo passou foi pior, mas nem no passado e nem no presente, uma dor não diminui a outra. Esses dois já comeram o pão que o diabo amassou, alguns situações até pelos seus próprios erros, principalmente no seu relacionamento, faltou o mais importante, o diálogo sincero, sem segredos, por piores que sejam.

Mas mesmo assim eles estam juntos, um segurançado a mão do outro e tentando concertar as coisas, se vai dar certo? Eu não sei, só as autoras sabem, elas são as donas da história, elas decidem o destino dos personagens. E se tem algo que eu aprendi nesses mais de 10 anos na casa é que não se pode brigar com o texto. Discordar tudo bem, mas brigar com o texto é burrisse.

Mas voltando ao casal, Mari não depende de Celo para nada e nem ele dela, cada um pode seguir sua vida sem problema algum sem o outro, mas mesmo assim eles querem salvar o casamento, e só tem um motivo, desde o inico da história é claro o amor que um tem pelo outro, isso o texto deixa bem claro, e é exatamente por isso que eu torço muito pelos dois, sei que só amor não mantém relacionamento, mas por um amor forte como o deles, vale muito apena lutar.

Bom, quanto ao capítulo, Paul parece estar muito abalado, a ponto de deixar isso afetar seu relacionamento, dor na consciência? Um sentimento por Mari além do que ele diz ter? Veremos rsrs

Muito bom como sempre!

Parabéns Meninas!

Sem dúvidas uma das melhores histórias da casa, mesmo sem grandes surpresas, reviravoltas ou vilões, essa história está cada vez mais incrível!

Obrigada por compartilhar esse preciosidade com a gente!

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Acho que o maior vilão da CDC, atualmente, é o passado da Mari e do Celo!

Todos nós, acredito eu, temos algum gatilho do passado, mas destes dois, acho difícil, e um tentando ser o alicerce do outro, mesmo sofrendo o que sofreram!

Mas o amor tudo suporta, tudo crê....

Também quero o bem dos dois!

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Acho que eu enxergo essa história um pouco diferente da maioria, talvez por ser mulher e ser mais sensível a algumas coisas, mas eu sinceramente torço muito pelos dois!

É pelo visto não é só eu rsrs

É admirável isso neles, acho que a maioria já tinha jogado a toalha, principalmente Celo, mas mesmo assim ele está lá, segurando a mão da Mari e ela fazendo o mesmo.

Admiro muito isso neles!

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Eu também tenho o meu lado sensível! Kkkkkkkkkkk

Separação, pra mim, só no extremo do extremo!

Os dois precisam um do outro, eles se completam!

Mas, como vc disse, são as autoras que decidem!

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Eu seu disso, leio alguns comentários seus que deixa isso claro, e isso é algo para se orgulhar viu! Kkkk

Sim, elas que decidem. A obra é delas.

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O problema, minha amiga, é que hoje em dia a maioria das pessoas veem uma relação amorosa como algo descartável. É mais fácil seguir em frente, desistir, do que tentar entender o outro e ver o que está errado, se há conserto.

As pessoas são imediatistas, e uma relação fútil, sem expectativas e cobranças, se torna mais aceitável do que uma relação profunda, baseada em entendimento e resolução.

Beijocas. 😘😘😘

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Perfeita colocação!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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Está aí outra pessoa que nunca passa frio! rsrs

Concordo com você plenamente Jaque, e acrescento mais, as pessoas tem uma facilidade incrível de ver os defeitos e apontar o dedo, mas as qualidades, raramente são exaltadas!

🤗😘😘

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É mais fácil criticar, ofender, colocar defeitos,do que elogiar.

Há um tempo eu bato nesta tecla, elogie, exalte, valorize a pessoa, não critique, veja primeiro a pessoa, pois muitas vezes ela está tentando, fazendo, lutando, oferecendo algo melhor, e vc nem isso está!

As pessoas precisam, carecem de elogios para continuar, seja vc a incentivar!

O mundo anda tão complicado, como diria o poeta!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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Exatamente, concordo em gênero, número e grau!

👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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Nunca concordamos tanto!!!

Acho que grande parte disso é pq muitos idealizam uma perfeição que não tem como se realizar nos parceiros.

Qd vc está num relacionamento e sua intenção é transformar a pessoa naquelo que vc idealizou em vez de ajudar essa pessoa evoluir apesar de seus defeitos QQ motivo que te desagrada é suficiente para trocar está pessoa, ou então, o que eu acho pior, se relacionar com outras pessoas escondido para preencher o vazio que acha que necessita, seja por que motivo for.

Eu torço muito para o casal...mas não adianta nada eles ficarem juntos se está união trouxer prejuízos para algum deles. Realmente não dá para lutar com o que foi escrito...ambos tem questões que merecem ser avaliadas e cuidadas, inclusive separadamente também.

QQ decisão que se tome com ambos machucados e confusos não será a decisão certa, mesmo se no final o mundo faça dar certo.

Não tem como vc não se identificar com o que a Mari passou...e isso é horrível, pq muitas mulheres sofrem abusos e violências diariamente...mas o celo TB precisa de cuidados, TB precisa ser ouvido e compreendido. Pq senão, o futuro relacionamento deles não terá futuro

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Esse é o problema do amor romantizado, perfeito, "papai, mamãe, filhinhos, igreja, Deus e o Paraíso, por fim".

Isso não existe, gente!

Somos seres humanos, falhos e incompletos por natureza. Quando procuramos um parceiro ou parceira, procuramos justamente alguém que nos dê o que nos falta, mas nem sempre isso acontece de uma forma fácil ou como mostrado no cinema.

“Ah, mas para você é fácil falar, você e o Mark são tão perfeitos...”

Uma ova! A gente briga para caramba, discute demais e muitas das vezes, até se ofende.

Só que a gente vive um relacionamento em que o amor não é somente sentimento. É também, óbvio, mas ainda somamos propósitos de vida, camaradagem irrestrita, proteção e cuidados permanentes, e o mais importante: amizade e respeito.

Aliás, o que é o amor? Alguém sabe? Ninguém sabe! Para nós dois, amor é mais do que sentimento, porque se fosse só isso, de que serviria um relacionamento? Amor não enche a barriga de ninguém (diz o filósofo Mark). E não está errado. Um sentimento esfria, passa por altos e baixos, e é nesses momentos de baixa que devemos nos lembrar que existe mais do que simplesmente sentir: existe uma decisão de ficar, de permanecer, de fazer dar certo, principalmente nos momentos de dificuldades.

Não fosse isso, gente, eu e o Mark já teríamos nos divorciando há muito tempo.

Hoje mesmo, eu e ele estamos brigados, conversando o mínimo. Mas mesmo assim, sempre estamos juntos, dormindo juntos, almoçando e jantando juntos, resolvendo os problemas juntos, porque é junto que a gente faz a diferença. Daqui uns dias, a gente se acerta, mas até lá, é cada um no seu quadrado, principalmente ele que se fecha como uma ostra e não quer saber de nada.

E aí eu pergunto: deixamos de nos amar? Não! Só estamos nos amando de forma diferente até restabelecermos totalmente a nossa paz de espírito.

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Com ctz em termos de relacionamento temos muitas opiniões opostas...mas eu acho que nisso TB concordamos...kkk

O erro é se relacionar com alguém com o propósito de achar alguém para preencher lacunas em nós mesmo.

Pq a paixão e o vínculo emocional é tão forte no começo e vai "esfriando"?? Talvez pq neste momento inicial o que buscamos é alguém para nós divertir, para nossas vontades, nossos desejos. Nesse momento é a fase de conhecimento e etc...nesta fase, todos se dão bem...kkk

Depois disso que começa a complicar... imperfeições começam a se tornar presentes, fatores emocionais, psicológicos começam a entrar em cena e muitas vezes se prefere ou tentar mudar o parceiro (a) ou então se omitir e aceitar.

Pra mim o ideal é somar a vida da outra pessoa, é estar disposto a ajudar e não julgar...acho que isso faz diferença.

Já na rotina, questões não resolvidas, coisas que pesam de diferentes formas vem a torna e com isso, sendo houver esse propósito anterior, um distanciamento emocional ocorre. Daí é só ladeira abaixo.

Acabam virando amigos ou nem isso...

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Eu vejo que o relacionamento é uma soma, e nunca uma divisão, é uma eterna construção!

Muitas vezes vc vai se negar, para viver o melhor com a outra pessoa.

Divergências sempre vão existir, mas o principal, é como é resolvido estas divergências.

E sempre caminhando pra frente, em cumplicidade, e respeito mútuo.

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DR de casais, dúvida se a Mari quis se relacionar com Paul, ou achou que o Celo queria isso! Passado aflorando!

Paul com sentimentos guardados, escondendo da Anna, o pau torando, acredito que vai piorar mais ainda, torço pra isso! Kkk

Parabéns meninas, que capitulo!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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É o cenário está posto!!! Todas as peças se alinhando...até a Ana percebendo a "bondade" do marido em "ajudar" o casal.

A Mari falando sobre ter o controle e se sentir livre...o celo, confuso, se culpando pelos erros do ex da Mari e querendo dar liberdade a ela...

Próxima jogada: a conversa do paul com Celo.

Tudo bem encaminhado!!

Muito boa a história, vcs são top!!!

Obrigado

3 estrelas

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Pelo jeito o final do conto vai ser uma suruba entre os casais que estavam na praia.

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Mais uma parte da terapia. Continuando …

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