As aventuras de Paulo: o beijo.

Um conto erótico de Rimbaud
Categoria: Gay
Contém 896 palavras
Data: 12/03/2025 23:28:04

[Ler a história desde o começo vai ser bem legal. Comenta nos capítulos e diz o que achou.]

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Aquela confusão rendeu um galo e um pequeno corte na testa de Alan. A UPA que ficava próximo ao Condomínio estava vazia e os dois pontos que ele levou foram rápidos. Voltamos para casa de Alan e ficamos mais de meia hora sentados no sofá. Um esperando que o outro falasse alguma coisa.

- Caralho, Alan! Desculpa, cara, mas que merda foi essa?!

Eu tentei respeitar o silêncio e o espaço dele, até porque o que tinha acontecido foi traumático, mas o silêncio já estava ficando constrangedor e eu precisava que ele me explicasse o que tinha acontecido ali.

Alan baixou a cabeça e não falou nada. Mas percebi que ele estava chorando.

- Calma, cara, não chora, por favor, estamos só nós dois aqui, está tudo bem, aquele filho da puta não chega mais perto de você. Fica calmo.

Por instinto, puxei ele para um abraço. O calor do corpo daquele mini japonês que estava fazendo minha manhã ser a maior loucura fez meus batimentos acelerarem e quando percebi que estava apertando mais do que o necessário para um abraço relaxei meus braços, mas fiquei ao lado dele.

- Obrigado, Paulo.

- Não precisa me agradecer por nada!

- Preciso, sim! Se não fosse você, não sei o que teria me acontecido. Mas sabe o que é pior, eu estou com muita vergonha de você agora.

- Por que, cara? Quem tem que ter vergonha é aquele nojento, não você!

- Eu...Eu nunca tinha contato para ninguém que era gay. Nem para minha mãe eu tinha tido coragem de contar. Eu sempre fui a fim de outros homens, desde que eu passei a sentir desejo, acho que sempre fui assim. Daí comecei a falar com Cauã por aplicativo e a conversa parecia ser legal, sabe. Quando contei para ele que nunca tinha tido nada com ninguém ele ficou insistindo para a gente se encontrar. Eu estava a fim, comentei com ele que a gente poderia se ver na trilha alternativa e conversar. Trocamos nudes, a conversa esquentou, não vou mentir, mas nunca passou pela minha cabeça que ele ia me forçar a fazer alguma coisa. E agora você sabe que sou gay e soube da pior maneira possível. A gente estava virando amigo e agora não sei nem se você vai querer olhar na minha cara mais.

Tinha percebido que ele estava desabafando e deixei ele falar. Eu já achava que ele curtia desde quando percebi ele me olhando estranho quando tirei a camisa, como explicar que isso não era problema nenhum? Eu olhava pra ele e sentia meu corpo quente, não sabia muito bem o que fazer. Ele tinha acabado de passar por um trauma, eu estava tentando ajudar, mas ao mesmo tempo estava com vontade de demonstrar pra ele que as preocupações dele não faziam sentido.

- Alan. Tentei chamar, mas ele continuava com a cabeça baixa.

Toquei o rosto dele de leve, fazendo com que ele me olhasse nos olhos. Era um olhar assustado, mas que ao ver meu sorriso foi suavizando. Fui chegando mais perto e tomando coragem roubei um beijo de leve, um selinho.

- Está tudo bem?

- Eu estou meio confuso e ainda nervoso com o que aconteceu mais cedo, Paulo, mas...

- Mas, o quê?

- Esse beijo foi a melhor resposta e a melhor coisa que podia ter me acontecido hoje.

Alan sorria, acho que pela primeira vez naquele dia, mas ao mesmo tempo uma lágrima escorria da sua bochecha.

- Então, por que você ainda tá chorando?

- Felicidade. Agora cala a boca e me beija, por favor.

Dessa vez nós nos beijamos de verdade. Com cuidado para não machucar a testa, mas da forma como se deve beijar. Senti seus lábios, mordi de leve, invadi sua boca com minha língua que brincava com a dele. Nossas mãos passeavam pelos cabelos, subiam e desciam pelas costas um do outro. Eu nunca tinha sentido tanta coisa ao mesmo tempo beijando alguém.

Nós fomos interrompidos com o celular de Alan tocando.

- Oi, mãe...Não, não estou no restaurante...Foi, não fui hoje...Nada demais, não se preocupe...Calma, mãe...Eu só caí na trilha e bati a cabeça de leve, mas tá tudo bem...Não, não tava sozinho, Paulo tava comigo e me ajudou...É, o vizinho da mala...Tá certo, não precisa correr, estou em casa e está tudo bem.

- É assim que vocês me chamam?

- É. Ele respondeu com o sorriso mais lindo que eu já tinha visto ele dar.

- Sua mãe está vindo né, então é melhor e ir embora. Falei me levantando.

- Eu acho que vou continuar te chamando de vizinho da mala, mas por outro motivo.

Eu olhei pra baixo, vi que meu pau estava marcando demais na calça e fiquei morrendo de vergonha.

- Não fica com vergonha! Eu quero todo pra mim!

- Eu acho melhor eu ir pra casa, agora, sua mãe vai chegar daqui a pouco, a gente continua a nossa “conversa” outra hora.

Antes de abrir a porta do apartamento, foi a vez de Alan me roubar um beijo.

Tudo tinha mexido demais comigo, eu estava com tesão, com ciúmes e querendo proteger ele e ao mesmo tempo querendo transar com ele. Entrei em casa e fui tomar um banho gelado. Para quem não queria se atrasar para a aula, acabei perdendo todas.

[continua]

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