Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu - Parte 03

Um conto erótico de Érico
Categoria: Grupal
Contém 6805 palavras
Data: 15/03/2025 13:35:46
Última revisão: 16/03/2025 00:52:03

Olá, leitores. O meu nome é Érico. Eu tenho 28 anos e trabalho como analista em uma grande empresa de tecnologia. A minha esposa, Sarah, tem 27 anos e é engenheira com doutorado. Esta é a história das confusões e puladas de cerca que aconteceram durante uns meses muito loucos e de como nós lidamos com isso.

O mote principal das nossas histórias começou quando conheci a nova estagiária e minha vizinha: a ruiva gostosa Larissa. Eu queria muito comer essa ruivinha, mas claro que eu não iria fazer nada sem a autorização da minha querida esposa. Eis que, no capítulo anterior, descubro a vontade da Sarah de dar para o nosso vizinho, Pedro.

Na festa de aniversário de uma amiga nossa, Jéssica, em um sítio, a Sarah estava com tanta vontade de dar para o Pedro que quase acabou dando para o seu Raimundo, um velhinho simpático do nosso prédio de 70 e alguns anos. Em nossa defesa, os dois estavam cada vez mais tentado à ideia de um relacionamento aberto.

Para piorar tudo, durante a festinha de carnaval do condomínio, os dois foram com o regulamento debaixo do braço e a Sarah acabou dando vários beijos com o bonitão Enéias e eu aproveitei para trocar uns selinhos com a Larissa (para mais detalhes, ver “Eu, minha esposa e nossos vizinhos – Parte 06”).

A nossa história começa na segunda de carnaval e, pelas nossas dores de cabeça, tanto eu quanto a Sarah queríamos morrer só um pouquinho. Eu estava jogado no sofá, a cabeça latejando como se tivesse uma escola de samba desfilando dentro dela. O sol entrava pela janela com uma crueldade absurda, me lembrando que o mundo não parava só porque eu estava sofrendo. Sarah estava deitada no chão, perto da mesinha de centro, provavelmente amaldiçoando a divindade que criou a ressaca.

Com esforço, ela se sentou, escorada na mesinha, pegou um copo d’água e olhou para mim com uma expressão que oscilava entre raiva e impaciência.

— Você beijou a Larissa! — acusou, apontando o copo como se fosse uma arma.

— Selinho! Foram só selinhos! — rebati. — E a Odete quem me beijou, eu não queria!

A Sarah gargalhou, sarcástica.

— Ah, claro, a Odete te beijou e você, coitado, ficou ali, sem ação! Até parece!

— Ah, e você? Podia ter evitado enfiar a língua na garganta do Enéias! — retruquei, me ajeitando no sofá. — Mas não, lá estava você, toda animada, pendurada no pescoço do supermodelo do prédio!

— Foi algo dentro das regras da festa! — ela retrucou, apontando o copo de água como se fosse um juiz batendo um martelo. — Como ele estava fantasiado de vampiro, se ele chupasse meu pescoço, eu deveria ser dele durante a festa.

— Ah, claro, a pobre vítima das regras da festa, obrigada a meter a língua no gostosão do prédio! — bufei. — Mas eu dar um selinho na hora do “dê um selinho na pessoa do lado” é um crime contra a humanidade!

— Selinho, o caralho! Você e a Larissa puseram a língua!

— Não pusemos!

— Puseram sim!

— Não pusemos!

— Puseram sim!

— Tá bom, eu tentei botar a língua, mas a Larissa virou o rosto na hora. E você com o Enéias?

— Claro que pus! Gostosão daquele? Quando eu ia ter chance?

— Ai, meu Deus... — fechei os olhos e me joguei de volta no sofá.

A Sarah riu, pegou uma almofada e se jogou no chão também.

— Érico, por que a gente faz isso com a gente?

— Você quer uma lista ou um resumo?

— Resumo.

— Álcool e más decisões.

— É, faz sentido. Mas ó, sério, você estava fantasiado de caçador de vampiros. Pelas regras, você podia eliminar o Enéias a qualquer momento e me “resgatar”, mas arregou.

— Eu não arreguei! Eu só... fiquei com medo dele não levar na esportiva e bater em mim. Um braço dele meio que é quase o meu tronco...

Ela deu um tapinha no meu braço.

— Covarde!

— Beijoqueira!

— Beijador de estagiárias!

Permanecemos ali, jogados, sofrendo com a ressaca pelo resto da segunda. Na terça, decidimos fazer programas mais caseiros. Convidamos alguns amigos próximos, como a prima Carolina, e fizemos uma sessão de “cinema em casa”. Na quarta, tanto eu quanto a Sarah já tínhamos que voltar ao trabalho de tarde. Nessa altura, os beijinhos e selinhos do salão já tinham sido esquecidos, evaporados juntos com a ressaca.

E esse foi o nosso carnaval.

No final de semana seguinte após o carnaval, nós fomos jantar com nossos vizinhos do apartamento ao lado: seu Assis e dona Raquel, além da filha deles, Larissa. Aquela estagiária ruivinha que eu estava louco para comer, mesmo sendo casado.

Quando entramos no apartamento, senti o cheiro diferente no ambiente. Não seria um simples jantar.

A Sarah usava um short de algodão curto e uma blusa soltinha, que teimava em escorregar pelo ombro, revelando a alça do sutiã. Seus seios fartos pressionavam o tecido leve da blusa, destacando-se a cada movimento que fazia. Seus cabelos estavam soltos, caindo em ondas suaves sobre os ombros.

A Larissa era ruivinha e branquinha, com uma bundinha redondinha e empinadinha, e com seios pequenos, mas com biquinhos durinhos e pontudos. Mas seus braços e coxas eram grossos e durinhos. Ela vestia um shortinho de malha que subia perigosamente quando se sentava, deixando à mostra suas coxas durinhas. A camiseta justa delineava seus seios pequenos, mas era na forma como ela cruzava e descruzava as pernas que estava o verdadeiro jogo de sedução. O tempo todo, ela me olhava como se soubesse exatamente o que eu estava pensando.

Enquanto a Larissa tinha 23 anos, os seus pais tinham por volta dos 48 anos e estavam bem em forma para a idade.

O seu Assis tinha um bigode que parecia saído de um ator pornô dos anos 70, mas estava bem de forma. A dona Raquel também estava bem para sua idade, era morena, tinha as coxas torneadas e o bumbum durinho. Mas, claro, não dava para saber o quanto os dois estavam preparados para impressionar.

O seu Assis nos recebeu com um sorriso fácil, mas seus olhos pousaram sobre Sarah demoradamente. Com aquele olhar de quem vendo algo que deseja muito. Já começou elogiando a beleza da minha esposa e a cumprimentou com três beijos no rosto, mantendo os lábios bem colados na face dela.

A dona Raquel, por sua vez, me lançou um olhar diferente, algo entre o desafio e a provocação. Ela se inclinou levemente ao me cumprimentar, como que tentando mostrar seu decote, e seu perfume doce e inebriante me envolveu.

Em seguida, fui até a Larissa para cumprimenta-la e dei um beijo em seu rosto, perigosamente perto dos lábios, que ela devolveu com um sorriso. Conversamos um pouco, enquanto eu passeava meus olhos pelo seu corpo sem disfarçar muito. Ela não era boba e percebeu meus olhares. Em dado momento, abaixou a cabeça, não sei com qual intenção, mas pareceu olhar de relance para o volume na minha calça. Nessa altura, já estava colocando as mãos no ombro dela enquanto conversávamos, alisando devagar.

Mas o clima foi quebrado tanto pela Sarah quanto pela dona Raquel, nos chamando à mesa.

Na mesa, o clima era ao mesmo tempo casual e eletricamente carregado. As conversas se alternavam entre temas aleatórios mas, sob a superfície, algo parecia acontecia. Os olhares eram demorados, os sorrisos ligeiramente enviesados. Cada pergunta direcionada parecia impregnada de entrelinhas.

— Vocês saíram para algum lugar recentemente? — perguntou Assis, servindo suco.

— Fomos à praia mês passado — respondi, observando Sarah levar a colher aos lábios, degustando um pedaço de moqueca. Sua boca se abriu devagar, e seus lábios brilhavam com o caldo do prato.

— O litoral pode ser bem quente — comentou Larissa, com um sorrisinho. — Água morna, areia grudando na pele...

— E aquele calor que faz as pessoas quererem se refrescar de outras formas — completou Raquel, com um olhar direto para mim.

Sorri de volta. Então, meu olhar cruzou o da Larissa. Meu desejo por ela se intensificava a cada minuto. Ela descruzou as pernas lentamente, me deixando ver melhor a pele macia e bronzeada de suas coxas. O tecido do short subiu levemente, revelando sua calcinha vermelha, e minha respiração ficou mais pesada.

O seu Assis serviu mais suco e recostou-se na cadeira, olhando para a Sarah como quem avalia um prato delicioso antes da primeira mordida. A Sarah percebeu o olhar e sorriu de leve, inclinando-se para pegar um pedaço de carne, o que fez seu decote se aprofundar. O volume generoso dos seus seios ficou ainda mais evidente sob o tecido fino da blusa.

A minha mão deslizou levemente sobre a coxa de Sarah sob a mesa, sentindo a maciez quente da pele. Ela me lançou um olhar enviesado, mas não recuou. Pelo contrário, pressionou levemente as pernas contra minha mão antes de continuar comendo como se nada tivesse acontecido. A Larissa, por sua vez, passou a língua nos lábios distraidamente, inclinando-se para frente, e seus olhos cintilaram com malícia. A ponta da língua desenhou um contorno nos lábios cheios.

A dona Raquel me surpreendeu ao tocar minha mão ao me oferecer um pedaço de pão de queijo. Um toque proposital, um olhar que dizia mais do que palavras.

O resto do jantar seguiu nesse clima estranho. O ar estava carregado, enigmático. Muitas trocas de olhares e subtextos nas conversas. Eu e Larissa. Seu Assis e Sarah. Eu e dona Raquel. Seu Assis e dona Raquel. Olhares estranhos. Conversas sem palavras. Um ar de erotismo circundando o ambiente. Uma cumplicidade tácita entre o casal mais velho. A dona Raquel sempre de olho nas minhas pernas e o seu Assis aproveitando qualquer deixa para lançar seu olhos na bundinha pequena da minha esposa.

Por fim, aproveitei para combinar com a Larissa de continuar dando carona para ela durante as semanas seguintes.

Na hora de nos despedirmos, o seu Assis aproveitou para dar um abraço na Sarah que não era normal, mãos firmes na cintura, beijos no rosto.

Estava evidente que o Assis e a Raquel queriam que rolasse uma troca de casais matreira...

Depois daquele jantar, a minha vontade de comer a Larissa, digo, experimentar o relacionamento aberto ou troca de casais se intensificou. Usando a navegação privativa, comecei a pesquisar na internet tudo sobre swing, como funcionava, o que as pessoas viam nisso. Mas, como acontece com as coisas na internet, uma pesquisa levou a outra, e, antes que percebesse, eu estava em um site de swing, lendo relatos de casais que tinham entrado nesse mundo.

Não vou mentir, a curiosidade bateu forte lendo relatos sobre sexo grupal e ménage. Cliquei em um link que me levou a um relato de um casal que estava tentando entrar nesse mundo. Os dois moravam no interior de São Paulo, relativamente longe daqui.

Seus nomes eram Dirceu e Marília. Eles tinham 29 anos, e estavam casados há sete. O que me chamou a atenção foi como eles descreveram suas dúvidas iniciais, os mesmos receios que eu sentia agora. Pareciam tão normais, tão semelhantes... Eles também estavam tentando entender esse universo, também estavam curiosos, mas, ao contrário de mim, pareciam ter encontrado algum tipo de resposta.

De maneira impulsiva, anotei o e-mail de contato deles. Não pensei muito antes de mandar a mensagem. Era como se eu precisasse falar com alguém sobre isso, alguém que não estivesse diretamente envolvido, alguém que pudesse me dar uma perspectiva diferente.

O e-mail que mandei foi simples, mas direto:

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Assunto: Conversa sobre Relato no Grupo de Swing

"Oi, Dirceu e Marília,

Espero que estejam bem. Meu nome é Érico, sou casado e tenho 29 anos, assim como vocês. Recentemente, minha esposa e eu fomos apresentados à ideia do swing por um casal de amigos mais velhos. Confesso que fiquei curioso e gostaria de entender melhor sobre esse estilo de vida.

Vi o relato de vocês em um site e me identifiquei muito com as dúvidas, receios e curiosidades que vocês mencionaram. Assim como vocês, estou começando a explorar esse tema. Seria interessante conversar e saber mais sobre as suas experiências e o que aprenderam até agora.

Se puderem responder, ficaria agradecido.

Abraços,

Érico."

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Eu já tinha mandado o e-mail, e agora só me restava esperar. No fundo, eu sabia que estava arriscando, mas a curiosidade falou mais alto. O que poderia acontecer? Talvez eles nem respondessem.

A manhã seguinte começou com um dos momentos mais constrangedores do ano. Descendo no elevador, estávamos eu, a Sarah e o velho Raimundo. Cada um ocupando um canto como se fôssemos estranhos que tinham acabado de se esbarrar. Eu mantinha os olhos fixos no painel digital, observando os números muito lentamente diminuírem, como se isso fosse suficiente para ignorar o elefante na sala — ou melhor, no cubículo de metal.

Era a primeira vez que encontrávamos o velho desde que ele tinha quase conseguido comer a Sarah na festa de aniversário da Jéssica.

A Sarah, minha bela, encantadora e absurdamente coração-mole esposa, estava tensa. Eu percebia isso porque ela, que geralmente era comunicativa, desviava o olhar de uma maneira cuidadosa, quase ensaiada. Seus olhos corriam de um lado para o outro, mas evitavam qualquer contato visual direto com o Raimundo. Além disso, o pescoço dela estava todo vermelho, como se tivesse acabado de sair de uma sauna.

O seu Raimundo era magricela, com a postura meio encurvada. Estava vestido com uma camisa polo velha e calça social meio frouxa. Ele estava sereno. Um septuagenário esguio, de postura curiosamente ereta para a idade. O rosto enrugado, mas sempre com um brilho perspicaz no olhar de quem já tinha visto muitas coisas na vida e, naquela tarde no sítio, viu mais detalhes da Sarah do que deveria.

Não que eu tivesse muito direito de julgá-lo como safado sem-vergonha. A Sarah quem tinha aberto as pernas e deixado sua bucetinha à mostra. Eu sabia e a Sarah sabia que eu sabia. Mas, como bons cidadãos respeitáveis e cheios de vergonha na cara, todos seguíamos a tradição centenária do "se não falamos sobre isso, então nunca aconteceu".

Ou assim, esperávamos.

O silêncio se estendia, desconfortável. O elevador parecia mais lento do que o normal, como se tivesse entrado em um modo de tortura psicológica programada. Foi quando percebi que não era só eu que notava o nervosismo da Sarah. O seu Raimundo também. E, pior ainda, ele parecia prestes a dizer alguma coisa.

Sarah engoliu em seco. O velho respirou fundo.

— Senhora Sarah... — ele começou.

Meu estômago afundou. Sabia que aquilo não ia prestar.

— Eu encontrei por acaso uma coisa na piscina do sítio do Rogério e da Jéssica, semanas atrás — continuou ele, escolhendo as palavras com cautela — e talvez seja sua, senhora Sarah.

Ela franziu a testa.

— Minha? — a voz dela saiu mais aguda do que o normal, e ela pigarreou na mesma hora, tentando disfarçar.

— Sim, sim... uma peça de biquíni. — Ele fez uma pausa breve, olhando para ela de soslaio — Acredito que talvez seja sua.

Ah, desgraça! A Sarah tinha deixado a parte debaixo do biquini na piscina e voltado para o quarto nua da cintura para baixo! Esse velho tarado pegou e guardou o biquini! Pelo menos, não foi o Pedro...

Minha vontade era bater a cabeça na parede do elevador até apagar. Sarah, por sua vez, esboçou um sorriso contido.

— Nossa, não pode ser meu. Não perdi nada no sítio — disse, com um tom neutro.

O velho assentiu levemente.

— Bom, pode ser que eu esteja enganado — murmurou ele, sem qualquer aparente insinuação maldosa. — Seja como for, eu a guardei e não contei para ninguém. Mesmo acreditando ser sua, não achei de bom-tom bater à sua porta apenas por isso. Então, se por acaso for sua, posso devolver sem problema nenhum.

— Ah, imagina... Eu acho que não deve aparecer uma dona mesmo. É melhor o senhor guardar ou jogar fora. — Ela falou casualmente, como se o assunto não tivesse a menor importância.

— Guardar? — perguntou seu Raimundo, tão desnorteado quanto eu.

— Tem quem coleciona, sei lá — disse a Sarah, que imediatamente percebeu os pensamentos intrusivos atacando e silenciou. O velho seguiu ela nisso.

De onde ela tinha tirado essa história de um homem colecionar calcinhas?

O silêncio que se seguiu foi um dos mais pesados que já vivi. Até a iluminação do elevador parecia ter ficado mais opressiva.

No andar seguinte, o elevador parou. As portas se abriram com um som característico para a entrada do Leandro. Ele olhou para nós três, depois para a expressão estranha em nossos rostos e franziu a testa.

— Que foi? Parece que viram um fantasma. — Ele apertou um botão e ficou esperando a porta fechar.

Eu, Sarah e Raimundo simplesmente o encaramos. Ninguém disse nada. Absolutamente nada. O clima no elevador ficou mais tenso do que nunca, mas agora, com um novo integrante, o assunto estava oficialmente morto.

Leandro deu de ombros.

— Tá bom, então. — Ele suspirou, e o elevador retomou sua descida.

A Sarah manteve a expressão serena, o velho Raimundo parecia satisfeito por encerrar o assunto com discrição, e eu só queria sair dali o mais rápido possível. Porque, sinceramente, se eu ficasse mais um minuto preso naquele espaço apertado com aqueles dois, eu ia acabar apertando o botão de emergência só para fugir.

Por incrível que pareça, considerando o que ia rolar nos meses seguintes, esse não esteve nem no Top 3 de “momentos constrangedores da Sarah em elevadores” do ano...

Naquela noite, fomos jantar no apartamento da Carolina, a prima mais velha da Sarah. A comida estava tão gostosa quanto a anfitriã.

A Carolina exalava sensualidade sem esforço, com seus cabelos longos caindo em cascata sobre os ombros e a pele bronzeada. Em roupas caseiras, então, os peitões e as coxas ficavam à mostra para os meus olhos gulosos. A Carolina era quase como como se alguém tivesse pegado a Sarah e refinado tudo: os peitões maiores, a barriga mais definida, as coxas mais apalpáveis. E as duas não tinham um belo rabão, mas as bundinhas eram bem feita e bem proporcionais. Mas é claro que corpo não era tudo e a minha Sarah tinha uma personalidade muito mais atraente para mim.

Até porque a Carolina era fã de programas insuportáveis.

Eu nunca fui muito fã de cinema de arte. Quer dizer, até acho legal ver um filme diferente de vez em quando, mas aquelas produções pretensiosas em preto e branco, com meia hora de silêncio e gente encarando o vazio, sempre me davam sono. Então, quando a Carolina começou a falar animadamente sobre a mostra de filmes da Nouvelle Vague francesa, eu já sabia que estava prestes a ser arrastado para algo que não queria.

— Vocês vão amar — insistiu Carolina. — A Nouvelle Vague mudou o cinema. Truffaut, Godard… São diretores que revolucionaram a forma de contar histórias.

— Sei… — murmurei, fingindo interesse. — Tem ação? Explosões? Pelo menos um misteriozinho?

— Não é esse tipo de filme, Érico. É sobre a vida, sobre sentimentos, sobre a complexidade das relações humanas.

Revirei os olhos discretamente. A Sarah, ao meu lado, estava mais interessada no próprio celular do que na conversa. Também não parecia empolgada.

— Olha, prima, eu até gosto de uns filmes diferentões, mas três horas de gente fumando e discutindo existencialismo não é bem o meu programa dos sonhos — disse Sarah.

— Exatamente! — concordei, apontando para ela. — Além disso, eu já vi um filme francês uma vez e, sinceramente, todo mundo parecia estar deprimido.

Carolina suspirou dramaticamente e se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.

— A única obra francesa que consigo te imaginar é as Três Espiãs Demais.

— Adorava esse desenho mesmo! — admiti. — Era francês?

— Filme bom para ti é só super-herói e tiro?

— Eu só não acho que precisa ser um festival de gente introspectiva em cafés parisienses para ser bom.

Sarah jogou a cabeça para trás no sofá.

— Carolina, se você quer tanto ir, por que não chama um daqueles seus amigos cinéfilos? Ou então o Rogério, talvez? Aposto que ele e a Jéssica gostam desses filmes cabeçudos.

Ou seriam educados e bonzinhos demais para dizer “não”.

— Eu queria que vocês tivessem essa experiência. Expandir seus horizontes.

Eu preferia expandir meus horizontes enrabando a Larissa, não assistindo esses filmes.

— Meus horizontes estão ótimos, obrigado — respondi.

— O meu também — concordou Sarah.

Carolina suspirou de novo, derrotada.

— Vocês são impossíveis. Vou tentar com as garotas da academia, então. Pelo menos elas não são preguiçosas pra sair de casa. E antes que vocês falem alguma coisa, sim, elas gostam de cinema e sabem discutir um filme sem perguntar se tem explosões a cada cinco minutos.

— Tudo bem, tudo bem, a gente entendeu. Você tem amigas cults na academia.

— E bem mais dispostas que vocês. Aliás, Sarah, você disse que ia começar na academia e tá enrolando até agora, hein? Já faz semanas que você prometeu e continua nessa de "semana que vem eu começo".

— Ai, Carolina… Eu juro que semana que vem, sem falha, eu começo.

— Vou cobrar, hein?

A semana passou correndo e já estávamos no domingo seguinte, de tardinha. Eu estava de bobeira na piscina do prédio porque a Sarah estava ajudando a Carolina a resolver algum problema com o carro dela, ou era o estacionamento. Não lembro.

Foi quando eu vi o Enéias, o mesmo salafrário que tinha dado uns pegas na minha querida Sarah durante a festa de Carnaval, de papo com a Larissa. Não sei como explicar para vocês o quão covardia era o Enéias em relação a nós, mortais: o cara era alto, moreno, totalmente definido, tinha um braço quase da largura do meu tronco e um porte atlético digno de um semideus. Além da confiança de quem sabia que era tudo isso e comeria qualquer mulher que quisesse.

Inclusive, eu estava na dúvida se ele tinha comido a Carolina. A Sarah até sondou essa fofoca, mas a Carolina sempre desconversava.

Foi quando notei o Enéias e a Larissa andando discretamente em direção ao banheiro masculino perto da piscina. Os dois aproveitando que o lugar estava meio vazio, mas ainda tomaram cuidado para não serem percebidos. Mais ela do que ele, no caso. De longe, eu os segui. Também tomando cuidado para não ser visto.

O primeiro descuido que notei foi que a Larissa não tentou trancar a porta por dentro ou colocar qualquer calço que denunciasse para eles que um terceiro estaria entrando. Com cuidado, entrei devagar para não fazer barulho. Como esperado, o banheiro estava aparentemente vazio, com todos os reservados fechados ou entrefechados.

Parte de mim dizia para eu sair de lá porque veria coisas que não queria. A outra parte queria justamente ver isso para crer. Tomei cuidado, olhando por baixo da portinhola qual delas estava tinha dois pares de pernas e, ao encontrar, entrei no reservado ao lado fazendo o máximo de esforço para não fazer nenhum banheiro.

Esperei um pouco depois do ferrolho trancar a porta e prestei atenção nos barulhos ao lado. Os dois estavam mesmo bem distraídos, na maior pegação. Subi no vaso do meu reservado e, de lá, conseguia ver os dois aos amassos. Claro que tomei o cuidado de escolher o reservado a favor da luz para que a minha sombra não me denunciasse.

Os dois ainda estavam de pé aos beijos. Foi quando a Larissa se abaixou e abriu o zíper da calça daquele canalha, baixando a calça e a cueca até liberar o cacete. E, putaquepariu, que cacete! Além de tudo, o Enéias era bem-dotado. Uns 23cm ou 24cm. Não deu para ver a reação da estagiária, mas ela começou a lamber e cheirar o caralho, antes de abocanha-lo. Alternando entre mamadas e passadas da língua da cabeça ao saco.

O desgraçado estava era de olhos fechados, segurando a cabeça da ruivinha e curtindo o boquete, chamando ela de vadia e putinha, dizendo que comeria ela quando bem-entendesse. Ela não parecia se importar muito, apenas desceu mais a calça e a cueca dele até as canelas para dar mais liberdade de movimento.

Admito que estava ficando de pau duro assistindo a cena, mas eu não queria assistir, eu queria ser o cara que come a Larissa. Nisso, o Enéias dá uns tapinhas na cabeça da ruivinha e ela para de fazer o movimento de sobe-desce com a cabeça. Estranhei, porque ele não parecia ter gozado, mas ele logo se sentou na tampa do vaso.

Por sua vez, a Larissa se levantou e começou a tirar a calça e a calcinha. Ela continua com a camisa vestida, então não seria desta vez que eu veria os seus seios pequenos, que imaginava serem perfeitos. Por causa do ângulo em que eu estava, não deu para eu ver seu cuzinho e sua bucetinha. Eu até conseguia ver sua bundinha empinada, mas eram as partes que eu já tinha visto nas fotos e stories que ela postava das vezes que tinha ido à praia. O que consegui ver de inédito foi um vislumbre dos seus pentelhos ruivos, mas sem muito espaço distinguir o formato.

Ela segurou a pica do desgraçado e, a encaixando na sua bucetinha, foi sentando em cima dele. A primeira vez com dificuldade, pelo visto, era uma bucetinha que não estava acostumada a receber um caralho tão grande. Infelizmente, o Enéias era experiência e foi ajudando ela aos poucos.

Em pouco tempo, estava a Larissa cavalgando no colo do Enéias, os dois aos beijos. Por sorte, eles continuavam distraídos um com o outro e nunca olhavam para cima. Tinham a certeza de estarem sozinhos pelo barulho com que gemiam.

Apoiando as mãos nas laterais do reservado, a Larissa passou a rebolar e cavalgar com mais intensidade. O clímax deveria estar perto.

Quando o Enéias percebeu que seu gozo estava quase lá, ela se desengatou e levantou na hora, me fazendo perceber que os dois foram descuidados em não usar camisinha. A ruivinha nem hesitou em se ajoelhar, abocanhar o caralho de novo e receber todas as jatadas na boca, engolindo tudo.

Vendo-a engolir sua porra, o Enéias mandou ela engolir todo o resto. A Larissa obedeceu sem questionar, mais uma vez abocanhando o cacete dele e tratando de limpar o pau dele com a língua. Ela só parou de chupar quando deixou o cacete do Enéias estava totalmente limpo.

O Enéias mal deu tempo para a Larissa se levantar e já estava subindo a cueca e fechando a calça. Ele abriu a porta tão rapidamente que pensei que ele tivesse algum nível de claustrofobia. No entanto, ao abrir a porta, os dois deram de cara com o zelador Zé Maria.

O seu Zé Maria era o zelador do prédio praticamente desde sua construção nos anos 80. Ele tinha uns sessenta e poucos anos, pele queimada de sol, olhos castanhos e cabelos grisalhos.

O velho zelador permanecia ali, parado, olhando fixamente para os pentelhos ruivos da Larissa, enquanto ela vestia a calcinha com pressa e vergonha. Os dois trocaram olhares e o zelador coçou o saco por cima da calça.

O seu Zé Maria começou a dizer o quanto isso era fora das normas de conduta do condomínio e como ele deveria denunciar ambos para o síndico, mas o Enéias logo deduziu qual era o melhor suborno possível, perguntando se ele esqueceria tudo isso em troca de experimentar a boquinha da Larissa. “Afinal, quando você teria chance de ser chupado por uma novinha de 23 anos gostosas dessas?”.

A Larissa olhou meio indignada para o Enéias, mas também parecia impotente no sentido de que, depois dessa, não tinha muito o que pudesse ser feito. Ela se sentou no vaso e esperou. Sem dizer nada para a ruivinha, o seu Zé Maria só se aproximou dela.

Vi quando a Larissa abriu o zíper e baixou a calça e a cueca do zelador Zé Maria, liberando um pau bem pentelhudo cheio de pentelhos grisalhos, mas duraço. Ela olhou para aquele cacete como quem pensa que já estava na chuva mesmo e o enfiou na boca.

A Larissa chupou o cacete fedido do zelador bem gostoso, alternou chupadas com punhetas, mas não com a mesma vontade com quem chupou o do Enéias. Talvez por já estar cansada, talvez pelo nojinho. Ele levou mais tempo que o Enéias, que simplesmente já tinha saído do banheiro e deixado os dois lá.

Foi quando o Zé Maria gemeu alto e gozou várias jatadas na boca da Larissa. Diferente do Enéias, ela engoliu tudo, mas não limpou o cacete até o final. Depois disso, os dois se arrumaram e, após o Zé Maria dar o sinal, ela saiu do banheiro.

Nesse momento, eu já tinha descido para não ter a cabeça vista pelo Enéias ou pelos dois, de cócoras para não verem minhas pernas pela parte de baixo da portinhola. Mas eu sabia que o Zé Maria que deveria me visto, distraído, assistindo a foda entre Enéias e Larissa. O zelador manteve silêncio sobre a minha presença e isso poderia levar a repercussões futuras.

Entrei no elevador ainda remoendo a cena que tinha acabado de presenciar. O Enéias, aquele desgraçado, comeu a Larissa no reservado do banheiro da piscina. Ele tinha tudo. Tudo! No Carnaval, tinha feito o que quis com a Sarah, a minha esposa, e agora estava comendo a Larissa, a estagiária que eu queria comer! Eu estava puto. Não era só ciúmes da Sarah e da Larissa, era inveja do Enéias! Que tipo de ser humano nasce com tanta sorte assim? Era injusto. Injusto!

Fiquei parado ali, encarando o reflexo do meu próprio desgosto na porta de aço escovado do elevador. Era como se a vida estivesse rindo da minha cara. Eu sempre me preocupei com cada passo, sempre fui estratégico para tentar transformar foras certeiros em um “talvez” receoso. Enquanto isso, o Enéias simplesmente existia e o universo entregava mulheres no colo dele. Por que tudo tinha que ser tão fácil pra ele? Comer qualquer mulher que queira. Casada, solteira, qualquer uma.

Suspirei e encostei a cabeça na parede do elevador. Eu não queria aprender nada que ele tivesse a ensinar, não queria virar uma cópia barata dele. Queria que o Enéias se desse mal. Precisava encontrar um jeito de dar o troco. De fazer justiça.

Suspirei e olhei para o teto do elevador.

— Deus, me dá uma luz... Não peço muito, só uma ajuda para dar uma lição nesse cara e me livrar dele! — falei baixinho, cerrando os punhos.

Foi nesse exato momento que a porta do elevador se abriu e entraram Carlos e Rogério.

— Ôpa, Érico! — Rogério cumprimentou animado.

— E aí, rapaz? — disse Carlos, ajeitando os óculos.

— Fala, senhores. Que milagre vocês pegando o elevador subindo? — perguntei.

Os dois se entreolharam por um momento, confusos.

— Como assim, subindo? — perguntou Carlos.

— A gente queria descer. — comentou Rogério.

— Estranho — respondeu Carlos. — Eu tive a sensação de que eu deveria entrar neste elevador.

— Eu também... — avalizou Rogério. — Tinha certeza de que era o certo.

— O nome disso é desatenção — brinquei e nós três rimos.

Ficamos em silêncio por um bom tempo. Os elevadores deste prédio estavam a cada dia mais lento. E, por algum motivo, tinha a impressão de ter algo para contar a esses dois.

Finalmente, a porta do elevador se abriu no meu andar. Dei um passo para fora, mas hesitei e olhei para trás.

— Até a próxima, amigos — falei depois de segurar o elevador por muito mais segundos que o necessário.

— Até algum dia, meu amigo — disse Carlos, dramaticamente. — Ou não.

A porta se fechou e eu segui para o meu apartamento. Meu plano de me acalmar tinha funcionado por alguns minutos, mas assim que girei a chave na fechadura, a raiva pelo Enéias voltou com força. Não tinha esquecido, não. Alguma coisa eu ia fazer. Só precisava pensar num plano e, talvez, parceiros.

Assim que cheguei em casa, uma pequena surpresa: tinha recebido a resposta do Dirceu, o cara do casal novato em swing. Abri a mensagem, tentando manter a calma.

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Assunto: Re: Conversa sobre Relato no Grupo de Swing

"Oi, Érico!

Obrigado pelo e-mail. Ficamos felizes em saber que nosso relato foi útil para alguém. Nós também somos novos nisso e estamos aprendendo aos poucos. Para ser honesto, no começo foi difícil para nós dois, mas depois de conversarmos bastante e estabelecermos algumas regras, começamos a nos sentir mais confortáveis. Claro, cada casal é diferente, mas estamos abertos a compartilhar o que aprendemos até agora.

Nós ficamos à disposição para responder a qualquer pergunta que você tenha e que saibamos uma resposta.

Esperamos poder ajudar de alguma forma.

Abraços,

Dirceu."

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Ler a resposta fez meu coração acelerar. Eles eram simpáticos, abertos a conversar, exatamente o que eu precisava, mas será que eu devia continuar? Será que deveria levar essa conversa adiante sem contar nada para a Sarah?

Eu sabia que estava pisando em terreno desconhecido, mas a curiosidade não ia embora. Ao mesmo tempo, não havia contado nada para a Sarah, e isso me pesava. Disse a mim mesmo que era apenas pesquisa. Se a conversa evoluísse um mícron que fosse, eu teria falaria tudo para ela.

Então, acabei respondendo o que virou uma troca diária de e-mails.

Mais tarde, ainda naquela noite, ainda com aquela visão na cabeça, tomei a decisão que mudaria a minha vida e a da Sarah para sempre nos meses seguintes.

Eu estava deitado ao lado da Sarah, o calor do corpo dela ainda ressoando contra minha pele. Os meus olhos eram inevitavelmente atraídos para a lingerie que ela vestia. Um conjunto preto rendado que se agarrava às suas curvas de uma maneira quase indecente. A renda revelava mais do que escondia, e a transparência do tecido deixava seus seios parcialmente à mostra. As alças finas do sutiã pareciam frágeis, como se um toque mais ousado pudesse rompê-las. A calcinha era cavada nas laterais e com um pequeno laço bem no centro.

— Você está me encarando como se estivesse tentando decorar cada detalhe para quando for escrever suas memórias — comentou ela.

— Isso foi... bem específico da sua parte.

Ela riu, jogando o cabelo para trás e se recostando contra os travesseiros. Mas seu olhar ficou mais sério de repente.

— Você quer conversar, não quer?

Era agora ou nunca. Respirei fundo e soltei:

— Eu quero falar sobre... abrir o relacionamento.

O sorriso da Sarah sumiu.

— Ah, essa conversa — suspirou. — Tá. Diz aí. Qual é a justificativa?

— Não tem justificativas, Sarah. É só... uma ideia. Algo que eu acho que pode ser legal para experimentarmos.

Ela me olhou por alguns segundos antes de soltar um riso cínico.

— Sei. E não tem nada a ver com a Larissa, né?

Engoli seco. Eu tinha duas opções: negar e tentar convencê-la de outra forma, ou ser honesto. E eu sabia que Sarah era esperta demais para aceitar qualquer mentira.

— Tem, sim — admiti. — Mas não só isso. Quero dizer, não quero mentir pra você. Eu realmente acho que pode ser interessante para nós dois.

Ela me estudou por mais alguns instantes, seus olhos se estreitando levemente. Depois, bufou e balançou a cabeça.

— Você não presta. — Mas havia um resquício de diversão em seu tom.

— Olha quem fala! — retruquei. — Você não foi exatamente fiel quando o Pedro ficou balançando o pau dele na tua frente naquele fim de semana no sítio...

Sarah arregalou os olhos por um segundo e depois desviou o olhar, mordendo o lábio.

— Não me venha com essa.

— E ainda tinha o seu Raimundo para completar a suruba, lembra? — acrescentei, me divertindo com o jeito que ela ficou vermelha.

— Não lembra dele, pelamor! — Ela bateu no meu ombro, rindo e enfiando o rosto no travesseiro.

— E olha que, diferente do Pedro, ele ainda meteu em você — provoquei, rindo.

Sarah congelou por um segundo e depois apontou um dedo para mim, indignada.

— Meter uma vez só não é sexo!

Eu arregalei os olhos, pegando-a no flagra.

— Opa! Então ele meteu mesmo, sim! Eu sabia! — Caí na gargalhada, enquanto ela se contorcia, rindo e escondendo o rosto de novo.

— Ah, pronto! Tá bom, tá bom! Sim, ele meteu! Meteu tudo! Meteu até eu sentir o saco dele encostar! Meteu cada centímetro daquele cacete velho, flácido, cabeçudo e maior que o seu! Mas foi só uma vez, e parou aí! — Ela jogou as mãos para cima, gesticulando teatralmente. — E eu já cansei de negar isso até pra mim mesma, então pronto, agora você tem sua confissão!

Ficamos em silêncio por um momento. Ela suspirou e virou para mim de novo.

— Eu tenho pensado nisso também — admitiu, mordendo o lábio. — Cheguei até a pesquisar umas coisas, assistir uns vídeos... Mas ainda tenho medo.

— Medo de quê? — perguntei, genuinamente curioso.

— De que seja uma caixa de Pandora. Que uma vez aberta, não possa ser fechada de novo.

Pensei por um momento e segurei sua mão.

— Mas e se pudermos fechá-la? E se pusermos regras bem definidas? A gente estabelece os limites e, se não der certo, voltamos atrás.

— Você fala como se fosse só apertar um botão e pronto.

— Porque eu acho que, se tivermos maturidade, dá pra fazer funcionar. Mas a gente só vai saber tentando.

— Você? Maturidade?

— Não zoa!

Nós rimos por um momento. Então, ela suspirou, ponderando.

— Tá, digamos que a gente faça isso. Tem que ter regras bem rígidas. Quais você sugere?

— Tipo... nada de transar com gente que possa complicar nossas vidas.

— A regra de ouro: absoluta honestidade. Um conta tudo pro outro. Nada de segredos, omissões ou mentiras.

— Combinado. Cem por cento honesto um com o outro.

A Sarah estendeu o dedo mindinho.

— Jura?

Sorri e entrelacei meu dedo no dela.

— Juro.

— Ótimo. Porque se você quebrar essa promessa, eu acabo com você.

Eu ri, mas sabia que ela estava falando sério.

— Tá, e com quem você gostaria de transar? — perguntou, fingindo desinteresse.

— Além da Larissa? Hum... talvez a Andreia. Sabe como é... Aquele rabão...

Sarah bufou, revirando os olhos.

— Óbvio. Você e sua tara por loiras safadas.

— E você?

— Bom... o Henrique que trabalha no escritório no andar debaixo do meu. Ele é muito gato, vive dando de cima de mim.

— Quer dizer que já tinha homem dando em cima de ti?

— Olha o ciúme! Homem cafajeste que dá em cima de mulher com quem trabalha tem até nesta cama — disse, meio brincando meio puxando minha orelha. — Acabou que ele me deixou curiosa porque parece ter uma rola grande, sabe pelo volume na calça e tal.

Eu falei do rabão da Andréia. Merecia essa.

Ela hesitou em seguida.

— Não acredito que vou dizer isso — hesitou mais um pouco. — Mas talvez o Gilberto. Ele tem uma vibe misteriosa...

Eu fiz uma careta.

— Sério? O Gilberto? Ele tem cara de quem recita poesia erótica pra conquistar mulher.

— E funciona! — ela riu, me cutucando.

— Eu quero colocar mais uma regra: vetos. Um pode proibir certas pessoas para o outro. Quem você me proíbe de comer?

— Fácil. A Larissa.

Fingi indignação.

— Como assim?! Se for assim, eu quero cancelar a...

Ela gargalhou.

— Tô brincando! Ela tá liberada. Vou ser boazinha contigo e deixar tu tentar e falhar miseravelmente. Mas eu veto completamente todas as minhas amigas. Jéssica, Eliana e Rebecca estão vetadas. E a minha prima Carolina também. Principalmente ela.

— Sem espanhola dupla para mim?

— Tarado!

Levei uns tabefes no braço e rimos.

— Aceito os vetos. — Fiz uma pausa pensativa. — Agora é minha vez. Você não pode dar para o Pedro, o Enéias e todos os seus ex.

— Todos?

— Todos os três.

Ela riu, balançando a cabeça. Naquele momento, ela percebeu e eu ainda não, mas eu não tinha contado o seu Raimundo na lista de vetos.

— Combinado. Todos os meus três ex. — Repetiu como se ela fosse uma advogada apontando a brecha na regra. — Aliás, você realmente ficou ressentido com o Pedro e o Enéias, hein?

— Quem, eu? Imagina! Só estou garantindo minha sanidade mental.

Ela riu de novo e encostou a cabeça no meu ombro.

Ela suspirou novamente e se aconchegou contra mim.

— Vai ser só um experimento de alguns meses — murmurou. — Depois voltamos pra paz monogâmica.

— Claro — concordei, embora soubéssemos que aquilo não era tão simples assim.

Nós dois éramos tão ingênuos...

Mas, no próximo capítulo, a gente ainda não vai perceber isso porque eu vou tirar a sorte grande e comer uma vizinha gostosa enquanto a Sarah vai ser convencida a dar para um cara meio fora dos seus padrões. Coloquem nos comentários quem vocês acham ou torcem que sejam?

Dica: não são nem a Larissa ou a Raquel e nem o Assis ou seu Raimundo.

AVISO AOS LEITORES: Para quem não sabe, esta série é um spin-off da série “Eu, minha esposa e nossos vizinhos”. As séries “Passando a Vara nas Vizinhas. Ou Não.” e “Quem Vai Comer a Advogada Evangélica?” também fazem parte da mesma continuidade. Minha proposta é que cada série possa ser lida independentemente, com seu próprio estilo e núcleo de protagonistas. Mas que a leitura de todas na ordem de publicação ofereça uma visão global das várias histórias que acontecem naquele prédio.

Coloquem nos comentários o que vocês torcem ou preferem que venha a acontecer nos próximos capítulos. Em breve, teremos a continuação.

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