Passando a Vara nas Vizinhas. Ou Não. - Capítulo 05

Um conto erótico de Carlos
Categoria: Heterossexual
Contém 7959 palavras
Data: 16/03/2025 10:46:06
Última revisão: 16/03/2025 21:04:47

Olá, pessoal. Eu me chamo Carlos. Sou um professor universitário cinquentão, meio barrigudinho e calvo. Nesta minha série de contos, narro as minhas aventuras tentando comer algumas vizinhas e, quem sabe, conquistar o coração de alguma(s) dela(s) para formar um harém com várias esposas (um objetivo de vida bem fácil, eu sei...). Quem puder ler os primeiros capítulos, só procurar a série.

No mesmo em que esta história se passa, eu ainda era casado com a Odete, uma das maiores pegadoras que conheci. Tínhamos um relacionamento liberal e aberto: cada um pode transar com quem quiser à vontade. Desde que o outro não flagre!

No conto passado, eu finalmente comi a Eliana. Repito, comi a Eliana! Comi de comer mais de uma vez, de fazer ela gozar umas três vezes.

Este conto começa imediatamente após o final do anterior.

Estava deitado na cama, ainda arfando, o suor colando meus cabelos ralos na testa. Ao meu lado, a Eliana respirava fundo, os olhos fixos no teto.

— Eu sempre soube que você seria minha — murmurei, virando-me para encará-la. — Agora e para sempre.

A Eliana soltou um riso irônico e se virou na minha direção.

— E quem disse que eu vou transar contigo de novo? Eu sou casada!

Pisquei, surpreso. Isso não fazia sentido. Ela estava ali, nua, na minha cama. A gente tinha acabado de transar, ela gozou umas três vezes. E, agora, isso?

— Ué, mas você acabou de me dar essa certeza! — retruquei. — O que foi isso, então?

— Olha, Carlos, eu sempre tive essa pequena curiosidade. Desde a faculdade. Você era o garanhão comedor e nunca olhou para mim lá... Eu queria saber se você era tão bom na cama como a fama dizia — ela começou se virando para mim na cama. — Não é que eu tenha transado com você por... sei lá, paixão ou algo do tipo. Eu só queria saber como seria, e agora eu sei. Tá tranquilo. Já saciei minha vontade.

— Você me usou pra... saciar uma curiosidade antiga? — perguntei, quase rindo de nervoso.

— Não se faça de “usado”, que é feio — respondeu sem hesitar. — Mas, sim, foi uma experiência. Aquela que a gente tem quando é mais jovem, o crush da juventude. Mas foi só isso. Agora posso seguir em frente.

Fiquei parado, olhando pra ela, sem saber o que responder.

— Então foi só isso? — falei, tentando não parecer tão abalado.

— Não é pessoal, Carlos — disse ela, quase com um tom de desculpas. — Mas eu sou casada, e você também.

Soltei uma risada nervosa, tentando disfarçar a frustração que começava a crescer em mim.

— Mas o meu casamento é diferente... — comecei a argumentar.

— Eu sei! Todo mundo sabe que a sua mulher transa com deus e o mundo, menos com você — ela interrompeu. — E isso só me ajudou a tomar iniciativa de vir aqui. Eu estava com pena de você.

Meu coração deu uma pequena murchada. Pena?!

— Pena?! Você não transou comigo por caridade?!

— Foi um misto de curiosidade e pena — ela respondeu sem a menor cerimônia.

— Você não pode simplesmente me tratar assim! Nossa transa foi incrível!

— Sim, foi... — Ela fez uma pausa. — Mas eu sou casada com um homem gostoso e da minha idade. Por que eu iria topar ser a putinha de um velho, barrigudinho e corno?

Eu me engasguei. Mas o fato de ela estar dizendo tudo com essa sinceridade brutal me fez querer argumentar com mais força.

— Velho, barrigudinho e corno?!

— Alguma mentira? — Ela sorriu de canto.

— Pô, Eliana! Eu não sou tão velho assim, cara! — tentei argumentar, sentindo uma mistura de indignação e vergonha.

— Você tem 53 anos e uma lombalgia crônica.

— Olha aqui, Eliana! Eu... Eu posso ter barriguinha, mas o que eu tenho é experiência! Experiência de vida! A experiência vale mais que beleza jovem e músculos malhados! Eu posso te oferecer um relacionamento, algo profundo!

— Nossa transa foi um erro gostoso, Carlos. Mas um erro.

— Eliana, isso é cruel!

— Olha, eu sei que você deve achar que está me oferecendo algo de valor... mas eu não quero isso agora. Eu quero alguém da minha idade, que ainda tenha gás, não um filósofo aposentado da vida amorosa.

Eu abri a boca, querendo falar algo, mas a verdade é que não sabia o que dizer. Ela tinha uma lógica brutalmente simples.

Ela se levantou da cama.

— Não, Eliana, espera! — Eu quase implorei. — A Odete nunca me entendeu. Você... você... eu não sei, você tem algo em você. Algo que me faz sentir... eu sei lá... vivo! Você não pode... simplesmente... dar um tempo, talvez?

— Não vou largar meu casamento pra ser a putinha de um velho. Vou tomar um banho e voltar pra minha vida.

Ela foi para o banheiro, me deixando a bela visão da sua bunda nua rebolando enquanto andava. Meu olhar seguiu cada passo, como se quisesse decorar cada detalhe daquela raba maravilhosa e completamente perfeita.

— Para de me encarar assim — ela disse sem olhar para trás.

— Só quero gravar tudo na memória — respondi, sincero.

— Prefiro te mandar umas fotos da minha bunda do que você ficar secando ela assim.

— Aceito!

— 31 de fevereiro, eu mando! — Ela riu e fechou a porta do banheiro.

Fiquei ali, resmungando sozinho, jogado na cama. Mas minutos depois, ouvi a porta do banheiro se abrir de novo. A Eliana apareceu na moldura, já molhada, com os cabelos pingando, e um olhar do cachorro arrependido que voltou.

— Esqueci de pegar uma toalha — admitiu, sem graça.

Minha boca se abriu em um sorriso malicioso.

— Eu te dou uma... se eu puder tomar banho com você.

Ela bufou.

— Eu aceito... se você pegar um roupão pra mim também.

Levantei num pulo.

— Fechado!

Peguei duas toalhas e um roupão com eficiência militar e voltei para o banheiro com ela. Assim que entrei, a Eliana me lançou um olhar afiado.

— Se tentar qualquer gracinha, esfrego sabonete no seu olho.

— Prometo ser um cavalheiro. Quer que eu esfregue suas costas?

Ela revirou os olhos, mas não conseguiu segurar um sorrisinho. Entrei no banheiro.

A gente se comportou debaixo do chuveiro. Por uns 30 segundos.

Bastou uma troca de olhares e um já estava ensaboando o outro. Ensaboando aqueles peitões era a única que precisava para reacender o fogo do tesão e da excitação de ambos. Aos poucos, já estávamos nos beijando novamente.

Ficamos abraçados debaixo do chuveiro, eu a encoxando por trás, com a água morna caindo sobre nossos corpos colados.

— Isso é loucura...

— Que seja!

— Eu sou casada...

— Você pode ser esposa do Leandro, mas também vai ser minha namorada agora...

Eu a virei para mim, subi minha mão por suas costa, da bunda até a nuca. Olhando em seus olhos, para mostrar a seriedade da minha fala, colei meus lábios no dela, enfiando a minha língua dentro da sua boca. Nos beijamos intensamente!

Ela pegou o sabonete e ficou limpando o meu pau e meu saco. Aos poucos, o meu cacete já estava ficando duro e latejando novamente.

Subi novamente para dar outro beijo na sua boca. Enquanto nossas línguas se entrelaçavam, fui descendo minhas mãos para apalpar aquela bela bunda, sentindo o cuzinho virgem dela com um dedo. Ela olhou para mim com um sorriso que deixava claro que aquele buraco era proibido.

Então, as minhas mãos foram para a frente, tocando a sua buceta, sentindo cada textura dela. Enfiei um dedo dentro da buceta e a coloquei contra a parede.

Fui me ajoelhando na sua frente. Algumas mamadas nos peitões, descei lambendo a barriga, o umbigo, a virilha raspadinha, até chegar ao meu objetivo. Abri as pernas dela e me arrumei entre suas coxas, segurando sua bunda com uma das mãos. Com desejo incontido, enfiei minha língua naquela grutinha quente. A Eliana podia ter falado mal de experiência, mas estava curtindo e muito. Eu sabia porque ela apertava a minha cabeça, esfregando sua buceta no meu rosto, clamando por mais.

Pedi para ela se virar, ela se apoiou contra a parede, empinando aquela abençoada raba na minha cara. Abri as nádegas e levei minha língua até o cuzinho virgem dela, lambendo sem resistência nenhuma. A Eliana rebolava, gemia, e pedia para eu chupar gostoso. Enfiei dois dedos na buceta dela, enquanto minha língua explorava as preguinhas fechadas daquele cuzinho virgem e maravilhoso. Assim, fui me deliciando com meus dedos e minha boca. Os meus dedos na bucetona dela e a minha boca no cuzinho.

Explorava sua buceta com dois dedos, ambos sentindo a água morna caindo sobre nós. Ela começou a rebolar forte, se retorcendo, fechando suas coxas em minhas mãos, e começou a gritar e gemer falando que estava gozando.

Eu a virei de frente, deixando-a apoiada contra a parede, para poder lamber a sua buceta, sentindo seu gozo gostoso. A Eliana olhava para mim, respiração ofegante, de uma forma diferente. Não era preciso dizer em palavras, mas eu sabia que o marido dela nunca a feito gozar tantas vezes.

Tudo bem que três delas foram com a boca e os dedos, mas o que importa é o resultado, não os métodos.

A Eliana me puxou para ficar em pé e demos um beijo quente. Nos beijamos bastante, e quando terminamos ficamos abraçados.

Uma simples troca de olhares foi suficiente para ela entender que era a vez dela. A Eliana se ajoelhou na minha frente e levei o meu pau até a sua boca. Deslizei lentamente o meu caralho para dentro daquela boquinha enquanto ela massageava o meu saco.

Ela foi um boquete magistral. Chupou, lambeu, engoliu, engasgou, babou, chupou de novo... Ela era fantástica. Eu estava delirando com aquela língua passeando na minha pica, me segurando para não gozar logo na sua boca.

Acho que ela perguntou, pois passou a chupar mais levemente, como que me dando um tempo de fôlego. Ficamos assim, por uns instantes, ela me chupando ajoelhada no box e eu acariciando os seus cabelos, com a água do chuveiro caindo sobre nós.

Então, a Eliana tirou o meu pau da boca, deu uma chupada no saco e voltou para o meu pau, agora chupando ele ao mesmo tempo que acariciava as minhas bolas. Senti minhas pernas bambearem e o gozo chegar e pouco depois, estava despejando o que me restava de porra em sua boca.

Olhei para baixo, admirando a Eliana sorrindo para mim com belos fios de porra branca escorrendo pelo seu queixo. Não resisti e a puxei para ficar em pé ao meu lado e lhe dar um longo e quente beijo de língua.

Entre os beijos, ofegante, eu pedia:

— Fica comigo aqui esta noite, Eliana.

Não era um capricho. Era um apelo. Era um sonho. Era o que eu queria para mim. Alguém ao meu lado.

Porque, no final da noite, o Rogério tinha a Jéssica ao seu lado. O Jonas tinha a Cinthia. O Érico tinha a Sarah. O Maurício tinha a Rebecca. Até o seu Geraldo tinha a sua esposa, que devia ser uma santa para aguentar tanta traição. Mas eu? Se eu e Odete nunca tivemos filhos foi porque na maior parte das noites dos últimos 30 anos, eu olhava para o lado e via um leito vazio.

Infelizmente, a Eliana precisou enfiar a faca em meu coração e torcer um pouco.

— Não posso. Preciso voltar para o Leandro.

Essa nota final de tristeza não mudou o quão mágico, feliz e renovadora foi aquela noite para mim.

Acordei com um sorriso escancarado no rosto. A vida nunca me pareceu tão boa. Eu me sentia outro homem, mais leve, mais confiante, quase flutuando. Levantei-me assobiando e fui direto para o banho. A água quente escorria pelo meu corpo e eu só conseguia sorrir. A melodia de "Raindrops Keep Fallin' on My Head" tocava mentalmente, e tudo parecia em câmera lenta, como se o mundo inteiro dançasse ao meu ritmo.

Vestido e pronto para sair, abri a porta do apartamento e, no elevador, dei de cara com o Rogério.

— Bom dia, Carlos! — cumprimentou ele, estranhando minha expressão exageradamente animada. — Tá feliz hoje, hein?

— Ah, Rogério, meu amigo, a vida é bela! Uma boa noite de sono faz milagres! — improvisei.

— Só não vai querer espalhar essa animação lá na padaria, hein? — brincou, mais relaxado e talvez feliz em me ver feliz. — Não quero que compre todo o estoque de pão de queijo!

— Que isso, rapaz! Hoje eu tô disposto até a pagar um café pra todo mundo! — dei uma risada e sai do elevador.

No hall, me deparei com o Leandro, marido da Eliana. Mas, sinceramente? Nenhuma pontinha de remorso. Ele era um bom rapaz, mas eu não devia nada a ninguém.

— Bom dia, Carlos! — disse ele, ajeitando os óculos e parecendo meio sonolento.

— Dia, dia, dia, meu jovem! — respondi, efusivo.

— Tá parecendo que ganhou na loteria. O que aconteceu?

— Meu time venceu ontem! Uma goleada histórica! Tô leve hoje, Leandro, leve como uma pluma! — inventei qualquer coisa, sem conseguir conter um riso bobo.

Ele deu de ombros e continuou seu caminho. Melhor assim. Não precisava desconfiar de nada.

No estacionamento, encontrei ninguém menos que o seu Geraldo, o porteiro mais safado do prédio, aquele que já tinha passado a rola na Carolina e fazia visitas semanais à Odete. Ele me lançou um olhar maroto assim que me viu.

— Oxente, professor Carlos, tá é feliz, hein? — disse ele, com um sorriso cheio de malícia. — Olhe, felicidade assim só tem dois motivos: dinheiro ou mulher! Como sei que salário de professor não faz milagre...

— Seu Geraldo, meu caro, a felicidade vem de dentro! É um estado de espírito! — falei, disfarçando.

— Pois bem, professor, que a sua felicidade dure! — ele deu uma risada. Podia ser safado e comedor, mas no fundo era um bom homem. — E qualquer coisa, a gente sabe, né? Os amigos dividem as tristezas e multiplicam as alegrias!

— Pode deixar, Geraldo! — respondi e segui em frente.

Foi então que me deparei com a minha vaga no estacionamento vazia e as lembranças vieram. Meu carro ainda estava na oficina e só ficaria pronto em uma semana. A música parou na minha cabeça como um disco riscado. Meu sorriso congelou e, de repente, a leveza sumiu.

Fiquei ali, olhando para o nada, tentando assimilar o golpe. Eu, um homem feliz, realizado, flutuando pela vida… Mas ainda era o Carlos de sempre, com as mazelas de sempre.

Saquei o celular para chamar um Uber, já me preparando mentalmente para uma guerra: carro cancelando, motorista errando o caminho, eu tentando explicar que "não, meu prédio não é aquele com a faixa de promoção de pizza". O dia estava bom demais para ser verdade.

Uma buzinada me tirou dos devaneios. Virei o rosto e lá estava a Letícia. Ela abaixou o vidro e me lançou um olhar divertido.

— Professor, esqueceu que combinamos as caronas? Tô aqui te esperando faz cinco minutos! — disse ela, colocando a cabeça para fora do vidro.

Ah, é mesmo. Agora lembrava. Mas quem podia culpar um homem feliz pela distração?

— Eu estava testando a sua atenção — respondi brincando, abrindo a porta do carro e entrando. — Espero não ter te atrasado.

Foi só quando me sentei que reparei: ela estava com olheiras profundas, denunciando noites mal dormidas. Mas, apesar do cansaço, mantinha um bom humor surpreendente.

— Tá de feliz hoje, hein, professor? — disse ela, enquanto dirigia.

— Digamos que a vida me sorriu, Letícia. E quando a vida sorri, a gente tem que sorrir de volta!

Ela riu de leve, coçando os olhos.

— Queria estar nesse nível de animação… Preciso recuperar umas quinze horas de sono, no mínimo.

— Ah, só mais uma semana, minha jovem. Só mais uma semana.

— Sim. E depois dela ainda faltarão dois semestres inteiros!

Aquele dia estava perfeito. A Letícia era uma aluna perfeita. Sinceramente, independentemente do que ela colocasse na prova da minha disciplina, eu já iria dar dez para só pelos seus esforços. E pelos seus lábios carnudos. Só não ia dizer isso pra ela.

Na sexta de noite, logo que cheguei na academia, meus olhos foram atraídos para um grupo de mulheres que conhecia bem demais.

A Eliana estava em frente ao espelho, ajustando a posição dos halteres. O short preto colado ressaltava suas coxas bem torneadas, e a regata branca justa evidenciavam seu sutiã. As lembranças da nossas duas transas me atingiram como um soco, mas agia como se nada de relevante tivesse acontecido.

Ao lado dela, Carolina esticava as pernas no colchonete. Seu top vinho deixava a barriga chapada à mostra, e a legging preta moldava o contorno da sua bundinha. Seus cabelos presos em um coque despretensioso revelavam seu pescoço elegante. Ela falava animadamente com Letícia, a mais jovem da turma, de 23 anos. Ela usava um microshort lilás e um top azul que valorizavam seus seios medianos. As coxas grossas se destacavam enquanto ela ria de algo que Carolina dizia.

Rebecca, a esposa recatada do Maurício, estava um pouco mais afastada, ajustando a carga do aparelho. Ela vestia uma calça legging azul-marinho e um top branco discreto, mas nem isso conseguia esconder o formato dos seios médios empinados e da cintura fina. Havia algo nela, nesses momentos em que ela parecia fora daquele papel de esposa evangélica exemplar.

— O final do semestre está me matando! — reclamou Letícia, ajeitando o top, o tecido justo se moldando ainda mais ao seu corpo suado. — Ainda bem que vocês estão me ajudando, senão eu já teria pirado.

— Relaxa, logo você pega o jeito — disse Eliana, se inclinando para pegar um halter. O movimento fez sua regata branca colar no corpo, revelando as curvas suadas por baixo. — Você já melhorou bastante desde a nossa primeira aula.

— Melhorando? Só se for na minha capacidade de decorar fórmulas sem entender direito — retrucou Letícia, bufando. Seu microshort lilás subiu um pouco quando ela se mexeu, deixando as coxas grossas ainda mais à mostra. — Tem coisa que nem sei por onde começar.

— A gente já passou por isso — comentou Carolina, lançando um olhar encorajador. Seu top vinho, úmido de suor, deixava evidente a firmeza dos seios enquanto ela gesticulava. — Você está sendo exigente consigo mesma. Na hora do prova, você vai ver só!

— Nós duas sobrevivemos — acrescentou Eliana, apontando para si mesma e para Carolina, o sorriso insinuante no rosto. — E você vai sobreviver também.

— Eu agradeço mesmo, de verdade — disse Letícia, sorrindo. — Pelo menos estudar com vocês torna a coisa menos infernal.

— E mais divertida — completou Carolina, sua voz quase um ronronar. — Quem diria que marcar encontros para resolver exercícios poderia ser tão divertido?

Elas riram juntas, o calor dos corpos misturando-se ao ambiente abafado da academia. O suor escorria lentamente pelas têmporas da Eliana, deslizando até o pescoço, enquanto a Carolina mordia de leve o lábio, divertida. A Letícia ajeitou o top mais uma vez, o toque dos próprios dedos roçando a pele quente e sensível.

De repente, a Carolina mudou de assunto.

— Aliás, vai passar "O Desprezo", do Godard, no cinema semana que vem. Pensei em ir, mas seria mais legal se fôssemos em grupo. Vocês topam?

A Eliana sorriu, talvez imaginando a minha resposta com base na dela.

— Eu topo — disse ela. — Faz tempo que não vejo um bom filme francês no cinema.

— "O Desprezo"? — perguntei, ajeitando o banco do aparelho. — Esse é aquele com a Brigitte Bardot, não é? Um clássico da nouvelle vague.

A Carolina sorriu, surpresa.

— Exato, Carlos! Não sabia que você gostava de Godard.

— Gosto, mas faz tempo que não vejo nada dele — admiti. — Esse filme tem aquela crítica ao cinema comercial, certo?

— Sim! É um filme sobre cinema, sobre a perda da admiração, sobre a fragilidade dos relacionamentos... É incrível. Você vai gostar.

A Letícia franziu a testa.

— Nouvelle vague? Não sei, nunca assisti nada desse estilo.

— Vai amar — garantiu Carolina. — É cinema de verdade, sem essa pasteurização hollywoodiana.

A Rebecca hesitou.

— Eu não sei... acho que o Maurício não gostaria que eu fosse.

A Eliana balançou a cabeça, sorrindo.

— Mas ele está viajando, não está? Você não pode aproveitar um pouquinho?

A Carolina reforçou:

— Exato. É só um filme, Rebecca. Não tem nada de errado nisso.

A Rebecca mordeu o lábio, pensativa.

— Bom... talvez.

Antes que a conversa avançasse, uma presença avassaladora entrou na academia. Enéias. Alto, moreno, um porte atlético digno de um semideus. O sorriso cafajeste e a confiança transbordante fizeram com que todas as mulheres olhassem para ele.

— Boa tarde, garotas — cumprimentou ele, passando a mão pelos cabelos curtos. — Academia cheia hoje, hein? Melhor assim, adoro uma plateia.

Eliana revirou os olhos, mas sorriu.

— Sempre com essa humildade, Enéias.

— Modéstia nunca foi meu forte, gata. — Ele piscou para ela e depois se virou para Carolina. — E aí? Ainda querendo que eu vá assistir aquele filme francês?

Carolina cruzou os braços.

— Você podia tentar expandir seus horizontes, mas sei que é pedir demais.

A Letícia riu. A Rebecca desviou o olhar, para não mostrar o seu sorriso.

— E você, Carlos? — perguntou Enéias, agora me olhando com aquele ar de superioridade irritante. — Não me diga que vai no cinema também. Achei que sua vibe era mais ler livros sobre a pecuária de bovinos.

Uma piada sobre eu ser corno. Que original.

— Eu gosto de variar — respondi, mantendo a compostura. — E você? Vai assistir?

Ele riu alto.

— Nunca se sabe o que pode acontecer numa sala escura.

— Bom, então temos um grupo formado — disse Carolina, ignorando a provocação dele. — Quem realmente topa?

— Eu vou — confirmou Eliana.

— Eu também — acrescentei.

— Passo — disse Letícia, balançando a cabeça. — Fim de semestre.

— Eu... acho que vou também — disse Rebecca, de repente. Todos olharam para ela. — Quero dizer, como vocês disseram... é só um filme.

Carolina sorriu, satisfeita.

— Ótimo. Vai ser uma noite interessante.

Logo que ela disse isso, da porta da academia dois furacões entraram. Jéssica e Lorena. Se não fosse pela conversa fiada ao redor, eu juraria que o tempo diminuiu a velocidade.

A Jéssica vinha à frente, o corpo esguio e definido realçado por um top preto justíssimo e um short de mesma cor. A peça curta abraçava suas coxas torneadas e revelava cada detalhe dos seus músculos. Seu cabelo castanho-claro caía em ondas suaves, e os olhos amendoados brilhavam com aquele misto de doçura e firmeza. Eu me pegava acompanhando o balançar da bunda firme e das coxas trabalhadas a cada passo. Mas não era só o físico dela que chamava atenção. A Jéssica tinha presença.

E, ao seu lado, a Lorena.

Se a Jéssica era um raio de sol, a Lorena era o próprio fogo. Alta, com pernas longas e bem desenhadas, pele bronzeada da praia e olhos penetrantes. Seus cabelos morenos estavam presos em um coque despretensioso, mas alguns fios soltos emolduravam seu rosto de forma quase provocante. O conjunto de top vinho e legging cinza moldava suas curvas como uma segunda pele, destacando cada contorno de suas coxas e do quadril redondo.

— E aí, turma! — Jéssica abriu um sorriso largo e já foi se aproximando. — Olha só quem eu trouxe para se juntar à nossa bagunça.

Eu troquei olhares rápidos com Eliana, Carolina e Letícia, que analisavam a recém-chegada. Já a Rebecca sorriu antes mesmo da Jéssica completar a frase.

— Lorena! — disse Rebecca, animada, ajeitando o top justo que realçava seus seios firmes. — Bem-vinda à academia!

Lorena abriu um sorriso caloroso.

— Rebecca! Que bom te ver!

As duas se abraçaram. Enquanto a Jéssica se virou para mim e me cutucou no braço, seu toque quente contra minha pele.

— Carlos, essa aqui é a Lorena. Minha amiga, melhor amiga do Rogério e nossa nova vizinha.

A Lorena estendeu a mão para mim, e eu retribuí o gesto.

— Finalmente nos conhecemos, Carlos. O Rogério e a Jéssica já falaram muito de você.

— Espero que tenha falado bem — brinquei.

— Então você é a famosa Lorena? — A Eliana entrou na conversa. — O Rogério e a Rebecca falaram bem de você.

— Aposto que sim. A Rebecca é um amorzinho. E o Rogério adora me encher o saco, mas no fundo sabe que não viveria sem mim.

— E vocês? — Lorena olhou ao redor, apoiando-se casualmente em uma das máquinas. — Eu sei que a Rebecca é um amor, a Jéssica nem se fala, melhor pessoa do mundo. Mas e vocês três?

— Eliana, sua vizinha e engenheira fitness. — Eliana fez charme, apoiando-se no banco do aparelho de musculação.

— Carolina, sou que nem a Eliana só que humilde — brincou Carolina, ajeitando a alça do top de ginástica que grudava no corpo pelo suor.

— E eu sou a Letícia, tentando ser que nem a Eliana e a Carolina. Se não nos peitões, pelo menos no diploma — brincou Letícia.

— Um trio e tanto — Lorena sorriu para Letícia, apoiando a mão na coxa dela de forma quase inconsciente. — As três mosqueteiras.

Todos rimos, e a conversa fluiu naturalmente. A Lorena se encaixava com uma facilidade impressionante, conversando com cada uma delas como se já fizesse parte daquele grupo há anos.

A Jéssica, no entanto, parecia um pouco mais tensa do que o normal. Não era exatamente ciúme, mas havia algo ali. Uma sombra de desconforto sempre que a Lorena recebia mais atenção do que ela estava acostumada a ter. Seus olhos corriam entre Lorena e as outras, e ela tentava manter o controle da situação com risadas e comentários bem-humorados, mas era visível.

Eu recostei no banco de supino, apenas observando. O Enéias, sempre sorridente e oportunista, se aproximou da Lorena com aquela expressão de quem queria ser prestativo.

— Quer ajuda com isso? — ele perguntou, apontando para os halteres que ela segurava.

A Lorena sorriu educadamente, mas seus olhos gritavam seu desinteresse.

— Ah, valeu, Enéias, mas eu dou conta. Já tenho prática com esses exercícios.

Ele não se deu por vencido. Ficou ao lado dela, observando os movimentos enquanto ela levantava os pesos, o top vinho subindo levemente e revelando um pedaço da pele suada da barriga definida. A legging colada moldava cada curva das coxas e do quadril.

— Seu movimento tá bom, mas se você inclinar um pouquinho mais o cotovelo, sente mais o músculo — insistiu, encostando levemente na lateral do braço dela para indicar o ajuste.

A Lorena continuou sorrindo, mas seu corpo permaneceu rígido, evitando dar qualquer abertura.

Foi então que a Jéssica interveio.

— Você manja mesmo, hein, Enéias? — Ela jogou os cabelos castanho-claros para trás e piscou para Lorena. — Acho que você devia aceitar a ajuda dele. Ele é um ótimo professor.

— Ah, é? — Lorena segurou o haltere com mais firmeza. — Então ele deve ter muitos alunos por aqui, né?

— Alguns, mas eu gosto de treinar em dupla. Fica mais motivador — respondeu, inclinando-se um pouco mais para Lorena, que apenas continuou seus exercícios sem dar muita atenção ao flerte.

Qualquer um ali entendia o que estava acontecendo. O Enéias queria a Jéssica, isso era óbvio, mas a presença da Lorena o fazia oscilar entre insistir no que nunca teria ou ser o garanhão de sempre, comendo a novata. A Jéssica, por outro lado, parecia empenhada em fazer com que Lorena e Enéias se tornassem um casal.

— Sabe, Lorena — Jéssica continuou, esticando-se preguiçosamente ao lado deles, o top preto subindo um pouco mais, revelando a pele brilhante de suor —, o Enéias é solteiro. E você também. Acho que deviam treinar juntos. Quem sabe um jantar depois?

Eu reprimi um sorriso. A ideia da Jéssica parecia perfeita: se livraria da “concorrente” incômoda e do pretendente incômodo ao mesmo tempo que arrumava uma mulher que nem ela para o melhor amigo que sempre a quis e mantinha as duas amizades. Só não contava com o fato da Lorena ser tão completamente imune ao charme do Enéias quanto a própria Jéssica.

— Ah, eu ando tão ocupada — Lorena respondeu, flexionando os braços enquanto levantava os pesos. — Mas vou guardar a sugestão, Jéssica.

— E o que você gosta de fazer além da academia? — tentou Enéias, apoiando-se na barra de alongamento ao lado dela.

— Ah, gosto de muitas coisas — Lorena sorriu. — Trabalho, organizar minha nova casa. Essas coisas.

— Tá vendo, Enéias? — Jéssica insistiu, batendo no ombro dele. — Vocês combinam! A Lorena gosta de academia, você também. Ela gosta de trabalhar, e você também. Tá aí uma boa dupla.

A Lorena olhou para a Jéssica com uma expressão de “amiga, para que tá feio”. A médica suspirou e se afastou. Não seria aquela noite que seus planos dariam certo.

No domingo de manhã, desci para a piscina do condomínio em busca de ar livre e talvez uma boa companhia. Caminhei devagar, observando o cenário ao redor.

Foi então que vi a Carolina, deitada em uma espreguiçadeira perto da borda da piscina, imersa em seu Kindle. O biquíni preto que usava era comportado, mas enfatizava perfeitamente seus peitões. O tecido contornava seus seios de uma maneira que parecia impossível não notar. Eles estavam ali, exuberantes, quase como se estivessem desafiando a gravidade. Cada movimento que ela fazia, por menor que fosse, destacava ainda mais o volume deles. Precisava me esforçar para não encarar descaradamente. O sol dourava sua pele enquanto os óculos escuros escondiam o olhar atento ao livro. Não pude evitar sentir uma leve aceleração no coração só de olhar para ela.

Cheguei mais perto, com um sorriso no rosto, e cumprimentei-a.

— Bom dia, Carolina. Lendo o quê de bom?

Ela ergueu o olhar por cima dos óculos, me dando um sorriso leve e depois voltou a atenção para o Kindle.

— "O Ser e o Nada", de Sartre.

Eu me inclinei um pouco, tentando ver a capa digital enquanto aproveitava a oportunidade para dar mais uma olhada em seu decote. Era quase inevitável; meus olhos simplesmente se desviavam para lá.

— Sartre? Um livro denso para um domingo de sol, não? Você gosta mesmo desse tipo de leitura.

— É o tipo de coisa que me faz pensar — respondeu, ajeitando-se na espreguiçadeira. O movimento fez seus peitos se acomodarem ainda mais, e eu senti meu olhar flutuar até o decote novamente.

Sorri, como se esperasse que ela me explicasse sobre o que era o livro. Ela entendeu e seguiu.

— Sartre defende que a existência precede a essência, ou seja, não nascemos com um propósito, nós mesmos damos sentido à nossa vida — explicou, cruzando as pernas devagar. — Ele fala muito sobre liberdade e responsabilidade. Não podemos nos esconder atrás de desculpas ou destinos pré-determinados, somos totalmente responsáveis por quem escolhemos ser.

Fiz que sim com a cabeça, mas meus olhos estavam hipnotizados pelo balanço sutil dos seios dela, que se moviam levemente a cada mudança de postura.

— Interessante... e você concorda com isso? — perguntei, forçando-me a olhar para seu rosto, mas logo traindo minha própria disciplina quando ela gesticulou com as mãos, fazendo o decote vibrar em resposta.

— Em parte. Eu gosto da ideia de liberdade, mas acho que Sartre exagera na responsabilidade individual. Nem tudo depende só da gente, tem estrutura, tem sociedade, tem sorte. Ele ignora um pouco esses fatores — continuou. — Mas eu adoro como ele desmonta a má-fé, aquela coisa de se enganar para evitar lidar com as consequências das próprias escolhas.

Minha mente tentava entender a filosofia existencialista, mas a visão daqueles seios generosos era um desafio à minha concentração. Respirei fundo e assenti, lutando para não parecer completamente distraído.

— Faz sentido. Então, para Sartre, não tem desculpa? — perguntei, em parte interessado, em parte querendo continuar observando aquele cenário.

— Exato. Se você está infeliz no casamento, no trabalho, em qualquer coisa... a culpa é sua. Você pode mudar, mas escolhe não mudar — ela disse, inclinando-se para frente para ajustar os óculos.

Impressionante como um filósofo francês morto há décadas era capaz de me dar um tapa metafórico apontando o principal culpado pelos problemas que a minha vida teve nos últimos anos: eu mesmo.

A Carolina teve seus problemas. Estava infeliz no casamento. Ela mudou isso se divorciando. Talvez estivesse infeliz consigo mesma. Tem mudado isso indo à academia e dedicando mais tempos às coisas que gostava. Sartre estava certo e usava minha paixonite gostosa peituda como mensageira.

Enquanto conversávamos, meus olhos vagavam pelo restante da piscina. Um pouco mais distante, a Odete passava protetor solar nas costas da Rebecca, que usava um maiô roxo que ressaltava suas curvas. Os movimentos das mãos da Odete eram lentos, sensuais, como se explorassem cada contorno do corpo da nossa vizinha evangélica com um carinho deliberado. A Rebecca, tímida, parecia paralisada sob aquele toque, respirando fundo enquanto a Odete deslizava os dedos pela pele macia, demorando-se nas laterais do corpo.

— Você tem a pele tão lisinha, Rebecca... — murmurou Odete, com um sorriso de canto. — Precisa cuidar bem dela.

Rebecca engoliu em seco, sentindo um arrepio percorrer sua espinha quando os dedos da Odete deslizaram para a curva de sua cintura, roçando de leve na lateral dos seios. Seu rosto corou, mas ela não se afastou. Pelo contrário, deixou-se ficar ali, como se aquele toque tivesse despertado uma curiosidade nova, uma sensação estranha que ela não ousava nomear.

Não muito longe dali, o Antônio estava passando protetor na sua namorada, Letícia. Mas ele não se limitava a espalhar o produto. Suas mãos deslizaram com atrevimento pelos ombros dela, depois desceram pelo contorno de suas costelas, até repousarem nas laterais da cintura. Ele apertava de leve, os dedos roçando de maneira quase íntima, explorando cada curva com descarada intenção.

A Letícia, longe de se incomodar, inclinou a cabeça para o lado e soltou um risinho, abrindo espaço para que ele continuasse. Seus olhos semicerrados e o jeito relaxado denunciavam que estava gostando de ser mimada. Quando o Antônio deslizou as mãos por entre as coxas grossas dela, apertando aquela região tão desejada com um carinho exagerado, ela soltou um suspiro, deixando-se envolver pelo toque ousado dele em plena luz do dia.

Quase perto da entrada do hall, a Jéssica e a Lorena conversavam com o Lucério, os três em pé. Ambas estavam de biquíni, mas cobertas por cangas que, ainda assim, não escondiam completamente suas formas. Parecia uma conversa agradável, apesar do jeitão sinistro do Lucério.

Voltei a minha atenção para a conversa com a Carolina, estava para perguntar mais sobre os outros filósofos franceses, quando o seu Geraldo apareceu, aproximando-se de nós com sua postura sempre ligeiramente encurvada, os olhos miúdos e espertos. Ele pediu licença de forma profissional, mas seu olhar devorador pousou em Carolina.

— Com licença, dona Carolina, senhor Carlos. Desculpe interromper, mas precisei vir falar com a senhora. Tem um probleminha na sua vaga de estacionamento. Pode vir comigo dar uma olhada?

Observei atento à forma como ele a olhava, faminto, como um lobo diante de uma ovelha distraída. Sabia bem o que ele estava pensando, porque eu pensava o mesmo, embora não da mesma maneira.

Enquanto isso, a Carolina suspirou, retirando os óculos escuros.

— Problema? O que aconteceu?

— Um vazamento no cano externo. Está pingando bem em cima do seu carro.

Carolina soltou um "tsc" baixo e se levantou da espreguiçadeira. Carolina se levantou com a graça de sempre, mas antes de sair, pegou sua canga e a envolveu em torno da cintura, cobrindo a parte de baixo do biquíni. Ela sempre fora cuidadosa com essas coisas, talvez até mais depois do que aconteceu entre ela e seu Geraldo.

— Claro, seu Geraldo. Vamos ver o que aconteceu.

Eu segui eles. Por mais profissional que o porteiro tentasse ser, se você conhecesse o contexto entre os dois, era impossível ignorar a forma como o seu Geraldo aproveitava cada instante para dar aquelas olhadas gulosas para ela.

No estacionamento, de fato, um fio de água escorria de um cano acima da vaga dela, pingando direto no capô do carro. A Carolina cruzou os braços e olhou para cima, o rosto demonstrando impaciência.

— Maravilha. E agora? Esse vazamento vai virar uma cachoeira antes de arrumarem? — Seu tom era de frustração, mas ela se manteve incrivelmente calma. Eu sabia que ela tinha um temperamento forte, mas também sabia ser gentil quando necessário.

Seu Geraldo coçou a cabeça e deu de ombros.

— Já falei com o síndico, dona Carolina. Ele já chamou um pedreiro e um encanador pra trocar esse cano e resolver essa infiltração. Coisa de três dias, no máximo.

Carolina suspirou pesadamente.

— E meu carro? Vão me dar um barco para eu chegar nele? — Ela suspirou novamente, controlando a raiva. — Desculpa, seu Geraldo. Isso é tão inconveniente, mas não é culpa sua. E você já está me ajudando.

— O síndico ofereceu a vaga dele para a senhora, enquanto consertam isso.

Ela revirou os olhos e murmurou algo baixinho antes de suspirar.

— Claro, ele quer se fazer de bom moço depois de encher o meu saco por causa do tapete na porta. — Carolina se obrigou a sorrir antes de continuar. — Mas tudo bem. Obrigada pela ajuda, seu Geraldo. Obrigada, de verdade.

O porteiro sorriu, humilde.

— Faço o que posso, dona Carolina.

Ela concordou com um aceno e virou-se para voltar ao prédio.

— Vou pegar a chave do carro.

E foi nesse momento que o destino pregou uma de suas peças.

Quando Carolina deu os primeiros passos, a canga que ela tinha amarrado de qualquer jeito deslizou da sua cintura e caiu suavemente no chão. O tecido esvoaçou antes de tocar o chão, mas ninguém prestou atenção nisso. Todos os olhares estavam voltados para ela.

De uma hora para outra, sua bundinha ficou completamente exposta no biquíni preto, perfeitamente delineada sob o tecido apertado. Era uma visão que beirava o hipnótico. As curvas arredondadas se encaixavam com precisão no contorno da peça, deixando evidente sua firmeza. A pele, bronzeada pelo sol, tinha um brilho sedoso que parecia convidar ao toque. Cada passo que ela dava criava um sutil movimento nos músculos bem torneados. Uma bundinha discreta, mas impossível de ignorar.

Eu não pude evitar de olhar, e sabia que não era o único.

Seu Geraldo congelou por um segundo, os olhos quase saltando das órbitas. A expressão dele foi impagável: um misto de desejo, ambição e determinação absoluta. Era o olhar de um homem que jurava para si mesmo que ainda ia comer aquela bunda nem que fosse a última coisa que fizesse na vida.

Eu quase ri. Ele ia perder o sono por essa cena.

E eu também, admito.

A Carolina, sem perceber a comoção que causou, abaixou-se casualmente para pegar a canga, fazendo sua bunda empinar ainda mais antes de amarrá-la de novo e seguir seu caminho.

Eu olhei para o seu Geraldo. Ele ainda estava parado, olhando para o nada, como se tivesse acabado de ver um milagre. Depois, respirou fundo e ajeitou a postura, voltando à compostura profissional.

Mas eu sabia. Estava correndo contra o tempo para comer a Carolina. Pois, se dependesse da vontade do velho porteiro, a Carolina não ia escapar dele por muito tempo.

Naquela mesma noite, as coisas tiveram uma nova reviravolta quando a campainha tocou. Não esperava nenhuma visita e, intrigado, fui abrir a porta.

Ali estava Eliana, escorada no batente da porta como se fosse a própria perdição. Vestia um short curto de algodão e uma regata justa, simples. Os cabelos morenos, longos e levemente ondulados, caíam sobre os ombros, emoldurando um rosto de traços intensos. Os olhos verdes e os lábios carnudos. Seios fartos e firmes, cintura fina e quadris acentuados. Ela parecia se divertir com meu torpor momentâneo.

— Vai me deixar entrar ou vai continuar babando aí? — provocou.

Abri espaço para que ela passasse, seu perfume tomou conta do ambiente.

— Não esperava você — comentei, fechando a porta.

— Eu sei — disse ela, jogando a bolsa sobre a poltrona. — Precisamos conversar.

Meus instintos entraram em alerta. Essas palavras, na boca de qualquer mulher, nunca anunciavam coisa boa. Mas mantive a pose.

— Tudo bem. Estou ouvindo.

Eliana suspirou, como se estivesse se preparando para uma batalha.

— Olha, Carlos, não quero ser sua amante. Muito menos sua putinha. O que aconteceu entre a gente... aconteceu. Mas eu não sou dessas que vivem na sombra de homem casado. Eu tenho um marido, você tem uma esposa, e isso aqui... — Ela fez um gesto vago entre nós — não pode virar um joguinho sujo.

Sorri. Sabia que ela era intensa, mas ouvir aquilo assim, direto, me deixou ainda mais fascinado.

— Nunca disse que queria te esconder — respondi, me aproximando. — Na verdade, quero algo sério com você.

Ela me olhou como se eu tivesse acabado de soltar a maior besteira do mundo.

— Sério? Comigo? — soltou uma risada seca. — Carlos, me poupe. Você é casado, gordo, calvo e corno. Eu sou casada e, sejamos sinceros, você nunca foi uma opção pra mim. Você só aconteceu por causa de uma curiosidade de universitária falando mais alto.

As palavras dela eram como facadas bem colocadas, mas não recuei. Se tinha aprendido algo na vida, era que algumas mulheres jogavam sujo para testar até onde um homem aguentava. E eu aguentava muito.

— Sei que você não esperava nada disso, mas e se desse uma chance? Um teste?

— Um teste? Testar o quê?

— Se você me consideraria um bom namorado para ti.

Ela ficou em silêncio, mordendo o lábio inferior enquanto ponderava.

— Um encontro. E tem que ser um encontro de verdade! Sem pressão, sem compromisso, sem sexo.

— O que você quiser.

— Cinema. E depois um jantar, se você não estiver muito chato.

— Condições aceitas — assenti.

Eliana inclinou a cabeça, me avaliando.

— Eu escolho o filme.

— Claro.

Ela riu pelo nariz e descruzou os braços.

— Carlos, você é mesmo um safado. Muito bem, mas nada de reclamar se eu escolher um romance meloso.

— Eu prometo que vou assistir do começo ao fim.

— Quem vai pra um encontro no cinema pra assistir o filme?

— Quem não quer pressionar nada — respondi, voltando suas palavras.

— Justo. E depois do filme, eu escolho onde jantamos. Se jantarmos.

— Pode ser algo leve? Estou começando um regime para a minha futura namorada.

Ela revirou os olhos, mas sorrindo.

— Um encontro. Um teste. Mas nada de sexo, entendeu?

— Eu entendi. Vou me comportar.

Ela estreitou os olhos.

— Eu juro — reforcei.

Por fora, mantive a compostura. Por dentro, comemorava. Ela tinha cedido. Um primeiro passo. Um pequeno espaço para que eu mostrasse o que tinha a oferecer.

Claro, o plano do harém ainda ficaria guardado para outra ocasião. O começo precisava ser sutil, paciente. Primeiro, a conquista, depois a confiança, e então a expansão. Mas tudo a seu tempo.

A penúltima semana do semestre letivo tinha começado. Eu estava na sala dos professores, saboreando aquele raro momento de descanso entre provas e reuniões. Ainda faltavam as das provas finais e, na semana seguinte, a Avaliação Final, mas pelo menos tínhamos acabado de vez com as aulas. O café já não estava quente, mas eu bebia mesmo assim, mais pelo hábito do que pela necessidade. O tablet repousava sobre a mesa, e eu lia o feed de notícias.

O Jonas apareceu na porta, com sua expressão habitual de quem sempre tinha algo a dizer.

— Finalmente acabamos, hein? — comentou ele, se jogando na cadeira ao meu lado.

— Mais ou menos. Ainda tenho duas provas e as AF — respondi, sem tirar os olhos da tela.

— Sempre tem. Mas pelo menos agora dá pra respirar um pouco.

Assenti, soltando um suspiro. Mas antes que pudéssemos continuar nossa conversa, a porta se abriu novamente. Foi quando a Natália entrou.

Natália. Nove anos atrás, ela era só mais uma aluna promissora. Agora, aos 31 anos, era minha colega. Passara no concurso no final do ano retrasado e estava completando seu primeiro ano letivo como professora da federal. Uma ruiva de cabelos lisos e vibrantes que batiam no meio das costas, pele clara, sardas discretas e um corpo que chamava atenção. Cintura fina, quadris largos, coxas grossas e uma bunda empinada que se destacava na calça social justa. A blusa branca de tecido fino moldava seus seios medianos, e os primeiros botões estavam estrategicamente abertos, revelando um vislumbre do decote. Era o tipo de mulher que fazia a sala parecer menor quando entrava.

— Boa tarde, senhores — disse ela, sorrindo e se aproximando.

— Boa tarde, Natália — respondi, enquanto o Jonas acenava com a cabeça.

— E aí, sobrevivendo à loucura do fim do semestre? — perguntou ela, puxando uma cadeira e se sentando ao nosso lado.

O Jonas soltou um riso cansado.

— Sobrevivendo é a palavra certa. Entre correção de provas, reuniões e alunos desesperados, estou contando os dias pro recesso.

Eu assenti, tomando mais um gole do café frio.

— E ainda tem as AF.

Natália suspirou.

— Nem me fala. Acho que nunca vi tanto e-mail com "URGENTE" no assunto na minha vida.

— E noventa por cento deles nem são urgentes de verdade — acrescentou Jonas, revirando os olhos.

Ela riu, concordando.

— Exato. Mas enfim, é aquela reta final... depois, pelo menos, dá pra descansar um pouco.

Eu tentei manter o olhar no rosto dela, mas era impossível ignorar a maneira como se movia. Natália se sentou na mesa, cruzando as pernas com naturalidade, o tecido da calça esticando um pouco mais. O perfume dela, adocicado e marcante, flutuou no ar.

— A propósito, acabei de assinar o contrato do meu novo apartamento — contou ela. — Fica pertinho do campus. É no mesmo prédio de vocês dois, pelo que vi.

— Sério? — reagiu Jonas, surpreso. — Vai morar lá também?

— Pois é — confirmou Natália. — Cansada de atravessar a cidade todo dia. E vocês, gostam do condomínio?

— Sim — respondi. — É tranquilo, a localização é boa. Tem uns vizinhos peculiares, mas nada demais.

— Por “peculiares”, ele quis dizer que tem fofoca todo dia — explicou Jonas.

Por “peculiares”, eu quis dizer que até o final do próximo semestre letivo, ela provavelmente teria sido comida por uns dois moradores e um funcionário. Isso se não virasse putinha de algum deles.

Natália sorriu, divertida.

— Isso sempre me distrai. Então, pelo menos a mudança vai ser interessante. Ah, tem academia boa por perto?

— Tem uma bem na esquina. Boa estrutura, bastante equipamentos.

Ela mordeu o lábio inferior levemente, pensativa.

— Ótimo. Preciso voltar a treinar sério. A carga horária me fez relaxar um pouco.

Ela se levantou, ajeitando a calça de forma inconsciente, e se despediu.

— Nos vemos no prédio, então. Foi bom conversar com vocês.

Ela caminhou até a porta e eu, inevitavelmente, segui o movimento dos quadris dela, a bunda rebolando no ritmo das passadas. O tecido da calça parecia desenhar cada curva, e eu soltei um suspiro discreto.

Jonas, ao meu lado, babou.

— Meu amigo, essa mulher não veio pra ser só professora. Veio pra testar a resistência de muito homem por aqui.

Eu ri, mas por dentro concordava completamente.

Jonas me olhou de canto de olho e perguntou sem rodeios:

— E aí, já comeu?

Sabia que ele não estava falando do último ano, mas de uns nove, dez anos atrás, quando eu era um garanhão que comia tudo quanto era aluna, professora, zeladora, secretária daqui. Soltei um riso nasalado e balancei a cabeça.

— Não. Mas vontade não faltou.

Jonas sorriu, divertido.

— Claro que não faltou. Se tu não quisesse, eu ia começar a duvidar da tua sanidade. Mas, sinceramente, tô surpreso. Achei que já tinha comido nos idos tempos.

— Nem todas davam certo, meu amigo... — admiti.

O que me fazia pensar que, essa seria a oportunidade de remediar isso. Talvez, quem sabe, depois de conquistar a Eliana, pudesse começar a trabalhar em trazer a Natália para o meu novo harém...

Pois bem, leitor. No próximo capítulo, vamos ter uma sexta muito louca. Eu vou comer mais uma mulher da nossa turma da academia e talvez a prospectar para o meu harém.

AVISO AOS LEITORES: Para quem ainda não sabe, esta série é um spin-off da série “Eu, minha esposa e nossos vizinhos”. As séries “Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu” e “Quem Vai Comer a Advogada Evangélica?” também fazem parte da mesma continuidade. Minha proposta é que cada série possa ser lida independentemente, com seu próprio estilo e núcleo de protagonistas. Mas que a leitura de todas na ordem de publicação ofereça uma visão global das várias histórias que acontecem naquele prédio.

Coloquem nos comentários para quais são as mulheres que vocês torcem para que estejam nesse harém de esposas do Carlos no final da saga. Em breve, vamos ter a continuação.

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Comentários

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Eu estou um pouco curioso sobre esse harém!!! Ele vai querer que todas se separem de seus maridos??? Sinceramente eu não entendi o que ele quer!! Na verdade eu vejo apenas uma pessoa infeliz e carente, infelizmente...mas essa série é didática para todos que querem refletir um pouco, não só se divertir com a história.

Como o modo como nos vemos pode refletir na percepção que as outras pessoas terão...e como tudo se baseia em confiança... confiança e amor próprio!!! Pra mim essa série é sobre isso...mas vou parar de ser team Carlos, se ele continuar simplesmente querendo acabar com o casamento dos outros...até pq ele está usando como tática para criar seu harém, pq não é muito correto com as mulheres...

Mas... está de parabéns!! Por enquanto continuo torcendo por ele..

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Carolina, Lorena, Rebecca, e agora a Natália..rs

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