MARTIN E NIKOLAI, TODO ES AMOR - Capítulo I

Da série Todo es amor!
Um conto erótico de EL ARGENTINO
Categoria: Gay
Contém 1143 palavras
Data: 16/03/2025 20:18:36

Oi pessoal, depois de muitos anos eu volto aqui a escrever para vocês.

Mais um romance que em breve será publicado em forma de livro. Sâo capítulos e capítulos.

A sugestão de leitura do autor é que à medida que leiam ouçam as músicas citadas no capítulo!!

Um abraço e segue o conto!!!

CAPÍTULO 1 – NIKOLAI – TCHAIKOVSKY VIOLIN CONCERTO N1

Era noite de outono. O vento, já frio pela estação, soprava ruidoso pelas frestas da velha casa que também rangia suavemente suas madeiras naquela soturna e tranquila noite cujo clima bucólico e calmo trazia uma tranquilidade aos que passavam por ali, do lado de fora.

No muro da casa, trepadeiras e azevinhos se penduravam pelas paredes externas que davam diretamente para a rua, típico das casas argentinas em que as portas de entrada e saída se encontravam diretamente na calçada, revelando, por assim, diretamente a rua e seu leve movimento.

O sobrado revelava de seus muros quatro janelas pintadas em tons de vermelho bordô, contrastando assim com o tom verde de seu muro acinzentado. Os azevinhos vermelhos e as trepadeiras traziam o “sur ton” necessário para que se equilibrasse o balanço das cores daquela feliz casa localizada na calle 62, Ciudad de La Plata, Argentina

Havia naquela noite algo nostálgico, melancólico, estranhamente distante da tristeza gutural e sorumbática que a melancolia poderia proporcionar. Sim, o sentimento era de nostalgia e pura nostalgia. Uma saudade que estava por revisitar os sentimentos do passado e para tudo isso havia uma razão.

Sentindo toda essa nostalgia estava ali dentro um homem. De corpo magro e esguio com seu um metro e oitenta de altura, cabelos negros como a própria noite que estava presente e olhos verdes como folhas de Urtiga, Nikolai Simoninov.

Os olhos verdes de Nikolai miravam a louça que o moço, já com seus 50 anos, lavava calmamente, rememorando e revisitando todos os sentimentos que lhe vinha.

Havia naquele rosto uma emoção indescritível enquanto na vitrola tocava uma gravação de Concerto para Violino 1 de Piotr Ilitch Tchaikovsky, tocado por uma boa e velha conhecida sua, Janine Jansen, tocado em Frankfurt na Alemanha a alguns anos atrás e regido por outro grande conhecido, o maestro Paavo Jarvi.

Aliás, havia muitos conhecidos de Nikolai neste ramo. Ele que nascido na Rússia, filho de Alexander Simoninov, renomado maestro também russo e da pianista russo-argentina Svetlana-Martina Liubov Simoninova.

O maestro Simoninov Sênior havia falecido em virtude de problemas de coração, causado pelo desbragado vício do cigarro quando Nikolai tinha apenas 14 anos. Ele havia sido, até pouco tempo antes de sua morte, regente titular da Filarmônica de Kaliningrado, cidade natal de Nikolai, na Rússia.

A mãe, Svetlana, depois da morte do marido, criou o primeiro e único filho também na música. Ela em seu tempo foi uma renomadíssima pianista virtuosa, sendo posta nos mais renomados teatros da Europa e Américas. No entanto, havia falecido de um câncer um ano após Nikokai ter feito seu debut nos palcos como maestro titular.

Por falar em Nikolai, seu nome era sinônimo de requinte e qualidade. Havia começado seus estudos em música clássica começando pelo piano, ensinado em casa pela sua querida mãe, quando aos 12 anos, foi morar com a irmã de sua mãe, sua tia Olga Svetlana, a essa altura também falecida. Ela fora professora do conservatório de Moscow, onde, Nikolai, então começou seus estudos em piano e regência.

Graduou-se em piano clássico, com muito afinco, mas notava-se que seu talento mais eminente era para a orquestração. Era inegável que ele seria um maestro de renome, ainda melhor que seu pai, um renome de seu país.

Depois do conservatório de Moscow ele passara por estágios em Oslo-Noruega, em Paris- França, em São Paulo-Brasil, quando por fim foi convidado para ser maestro titular, aos 24 anos, na Orquestra do Teatro Nacional da Cidade de La Plata, República Argentina.

Tendo consciência de suas raízes por parte de mãe, uma vez que sua avó materna, já falecida, era argentina, Nikolai aceitou a proposta de emprego e passou então a ser maestro titular daquela orquestra que mostrava a cada dia ter cada vez mais qualidade e renome no cenário da música clássica internacional.

Nikolai nessa noite, nesse momento olhava pela janela da cozinha. A vitrola terminava de tocar os últimos momentos do concerto que ressoava. Terminada a louça, e a música, ele andou alguns metros da “planta baja” de sua casa para chegar na sala. Ouvia-se apenas alguns passos de pessoas aleatórias passando na rua e o som da fina chuva que caía agora.

A casa por mais que vazia tinha em sua própria composição algo que lhe dava um ar aconchegante. Não muito grande, porém de dois andares, no térreo, ou “planta baja” se reservavam a pesada porta de entrada, vermelho bordô que quando aberta suas dobradiças cor de chumbo rangiam muito interessantemente. Da porta, abria-se um pequeno corredor, que em sua metade tinha outra porta, para que se evitasse o frio gélido de -4 graus que fazia no inverno úmido da cidade.

Então abria-se a sala de jantar, onde havia uma mesa de madeira marrom, para seis pessoas, com um bonito lustre de oito lâmpadas, em cor prateada, trazendo requinte àquela sala de jantar estampada com papel de parede cinza e azul, fazendo que a sala se tornasse conspícua e uma bela representação do quadro Banquete na casa de Levi de Veronese.

Na cozinha, azulejos amarelos claro a rodeavam e a enfeitavam. Detalhes cor-de-rosa, aparentemente pintados à mão enfeitavam os cantos do azulejo e essa composição e as bancadas em tom bege traziam àquela cozinha a sensação de estar-se dentro de A festa de Babete.

Da cozinha saia-se para uma pequena varanda, também utilizada como lavanderia, onde tudo era pintado de branco neve, que reluzia a luz do sol das tardes quentes de verão, aquecendo a linda cozinha e a sala de jantar.

No segundo andar, dois quartos, ambos rodeados por madeira, para que se evite o intenso frio argentino. O chão era de taco liso e reluzente, um banheiro em tons de rosa seco e uma pequena saleta, conectando todos os outros 3 cômodos.

Nikolai sai de sua cozinha e anda alguns passos em direção à sala, vagarosamente e calmo como sempre foi. A não ser em espetáculos os quais havia a necessidade de uma figura enérgica, pungente e firme, ele tinha a calma e a harmonia que lhe acompanhavam sempre o rosto.

Ele então abre a janela para permitir que o vento fresco entre em sua sala, aproveitando o cheiro das grandes arvores que arborizam as lindas ruas de La Plata, ele nota então uma sombra de alguém que vem vindo em meio à escuridão na metade de seu quarteirão. Essa pessoa traz algo volumoso em suas mãos. Não lhe seria estranha aquela sombra, não. Obviamente conhecido. Alguém deveras e inegavelmente conhecido. Nikolai abre então um sorriso.

Era Martin

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive Maestro a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de foxua

❤️A capa­cidade de despir qualq­­uer mulher, de vê-la nua) Avaliar ➤ https://ucut.it/nudo

0 0
Foto de perfil genérica

Que enrendo maravilhoso,bem escrito cheio de nuances e charme. Continue logo

0 0
Foto de perfil genérica

Muito obrigado pelo elogio! Na semana que vem já saem outros dois capítulos!

0 0
Foto de perfil genérica

Amei

0 0
Foto de perfil genérica

Muito obrigado, o capítulo 2 já está publicado. Os próximos dois saem na semana que vem!

0 0