O Casamento Arranjado! Cap.7 Segunda Temporada

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 1388 palavras
Data: 02/03/2025 18:10:34

O dono da fazenda estava investindo bastante nela, agora mesmo havia chegado um monte de cavalos e por conta disso era necessário alguém para domá-los, que eram extremamente violentos e assustadores! Evitei chegar muito perto das baias!

O novo domador de cavalos chegou à fazenda no meio da tarde. Seu nome era Miguel, um rapaz de pouco mais de vinte anos, pele bronzeada pelo sol e olhos castanhos vivos. Tinha um jeito tranquilo, mas um sorriso fácil que o tornava imediatamente carismático.

— Esse é o Miguel, o novo domador — Raimundo anunciou quando trouxe o rapaz até às baias. — Ele tem experiência com cavalos bravos, então espero que vocês colaborem com ele.

— Fico feliz de estar aqui — Miguel disse, apertando minha mão e a de Lucas. Quando se virou para Túlio, o aperto de mão não aconteceu.

Túlio cruzou os braços e olhou Miguel de cima a baixo, como se estivesse analisando um touro para o abate.

— Parece meio franzino pra esse serviço — resmungou.

Eu revirei os olhos.

— E tu parece meio burro pra qualquer serviço, mas tá aqui até hoje.

Lucas segurou o riso, mas Miguel apenas sorriu, sem se abalar.

— Força não é tudo, é jeito — ele respondeu.

Túlio franziu o cenho, como se aquela resposta educada fosse uma afronta.

— Sei não… Já vi muito cabra se dizendo forte e saindo daqui carregado.

— Não se preocupa, não sou um desses — Miguel disse, virando-se para os cavalos e ignorando a provocação.

Pensei que Túlio fosse deixar pra lá, mas ele continuou encarando Miguel, uma sombra estranha passando pelo olhar.

— Se vai trabalhar aqui, melhor não ser muito… delicado, se é que me entende.

Eduardo, que até então estava calado, se virou para Túlio com uma expressão carregada.

— O que diabos isso quer dizer?

Túlio deu de ombros, com um sorriso falso.

— Nada demais, só um conselho.

Eu senti um gosto amargo na boca. Era óbvio o que ele queria dizer, e eu não era o único que tinha percebido. Lucas fechou a cara, e Miguel apenas suspirou, como se já estivesse acostumado com esse tipo de coisa.

— Só vim trabalhar, cara. Não precisa se preocupar comigo.

— Se fizer seu serviço direito, nem ligo pra que lado balança — Túlio soltou, cuspindo no chão.

Antes que eu pudesse responder, Eduardo avançou, empurrando o ombro de Túlio.

— Corta essa merda. Aqui não tem espaço pra idiota preconceituoso.

Túlio ficou vermelho de raiva.

— Ah, agora vocês querem me dar lição de moral? Dois viadinhos que vivem se agarrando por aí?

Eu já estava pronto para enfiar um soco na cara dele, mas Miguel colocou uma mão no meu ombro.

— Não vale a pena — ele disse, sem raiva, apenas com cansaço na voz.

Aquilo me fez hesitar. Mas Eduardo ainda estava puto, e Lucas parecia prestes a quebrar algo.

— Se não gostou, a estrada é grande — Eduardo cuspiu as palavras.

Túlio bufou e saiu pisando duro, chutando um balde no caminho.

Lucas suspirou.

— Ele sempre foi um babaca, mas agora tá pior.

— O que deu nele? — perguntei.

Eduardo me lançou um olhar sombrio.

— Medo. Do que ele não entende.

Eu queria dizer algo mais, mas Miguel apenas sorriu e foi até os cavalos, como se nada tivesse acontecido.

---

Estava jogando milho pras galinhas quando ouvi o barulho de marteladas e madeira sendo arrastada. Eu ainda estava tentando acordar quando vi um grupo de trabalhadores descarregando tábuas perto do terreno ao lado do celeiro.

— O que tá pegando? — perguntei a Eduardo, que observava a cena com os braços cruzados.

— O patrão mandou construir uma nova casa — ele respondeu. — Pra Miguel e mais dois caras que vão chegar amanhã.

— Dois caras?

— Trabalhadores novos. Um deles é bom de arado, o outro entende de irrigação. Precisamos melhorar a terra antes do próximo plantio.

Assenti. Fazia sentido. A fazenda estava crescendo, e mais gente significava menos trabalho pra gente.

Enquanto observávamos os operários marcarem o terreno, Túlio apareceu, já sujo de poeira, provavelmente de ter mexido na cerca de manhã.

— Esse Miguel aí deu sorte, hein? Chegou agora e já vai ganhar casa nova — ele resmungou, olhando a construção com desconfiança.

— E você? Quer que eu peça um quartinho só pra você também? — Eduardo zombou.

Túlio bufou.

— Quero nada, meu canto tá bom demais. - Mentiu! Eu sabia que ele não gostava de morar com a gente, ele as vezes tentava até disfarçar, mas eu sabia que no fundo ele era quase um homofóbico, bastava ver as expressões dele, quando via qualquer tipo de carinho entre mim e Eduardo!

Ele olhou para o curral, onde Miguel já estava trabalhando. O novo domador se preparava para lidar com um dos cavalos mais teimosos da fazenda, um baio nervoso que já tinha derrubado dois peões antes dele.

— Esse aí vai cair feio — Túlio comentou, encostando na cerca com um meio sorriso. Mas seus olhos denunciavam algo além de desdém.

Miguel subiu na cerca com agilidade e assobiou para o cavalo, que ergueu as orelhas e bufou. O jeito dele era diferente dos outros domadores que já tínhamos visto. Não forçava nada, não usava chicote, não gritava. Apenas se movia devagar, falando baixo, como se estivesse tendo uma conversa com o animal.

Túlio franziu o cenho, intrigado.

— O que esse cara tá fazendo?

— Chamam isso de doma racional — Lucas explicou. — Ele não quer vencer o cavalo pela força, mas pelo entendimento.

— Sei não… — Túlio cruzou os braços, mas seus olhos não desviavam de Miguel.

Lá dentro, Miguel continuava o processo, estendendo a mão devagar. O baio bufou e recuou, mas Miguel não forçou nada. Apenas esperou.

E então aconteceu.

O cavalo se aproximou sozinho, tocando o focinho na mão do domador. Miguel sorriu.

Túlio engoliu em seco.

— Que merda foi essa?

— Conexão — Eduardo disse, satisfeito.

Aos poucos, Miguel conseguiu colocar a sela no cavalo sem que ele se debatesse. Subiu devagar e, antes que percebêssemos, estava cavalgando pelo curral como se o baio fosse seu parceiro de anos.

Túlio, sem perceber, apertou a cerca com força.

— Caralho…

Lucas e eu trocamos um olhar rápido. Eduardo percebeu também.

— Impressionado? — perguntei, cutucando Túlio com o cotovelo.

Ele se afastou da cerca como se tivesse sido pego em flagrante.

— Que nada. Só tô vendo até onde vai a sorte dele.

Mas o olhar dele dizia outra coisa.

E Miguel? Miguel desceu do cavalo, deu um tapinha no pescoço do animal e sorriu, satisfeito.

Túlio virou as costas e saiu, rápido demais, como se quisesse fugir da cena.

Eu ri baixinho.

— Acho que temos um fã novo na fazenda.

Eduardo apenas balançou a cabeça, cruzando os braços.

— Esse vai demorar a admitir.

Lucas riu, concordando.

E no fundo, eu sabia que essa história estava só começando.

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Mais tarde, quando a noite caiu sobre a fazenda, me sentei na varanda para respirar um pouco. Ainda estava irritado com Túlio, mas tentei afastar isso da cabeça. Foi quando Lucas apareceu do meu lado, com as mãos nos bolsos.

— Tá tudo bem?

— Já tive dias melhores.

Ele ficou em silêncio por um momento antes de soltar:

— Obrigado por me defender hoje.

Eu o encarei, confuso.

— O que?

— Lá no curral. Não precisava, mas agradeço.

Eu dei de ombros.

— Túlio foi um idiota. Só fiz o certo.

Lucas soltou um riso baixo e se aproximou um pouco mais.

— Você sempre faz isso. Sempre entra no meio das brigas, sempre quer proteger todo mundo.

— Alguém tem que fazer isso.

— E quem te protege?

A pergunta me pegou de surpresa. Antes que eu pudesse responder, Lucas deu um passo à frente, e antes que eu percebesse o que estava acontecendo, sua boca estava na minha.

Foi rápido, um toque quente e inesperado.

Mas foi o suficiente.

Suficiente para Eduardo, que apareceu na porta na mesma hora, congelando ao ver a cena.

O silêncio durou meio segundo antes de ele partir pra cima de Lucas.

O primeiro soco foi direto no queixo. Lucas cambaleou, mas se recuperou rápido, revidando e acertando Eduardo no estômago.

— FILHO DA PUTA! — Eduardo rugiu, avançando outra vez.

Eu me joguei no meio dos dois, tentando separá-los.

— CHEGA, PORRA!

Eduardo me empurrou para o lado, os olhos ardendo de raiva.

— QUE MERDA FOI ESSA, ANDRÉ?!

Lucas limpou o sangue do lábio, olhando para mim como se esperasse minha resposta.

E eu?

Eu não fazia ideia do que dizer.

Continua...

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