Inédito - Prazer e Dor - Juízo Final - Capítulo Final - A Jornada de Cadu

Um conto erótico de Tito JC
Categoria: Gay
Contém 4739 palavras
Data: 20/03/2025 03:51:30

Quem acompanhou esse texto em outro site pode ler agora esse final inédito só aqui na CDC - A decisão é sempre sua, mas esse conto só será bem compreendido se você ler a parte anterior. Para ter um prazer completo leia toda a série. Tenho certeza que você fará uma viagem fascinante pelo mundo do erotismo e aventura.

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Depois de rodarmos uns vinte minutos, entramos em uma rua arborizada, com muitas casas construídas em terrenos grandes e o Armando falou para meu irmão:

— Cara, abre aí o porta luvas e tira essa máscara em formato de meia preta e põe na cabeça do maninho. Tu não és da cidade, mas ele conhece essa região e ele não pode saber em que rua vamos entrar. Ordens do chefe. Estranhos não podem saber onde é a sede da empresa. – Ele sorriu e olhou para mim, eu fechei a cara com medo, mas meu irmão me entregou a tal meia preta e eu coloquei em meu rosto, ficando completamente cego, sem enxergar onde estávamos indo. Nessa hora tive muita vontade descer do carro, mas eu não podia e não queria decepcionar o Tomás. Meu homem precisava de mim e eu iria provar a ele que ele podia confiar em seu putinho.

Depois de rodarmos mais cinco minutos, sem eu enxergar absolutamente nada, eu percebi o carro parando e um barulho de portão se abrindo. Mais uns segundos com o carro rodando e logo eu percebi o carro parar e o Armando disse que eu poderia tirar a máscara.

Ao sair do carro eu olhei em volta e vi um jardim bonito, muitas árvores ao redor, uma quadra de esportes na lateral, uma piscina muito grande mais à frente e uma casa linda, grande, de dois andares, bem no centro daquele terreno imenso. Os muros eram muito altos. De longe eu vi um portão de aço e uma guarita alta onde tinha um segurança à postos, com arma na cintura. Parecia um cenário de filme e eu tive medo e, mais uma vez, curiosidade.

Logo um cara alto e forte apareceu ao nosso lado, e nos convidou a entrar, pois um tal de Sr. Eduardo estava nos aguardando. Assim que eu vi o cara eu achei que ele era segurança, pelo modo como se vestia e pelo porte físico. Ele me olhou muito, parecia medir o meu corpo e eu fiquei um pouco ruborizado. Era um homem rústico, bonito, moreno e na faixa dos quarenta anos.

Entramos na casa e fomos encaminhados para uma lateral, onde tinha uns móveis lindamente distribuídos, tudo muito bonito e com ar de nobreza, coisa fina.

Seguimos por um corredor longo e entramos por uma porta de correr, de madeira pesada, que dava acesso a um escritório, com várias estantes, uma mesa grande, também de madeira, uma porta que parecia ser um banheiro, um sofá e algumas poltronas. Numa delas estava sentado um homem grisalho, de mais ou menos uns sessenta anos, vestido com um agasalho e uma camisa polo, parecendo uniforme de tênis. Era um coroa bonito, porte atlético e pele bronzeada. Ele sorriu ao nos ver chegar e me olhou com olhos de gula também. Assim que pus os olhos naquele homem eu sabia que já o tinha visto em algum lugar, não me lembrava onde, mas tinha quase certeza que era na televisão. Em um programa de entrevistas. Só não lembrava qual.

— Então Armando, esse é o rapaz que vai tentar nos representar na cidade dele? Você explicou as regras para ele. Ele sabe que o primeiro lote é pago, mas se tudo correr bem os próximos serão enviados por nós e ele terá parte dos lucros? – O homem falou rapidamente, sem ao menos cumprimentar direito o Armando nem meu irmão.

— Sabe sim chefia, está tudo acertado. Inclusive o montante já está aqui com ele. – Nessa hora meu irmão tirou de dentro da calça dois envelopes grandes e entendeu para o senhor, que fez um gesto para o segurança, falando:

— Pegue os envelopes e ponha no lugar de sempre, Heitor. Nem precisa conferir, ninguém teria coragem de tentar nos enganar, muito menos alguém que quer entrar para nosso negócio. – Ele sorriu para meu irmão, que retribuiu com um sorriso pálido. Depois ele olhou para mim e ficou medindo e conferindo meu corpo. Eu fiquei um pouco tímido e sentia minhas mãos geladas, mas me mantive firme.

— Gostou da surpresa, chefia? – Perguntou o Armando, percebendo o olhar guloso do homem para meu corpo.

— Muito, Armando! Você já tinha me falado, mas confesso que é bem melhor do que a descrição que você me fez. É material de primeira. Espero que seja bom no que faz.

— É muito bom, chefia. Pode confiar. E ainda tem esse ar juvenil que a gente tanto gosta, embora já tenha mais de dezoito anos. – Nesse momento eu me senti um pedaço de carne, uma mercadoria. Mas no fundo um orgulho me dominava, eu sabia que estava sendo desejado. O homem passou a mão no volume no meio das pernas e sorriu para o segurança que estava ao seu lado. Eu percebi uma excitação nos dois.

— Leve os rapazes para darem uma volta pelos jardins, Heitor. Deixe-os lá na quadra ou na piscina. O Armando faz as honras para o amigo. Vou conversar um pouco com o rapaz. Volte em seguida. – O segurança saiu da sala e fechou a porta. Logo o tal Sr. Eduardo se aproximou de mim, alisou meus cabelos e segurou meu queixo me olhando nos olhos. Passou a língua nos lábios e me sorriu, falando:

— Você é muito bonito meu jovem! Se fosse um pouquinho mais alto poderia fazer sucesso nas passarelas, mas tem uma figura que pode aparecer bem na televisão, tem uma beleza andrógina e muito fotogênica. Já pensou nisso alguma vez? – Eu gaguejei um pouco, mas acabei falando:

— Obrigado! Nunca pensei nisso não, tenho quase dezenove anos, ainda estou estudando, me preparando para a faculdade. Quem sabe pense nisso mais tarde.

— Pois pense, meu caro! A Beleza passa muito rápido. Logo o tempo se encarrega de a levar embora. Eu sou um eterno apaixonado pela beleza jovem. Gosto de apreciar. Olhar e degustar de uma beleza juvenil como a sua. – Ele disse isso, circulando o meu corpo e logo eu senti sua mão em minha cintura, me puxando de encontro à sua virilha, onde eu senti um volume grande e duro. Eu empinei um pouco a bunda e gemi baixinho. “Safadinho! Sabe muito bem o que veio fazer aqui.” – Ele continuou roçando seu pau em minha bunda e eu me deixei conduzir. Logo pus minha mão para trás e apertei seu pau. Era um pau mediano, mas estava muito duro.

— Calma neném! Nós já vamos brincar. Eu estou há três dias em jejum só para saborear esse prato que o Armando me falou ser tão saboroso. Muitos vêm aqui, mas você parece ser mercadoria de primeira. – Engoli em seco. Mais uma vez era tratado como mercadoria, agora por um completo estranho que roçava seu pau em minha bunda.

— Tira a roupa toda. Fica peladinho pra mim. – Eu obedeci a ordem, joguei minha roupa num sofá próximo e fiquei quase pelado, só não tirei a sunga minúscula porque ele não deixou. Disse que era pra ficar com ela. Em seguida ele me levou em direção à mesa e me empurrou sobre ela, me deixando curvado. Abriu minhas pernas e puxou minha sunga para o lado. Aspirou o cheiro de minha bunda carnuda e logo meteu a língua bem no meio de meu cuzinho, forçando, querendo me penetrar com aquele músculo molhado e pontuado. Senti um prazer imenso, que ficava ainda maior por estar misturado com meu medo. Mas, se era apenas aquele velhote que eu teria que satisfazer, logo estaria livre, pensei nisso.

— Delícia! Chupa meu cuzinho! Me fode, vai! – Eu gemi sensualizando. Querendo logo começar aquele jogo sexual.

— Calma, putinho! Nó vamos brincar um pouquinho. Eu gosto de apreciar o prato, antes de comer. Vem cá e mostra se sabe usar a boquinha. – Nessa hora eu me virei e me ajoelhei, ficando de frente pra ele que já estava com o pau pra fora, duro e pingando baba. Era um pau mediano, como já falei, mas muito bonito. Reto, firme e muito grosso. Eu engoli tudo e fiz aquele cara se arrepiar e segurar minha cabeça para socar fundo em minha garganta. “Isso bezerrinho! Engole meu pau! Mama gostoso!”. – Eu continuei mamando um pouco mais aquele caralhão e já me sentia excitado com tudo aquilo, o medo agora dava lugar à luxúria.

— Tá gostoso? – Eu perguntei olhando para a cara dele, com os olhos cheios d’água do sufocamento, e um ar de sacaninha.

— Tio! Me chama de tio! Eu sou seu tio puto que você gosta de mamar. – Ele me ordenou. Eu saquei a sua fantasia e logo caprichei no dengo.

— Tá gostoso tio? Tá gostando da mamada de seu sobrinho?

— Tá gostoso meu putinho. Mas eu quero mais desse cuzinho, levanta e se curva na mesa. – Eu obedeci e abri bastante a minha bundinha pra ele cair de língua novamente, e assim ele fez. Lambeu meu cuzinho e mordeu as laterais me fazendo gemer. Eu me sentia todo babado e não via a hora dele me penetrar e a gente foder gostoso. Nisso eu ouvi a porta se abrir e, mesmo sem olhar para trás, eu imaginei que seria o segurança.

— Posso trazer o rapaz, chefia? - Ouvi a voz do segurança Heitor e tentei virar o rosto, mas a mão forte do Sr. Eduardo me segurou, e ele me deu uma ordem:

— Quieto putinho! Olha não! Fica aí abertinho que tem uma surpresa boa. – O medo voltou, mas eu resolvi obedecer. Já tinha ido longe demais. Eu ouvi passos entrando na sala e se aproximando da mesa, e o barulho da porta se fechando. “Pode meter rapaz! Ele tá bem lubrificado e teu pau também. Eu quero apreciar essa cena. Gosto de olhar. É meu prazer maior.”

Nessa hora eu senti duas mãos fortes segurando minha cintura e a cabeça de um caralho quente esfregando minhas preguinhas. Logo aquilo tudo foi sendo forçado e eu me senti sendo rasgado, era grande demais. O pauzão estava bem lubrificado, pois não tinha resistência, foi me abrindo e deslizando pra dentro. Eu soltei um gemido forte, quase um grito:

— Ai meu cu! Para! Tá me rasgando! Eu não vou aguentar. – Tentei empurrar aquele corpo com as mãos, mas logo o segurança estava na minha frente, do lado oposto da mesa, segurando minhas mãos, enquanto aquela trolha entrava em mim.

— Aguenta sim, putinho! Já rasguei muito cuzinho como o seu, dói só no início. Logo você acostuma e vai me pedir mais. – Ouvi uma voz rouca e forte, sem saber de quem era.

— Não para, mete tudo nele. Eu gosto disso. Sexo sem dor não tem graça. Mete nesse filho da puta gostosinho. Eu quero gozar vendo você arrombando ele. – Era a voz do Sr. Eduardo, dando ordens para meu arrombador. Eu senti o pau me varando e logo os pentelhos encostaram em minha bunda. Estava tudo dentro. Eu estava empalado. Olhei pra frente e vi o pauzão grande e grosso do Heitor batendo na mesa, enquanto ele segurava as minhas mãos. O cara segurou em minha cintura e esperou um tempinho, durante o qual seu pau pulsava dentro de meu cuzinho apertado mastigando o pauzão dele. Eu fiz um leve movimento e ele começou a entrar e sair. Primeiro tirou quase tudo e meteu novamente, me arrancando mais um grito, agora um misto de dor e um princípio de prazer.

— Ah! Meu cuzinho tá doendo, porra. Tá me arrombando.

— Ainda não, putinho, vou te arrombar agora. - Ele começou o vaivém, entrando e saindo, me alargando. Me socando fundo. Fazendo minha pele arrepiar. O Heitor sentiu que eu estava já acostumado e largou minhas mãos e foi pra trás apreciar o meu arrombamento.

— Olha que delícia Heitor. Olha que cuzinho lindo, aberto por essa estaca grande e preta. Que cena gostosa, eu estou quase gozando. Gosto demais disso tudo. Olha como ele é lindo, gemendo na rola gigante. – Nessa hora eu comecei a gemer mais forte e rebolar, para fazer o coroa gozar logo, e aquilo finalizar, mesmo estando adorando aquilo tudo.

— Posso pôr ele de frango assado, chefia? – Eu ouvi a voz de quem estava me fodendo, perguntar.

— Pode fazer o que você quiser, cara. Só não pare de arregaçar o cuzinho dele. Eu quero gozar gostoso vendo isso. – O cara me virou e me jogou na mesa de frango assado, nessa hora eu vi a cara dele e o reconheci. Era um GP que eu sempre via em vídeos pornôs, e site de programas. Conhecido como Tripé. Um cara quase negro. Cabelo rastafári, e um pau imenso que fazia jus a seu apelido de Tripé. Ele colocou minhas pernas em seus ombros e encaixou o pau na minha entradinha. Piscou o olho pra mim e foi empurrando novamente. Eu entendi seu sinal e continuei gemendo e reclamando de dor, mesmo já sentindo muito prazer com aquela foda.

Olhei para o lado e vi o coroa ajoelhado, mamando o pauzão do segurança, enquanto ele babava me olhando ser arrombado. Depois de um tempinho eu ouvi a voz firme do Heitor:

— Me deixa meter um pouquinho, rapaz. Estou quase gozando e quero provar esse cuzinho lindo. – O Tripé tirou o pau de meu cu e eu senti um vazio, logo preenchido pelo pauzão do segurança que, mesmo sendo menor, me causou um certo prazer. Meu cuzinho tava muito aberto e melecado e logo ele começou a socar forte, enquanto o coroa mamava a rolona do Tripé, e olhava em nossa direção. Já estávamos há mais de meia hora nessa putaria toda e minhas pernas já doíam, quando ouvi o urro forte do Heitor e seu pau pulsando dentro de mim.

— Tô gozando, porra! Tô leitando esse putinho. Delícia isso! Tô gozando!

— Goza machão! Arromba mais um putinho que eu trago pra gente se divertir. Goza você também na minha cara, putão. Me dá um banho de leite, que eu também vou gozar. – O Tripé me olhou e novamente me piscou o olho em cumplicidade, deveria ser mais um profissional que aqueles pervertidos usavam. Ele bateu uma punheta naquela estaca e lavou a cara do coroa de leite. Ele gemeu fino, gozou de joelhos no chão e começou a chorar, como se estivesse tendo um troço. Nessa hora eu vi e entendi como é diversa a sexualidade humana.

Depois disso tudo eu fui levado a um lavabo, onde me limpei, lavei meu rosto e me arrumei novamente. Sentia meu cu aberto. Dolorido. Meu pau murcho, pequeno e sem ação. Eu não tinha gozado, mas sabia que a rola daquele GP jamais seria esquecida por mim.

Não vi mais o Tripé nem o Sr. Eduardo, mas fui conduzindo até a área externa pelo Heitor, que estregou um pacote ao meu irmão. Coloquei novamente a meia preta na cabeça e logo estávamos de volta para casa. Meu irmão apenas me olhava com um olhar inquisidor, cheio de perguntas.

Ao chegarmos no nosso prédio, o Armando me olhou e disse com um ar cínico:

— Maninho você é valente! Tem de aproveitar esse talento, carinha. Eu já vi caras maiores do que você sair dali de dentro mancando e, muitas vezes, até amparado, mas você tá aí firme e forte, com a bundinha inteira. Parabéns!

— Valeu Armando! Logo eu estarei de volta. Obrigado por tudo. – Disse meu irmão pondo fim naquela conversa.

— Se cuida parceiro! Espero que você volte logo mesmo. Não esqueça de que, aconteça o que acontecer, a lei do silêncio é garantia de vida. Bico fechado sempre. – Ele disse isso e foi embora.

— Você tá bem, maninho? O que fizeram contigo? Te machucaram? – Meu irmão fazia várias perguntas, apalpando meu corpo, assim que entramos em casa.

— Estou bem sim, Tomás! Com o cu arrombado, mas bem. Os caras são pervertidos. Colocaram um negão para me foder, enquanto eles olhavam e batiam punheta. Nada que você já não tenha feito comigo antes.

— Não fala assim, maninho. Você não sabe como eu estou grato. Você me quebrou um galhão. Vem cá meu putinho, deixa eu ver como está seu cuzinho. – Ele me puxou e me deu um beijo gostoso, me deixando mole novamente. Entregue como um bobalhão apaixonado. Olhou meu cuzinho e disse que estava inchado, e meio abertinho, mas não tinha sangramento nenhum. Ao sentir seu toque eu me arrepiei lembrando da vara do Tripé. Eu não tinha gozado. O beijo e os carinhos do meu irmão me dominavam e eu o empurrei em cima de minha cama e arranquei sua roupa fora, como ele fazia comigo. Passei gel em meu cuzinho e sentei com tudo em seu caralhão, cavalguei feito um louco e só saí de cima dele, quando gozamos juntinhos. Foi uma foda rude, intensa, como se estivéssemos nos despedindo. E na verdade era uma despedida, ele iria embora no dia seguinte.

Tomamos um banho juntos. Comemos alguma coisa e eu o vi arrumando a mochila de viagem. Vi que dentro do pacote que ele recebeu do Heitor tinha dois volumes, um pequeno e outro maior que ele camuflou entre as roupas. Eu perguntei o que era e ele me disse que quanto menos eu soubesse melhor seria. Eu vi que eram pílulas cor de rosa e coloridas. Eram drogas sintéticas, com certeza. Eu não quis falar mais nada, apenas fiz um pedido:

— Você promete que vai se cuidar? Eu amo você. Não quero que nada de mau te aconteça. – Ele parou o que estava fazendo, me abraçou apertado e me beijou de leve nos lábios.

— Prometo sim! Vai dar tudo certo! Fica tranquilo, frutinha. – Ele falou sorrindo e eu também sorri pela primeira vez, ouvindo aquele apelido que eu tanto odiei no passado.

Já era final de tarde, quase noite e eu resolvi deitar para descansar, tive um dia difícil. Adormeci rapidamente. Não vi meus pais chegarem. Só acordei quando ouvi um barulho estranho no meu quarto. Era muito cedo. Eu não teria aula no cursinho. Mas senti uma mão alisando meu rosto e abri os olhos com dificuldade. Vi o Tomás sentado em minha cama me olhando.

— Que hora é essa? Papai e mamãe já chegaram?

— Já amanheceu, bela adormecida. Eu estou indo embora. – Ele me disse carinhosamente. Eu tentei levantar, mas ele não deixou.

— Fica dormindo. Descansa bastante, você merece. Eu vou embora, mas logo eu volto. São só três horas de viagem.

— Você promete? Posso ficar esperando? Você me manda mensagem assim que chegar em sua casa?

— Prometo! Até já, Frutinha! – Ele me beijou de leve, saiu e eu voltei a dormir.

Acordei já próximo das quatorze horas. O corpo estava dolorido. Eu me sentia muito cansado e sentia um aperto no peito. Não tinha ninguém em casa. Eu me assustei com o tanto que tinha dormido. Tomei um banho para despertar e tirar a moleza do corpo e logo olhei o celular. Pelo horário que o Tomás viajou, ele já deveria ter chegado, mas não tinha nenhuma mensagem dele. Fui tomado por uma angústia, pensei logo que ele não iria me mandar mensagem nenhuma, que tudo tinha sido uma grande mentira para me iludir. Vi que tinha uma mensagem da minha mãe:

— Filho, não saia de casa. Deixe sempre o celular ao seu lado, logo nos falaremos. – Era uma mensagem de meia hora antes. Eu fiquei preocupado, tentei ligar para ela, mas o celular não completava a ligação.

— Tomei um café, mas não consegui comer nada. Liguei para o quiosque da minha mãe, mas ninguém atendeu também. O meu coração começou a ficar apertado. Pensava na saúde de meu pai. E o merda do Tomás que não mandava mensagem também, aquilo tudo estava me angustiando demais. Liguei para minha amiga que me acalmou e perguntou se eu queria que ela fosse lá pra casa. Eu disse que não, mas que qualquer coisa eu ligaria.

Eu estava quase batendo a cabeça na parede, eram quase dezoito horas e eu sem saber em quem pensava, se nos meus pais que não davam notícia, ou se no filho da puta do Tomás que me esqueceu, quando ouvi a porta se abrindo e meus pais entraram com umas caras péssimas.

— Gente o que aconteceu? Eu estou aflito, sem notícias de vocês. Eu estava quase ligando para a polícia. – Eu falava aflito e olhava para os dois que nada falavam.

— Senta aqui filho. A gente precisa conversar. – Minha mãe me fez sentar ao seu lado no sofá.

— Fala mãe! Estou agoniado. O papai tá bem? – Eu falei isso olhando para meu pai, encolhido num canto do outro sofá.

— A gente tá vindo do necrotério, filho. Passamos a tarde na delegacia e agora há pouco saímos do necrotério. Seu irmão está morto. Infelizmente. – Nessa hora meu pai desabou a chorar e meus olhos escureceram. Eu não sabia o que pensar, nem sentia o meu corpo.

— Como assim morto, mãe? O Tomás viajou hoje cedo, deve estar na casa dele. – Eu falei quase aos gritos, sentindo meu peito se rasgar. Os olhos cheios de lágrimas e a voz embargada, doendo na garganta. Minha mãe me abraçou e continuou a falar, enquanto tentava ser forte, segurando o choro.

— Ele não chegou a embarcar, filho. Ele sofreu uma emboscada assim que desceu do táxi, próximo àquela comunidade que fica na região da rodoviária. A polícia disse que foi coisa de quadrilha, de drogas, pois acharam um pacotinho de drogas sintéticas nas coisas de seu irmão.

— Um pacotinho de drogas? Como assim? – Eu fiz a pergunta, lembrando muito bem dos dois pacotes que ele levava. Um menor e outro bem maior.

— Um pacote pequeno, mas que já configura tráfico. Segundo a polícia. – Explicou minha mãe.

— Eu não posso acreditar nisso meu Deus. Deve ser algum engano. Vocês têm certeza de que era o Tomás? As vezes o estado do corpo confunde quem faz o reconhecimento. – Eu falava, andando pela sala, sentindo uma dor que jamais imaginei sentir.

— Calma meu amor! Era seu irmão sim. Ele resistiu ao assalto e levou três tiros dos bandidos, que sumiram dentro da comunidade. A polícia já nos alertou que dificilmente esse crime será elucidado. Parece briga de tráfico.

Meu mundo parou de existir naquele momento. Eu não conseguia pensar em nada. Tudo era muito sombrio. Eu não quis falar nada para meus pais. Achei melhor guardar o segredo do Tomás comigo, mas se a polícia só encontrou um pacotinho, o outro pacote maior com certeza foi roubado. Deve ter sido o motivo da morte dele.

Eu não sabia que um dia sentiria uma dor tão grande. Parecia que eu estava vivendo o Juízo Final. Sendo castigado por ter ido tão longe com meu irmão. Deveria ser castigo. Meu pai ficou arrasado por muitos dias. Não se alimentava direito e falava o tempo inteiro que se sentia culpado.

O corpo do Tomás foi cremado e enviado para a avó materna dele, no interior, onde ele morava. Lá ela fez um enterro juntamente com a família da mãe dele.

De tanto ouvir meu pai falar que se sentia culpado eu resolvi perguntar porquê. Ele me explicou durante uma tarde em que almoçávamos no shopping.

— O Tomás era um menino normal meu filho, a gente vivia bem, eu e a mãe dele, até o dia em que ele descobriu que não era meu filho legítimo. Quando eu casei com a mãe dele, ela já tinha ele, fruto de um relacionamento na adolescência, com um cara que acabou sendo morto pela polícia, quando ele tinha três anos de idade. Eu casei com ela e assumi o Tomás como meu filho legítimo. Ele descobriu tudo quando tinha doze anos e nunca nos perdoou, se sentia um rejeitado, não importava o que eu fizesse. Era por isso que eu não conseguia negar nada para ele. Sempre me sentia com pena dele.

A rebeldia dele foi tanta que me fez separar da mãe dele, que também logo depois adoeceu, muito pela tristeza de não ter o perdão do filho. E depois da morte dela ele resolveu me culpar, mesmo sabendo que eu não tinha nenhuma responsabilidade. No fundo ele se sentia culpado. – Eu ouvi aquilo tudo com o queixo caído. Era mais um baque que eu levava em menos de oito dias.

— Então ele não era meu irmão. – Eu exclamei quase que como um alívio. Não estava sendo castigado. O homem que eu amei não era meu irmão de sangue. Mas nada disso aliviou a dor da perda.

— Não, meu filho. No meu coração vocês dois sempre foram iguais, mas, aos olhos da ciência, vocês não são irmãos legítimos. – Ouvi tudo atentamente. Durante esses poucos dias eu devo ter amadurecido muito mais do que algumas pessoas amadurecem durante uma vida inteira. Aprendi com a dor, que a vida não é perfeita.

Depois de quinze dias da morte do Tomás, nós vimos no noticiário que um jovem traficante da comunidade próxima ao nosso bairro havia sido assassinado, e tudo levava a crer que era uma queima de arquivo entre traficantes. Eu reconheci na TV a cara do Armando, mas não comentei nada com meus pais. Mesmo ouvindo meu pai dizer que o rosto do rapaz lhe era familiar.

No dia seguinte o advogado do meu pai entrou em contato com ele e informou que a polícia tinha certeza de que o jovem traficante morto, estava envolvido com a morte do Tomás.

Era fácil ligar os pontos. Ele armou para roubar a droga do Tomás e depois foi eliminado pela quadrilha. Mas eu resolvi esquecer esse assunto. A vida já estava sendo dura demais comigo, para eu colocar mais elementos de dor.

Já se passara dois meses da morte do Tomás, mas eu ainda não conseguia retomar minha vida normal. Tinha dor. Uma dor e uma angústia que não passavam. Meus pais até estranhavam, já que ele sempre estava implicando comigo. Eles não sabiam de nossa história. Nunca saberiam.

Eu estava em casa tentando finalizar um trabalho, quando precisei de um estilete que estava dentro da minha gaveta lateral da cama. Tentei abrir, mas ela estava emperrada. Parecia que algo a prendia. Fiz uma força maior do que devia e a gaveta saiu do trilho e caiu no chão. Nessa hora eu vi um papel dobrado, preso na lateral da gaveta, abri o papel e levei um choque, era a letra do Tomás.

“Oi Frutinha, bom dia!

Quando você estiver lendo esse recado eu já estarei no ônibus. Não quis te acordar. Você dorme tão lindo!

Eu não sei falar as coisas que sinto. Não tenho o dom da palavra, como você, mas eu sinto. Você está me ensinando coisas, irônico, né?

Nunca deixe de ser como você é. Não permita que a dor ou o sofrimento tirem o seu brilho. Eu tentei apagar você, mas, sabiamente, você não deixou acontecer. Fico agradecido por isso. Você nasceu para brilhar. Seja sempre você. Vença preconceitos e preconceituosos. Siga sendo sempre verdadeiro. Sem culpas, sem medos, siga e persiga o seu prazer. A vida é curta.

Eu aprendi a te admirar por isso tudo que você é. Eu não sei ser eu. Estou tentando aprender para poder dividir com você. Nada do que fizemos é errado, um dia te conto o porquê, você ficará surpreso. Talvez até chore. Frutinhas sempre choram e por isso são mais belas.

Eu volto logo! Logo estarei com você novamente, mas se eu não voltar, siga em frente.

OBS: Eu também amo você! Apenas não aprendi a dizer.”

Meu coração se partiu novamente de dor, mas também de alegria. Naquele bilhete esquecido na gaveta, ele me mandou a mensagem que eu tanto esperei.

Eu sabia que ainda ia demorar, mas eu voltaria a ser novamente eu. Faltando um pedacinho, claro, mas eu voltaria a brilhar.

FIM

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Obs: Se puder leia e vote no meu conto "O Malandro Brasileiro...". Esse conto representa a comunidade LGBTQIa+ no desafio do site...

Sempre digo que não existe escritor sem leitor. Faço o que faço sempre pensando em oferecer um bom trabalho para meus leitores, por isso peço sempre o retorno de vocês.

Beijos no coração!

Diga Não Ao Plágio. Prestigiem os autores autênticos.

Conto registrado no Escritório de Artes e protegido pela Lei 9.610 de 1998. Não pode ser reproduzido ou divulgado sem autorização do autor. PLÁGIO É CRIME PASSÍVEL DE PENA.

Titojn05@gmail.com

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Foto de perfil de Tito JCTito JCContos: 143Seguidores: 473Seguindo: 46Mensagem "Eu sempre sonho que algo gera, nunca nada está morto. O que não parece vivo, aduba. O que parece estático, espera". Eu li esse poema, aos 15 anos e nunca esqueci, essas palavras me definem muito. Sou um cara vivido, que gosta de ler, escrever, cerveja gelada e gente do bem. Chega aí!!! Vamos curtir as coisas boas da vida. Gosto escrever histórias curtas e envolventes, nem sempre consigo. Dificilmente escrevo contos em vários capítulos, gosto de dar a conclusão logo para o leitor. Na minha modesta opinião não existe escritor sem leitores. Por isso me dedico a oferecer sempre um bom produto para quem tira um tempinho para ler um texto meu. Quer saber mais sobre mim, é só perguntar. Abraços a Todos!!!😘😍🥰

Comentários

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Rapaz, que final, hein?! Inusitado do início ao fim. Isso dá enredo de filme, viu? Um abraço e mais três estrelas.

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Tito, querido, normalmente não comento muito por aqui, mas parabéns pelas histórias, essa inclusive. Voltei a escrever depois de bastante tempo depois de ler suas histórias e ficar empolgado!

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Tito que delicia de conto e que final maravilhoso. Voce se superou nesse conto e me fez sentir muito orgulho de quem sou e do que gosto.

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❤️A capa­cidade de despir qualq­uer mulher, de vê-la nua) Avaliar ➤ https://ucut.it/nudo

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Tito, assim você me quebra. Esse personagem que começou como um putinho sedento por rola cresceu tanto e protagonizou essa sua série que foi perfeita! Muito erotismo, muito tesão, mas tb aquele toque de sentimentos, mensagens e tudo mais que adoramos na sua escrita. Mas esse final...que final! Inesperado, de terminar de ler emocionado e sorrindo ao mesmo tempo. Você é demais!

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Caralho! Mas nem de longe eu estava esperando esse final. Três estrelas é pouco.

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