Lara, A Esposa Exposta

Um conto erótico de Bella Vasquez
Categoria: Heterossexual
Contém 4761 palavras
Data: 21/04/2025 08:44:07

CAPÍTULO 1 – CASAL EM REFORMA

Sol invadia a sala ampla da casa de dois andares, refletindo nos móveis brancos e iluminando o rosto de Lara, que segurava uma xícara de café enquanto abria o notebook sobre a bancada da cozinha. Era o início de mais um dia de trabalho — e, como secretária virtual, Lara sabia que podia manter o conforto, sem precisar sair de casa ou se preocupar com dress code.

Vestia uma camisola leve, que caía solta sobre o corpo, deixando entrever sua silhueta à medida que se movia pela cozinha. Tinha se acostumado com aquele tipo de liberdade — e, no fundo, gostava da ideia de estar um pouco à mostra, mesmo que ninguém estivesse olhando.

Do andar de cima, Marcelo desceu os degraus lentamente, ajeitando a camisa polo enquanto conferia o relógio. Trabalhava de forma híbrida no ramo de construção civil e, naquela semana, só precisaria ir ao escritório dois dias. Hoje era um deles.

— Vai sair cedo? — ela perguntou, sem tirar os olhos da tela.

— Reunião com cliente. Mas volto pra almoçar. Os caras da obra devem chegar mais tarde, né?

— O empreiteiro disse que sim. Mandou dois pra tocar a reforma da área externa. Você conhece eles?

— Um deles trabalhou comigo num projeto no litoral, o mais velho. Gente boa. O outro é novato, deve ser ajudante. Tranquilo.

Lara assentiu com um leve sorriso e voltou a digitar. Gostava da paz das manhãs, do som das teclas e da sensação de estar no controle do próprio tempo. A reforma era algo que ela mesma havia pedido há meses. Agora, com os homens chegando para trabalhar diariamente ali fora, sua rotina ganharia um novo ritmo.

Ela ainda não sabia o quanto.

Marcelo caminhou até ela, apoiando a mão em sua cintura enquanto se inclinava para um beijo. Lara retribuiu com delicadeza, os lábios se tocando com familiaridade, sem pressa. No instante em que ele se afastava, sua mão escorregou discretamente até a bunda dela, apertando com naturalidade, como se fosse um hábito antigo.

Ela não disse nada. Apenas sorriu de lado, com aquele olhar leve de quem já esperava por aquilo.

Era assim que os dois viviam. Havia carinho, toques casuais, uma intimidade que ia além das palavras. Estavam casados há cinco anos e, mesmo com a rotina e as obrigações do dia a dia, mantinham um bom equilíbrio. Não eram de brigar por bobagens. As diferenças existiam, claro, mas eram administradas com compreensão e afeto.

Marcelo era o tipo de homem calmo, paciente, inteligente — alguém que ouvia antes de falar, que preferia resolver no diálogo do que no confronto. Tinha aquele jeito sereno de quem observa tudo, mesmo sem parecer atento. Talvez por isso combinasse tão bem com Lara.

Ela, por outro lado, era extrovertida. Tinha uma curiosidade natural sobre as pessoas e sobre o mundo. Gostava de conversar, de perguntar, de entender os pequenos detalhes. Era expressiva, viva. E Marcelo, ao invés de tentar apagá-la, sempre soube apreciá-la do jeito que era.

Eles funcionavam assim: ela puxava, ele ancorava. Ela iluminava, ele sustentava.

Quando ele saiu pela porta com as chaves na mão, Lara apenas voltou ao seu café, cruzou as pernas na cadeira e encarou a tela do computador.

Lara se concentrou no trabalho durante a manhã, alternando entre chamadas de vídeo com clientes (agora com uma roupa já comportada para aparecer ao vivo na webcam) e a organização de planilhas no notebook. A casa permanecia em silêncio, apenas com o som baixo de uma playlist suave ao fundo e o ocasional chiado da cafeteira sendo ligada de novo.

Nenhum sinal dos pedreiros.

Por volta das onze, ela até olhou pela janela, meio curiosa, mas não viu movimento algum na área externa. Achou estranho, mas não se preocupou. Talvez fosse normal um atraso no primeiro dia.

Marcelo chegou pouco depois do almoço, com o rosto suado e os olhos um pouco cansados. Deixou a mochila no canto e foi até a cozinha, onde Lara organizava alguns papéis no balcão.

— Os caras da obra não vieram? — ela perguntou.

— Não, me mandaram mensagem agora há pouco. O mais novo ficou preso numa viagem, deu rolo na estrada. O outro preferiu remarcar pra amanhã — ele deu de ombros, pegando uma garrafa d'água. — Normal. Amanhã eles devem começar de vez.

— Entendi.

— E aí, correu tudo bem por aqui?

— Tudo certo. Tranquilo demais até.

Marcelo deu um sorriso de canto, passou a mão nas costas dela de leve, e seguiu em direção ao home office, onde precisava terminar um relatório importante para o dia seguinte. Lara, por sua vez, aproveitou a pausa nas tarefas para colocar sua roupa de academia e sair para o treino do fim da tarde. Era uma forma de limpar a mente, cuidar do corpo e manter a rotina.

Mais tarde, com o sol já se escondendo no horizonte, Marcelo se arrumava para sair. Vestiu o conjunto esportivo, pegou a raquete e a garrafinha e anunciou da

porta:

— Vou pro tênis. Hoje é o jogo com o pessoal da empresa.

— Vai ganhar? — ela perguntou, ainda sentada no sofá, com o cabelo molhado do banho e os pés cruzados sobre a almofada.

— Sempre ganho — respondeu com um sorriso preguiçoso. — Se eu voltar todo quebrado, é porque o outro foi muito bom.

— Ou você que tá ficando velho.

— Também tem isso.

Trocaram um último olhar antes da porta se fechar. E, por algumas horas, Lara estaria novamente sozinha em casa.

O quarto ficou em silêncio, e dali a pouco, apenas as respirações compassadas dos dois preenchiam o espaço. Marcelo se virou na cama, deitando-se de lado, voltado para ela. Ainda com os olhos semicerrados, comentou:

— Vai ficar bom, né?

— Vai sim — respondeu Lara com convicção, virando o rosto em sua direção. — A gente precisava dar um jeito naquela área faz tempo. O deck já tava soltando farpa e o piso da churrasqueira parecia dos anos noventa.

— E olha que você insistiu nisso bem antes de eu concordar.

Ela sorriu com leveza, entrelaçando os pés nos dele sob o lençol.

— Porque eu enxergo o potencial das coisas antes de você.

— É, você tava certa. Agora vai ficar com outra cara. E sem exagero no paisagismo, como a gente combinou. Só deixei as palmeirinhas perto da cerca.

— O resto vai tudo embora. Aqueles vasos rasos só acumulam sujeira. Eu já mandei a referência pro jardineiro, lembra?

— Lembro. E o orçamento também ficou justo.

— Ronaldo fez um bom preço, sim — completou ela. — Valor fechado pela mão de obra, ele traz o ajudante fixo, sem entra-e-sai. E a gente cuida do material com os fornecedores que já conhecemos.

Marcelo assentiu com a cabeça, olhando pra ela com um leve sorriso no canto dos lábios. Gostava quando Lara falava com aquele tom prático. Ela era mais do que aparência — tinha firmeza, opinião, e sabia quando tomar a frente.

— 4 dias, né? Se tudo correr bem.

— Exato. Começam na área da churrasqueira depois vem o acabamento e os detalhes. Já deixei o cronograma impresso no escritório.

— Tá tudo sob controle, então.

— Sempre, amor.

O ambiente no quarto voltou a silenciar, confortável, familiar. Por alguns minutos, parecia que o sono venceria de vez, até que Lara, com a voz baixa e arrastada, rompeu o silêncio:

— Depois da reforma... a gente podia ter um cachorro, né?

Marcelo sorriu no escuro, ainda deitado de lado, o rosto próximo ao dela.

— Agora você quer cachorro?

— Não agora. Depois. Com o quintal arrumado, ia ser bom. Um golden, talvez. Ou um vira-lata grandão, bem bagunceiro.

— Um que destrua as almofadas da varanda em uma semana?

— Isso — ela respondeu, rindo baixinho. — E que durma jogado no chão da churrasqueira, depois de brincar o dia todo.

Marcelo passou o braço por baixo do lençol e deixou a mão escorregar suavemente até as coxas dela. A pele estava quente e macia. Ele fez um carinho lento, quase distraído, enquanto ainda sorria com a ideia do cachorro.

Mas Lara não se mexeu para impedi-lo. Pelo contrário — sentiu quando ela afastou as pernas, devagar, oferecendo mais espaço. Um gesto sutil, quase automático, mas claro. Um convite silencioso, cheio de cumplicidade.

Marcelo não disse nada. Apenas continuou o toque, mais demorado agora, como quem explora um território conhecido, mas sempre atraente. A sua respiração ficou um pouco mais pesada, mas ele manteve o toque leve nas coxas de Lara, respeitando o silêncio entre eles. Não era sempre que o sexo acontecia com urgência — e isso nunca foi um problema. Com o passar dos anos, encontraram um ritmo próprio.

Costumavam transar umas duas vezes por semana. Às vezes era algo rápido, discreto, só um oral no fim de um dia cansativo. Outras vezes, mais criativo — no sofá da sala,no box do banheiro, ou até na varanda do quarto, com o risco da vizinhança notar algum som ou sombra fora de hora.

E era nesses momentos, fora do quarto, que Marcelo percebia algo em Lara. Um brilho diferente no olhar. Um gemido mais alto. Como se o simples fato de poder ser vista a deixasse ainda mais excitada.

Ela dizia que era só adrenalina. Mas ele sabia que havia mais ali. Um desejo latente de ser notada, talvez até desejada... mesmo que por olhos que não deveriam estar ali.

Ele nunca a reprimiu por isso. Na verdade, achava excitante. Aquilo que era só dos dois — e ao mesmo tempo, talvez, não fosse completamente.

Lara se virou de lado, os olhos já se fechando de vez, e Marcelo passou o braço por cima dela, puxando-a para mais perto. O corpo dela se encaixava no dele com uma familiaridade perfeita, como se tivessem nascido para dormir assim.

A casa estava quieta. Mas lá fora, o mundo se preparava para mudar o ritmo deles. E Lara, mesmo sem saber, estava prestes a despertar algo que não se controla com rotina, nem com promessas de fidelidade.

Algo que, uma vez iniciado... não tem volta.

CAPÍTULO 2 – O DESPERTAR DE LARA

Marcelo despertou com o toque insistente do alarme às sete em ponto. Ainda de olhos fechados, passou a mão na cama ao lado, esperando encontrar o calor do corpo de Lara. Mas o lençol estava frio. Frio e vazio.

Franziu o cenho, lentamente abrindo os olhos. Olhou para o lado — nenhum sinal dela. O banheiro também estava escuro, com a porta entreaberta. Nada.

Por alguns segundos, ficou deitado ali, olhando para o teto, tentando entender o que o tirava do sério naquele momento. Não era exatamente preocupação... era um desconforto leve, quase imperceptível, mas real.

Empurrou o lençol para o lado e desceu da cama, calçando os chinelos com preguiça. O piso estava gelado. Desceu as escadas lentamente, guiado pelo cheiro de café recém-passado e o som suave de uma xícara sendo colocada sobre a pia.

De costas para ele, em pé em frente a pia, lá estava ela com o cabelo preso em um coque despretensioso, já vestida com o conjunto de academia que realçava tudo o que ela tinha de mais provocante. A calça legging cinza colava como segunda pele, marcando cada curva — das coxas grossas até a bunda empinada, que parecia ainda mais acentuada graças à cintura fina, estilo cavalona como Marcelo gostava de chamá-la, deixando o corpo com aquela proporção que chamava atenção independente do lugar.

Marcelo encostou no batente da cozinha, ainda meio sonolento.

— Acordou antes de mim? — perguntou com a voz arrastada.

Lara se virou com um sorriso leve e um gole de café na mão.

— Hoje sim. Não queria ter que correr quando eles chegassem. Resolvi me adiantar.

— Ia treinar mesmo?

— Uhum. Vou agora de carro. Duas horinhas no máximo.

Marcelo assentiu em silêncio, observando-a por um momento mais longo do que o habitual. Havia algo no jeito dela aquela manhã... talvez fosse só energia. Ou talvez fosse algo diferente — ele ainda não sabia dizer.

— Os caras devem chegar daqui a pouco — comentou, puxando uma cadeira. — Ronaldo falou que começa cedo.

— Melhor. Quanto antes começarem, antes terminam. Tô curiosa pra ver como vai ficar a parte da churrasqueira com o piso novo.

— Já vai pensando no cachorro.

— Já tô pensando em um nome.

Ela piscou pra ele, pegou a garrafinha d’água e foi até a porta, pegando as chaves do carro.

A porta se fechou com um clique suave, e Marcelo ficou ali, sozinho, com a xícara nas mãos. O cheiro do perfume dela ainda pairava no ar.

Era só o começo da reforma. Mas ele sentia, no fundo, que não era só a casa que ia mudar.

Poucos minutos depois que Lara saiu, o som de um carro velho se aproximando quebrou o silêncio da manhã.

Marcelo levantou-se da mesa, passou a mão no rosto ainda amassado de sono e seguiu até o portão lateral, que dava acesso direto à área dos fundos. O veículo parou ali, e duas figuras desceram: uma já conhecida, a outra, nova.

Ronaldo veio na frente. Estava exatamente como Marcelo lembrava: corpo grande, braços fortes marcados pelo tempo e pelo sol, tatuagens antigas, barba por fazer. Usava uma camiseta simples e larga, mas que não escondia a força dos ombros. Carregava um jeito de quem sabia o que fazia, e de quem já tinha visto muita coisa. Olhos atentos. Silenciosos. Tipo de homem que fala pouco, mas entende tudo com um olhar.

Leandro veio logo atrás. Jovem alto, claramente mais novo, com um boné virado pra trás e uma camiseta cavada que deixava os braços magros expostos. Usava bermuda de obra e tênis surrado. O rosto ainda tinha traços de moleque, mas os olhos estavam vivos, curiosos. O tipo de rapaz que observa tudo ao redor como se estivesse conhecendo o mundo pela primeira vez.

Marcelo os cumprimentou com um aceno firme.

— Bom dia, Ronaldo. Esse é o reforço?

— Bom dia, chefe. Esse é o Leandro. Tá começando agora, mas é desenrolado.

Leandro esticou a mão, sem encarar direito, quase tímido. Marcelo notou o aperto de mão fraco, mas firme o suficiente pra mostrar respeito.

— Fiquem à vontade. A área de serviço tá ali, tem tomada, extensão, água. Se precisarem de alguma coisa, me chamem. Vou estar aqui pela sala trabalhando.

— Tranquilo. A gente começa pela parte da churrasqueira, como combinado — respondeu Ronaldo, direto ao ponto.

Marcelo os observou caminharem em direção aos fundos com as mochilas e ferramentas. O contraste entre os dois era claro — o mais velho, sólido, experiente, com passos firmes e presença forte. O mais novo, mais leve, inquieto, quase nervoso, como se tudo fosse novidade. Então sentiu uma sensação estranha no ar — nada que ele pudesse nomear com exatidão. Apenas um pensamento passageiro: quando Lara voltasse, ela também notaria esse contraste. E talvez... se interessasse.

Ele conhecia sua esposa. Sabia do brilho nos olhos dela quando via homens mais velhos, mulatos, com aquele ar bruto e confiante. Era algo que ela nunca dizia abertamente, mas que transparecia nos comentários inocentes, nos olhares mais longos do que o necessário... nas reações involuntárias.

Ele balançou a cabeça, rindo por dentro.

Besteira.

Voltou ao computador. Tinha um relatório pra terminar.

Lá fora, o som das ferramentas começou a preencher o quintal. Enfim a reforma tinha começado.

Pouco depois das nove, o som do portão eletrônico se abriu devagar. Marcelo olhou pela janela e a viu estacionando o carro na garagem de sempre. Ela havia voltado no tempo exato, como prometido.

Lara entrou carregando a garrafinha de água na mão, o rosto levemente avermelhado e os cabelos agora soltos, mas parcialmente grudados à testa e às costas pelo suor. O top colava nos seios como uma segunda pele molhada, marcando cada detalhe dos mamilos duros. A legging parecia uma pintura à óleo moldada no corpo dela. As bochechas coradas e os olhos com aquela expressão de exaustão prazerosa.

Marcelo adorava aquele personagem dela pós-treino — meio desfeita, suada, descabelada... e incrivelmente viva. Era um contraste bonito com o controle e o charme que ela exibia no resto do dia. Era mais bruto. Mais real.

— Suada e satisfeita? — ele perguntou, encostado no batente da sala.

— Totalmente — respondeu, sem cerimônia. — Peguei pesado no funcional hoje. Mas foi ótimo.

Ela largou as chaves na mesinha e começou a puxar o cabelo pro alto, fazendo um coque improvisado com o elástico de pulso.

— Chegaram cedo?

— Chegaram sim. Já tão quebrando o piso da churrasqueira. Quer ver?

Ela assentiu com um sorriso curto.

— Claro. Mas vou manter distância até lavar o rosto.

— Te apresento antes. Vem comigo.

Marcelo deu meia-volta e seguiu com passos tranquilos até a porta dos fundos, que dava para a área da piscina. Lara o acompanhou, secando suor da testa com a toalha da academia que havia esquecido em cima do balcão. O sol já batia forte, e os sons de ferramentas ecoavam pelo quintal.

Quando saíram pela porta que dava acesso ao quintal de trás, os dois pedreiros estavam de costas, focados nos primeiros cortes no piso.

— Ronaldo! — chamou Marcelo, erguendo a voz sobre o barulho.

O homem mais velho se virou primeiro. Enxugou o rosto com a camiseta que usava e caminhou na direção deles com passos pesados. A pele queimada de sol, os braços grossos cobertos de pó, e o olhar direto que avaliava tudo com naturalidade.

Leandro veio logo atrás, mais hesitante, sem tirar completamente os olhos de Lara desde o momento em que ela apareceu.

— Essa é a minha esposa, Lara. — Marcelo virou-se para ela. — Lara, esse é o Ronaldo. E aquele é o Leandro, o ajudante dele.

Ela estendeu a mão com um sorriso educado, os olhos atentos, mas tranquilos.

— Prazer, viu?

— O prazer é todo meu, dona Lara — respondeu Ronaldo, apertando a mão dela com firmeza e um leve sorriso. — A senhora não vai lembrar, mas a gente já se viu antes... numa outra obra. O Marcelo levou você num dia de visita, lá no litoral. Você tava de vestido florido, lembro bem.

Lara arqueou uma sobrancelha, surpresa.

— Verdade... acho que lembro sim. Foi aquela casa com a escada em espiral?

— Essa mesma. A senhora ficou olhando pro jardim que a gente tava quebrando. Disse que era uma pena, que dava vontade de morar ali.

Ela soltou uma risadinha leve.

— Ainda acho. Era um lugar lindo.

Leandro apenas murmurou algo parecido com um “tudo bem” enquanto apertava a mão dela mais rápido, olhando por um segundo longo demais... bem no meio do decote formado pelo top.

Lara sentiu. Ela sempre sentia. Mas fingiu não perceber, mantendo o sorriso, como se fosse apenas mais uma manhã qualquer.

— Vou subir, tomar um banho, vai ser fogo para vocês trabalharem nesse sol de dezembro, já é quase verão. Bom, se precisarem de algo, Marcelo tá por aqui.

Ela se virou calmamente, os quadris desenhando a legging como se tivesse sido feita sob medida. Leandro piscou duas vezes, engolindo seco. Ronaldo apenas voltou ao serviço, mas com um canto da boca discretamente levantado.

Marcelo percebeu o olhar firme de Ronaldo sobre o corpo de sua esposa. Não era um olhar comum — era de macho farejando fêmea. E o marido não disse nada.

O restante da manhã correu sem grandes interrupções. O marido ficou na sala, trabalhando no notebook, enquanto monitorava os sons da obra ao fundo. O barulho ritmado das ferramentas, o som de peças sendo quebradas, e as vozes abafadas de Ronaldo e Leandro compunham a trilha sonora daquele dia.

De tempos em tempos, Marcelo se levantava para verificar algo do cronograma ou responder a alguma dúvida de Ronaldo. Nada fora do esperado, mas os olhares rápidos que Leandro lançava em direção à varanda, sempre que imaginava estar sozinho, não passavam despercebidos.

No segundo andar, Lara permaneceu no escritório. Com os cabelos ainda úmidos do banho e uma roupa leve e fresca, se concentrou em suas tarefas. Reuniões rápidas, organização de documentos, algumas chamadas em vídeo. Manteve-se ocupada, mas com os ouvidos atentos ao que acontecia lá fora.

Não era exatamente interesse... era curiosidade. Ou talvez uma mistura difícil de nomear.

Perto do meio-dia, ela fechou o notebook e foi até a cozinha. Preparou algo simples para o almoço — arroz, frango grelhado, salada, suco. Enquanto finalizava, ouviu os passos pesados se aproximando do lado de fora. O som de homens com fome.

Marcelo apareceu pela porta da sala logo depois.

— O cheiro tá ótimo — comentou, se aproximando da pia. — Quer que eu chame os caras?

— Pode chamar, sim. Já tá tudo pronto.

— Vai almoçar com a gente?

— Não, vou subir. Preciso terminar umas coisas. Depois desço com calma.

Marcelo assentiu e, com um beijo leve na bochecha dela, seguiu até a porta do fundo.

— Tá na mesa, hein! — avisou para os dois.

Lara ouviu as vozes virem da parte externa e em seguida ja retornou ao escritório sem olhar para trás.

Deixou os três ali embaixo, comendo, conversando, rindo baixo. Sabia que em algum momento teria que se sentar com eles. Trocar olhares, talvez palavras. Mas não ainda.

Por enquanto, era melhor manter a distância.

A tarde avançava devagar, marcada pelo som constante das marretas e dos pedaços de piso sendo arrancados. Marcelo seguia na sala, finalizando relatórios e respondendo e-mails, vez ou outra levantando para beber água ou verificar a movimentação no quintal.

No andar de cima, Lara estava de fone, entre uma ligação e outra, mas sua atenção escapava em pequenas pausas — como naquela hora, em que olhou pela janela e viu Ronaldo de costas, agachado perto da churrasqueira, com o sol batendo direto no seus cabelos pretos e grisalhos.

Pegou o celular.

Desbloqueou.

Escreveu.

Lara:

Seu pedreiro lembra mais de mim do que eu imaginava...

Marcelo:

Como assim?

Lara:

Disse que me viu naquela obra do litoral, que eu tava de vestido florido e fiquei olhando o jardim…

Lembrou até da roupa.

Marcelo:

Haha sério isso?

Ele comentou do vestido né?

Lara:

Disse que ficou na memória.

Do jeito que falou… sei lá. Pareceu bem marcado. 👀

Marcelo:

Também... aquele vestido nem disfarçava seu corpo.

Você foi pedir pra deixar rastro.

Lara:

Eu nem lembrava. Mas agora ele vai me ver todo dia.

Acho que vou ter que controlar os vestidos por aqui.

Marcelo:

Amor, você tá na sua casa.

Não precisa se privar de vestir o que tiver vontade só porque tem dois homens aqui trabalhando.

Só não vai aparecer de calcinha, porque né... aí você me quebra.

Lara mordeu o canto do lábio e soltou um risinho abafado, voltando o celular à mesa. O coração batia um pouco mais rápido, mas ela nem sabia bem por quê. Talvez fosse só o calor. Ou talvez... saber que estava sendo lembrada daquele jeito, por um homem como Ronaldo!

Lá embaixo, Marcelo permaneceu alguns segundos encarando a tela, até a luz do visor se apagar.

Só então percebeu.

O volume apertado dentro da bermuda cresceu sem aviso, duro, latejando. Aquela ereção silenciosa, discreta, provocada apenas por um jogo de palavras e lembranças... pela ideia da esposa sendo lembrada com desejo por outro homem. Ele nem acreditava que pudesse estar assim com tão poucas palavras de sua esposa.

As horas seguiram em marcha lenta.

Marcelo voltou ao trabalho, tentou manter o foco, mas o peso da ereção ainda recente e a memória das mensagens com Lara continuavam rondando seus pensamentos. Imagens breves passavam pela cabeça: o vestido florido de anos atrás, o corpo suado dela na cozinha mais cedo, o modo como Ronaldo a olhou por um segundo a mais... e o mais jovem, Leandro, engolindo seco.

Ele tentou ignorar. Tentou.

Mas a cada vez que ouvia as vozes graves no quintal ou o som das botas pesadas se aproximando da cozinha, algo dentro dele se remexia. Era um incômodo que ele não sabia nomear. Uma mistura de curiosidade, desejo... e alguma coisa além.

Lara, por outro lado, permaneceu em silêncio no andar de cima pelo restante da tarde. Apenas uma ou duas trocas rápidas de mensagens profissionais, e mais nada. Como se tudo tivesse voltado ao normal.

Mas não tinha voltado.

Às 17h em ponto, Marcelo ouviu os passos se aproximarem da porta dos fundos. Estava na cozinha, lavando um copo, quando os dois apareceram.

Ronaldo estava suado, a camiseta enfiada no cós da calça, os braços cobertos de poeira. O olhar firme, como sempre.

— Por hoje é isso, chefe — disse ele. — Amanhã a gente continua quebrando o restante do piso. Hoje foi bom.

— Tranquilo, tudo certo por aqui — respondeu Marcelo, tentando manter o tom neutro, mas notando o leve cansaço em sua própria voz.

Leandro acenou com a cabeça, calado, os olhos evitando contato direto. Estava com o boné agora virado pra frente, talvez tentando esconder um pouco mais do que sentia — ou do que viu.

— Manda um abraço pra dona Lara, viu? — disse Ronaldo, com aquele sorriso de canto. — Sempre simpática. E com boa memória... igual a mim.

Marcelo segurou o olhar por um segundo a mais do que gostaria. Sorriu de leve, sem mostrar os dentes.

— Pode deixar.

Ronaldo deu dois tapinhas nas costas de Leandro e os dois seguiram em direção ao portão lateral. O barulho das ferramentas sendo guardadas, o motor do carro dando partida, e então o silêncio.

Marcelo fechou a porta devagar, encostou as costas nela e ficou ali por um instante. A mente longe. O corpo inquieto.

Algumas horas depois, o cheiro do banho ainda pairava no ar quando Lara saiu do banheiro com a toalha presa ao corpo e os cabelos úmidos escorrendo pelas costas. Marcelo já estava deitado, de camiseta e cueca, com a TV ligada sem som. Ela entrou no quarto com passos calmos, mas o olhar inquieto.

Sentou-se na beira da cama e começou a secar os cabelos com uma toalha pequena, sem dizer nada. Marcelo a observava de canto de olho — ainda com a cabeça girando pelos acontecimentos do dia. O silêncio entre eles não era pesado. Era... carregado.

— Você tá quieto — ela soltou, ainda de costas.

— Tô pensando — respondeu ele.

— No quê?

— No dia. No clima. Em você.

Ela se virou devagar, os olhos encontrando os dele com aquela expressão que misturava leveza e desejo contido.

— Tá pensando em como Ronaldo lembra do meu vestido?

— Tô pensando em como você gostou que ele lembrasse.

Ela sorriu, mas dessa vez com mais profundidade. Subiu na cama, ficando de joelhos à altura do quadril dele. A toalha escorregou um pouco, revelando parte dos seios, mas ela não se preocupou em arrumar.

— Amor... — começou, com a voz baixa — você sempre soube que eu tenho isso dentro de mim.

Essa vontade de ser vista... notada. Não é novidade pra você.

Marcelo não respondeu, mas não desviou os olhos. Ela continuou:

— Eu tentei ignorar por muito tempo. Fingir que era só vaidade. Só provocação sem intenção.

Mas hoje… com três homens sob o mesmo teto, o dia todo, suados, fortes, me olhando de cima a baixo...

Não dá mais pra fingir.

Ela respirou fundo, os olhos úmidos de desejo e sinceridade.

— Eu senti tesão, Marcelo. Muito.

Não foi só olhar. Foi sentir. Aqui dentro. — Ela levou a mão ao ventre, pressionando de leve.

— E você viu. E você quis também.

Ele engoliu seco, o corpo já respondendo antes das palavras. O volume dentro da cueca crescia, latejando.

— Você tá querendo me provocar?

Ela se inclinou até os lábios tocarem o pescoço dele, a respiração quente.

— Eu tô querendo tua rola.Porque mesmo com outros me olhando, só você me tem, por enquanto, então aproveita.

Marcelo puxou a toalha com força, revelando o corpo dela por completo, e a tomou nos braços com a fome de quem segurou demais. Ela montou por cima dele com urgência, encaixando-se com um gemido rasgado, como se estivesse faminta.

Ele a segurava forte pelas coxas, deixando marcas em sua pele, subindo pelas ancas firmes enquanto ela cavalgava sem pudor, sem vergonha, os quadris batendo forte, barulhentos, abafando qualquer dúvida que restasse entre eles.

— Sua safada... — ele rosnou entre dentes cerrados, a voz rouca — Minha cavala gostosa... Minha loira puta e deliciosa...

As palavras sujas incendiaram ainda mais Lara, que se jogou sobre ele, agarrando-o pelos ombros, gemendo contra sua boca.

O clímax veio rápido, inevitável. O corpo dela estremeceu em ondas violentas, os músculos contraindo sem controle enquanto Marcelo gemia forte sob ela, liberando tudo com força, preenchendo-a até não aguentar mais.

A respiração dos dois ficou descompassada, os corpos grudados, suados, misturados.

Ali, naquela cama, naquela noite, não havia mais dúvidas sobre quem Lara era, e Marcelo adorava isto.

Gostou até aqui? Então continue… o melhor ainda está por vir. Eu garanto!

O conto completo está disponível gratuitamente pelo Kindle Unlimited no link abaixo:

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Comentários

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Que delícia!! Esse conto promete....o que virá...será que o Ronaldo só observou a Lara de vestido florido??

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Muito bom esse despertar da Lara. Promete. Gostei da narrativa, e dessa falta de pressa em chegar as cenas de sexo propriamente ditas, que a história continue assim.

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UM conto delicioso em um clima de total sensualidade. Valei cada palavra lida!!! O único problema é que nós, leitores ficamos aqui só na imaginação. . . A Lara deve ser deliciosa!

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