Eu amo meu marido #16 (Bryce)

Um conto erótico de Bryce
Categoria: Gay
Contém 5133 palavras
Data: 21/04/2025 10:05:58

16 (Bryce)

Eu amo esses caras.

E eu morro de insegurança. O interesse neles veio quando conheci Conrado, ele é muito gato, tipo de macho que te come com os olhos, que não fica constrangido em te paquerar na frente de qualquer pessoa, ele ficava me perguntando se eu ia deixar o peito dele bonito, ele tirava a bata do hospital e me perguntava se o peito dele era bonito, e mandava eu passar a mão naquela pela lisinha e sem marca nenhuma, eu queria fazer o melhor possível, ele diz que é onde o marido costuma encher ele de esperma, que depois eles ficam brincando de esfregar o corpo um do outro e sentir a pele deles se nutrindo daquele leite. Eu morria de vergonha diante de Dr. Felipe e Dr. Otto, Dr. Jarbas mandava ele se comportar. Mas ele não se comportava.

Ele me perguntava se eu tinha namorado, eu disse que não, ele disse que eu deveria ser o namorado do marido dele e dele, disse que eles eram ótimos namorados e ótimos amantes. Eu tentava evitar mas ia sempre para algum banheiro bater uma bronha rápida e urgente, segurando qualquer tipo de som, gozava, gozava de verdade, olhos revirando, mãos tremendo, pele arrepiada suando, gozava e me sentia um merda por estar me deixando envolver por um conquistador barato que não escondia um segundo que era infiel ao marido.

Até que eu conheci o marido, foi bater o olho e sentir a vontade de arriar as calças e colocar as mãos na parede, pedir pra ele me comer forte, se um é um loiro de olhos verdes e cara de cafajeste, o outro é um morenaço com carinha de bom moço e um restinho de sotaque, uma fala mais apressada e quase sem vogais, ele jura ter perdido o sotaque integralmente, estava organizando uma suruba pra relaxar da tensão pre-cirúrgica de Conrado que o incentivava a trepar o máximo possível com o máximo de gente que ele pudesse. Tive de repensar o que é fidelidade, eles são um do outro, mas não negam o direito de sentir tesão por outros e outras e de usar esse tesão com quem quer que seja, a fidelidade deles está no coração, no convívio, na vontade de continuarem juntos de não guardarem segredos, de serem honestos um com o outro, consigo mesmos e com o compromisso que mantinham.

Fui convidado para ir e fui, nunca havia feito nada nem parecido com isso, eu disse sim, depois me arrependi, sim eu queria muito que Daniel me comesse, mas ele é um homem casado, fui falar com Conrado e ele me ouviu com um olhar condescendente, ao terminar de falar que era melhor ele parar de ficar flertando comigo e propondo coisas e Daniel era muito lindo, e eu não podia, era infidelidade, ele pediu para eu esperar, ligou para o marido e disse que queria ganhar um boquete de um cara, e eu ouvindo pelo viva voz, perguntou se tudo bem, Daniel pergunta se havia algo de errado acontecendo (eu tinha razão), Daniel quer saber se ele quer conversar, sabe que o negócio era só meter dentro até gizar e mandar o vídeo depois para ele, quando acabar (eu estava sem razão).

Eles riam, Conrado falou meu nome, Daniel disse que eu era muito bonito, se fosse gostoso o tanto que era bonito, seu pau iria precisar dormir coladinho à minha bunda toda noite, Conrado o chamou de velho afoito, Daniel perguntou se eu estava por perto, ele mandou eu dar um oi, Daniel mandou a gente atender uma ligação de vídeo, queria ver um beijo nosso, queria me ver chupar seu marido e limpar a boca no jaleco. Que puto, que voz... Aahhh, as vozes... A voz de Daniel é grossa, tipo tenor, tipo cantor de jazz, uma coisa máscula e poderosa, a de Conrado é melodiosa, macia, bem parecida com a voz de alguém que narra histórias eróticas em audiobooks. Daniel me desejou boa noite e disse que eu ia colocar na boca a pica mais gostosa que ele já provou, que o transformou, que o mantém apaixonado há cinco anos, um olha para o outro e dizem que se amam, é comovente, intenso, lindo.

Desligam a chamada, Conrado me pergunta se estou pronto para a suruba, eu digo que não, mas vou, ele ri, pergunta se gosto de boceta, eu digo que não, mas também vou, ele ri, ele me acha engraçado, pergunta se quero lhe dar boa noite e ir descansar, não, eu queria ficar calmo, Conrado diz que eu ainda não sei mas estamos namorando, que eu não preciso fazer nada, temos muito tempo pela frente e me pede a mão, eu seguro sua mão, ele beija as costas de minha mão, depois a palma, me puxa, e estamos a um palmo um do outro, ele me sorri e eu estou bem doido, estou beijando a boca de meu paciente, ele suspira e diz que sou um presente, um prêmio por ser um bom marido para Daniel, eu o beijo novamente, me sinto seguro, ele pergunta se quero chavear a porta, quero.

Ele me beija e eu estou segurando seu pau, eu o ponho na boca meia bomba, eu sou meio besta, não gosto de chupar pau mole, mas aquele pau é lindo, o tamanho certo, grande sem ser exagerado, ele diz que um dia eu haveria de engolir até meus lábios encostarem em seus pentelhos, manda eu chupar seus ovos, eu tento engolir os dois, eu queria chupar a pessoa dele por aquele tubo, eu estava hipnotizado, a cabeça rosinha de sua pica, ele pergunta qual a cor da minha rola, eu mostro, branco de cabeça pálida como meu tom de pele, ele diz que o troço de Daniel é vermelho, diz que eu vou adorar ficar de quatro e ser comido na boca e na cuceta, é a primeira vez que um homem quer chamar meu cu de arrombado e eu me sinto seguro e até vaidoso disso, diz que vai meter no meu rabo junto com o marido, diz que tenho de o ajudar a mandar Daniel para Europa com Noah, tudo isso que ele falava ele dizia pegando na minha nuca e pinçando meu nariz. Respirar? talvez ele ache que seja um luxo desnecessário.

“Ele precisa descansar um pouco, estou no meio de um mar de gente pra cuidar de mim, inclusive você, e vocês estão bem fissurados um no outro, eu quero que ele veja intimidade entre você e eu, eu quero que ele te veja como nosso namorado, não como nossa putinha, se bem que sendo nosso namorado você vai ser nossa putinha, o contrário não. Que boquinha gostosa, você vai chupar meu cu sem deixar, tá bom, que delícia, isso, você gosta de foder macho, putinho, eu sei que gosta, vai acontecer quando eu deixar, você é lindo, sabia?, vem cá dar outro beijo em seu macho, como beija bem... Bryce, quero que você cole em Daniel hoje a noite, faça tudo o que ele quiser, deixe que ele te proteja, cuide de você, pode ser difícil, mas ele fez isso comigo quando começamos, eu sou todo dele, eu quero que ele te ame, porque se algo me acontecer eu quero que exista alguém no mundo que o ama.”

Ele me solta isso e eu ali recebendo uma quantidade de esperma no fundo de minha boca que eu não sei como é aquilo, eu adorei o sabor salgado e amargo que ele tinha, eu tossia e involuntariamente me limpei no jaleco, ele se sentiu realizado, me chamou para um beijo, disse que esperava que eu fosse um cara bom pra cabeça, para o coração, porque seu pau estava apaixonado e eu não podia decepcioná-lo. Ga-mei.

Daniel foi outra coisa, perguntou se dei a mamadinha em Conrado, perguntou se ele gostou, como ele reagiu, o que falou, como agiu, depois quando estava satisfeito por eu ter “feito meu trabalho” corretamente, me beijou e disse que era muito bom fazer uma aposta alta e ganhar, disse que por enquanto eu era a melhor notícia do último ano, e os últimos meses teve muita coisa boa. Eu sorri, ele disse que ia me colocar debaixo de seu monitoramento, disse que eu não devia fazer absolutamente nada que eu não quisesse fazer de verdade, e que devia desobedecer a ordens dele se eu não me sentisse a vontade, mandou eu ficar livre e fazer o que quisesse, mas no final da noite eu ia ter de ficar de quatro dando meu cu pra ele pra depois dormir de conchinha com a bunda queimando de tanto foder, eu disse “sim, senhor”, ele riu, gargalhou, disse que ser seu escravo era fantasia de uma noite, eu era seu namoradinho, e devia me comportar como tal, juro que quase podia flutuar, queria muito poder andar de mão dada, tomar um sorvete, mas eu estava indo para uma suruba, ia foder sem julgamento para no fim cansado dar para Daniel e dormir de conchinha.

E foi como aconteceu, e foi mais, ele gozou em meu rabo e ficou quietinho, no chão comigo, dizendo em meu ouvido que era para eu dormir porque eu era desejado, quando eu já estava dormindo ele me acordou para ir para um quarto, tomamos banho com Xica e eu dormi abraçado a uma parte de seu corpo, meu pau em sua coxa, minha mão no bico do peito dela, o cheiro do corpo dele, a tensão de seus músculos, aquela maciez do peito dela. Tesão enorme, mas eu capotei.

Viver com Conrado era maravilhoso, eu me sentia amado, amado com minhas bichices, com minha insegurança, com meu medo de ser descartado. Daniel volta com barco para ele, Xica presente – Danilo não criou uma história falsa, ao contrário, era tudo plausível, e eu disse sim, eu estaria por perto, era um estágio de ir embora, e eu queria ir embora, mas não estava preparado ainda. Israel me ajudou a encontrar-me como pessoa, como homem dentro da confusão que é gostar de outro cara, esconde de todo mundo, esconde da família, afronta todo mundo, esconde de si mesmo... vivi tantas situações detestáveis homens comprometidos com mulheres, homens em conflito com a religião, homens com vergonha do que fazem, todos homens covardes, Israel se julgava covarde, tinha medo de ser abandonado pela pouca família que tinha, Felipe, o medo de perder Felipe...

Ao menos, no caso de Israel, era um medo nobre, medo de decepcionar quem nos ama, meus pais e irmãos, não aceitavam a minha homossexualidade, eles não me aceitavam, era diferente, eles sempre me amaram de forma incondicional, amavam meu caráter, meu humor, minha dedicação ao trabalho, as horas que passamos juntos, eles me amam tanto que é difícil a acreditar que eu me submetesse a raspas e restos de amor. Eu não me aceitava, eu ouvia coisas, eu via coisas, e não fosse eu branco com sotaque de um país rico e “civilizado”, não fosse eu uma pessoa que está em um carro desnecessariamente caro e novo, ostentando roupas e acessórios que marcam um poder financeiro privilegiado, eu seria sim muito discriminado e ofendido, eu sinto medo, eu também não me aceitava.

Falar de aceitação com Israel me moldou, nós nos moldamos juntos, e ele se tornou meu melhor amigo. Quando ele foi deixado para trás eu podia qualquer coisa menos não estar do lado dele, não podia deixar que ele esquecesse que não estava só, que eu era seu irmão de trajetória, que não ia deixar ele de lado, que iria ficar ao lado dele, foi no período em que Xica estava apaixonada pela amizade com Camila, pela bunda da ex de seu atual e pelo sexo com mulheres, competindo com Estela e repensando o mundo.

Mas eu não queria ser a peça que pode ficar no lugar vago, a reprodução de uma obra de arte porque a gente não tem como bancar, eu queria ser algo precioso e não bijuteria. Quando vieram me perguntar porque deixei Xica subir na cama que era minha e ocupar o espaço que era meu, que me disseram que ficaram tristes com a minha decisão de deixar dois homens “feios” para ficar com os bonitões da casa, que eu simplesmente parecia evoluir e... Falei da vontade deles de ficar em trio com uma mulher. “O que foi que eu quis fazer com você e não fiz, que eu quis dizer e não disse, que eu pensei de um jeito e fiz de outro?”, Conrado me detonava com uma coisa que lhe machucava e fui eu quem pus ali, Daniel me beijou e eu não senti só borboletas no estômago, cavalos corriam em cada veia e artéria de meu corpo, todas as aves do mundo gritavam em meu ouvido e juízo, “Eu não dou segunda chance a ninguém, ou já teria dado a Priscila, mas eu quero dar uma segunda chance a mim mesmo com você ao meu lado, você quer?”, se eu quero, Daniel? Se eu quero?

Me ajoelhei aos pés dos dois e baixei aquelas roupas, eu queria pica em mim, eu olhei sem medo algum para aqueles homens que para mim são os mais perfeitos do mundo, eu pedi caralho, pedi pica, pedi o amor deles porque eu estava completamente entregue a esse amor que era bem maior que eu, e eu não tinha medo de morrer esmagado por esse sentimento, esse tempo longe deles eu apanhei desse sentimento, que me mandava me arrastar e voltar, mas meu orgulho morreu, eu estava de joelhos e segurando os paus dos homens mais importantes de minha vida e eu pedia amor novamente.

Daniel deu na minha cara e depois me beijou, disse que me amava me chamando de merdinha, cuspiu em mim e mandou eu chupar direito, Conrado me puxou para o sofá da borda da piscina, me chamando de gostoso, que beijo é aquele, ele me disse que gostou de mim quando me viu pela primeira vez, mas disse que esse afastamento entre nós me lapidou, eu voltei mostrando meu brilho. Eu queria ele, queria tudo, cada beijo, cada tapa, cada vez que me pegaram pela garganta e pelo topo da cabeça para foder minha garganta, Daniel conta que finalmente estão casados entre si, diz que sou a comemoração desse amor, o presente deles, ele manda eu abrir a boca, aperta meu pescoço com as duas mãos, cospe duas vezes em minha boca e depois me beija, eu preciso respirar, mas ele me beija sem ar, eu preciso respirar e no meio daquele beijo sufocante ele deixa o ar voltar, eu não preciso mais só de ar, eu preciso dele, baixo minha calça, estava mostrando meu amor a céu aberto para os anjos verem lá do céu e nos abençoarem. Santo desejo, santo amor.

Daniel beijando minha boca, Conrado beijando meu cu, “Ah, meu amor, papai estava com saudade de beijar essa buceta, sentiu saudade da língua de papai nessa cucetinha? Tá tão fechadinho, parece um botão de rosa, vou te foder até desabrochar...”, eu estava naquele momento numa espécie de transe religioso, sentia cada pedaço de meu corpo em agradecimento, eu ainda me mantenho grato por tanta felicidade, Daniel me viu chorar, confessei estar na mais perfeita harmonia com o corpo, com a mente, com o coração e com a minha alma, eu estava rezando para Deus manter essa benção, eu já sabia o que era a felicidade, Dan me beijou mais uma vez, Conrado disse estar com preguiça de ir buscar lubrificante, mandou eu mamar ele a babar bastante para enfiar rasgando, eu não obedeci, só o beijei e disse que meu cuzinho era dele, que ele não estragasse seus brinquedos, ele me olhou com um sorriso de orelha a orelha e vou com manteiga que estava em cima da mesa, Dan disse que em pouco tempo os funcionários iriam chegar (oito da manhã), só sabe o que é ter um macho no cu e outro na boca quem teve essa sorte, eles estavam com um desejo que impedia cuidado, me machucaram e eu estava adorando, pedia tapa, pedia pra ser forte e bruto, queria ficar marcado, demorou o tempo que tinha de ser, não sei dizer se muito ou pouco, mas senti o esperma de Dan em todo meu rosto, Conrado se descontrolou e gozou fundo dentro de mim, quando senti o primeiro jato de porra pintando meu cu por dentro, gozei, gozei esfolando meu pau na mão, quase desmaiamos de cansaço, Daniel esfregou a calça dele onde minha porra bateu e nos levou para o banheiro da área de piscina, tomaram banho enquanto eu esperava sentado na privada. Depois Conrado me deu banho, Dan vestiu um roupão e saiu, voltou com um roupão extra e disse que os funcionários haviam chegado.

Saí para ser recepcionado por olhares que diziam que sabiam que eu dei para dois, mas não senti vergonha, todos me olhavam com cara de respeito, cumplicidade, talvez aprovação, a senhora que cozinha pra gente perguntou se eu ia almoçar em casa e perguntou o que eu queria de almoçar com e jantar a semana inteira, só ia comer o que mais gosto porque “Dr. Daniel te recuperou e a casa tá de festa por cês três”. Eu o beijei e depois fiz Conrado o beijar, beijei Conrado, beijinhos bobinhos sem língua nem malícia, só pra deixar claro que eu também estava em festa com o restante da casa. Deixei a senhora decidir o que quisesse, mas que ela exagerasse no coentro porque ela e eu adoramos, que abraço gostoso. Acho que é por isso que Daniel não procura trabalho fora de casa, dá trabalho acolher a todos nós, cuidar de duas casas e alimentar todo mundo e manter contas pagas, tudo funcionando, armários abastecidos, roupas limpas, passadas e postas nos lugares certos. Ele é o coração da casa.

Foi bom, e eu sou grato. E Xica ronda minha imaginação, e Daniel falou de uma cama de viúvo em nosso quarto se ela quiser realmente nós, mas vai ter de querer três, porque sou parte fundamental. Conrado anda pela marina segurando minha mão sem necessidade alguma disso, só para afirmar num ambiente meio violento e muito masculino que eu tenho um companheiro, ele odeia quando falo assim, ele diz que só os namorados e está cagando para a opinião de outras pessoas que não importam. Eu me sinto amedrontado pelas histórias de violência que amigos meus passaram, pelos relatos que li, ouvi, assisti, sinto pânico, mas me senti forte e corajoso naquela passarela suspensa sobre a água até o barco.

Gabriel dava instruções, dizia que assim que desatracarmos somos a tripulação e quem manda é ele, as ordens são dele, e ninguém pode descuidar disso e da própria segurança, Diogo levanta o braço, pergunta se pode comer o capitão, tentamos conter a gargalhada, Israel me observa curioso, Gabriel diz que sim, desde que seja um bom garoto, rimos, a fome começava a bater, Celso diz ara esperarmos, ele atende o telefone fora do barco, depois de dois minutos diz que o pai estava mal e ia ficar, ia encontrar com a mãe no hospital, Túlio quer ficar, mas a sogra vista dele, o sogro pode morrer se souber que ele estava por perto. Zarpamos.

As dinâmicas no barco são outras: Daniel, Noah, Ricardo e Túlio na cozinha (teve de ser macarrão a nossa primeira refeição no mar), Bruno, Diogo, Gabriel e Conrado ficaram com a parte de navegação, comunicação e manutenção de águas, todos os outros ficamos com limpeza e procurar algo para fazer nas horas de isolamento, no fim ninguém ficava sobrecarregado, Corado falando com Felipe e Jarbas sobre como era empolgante pilotar e que queria aprender para tirar licença, já falava de irmos para o Canadá no fim do ano para conhecer meus pais, navegamos até lá, e os outros dois comprando a ideia, Jarbas pergunta quase gritando depois do almoço a Diogo se ele estava mesmo voltando pra casa, ele diz que sim, que iria sim, iria com Gabriel e isso não era mais dúvida, Gabriel disse que no barco era preciso ele fingir que acarava suas ordens, e informa a Diogo que estava pensando em morar uma temporada em terra firme, pergunta o que Diogo achava, “parece uma ótima ideia, chefe”.

Bruno ainda apaixonado, Ricardo diz que se fosse sua namorada não ficaria mesmo com ele, marinheiros são hoje e desaparecem no dia seguinte, ele devia lhe propor casamento, filhos, uma vida estável, talvez ela esteja cansada de esperar a pessoa certa na hora certa e esteja procurando estabilidade e segurança. Ele parou e olhou pra ele sério, o clima de silêncio e espera em todo mundo, seria a primeira briga? Ele diz que vai ligar pra ela e dizer que andou pensando, e que ninguém podia dizer que foi um veado e não ele a falar sobre isso. Deu certo, ele voltou comemorando e disse que ia ficar de olho nas bússolas, o que ele queria era bater uma em privacidade falando putaria com a noiva. Ricardo ganhou um beijo de Diogo, perguntou sério se estavam namorando, Diogo disse que sim, Ricardo lhe abraçou.

Não houve sexo ou putaria naquela tarde, pescamos, só veio dois peixes mirrados, Ricardo os limpou, jogou suas vísceras e nelas pescamos outro peixe maior, agora dava pra fazer um churrasco de peixe, cerveja e peixe e o vento feio e a cidade distante na linha do horizonte, a noite caindo, sentamos em um canto, Ricardo, Israel e eu, Israel senta no meu colo de pernas abertas de frente pra mim, estava meio bêbado e eu disse que não comia cu de bêbado, ele ri, diz que não queria foder, só me beijar, Ricardo levanta rapidinho e nos deixa a sós, estranhamos mas nem damos bola, Otto senta do meu lado e beija nós dois, adoro a companhia de Otto, é a melhor pessoa para conversar sobre medicina, tipo um mentor pra mim, ele me chama sempre de “meu garoto”, “como tá a força de meu garoto?”, eu sou o mais novo deles e amo o jeito meio paternalista como sou tratado boa parte do tempo, Túlio respira fundo e pergunta a Israel como é que faz para sentar no colo de algum gostoso, ele também estava meio bêbado, desconfio que todos nós estivéssemos, fiquei com certeza quando Jarbas passou para tirar as garrafinhas de nossas mãos e disse que para nós era fim de festa, Otto recebeu Túlio em seu colo, eles se beijaram, Túlio pergunta a Israel se entre eles dois estava tudo bem. Israel diz que sim com a cabeça, Túlio diz que não ia falar mal dos ausentes mas deixa claro que poderia ter sido tão próximo dele e de Felipe quanto Conrado e Jarbas são um do outro, mas... “Eu vou passar a vida te convidando? você vai voltar pra casa?”, eles se beijaram depois que Túlio disse sim.

Eu não sei o quanto visto de Túlio, mas não gosto de Celso, acho um cara bacana e tudo mais, mas não sei acho ele bem encostado em quem possa bancar, e nada contra, é um preconceito meu, não é um defeito dele, é um defeito meu. De toda forma voltamos para o cais, Ricardo queria ver o restaurante, estava angustiado e Bruno queria reencontrar com Érica, ok, voltamos fechamos a embarcação e fomos tomar banho, arrumar a cozinha, por um filme e abrir uns tabuleiros de jogos, vícios que vamos adquirindo com a convivência.

Antes de amanhecer o capitão nos levou para um ponto ainda mais distante, Ricardo estava ajudando Celso, o pai dele estava internado e ia ter de passar por uma cirurgia que não guardava esperanças, mas naquela manhã a gente não sabia disso, nadamos nus em alto mar, pescamos, lemos, meditamos, tiramos fotos, não sabíamos que Camila estava recolhendo suas coisas e indo morar na casa de Xica com ela, parece que as minhas preces naquele manhã foram atendidas, naquela manhã o mudo ao nosso redor resolveu nos manter em paz, não se falava de medicina, hospital, administração ou trabalho, só quem trabalhava era Gabriel, que não se separava dos lábios de Diogo, estavam realmente decididos a se apaixonarem, a construir um relacionamento, o amor vem depois.

Depois do almoço bateu um cansaço, cada um procurou um lugar na sombra pra dormir, e eu dormi no tapete da sala com Otto e Túlio, começamos a jogar dominó e o sono foi batendo, tanto melhor, Túlio nos humilhava, acordei com Daniel me observando, ele sorria, mostrou algumas fotos que tirou de três homens abraçados no chão eu de barriga pra cima abraçado pelos dois lados por meus amigos, ouvi Túlio falando de solidão, estava feliz por poder voltar pra casa conosco.

Eles acordaram quando me sentei eram quase quatro da tarde, havia sido um fim de semana incrível, e sem sexo, o que tornava tudo ainda melhor, não era só no sexo que a gente baseava nossa vida, as outras coisas eram tão boas quanto. Daniel me chama para nosso quarto, detesto nosso quarto, cama de casal, ficamos meio espremidos, fomos. Conrado dormia ocupando a cama inteira, cós as duas mãos embaixo do rosto como um anjinho, nu e gostoso, fiquei com o pau se debatendo na roupa, Daniel perguntou se eu queria ajudar ele a comer Conrado, eu o olhei com espanto, ainda era raro meter a pica no cu de um dos dois, aconteceu uma vez só comigo, Conrado acordou e se espreguiçou sorrindo, seu corpo com os músculos se esticando sob força, lindo demais, o sorriso dele é perturbador, calmo e diabólico...

Conrado pergunta se Daniel falou comigo, Dan coça a nuca admitindo que não, Conrado fica de quatro depôs ajoelha na cama, pergunta se está a ficando louco ou se parecia que entre nós era amor, de minha parte era, era sim, ele me pergunta se eu queria namorar com eles, assumir isso para meus ais e meus irmãos, apresentar os dois e me tornar depois o outro marido deles, Daniel segura meu pau com a mão cheia, aperta e diz que está implorando pelo meu sim, SIM, eu estava feliz demais, Conrado me beija e me pergunta se eu queria comer os dois, se eu dava conta de arrombar os dois, caralho, caralho, é caro que eu ia fazer o meu melhor.

Só não consegui ser criativo, deitei no centro da cama e mandei Daniel sentar no meu cacete, eu queria me apaixonar com beijos no cu de Conrado, bunda linda, buraquinho lisinho e lindo, rosadinho como a cabeça do pau dele, aliás eu não sei qual dos dois tem um cuzinho mais lindo e gostoso, eu também não vou mentir que fui um comedor britadeira, fodia lento, fodia calmo, fazia todo tipo de tuque pra durar, queria que eles gozassem antes, e gozaram antes, sujando meu peito e barriga, eu gozei dentro de Conrado que de toda forma juntou minha porra com as dele, ele me deu uma camiseta e eu limpei como deu e fui para o chuveiro. Depois Dan e depois meu arrombadinho, eu adorei limpar o cu fodido e gozado de Conrado antes de ele tomar banho. Uchôa estava puto quando saímos do banho, recebeu uma bomba, seu filho mais novo pediu para ele não lhe mandar mais presente de aniversário porque não o considerava mais pai. Pesado. Felipe estava puto, mas não dizia nada, era seu sobrinho, mas era acima de tudo o filho de Uchôa. Morgou a alegria, acabou a festa. Gabriel disse que podíamos jantar e discutir a viagem até Toronto... Jarbas foi tão direto que beirou a grosseria, ele perguntou a Uchôa se estávamos juntos, nós todos.

O barbudo disse que sim, estranhando a pergunta, então veio a segunda, “Como você quer que podemos com o assunto? Até onde você se sente confortável com a nossa interferência? Quem você acredita que pode lidar com isso, todos nós, só Felipe e você, só você? Eu me sinto muito incomodado com o que te incomoda, mas você quer falar sobre isso?”, na verdade foram várias perguntas, e ele não tinha resposta, nem a gente e a gente teve de parar e conversar sobre isso, a parte do rateio das despesas da casa eram bem estabelecidas, mas aí passou para um plano maior, se todo mundo fode com todo mundo e ao que tudo indica somos poliamorosos e flertamos com relacionamentos abertos, o quanto isso é bom para a gente, como podemos interferir na vida íntima e familiar de cada um, a mesma regra que vale para mim, vale para os outros?

Foi uma discussão que sabíamos que era interminável e que ia ter de nós acompanhar pra sempre, conversas para dar sustentação e significado. Todo casal tem DR, mas no nosso caso somos quatro trios ou é uma coisa maior, como funciona? Em algum ponto Túlio saiu e foi atender o telefone, e quase junto foi a vez de Diogo. Túlio disse na volta que o pai de Celso havia morrido, que o cara estava mal, queria acabar o relacionamento, ou melhor, queria ficar só com Túlio, ou na putaria com Túlio, mas ia voltar a morar com a mãe, as coisas estavam rápidas demais e ele estava assustado, sexo é uma coisa, mas queria ficar só na dele, entender-se e depois pensar em outra pessoa, Túlio não ficou triste nem nada, só disse que tudo bem, podiam sair de vez em quando sim, depois conversariam pessoalmente em uma sorveteria qualquer. Diogo chegou com um assunto diferente, disse que Ricardo gostou muito da experiência, mas não ia perder tempo com isso, nem nos fazer perder tempo com isso, era monogâmico, até entendia infidelidade, swing, mas poliamor era demais para ele, Diogo perguntou se a amizade continuava, ele disse que sim, menos de sexta a domingo, rimos muito dessa resposta.

Bem... Teorizamos, falamos um monte, e depois o capitão pergunta se todos poderiam ir dormir, noutra hora a assembleia continua a debater nossa constituição, por hora era hora de dormir.

Eu estava a fim de sexo mas estava cansado demais, Daniel chegou todo carinhoso, mas eu estava cansado, Conrado não estava tão a fim, mas não estava tão cansado. Acabamos fazendo um anel de chupação, eu mamando Conrado, que fazia o mesmo em Daniel que me pagava boquete. Ok, isso eu aguentava fazer, não tinha de tomar banho depois, eu fui logo abraçar Conrado e peguei o braço de Daniel e passei por baixo do meu pegando no meu mamilo, ele pergunta se naquela noite eu podia ficar no lugar dele, estava muito carente e precisava desse lugar de mais acolhimento, achei aquilo tão lindo, fiquei de pau duro e foi assim que dormi: com meu pau roçando a bunda dele.

Sabe, eu amo esses caras.

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