- Toma, Gui. Põe na cintura. Aperta pra falar, depois tu solta, se ligou?
- Já é, Sardinha. Valeu. – fiz conforme o ordenado.
- E fica na atividade, cuzão. Ninguém dorme no meu plantão, não. Nem inventa de encher a cara no boteco, escutou? Aqui é geral ligado no trabalho, moleque. – Sardinha ajeitou o radinho na minha cintura e deu um tapa de mão firme no meu ombro.
- Pode deixar, chefe. Tô acordado, não vou pregar o olho. – garanti.
- Quero ver. Daqui a pouco vai chegar outro moleque que nem tu.
- Outro radinho?
- É. Situação parecida com a tua, ele também não tem onde ficar. Mas vai dar tudo certo, fé em Deus.
- Ah...
Eu devia ter 19 pra 20 anos quando a vida saiu dos trilhos pela primeira vez. Minha avó, que foi quem me criou, tinha acabado de falecer, eu me sentia perdido no mundo e não tinha a quem recorrer. Cresci na favela, não gostava nem um pouco do Sardinha e todo mundo ali sabia como ele era um sujeito cruel, os próprios moradores não simpatizavam com o dito cujo. Só que eu fiquei sozinho, sem a menor perspectiva e sem ter onde morar, e foi nesse momento de fragilidade que o líder do tráfico resolveu me dar uma oportunidade: a de me aliciar.
- Logo menos o Nareba tá aí contigo. Tamo junto, Gui. – Sardinha subiu na moto, jogou o calcanhar no descanso e roncou o motor.
- Valeu.
O dono do morro era um cara baixinho, magrelo, da pele clara e com várias tatuagens no rosto. O que mais chamava a atenção em seu físico eram as costelas proeminentes no tórax esguio, por isso o vulgo de Sardinha. Ele usava o cabelo castanho penteado pra trás e emplastrado de gel, tinha as sobrancelhas em formato curvo e só andava armado na comunidade, sempre acelerado na Kawasaki Ninja verde e cromada. Foi esse puto que me botou de olheiro no pé do morro, me ensinou a usar o radinho e eu fiquei em estado de alerta total para informar sobre qualquer movimentação suspeita na entrada da favela, isso às 1h30 da manhã de uma terça-feira.
Tudo bem que esse período não durou muito tempo na minha vida, mas ainda assim foi o suficiente pra marcar na memória. Eu ficava de 20h às 5h no plantão de olheiro, passava a madrugada lutando contra o sono e circulando na entrada da ruela no início do Chapadão. A rua principal costumava ter movimento até altas horas, quase sempre tinha gente chegando de algum lugar, entregadores em suas motos e trailers de lanches funcionando, sendo que minha única função era avisar no radinho sobre presença policial ou suspeita. Entre outras palavras, eu tinha que estar o tempo todo “na atividade”, sem cochilar, então evitava ficar parado e preferia andar.
Sardinha pagava R$50 por plantão, eu fazia o máximo pra não gastar com bobeira, mas às vezes era inevitável comprar um X-Tudão com Guaravita pra forrar o estômago quando a fome apertava na madruga. Quando não tava de olheiro na rua, eu passava o dia lendo e tentando estudar no quartinho onde o chefe do tráfico me deixou “morar”, se é que é possível morar num cubículo de meio metro quadrado.
O quarto ficava na parte isolada de uma outra casa antiga, nos fundos, e dava pra ver que ninguém vivia ali há tempos. Paredes desbotadas em azul claro, chão de taco solto e só tinha espaço pra um beliche velho, uma escrivaninha de ferro e uma cadeira giratória, onde eu colocava o ventiladorzinho capenga. Pra você ter ideia, nem janela cabia na parede, de tão minúsculo o cômodo. Mas como eu não tinha onde ficar, é claro que nunca reclamei. Pelo menos não pro Sardinha, porque eu reclamava sozinho, mentalmente, desabafava à beça comigo mesmo.
Pra tomar banho e fazer as necessidades, eu podia usar o banheirinho remoto que ficava nos fundos do quintal, mas as condições também não eram nada boas. Detalhe: só água fria, nada de ducha quente ali, até porque nem fiação o chuveiro possuía. Minha meta era juntar dinheiro pra arranjar lugar melhor e sair de vez do Chapadão, mas como?
Lá pela minha segunda semana de olheiro na subida do morro, tô eu de pé na entrada do beco principal quando me vêm dois sujeitos numa moto e param na minha frente. Senti o calafrio da adrenalina subir pela minha espinha, pensei que algo de ruim tava pra acontecer e meu corpo entrou em estágio de atenção, até que o homem da garupa desceu, tirou o capacete e me encarou dos pés à cabeça.
- Fala, cumpadi. Tu que é o tal do “Guilerme”, é?
- Depende. Quem quer saber? – hesitei.
- O chefe mandou te encontrar aqui. – ele esticou a mão enorme pra mim. – Nareba.
- Ah, tô ligado. Gui. – me apresentei.
- É pra nós ficar daqui, certo?
- É a missão. Sardinha pediu dois olheiros em cada entrada do morro.
- Tendi. Então nós vai ser parceiro, Guilerme. Tamo junto. – seu jeito de chamar meu nome sem usar o “H” me deixou curioso.
Nareba era um cara mais alto que eu, moreno da pele chocolate e a cabeça careca. Aparência de novinho, papo de 23, 24 anos, o nariz bem largo, sobrancelhas um tanto quanto arqueadas, grossas, e olhos castanhos enormes no rosto sisudo. Seu queixo se destacava na face e tinha covinha, daqueles com furinho no meio. Ele cultivava a mancha da barba cinzenta por toda a mandíbula, usava brinquinho de argola em apenas uma das orelhas e tinha o corpo durinho, torneado e meio parrudo, com o peitoral chapado na camiseta regata e os brações de fora, um deles todo tatuado.
Mesmo sem Nareba levantar os braços, deu pra ver os pelos nos sovacos, ambos chorando pra tomar ar fresco. Chinelões Havaianas menores que os pés pesados, mochila nas costas, short curto de linho e as pernas peludas à mostra, num ângulo tão cativante que não tive como não olhar e olhar outra vez. E as panturrilhas? Adoro quando o homem tem as batatas das pernas grossinhas, porque dá a impressão de que o cara pisa gostoso, pisa fofo. Sei lá, é diferente de quanto o sujeito é magrelo e mal tem panturrilhas, concorda? Dá um efeito visual, uma sensação de que o maluco é taludo, corpulento, tem “sustância”.
- Vai um incentivo aí? – o moreno tirou a garrafinha de vodca da lateral da mochila e me ofereceu.
- Vou nada, valeu. Sardinha não gosta que beba no plantão. – expliquei.
- Duvido, irmão, ele vai ter que aturar. Dá pra trampar numa parada dessa sem cachaça, não. Como tu consegue passar a noite acordado e sóbrio, Guilerme?
- Força do hábito, já acostumei. Não era melhor você ter deixado a mochila em casa?
- É que eu cheguei hoje, mano, nem sei onde é a casa. Patrão falou que vou dividir quarto contigo.
- Dividir? E é possível dividir um quartinho apertado daquele? – eu não acreditei que o Sardinha teve coragem de socar duas pessoas no mesmo cubículo.
- Apertadinho que é bom. Apertadinho que eu gosto, tá ótimo. Qualquer coisa eu durmo por cima de tu, tem terror nenhum. Heheheh!
- Até parece! Sai fora, cabra. Tá me estranhando? Hahahah! – levei na esportiva.
- Sacanagem. Só pra entrosar. – ele coçou o saco, depois apertou o nariz, sentou do meu lado e voltou a beber da garrafinha de vodca.
As sombras e formas no meio do calção deixaram seu volume muito sugestivo e destacado entre as pernas. Tentei não olhar tanto pra não dar mole e ele perceber, mas o Nareba tinha mania de se patolar a todo momento, principalmente durante as zoações que fazia comigo e também nos instantes em que parava o que estava fazendo e se punha a manjar as minas que passavam no beco. O auge era quando ele assobiava, alguma delas olhava, sorria e rendia atenção, aí sim o narigudo danava a apertar, beliscar e dedar o salame de um jeito nervoso, muito inquieto.
- Caralho, Guilerme! Ó aquela ali, tá vendo? É uma dessa que eu apaixono, papo reto. Gosto assim, bundão, bocão. É nas moreninhas que eu me amarro, se ligou? – ele dizia enquanto segurava o piru entre os dedos.
- Sossega o facho, cara. Já pensou se uma delas reclama pro chefe?
- É nada, elas gosta. Sou putão e elas se amarra.
- Você devia tocar o terror lá onde cê morava, hein? – brinquei.
- Pô, tu tá de bobeira. O pai é enjoado. Passei pica em todas as novinhas lá de Parque Santa Rosa, heheheh! – já meio altinho da bebida, Nareba bateu no peitoral e se orgulhou.
- Entendi. É, então você é o bichão mesmo.
- Bicho é isso aqui, ó. – deu outra mascada com a mão na ferramenta, sacudiu pra eu ver e me deixou atento, porque era um formato de cacete que super transparecia no short fino.
O Nareba nasceu em Salvador, mas cresceu com a mãe no Rio de Janeiro e morava numa favelinha lá em Campos dos Goytacazes, no interior do RJ. Só que ele fazia muita merda, aprontava com tudo quanto era mulher casada e pegou a esposa de quem não devia. Resultado: pra não darem cabo dele, os chefes do comando mandaram o sem vergonha pra longe. Era isso ou vala. A mãe teve que implorar de joelhos pros traficantes não queimarem ele nos pneus.
A situação foi tão violenta que os criminosos chegaram a leva-lo pro “micro-ondas”, só não finalizaram o serviço. Sendo assim, a presença do Nareba no plantão comigo era basicamente um exílio forçado, compulsório. A facção lá de onde ele morava era a mesma do Chapadão, portanto os bandidos trocaram o morenão de lugar e puseram ele ali do meu lado pra trabalhar pro tráfico.
Quando o relógio bateu 4h48 da madrugada e o outro rapaz chegou pra ficar de olheiro no meu lugar, eu finalmente levantei do banco, fiquei de pé no meio do beco e estiquei o corpo, fiz tudo estalar ao mesmo tempo. Era pro safado do meu colega ficar ali até o segundo olheiro chegar, mas ele bancou o espertinho, levantou também e veio me acompanhando de mansinho.
- Vem cá, o Sardinha não mandou você só sair quando o outro maluco chegar, Nareba?
- Mandou. Mas ele não vai saber, ninguém precisa saber. Tô cansadão. Tô ligado que tu não vai contar.
- Quem te garante? – fiz cara de desconfiado.
- Eu garanto, mano. Tu é meu fechamento que eu sei. Né não? Fala tu, Guilerme. – ele jogou o antebraço na minha nuca, me abraçou de lado e debruçou o corpo no meu.
- Tua sorte é que eu fui com a tua cara, senão caguetava logo.
- Huhuhu! Tu é dos meus, tô dizendo. – apertou meu ombro e fomos andando em direção ao quartinho.
Mostrei nosso quarto e ele também ficou pra morrer quando viu a falta de espaço ali dentro. A gente teve que se imprensar, Nareba deixou a mochila no chão, perto da minha, e ficou com a cama de cima do beliche, tendo que usar a cadeira giratória pra subir no colchão. Eu tomei banho, deitei na minha cama, depois ele também usou o banheiro e voltou pro quarto, foi aí que me assustei quando vi aquele homem entrar só de toalha no meu campo de visão. Pra piorar a situação, o espaço super apertado tornou nossa aproximação física inevitável. Fiquei de rosto praticamente colado na cintura dele e cheguei a vislumbrar sua pentelhada na hora que o danado foi ajeitar as coisas em cima da cama.
- Tu acredita que eu fiquei animadinho com essa vodca, meu brother? – ele falou.
- Animadinho?
- É, tô meio altinho. Pensei que não ia dar em nada, mas deu. – tirou a toalha do ventre, exibiu o piruzão e o sacudiu.
Seu quadril parrudo e torneado combinava com as descidinhas do oblíquo, com o púbis pentelhudo e também com o triângulo de pelos tomando o peitoral malhado. O cheiro de macho peludo recém saído do banho me acertou em cheio, sobretudo com ele tão pertinho e se posicionando com o corpo contra a luz incandescente do quarto. E o que dizer daquela caceta gorda e pelancuda a um palmo do meu nariz? Pareceu de propósito, mas não foi. Nareba tinha maldade com mulheres, não com homens, portanto não percebeu que me hipnotizou na cama de baixo do beliche.
- Será que tem muita minazinha aqui no Chapadão, Guilerme?
- Que tipo de minazinha você gosta, homem?
- Eu gosto das que dão buceta, não sou seletivo. Heheheh!
- Tem, com certeza. Mas vê se não vai mexer com mulher casada de novo, viu?
- Elas que não têm que mexer comigo, meu amigo. Senão eu taco-lhe piroca, tô nem aí. Não nego fogo. – ele pegou o mastro, arregaçou e deixou a cabeça rosa vazar.
Quanto mais Nareba mexia na rola, mais eu tive que me controlar pra não babar no colchão. Ele atravessou os dedos grossos nos pentelhos enroladinhos, se alisou, os puxou e fez a penca da linguiça subir junto, com saco e tudo. Era um pauzão tão marrom quanto sua pele, largo mesmo, robusto, com o prepúcio ostentando experiência e bastante tempo de uso, e a glande moldada em formato de morangão massudo. Isso porque tava mole, hein? O tipo de caralho que, duro, faz estrago.
- Tá doido pra foder, né? – tive que perguntar.
- Eu vivo pensando em sexo, filhão. Se deixar, bato papo de três punheta por dia. É foda. E não conheço ninguém aqui ainda, se ligou? Vou demorar a entrosar.
O sacão recheado e super volumoso também se destacou no conjunto da obra. Uma ova se mostrou mais lotada que a outra e ficou evidente que Nareba com certeza já havia comido muita pepeca lá onde ele morava, porque aquilo ali era culhão de pai de família, sendo que o sacana não era nem trintão ainda.
- Bagulho é foda. Nem vou ficar falando muito, senão o brinquedo acha que tá na hora de brincar. Teheheh!
- Vai pro banheiro. – sugeri.
- Vou nada, vou é tocar uma aqui em cima mesmo. Boa noite pra tu, Guilerme.
- Boa.
Tentei fechar os olhos e dormir, mas o barulho baixinho e estalado da pele babada batendo me tirou dos eixos. Senti muito tesão na cama inferior do beliche, olhei pro lado e até as Havaianas amareladas dele me excitaram. Não demorou dois minutos e começou um “renk, renk, renk” pecaminoso, foi quando notei os movimentos no colchão acima. Era como se Nareba não estivesse apenas batendo uma punheta gostosa, mas sim movendo o quadril e fodendo a própria mão para simular sexo. Quem é que aguenta dormir assim? Minha mente implodiu, tudo porque imaginei o morenão se despreguiçando, esbugalhando o garotão e esguichando jatos de mingau no teto.
- Mmmm! FFFF! – ele gemeu manhoso e eu pensei em sua leitada farta e quentinha saindo na base das rajadas.
Foi questão de tempo até o cheiro do suor dominar o quartinho e armar uma nuvem de testosterona concentrada nas minhas narinas. Pronto, bastou. Daí pra frente, não dormi mais. Meu pau trincou, o cuzinho mascou o pijama e minha única alternativa foi tocar uma bronha também, nem que fosse pra acompanhar meu colega e gozar. Até pensei em pegar um de seus chinelos e sentir o cheiro do pezão dele, mas achei melhor não sair da cama e gozei ali mesmo, atordoado pela presença quente de um macho que tinha acabado de leitar, de se aliviar.
Não lembro quando peguei no sono, só sei que foi extremamente difícil dormir com o cheiro de cloro masculino que saturou o ar do quarto. Aliás, não apenas dormir: toda a convivência com o Nareba se tornou muito complicada pra mim. Primeiro porque o cara era um puta de um gostoso; segundo que ele me considerava amigão e possuía hábitos de nudez explícita na minha frente, vergonha nenhuma de exibir a pica; por fim, o narigudo não tinha a menor ideia de que eu curtia macho e que tava babando por ele.
Por hábitos de nudez explícita, eu me refiro à mania que o Nareba tinha de sair do banho e ficar peladão na minha frente. Outro detalhe é que ele só dormia nu, com o sacão esparramado de lado, as bolotas pesando em direções opostas e o piruzão babando melzinho ao longo da manhã. Perdi a conta de quantas vezes a gente voltou bêbado do plantão, ele pegou no sono na cama de cima e se perdeu em algum sonho erótico intenso. Cansei de acordar pra mijar e me assustar com a sombra daquele mastro apontado pro teto, em ponto de bala, estado de pico. A cabeçona inchada latejando e prestes a soltar rajadas em pleno sono, nem parecia que o macho tava dormindo.
- “ESSE CARA É UM MONSTRO! CARALHO, QUE PAU É ESSE?!” – minha mente berrava comigo quando aconteciam esses episódios.
O garotão roncando alto, babando no canto da boca, sua vara em riste, estalando de dura, e a uretra cabulosa trincadaça, totalizando mais de um palmo de piroca grossa, larga e entojada, taludona, verdura do caule grosso. A jeba era tão grande e viva que dava até pra chamar de cobra, de naja, de jararaca, pois dava pinotes, botes e tinha vida própria. Não sei como aquele porrete conseguia se manter de pé sozinho, sem empenar, sem entortar e sem quebrar no meio. O saco estufado indicava que o bonito realmente estava sem foder desde que chegou no Chapadão, caso contrário não estaria lotado e pesadão de leite.
Meu coração chegava a pular da boca nessas vezes que eu flagrava meu colega tendo sonhos pornográficos depois do plantão no pé do morro. Convivência é foda, ainda mais num quarto minúsculo. Já aconteceu de eu chegar no quartinho, encontrar Nareba dormindo tranquilão na dele, de pau mole, e flagrar o momento exato em que a lagarta começou a crescer. Tipo, do mais absoluto nada, sozinha mesmo. Foi como se a primeira fagulha do sonho erótico tivesse surtido efeito na pica e ela resolveu despertar diante dos meus olhos, só pra eu tremer de desejo. Parecia a penca de uma fruta madura e farta em época de colheita, daquelas bananas que a gente pega diretamente da bananeira carregada e enche a mão toda, não dá nem pra fechar os dedos em volta dela.
Ele dormia com o antebraço cobrindo o rosto e a sovacada de fora, então eu podia manjar sem medo do gostoso acordar e me ver ali. A madeira ganhou forma, levantou e se armou em questão de segundos, e eu me senti testemunha da evolução de uma anaconda, um fenômeno espetacular de acompanhar. Qualquer pessoa que visse o estado inflado dos ovos do Nareba naquele momento saberia que ele estava sem bucetear há semanas, era inegável. Uma ova mais caída que a outra, ambas agasalhadas no sacão pelancudo, pentelhudo e com a pele pouco enrugada, daquelas que a gente estica na língua.
- “É melhor eu tomar um banho frio. Preciso.” – pensei comigo.
Como eu disse, conviver com esse puto se tornou difícil. No início, eu até conseguia disfarçar, passava batido e era tudo na base da zoeira entre nós. Só que a falta de sexo fez aflorar um Nareba cada vez mais íntimo, brincalhão até demais e sem o menor pudor do contato físico.
Às vezes a gente trampava de olheiro numa ruela que ficava na metade do morro, perto de um boteco, e era lá que o morenão se empolgava, esquecia do trabalho. Mesmo ciente das ordens do Sardinha, ele começava a beber por volta das 23h, jogava sinuca com os coroas, fazia apostas, transações, e eu só ficava de longe observando.
- Não é melhor cê parar de encher a cara e ficar na moral do meu lado, Nareba? Se alguém contar pro Sardinh-
- Tu vai caguetar? Tu é X9, tu?
- Nunca. Sou teu parceiro, você sabe. Mas fofoca corre, cara.
- Então tô suave. Eu que sei, mermão. – ele se achava o mais malandro de todos, especialmente quando inventava de ostentar o revólver na cintura.
Por um lado, eu fervia de medo do que o chefe do morro poderia fazer com o coitado, caso descobrisse as pilantragens dele. Por outro lado, eu borbulhava de tesão quando o fanfarrão vencia na sinuca, porque ele comemorava as encaçapadas erguendo os braços, vinha pra cima de mim e me abraçava suadão, me banhava na mais pura testosterona que um macho sovacudo pode oferecer. Só ele não percebia o quão abalado e zonzo eu ficava com esses toques inocentes e com os contatos físicos bobos. O cheiro do suor amargo me dava até tonteira, eu mal conseguia me controlar.
- Olha quanto eu ganhei nessa porra, moleque! Se liga. – ele correu do meu lado e mostrou as notas.
- Tô dizendo, Nareba, essa tua falcatrua ainda vai dar merda.
- Que falcatrua, cuzão? Falcatrua porra nenhuma, o pai esculacha na sinuca. Hoje nós vai é beber, isso sim. Na minha conta, eu que vou te bancar. Heheheh! – passou a mão na minha cintura, me puxou pra perto, sarrou na minha coxa e ainda largou o tapa na minha bunda.
- Ô, ô! Tá maluco!? Já bebeu demais, doidão, segura a onda! – dei esporro, mas confesso que tremi na base quando senti o impacto daquela mãozorra estalar no meu lombo, cuzinho até piscou.
- Tô brincando, Guilerme! EUHEUHE! Pode mais brincar contigo não? Qual foi, cansou da zoação?
- É que você nunca brincou assim antes, dando tapa na minha bunda.
- Tudo tem começo. Heheheh! Sacanagem, pô. Foi mal se ofendi.
- Relaxa, não ofendeu. Mas é melhor não fazer isso em público.
- Só no quarto que tu quer, né? Heheheh! Vacilão.
- Hoje você tá que tá, puta que pariu! Hahaha! Não perde uma. Sossega o facho, maluco.
- Tá foda, irmão. Mó tempão sem comer xereca, nós fica assim. Qualquer contato já me deixa como, galudão. – ele contou as notas e me deu. – Toma, busca lá uma coquinha gelada pra nós.
Quando não tava jogando sinuca e enchendo a cara no bar, o moreno sentava do meu lado no bequinho, fumava seu baseado e ficava relaxado, tranquilão na dele. Mal abria a boca pra falar, acredita? Seus olhos diminuíam de tamanho e se tornavam vermelhos, as pálpebras desciam, o sorriso aflorava fácil e ele só fazendo a cabeça, soltando bolhas de fumaça enquanto via a hora passar. A brisa da maconha era tão forte que, de vez em quando, Nareba se esquecia de mim e se punha a alisar o ovão direito, protuberante no short de linho. Passava a ponta do dedo, fazia movimentos circulares, às vezes apertava a batatona, se distraía e só então voltava a si, lembrava que eu também tava ali.
Eu era capaz de ficar duas, três horas direto manjando aquele cafução solto e contemplando a maneira despretensiosa com a qual ele patolava o cacho de uvas no calção. Quando Nareba chapava e levantava pra fazer alguma coisa, a cueca enrolava no canto da virilha e repuxava os pentelhos, o que o obrigava a usar o dedo mínimo pra puxá-la do meio das pernas e desafogar as bolas a cada minuto.
Nunca vou me esquecer da noite em que eu marolei no cheiro da erva, perdi meus olhos no corpo dele e não percebi o barulho de água escorrendo. Olhei pra baixo e lá estava a mangueira de fora, a rola cabeçuda atravessada pela saída da perna do short e ele mijando na maior naturalidade, como se eu não fosse notar.
- Tá de sacanagem que você vai fazer isso aqui? – resmunguei.
- Ah, tô lerdão. Que se foda, agora já fiz. Mijei mesmo, moleque.
- Só você, Nareba. Puta merda...
Fiquei ali paralisado, hipnotizado, observando um puto gostoso tirar água do joelho e se aliviar na minha frente. A largura da caceta, a jata grossa de mijão quente, a maneira relaxada com a qual ele fechou os olhos enquanto descarregava a bexiga, até a sacudida que o macho deu na pica me enfeitiçou. Nareba me tinha na palma da mão dele e nem desconfiava. Eu me sentia tão atraído por esse sacana que acabei caindo na tentação de cheirar a roupa que ele tirava do corpo suado no fim do plantão.
Teve uma noite que ele chegou do plantão depois de mim, foi pro banho e me deixou sozinho. Avistei aquela boxer branca jogada no colchão de cima do beliche, minha pele esquentou e eu soube que não adiantava tentar lutar contra meus desejos, pois eles facilmente ganhariam. Pra ser franco, eu nem precisava necessariamente cheirar a cueca de perto, até porque o cheiro dele tomava conta do quarto sempre que Nareba chegava e se despia. Mas o tesão é foda, atacou minha curiosidade. Foi inevitável, tive que mexer na roupa íntima do meu parceiro.
- Porra é essa, Guilerme? Tá cheirando cueca minha, vacilão? Perdeu a cabeça?! – o tom grosseiro e truculento fez um arrepio sinistro subir na minha coluna.
- Claro que não! Me respeita, homem. Pensei que era a minha cueca, pô. Não tenho culpa se você deixa tudo espalhado e eu tenho que ficar separando roupa por roupa.
- Porra, mano, impossível não deixar roupa largada no quarto. Tem nem como, ó o tamanho dessa porra! Dá nem pra se mexer aqui, cuzão, tem espaço pra nada. – ele entrou, fechou a porta, tomou a cueca da minha mão e tirou a toalha da cintura, ficando peladão como sempre.
- Tem certeza que é sua? Você nem usa cueca, cara. – botei pilha.
- Vem cá, agora tu deu pra ficar reparando em mim, seu viado?
- Eu quis dizer que você dorme pelado, Nareba.
- Claro que a cueca é minha, mano. Ó aqui, tá vendo. – insatisfeito, o macho abriu a boxer e mostrou várias rajadas amareladas. – Jogo leite nela direto, filhão. Esse mingau é meu, suco da minha pica. Tá vendo como eu sei que essa porra é minha? Geheheh!
- É... Tá certo. – tive que disfarçar pra ele não perceber que fiquei arrepiado com o cheiro da gala seca que penetrou em minhas narinas.
Meu pau endureceu na hora, as pregas vibraram, o calor subiu dos pés à cabeça e foi extremamente difícil não manjar aquele puto delicioso e nu do meu lado. Sei que estou me repetindo, mas qualquer redundância é pouca pra dizer o quanto Nareba era espetacular, a mais fiel representação de masculinidade, virilidade e rusticidade num só homem. Eram detalhes mínimos que me ganhavam: as veias em alto relevo que passavam dos braços pros antebraços, bem no meio; seus calcanhares robustos plantados nas Havaianas amareladas; o peitoral aberto e repleto de pelos, que combinava com os ombros malhados, as clavículas pontudas e o trapézio saltado; os tornozelos ralados; os pelos enroladinhos nas coxas cabeludas; sua cara de bolado, apesar de ser um maluco super gente boa...
Só que ele vacilou. Eu sabia que, cedo ou tarde, Sardinha ia ficar sabendo que o Nareba abandonava o plantão pra jogar sinuca, encher a cara e apostar com os coroas no boteco. A fofoca corria solta lá no Chapadão, fora que foi mais ou menos nessa época que o chefe do morro mandou instalar câmeras de vigilância nas entradas da comunidade, pra saber quando a polícia tava perto. Resultado: Sardinha descobriu sobre o comportamento errante do meu colega e resolveu dar um corretivo nele.
Era madrugada agitada de sábado, geral na rua, mó calor do caralho e o baile do Final Feliz comendo solto. Eu e Nareba não estávamos escalados no plantão nessa noite, então fomos encher a cara na quadra e tava correndo tudo de boa, até o momento em que ele começou a trocar olhares com uma loirinha. Eu acompanhei o instante no qual a loira veio na nossa direção, ele entrou na frente dela e soltou uma cantada barata.
- A donzela tá sozinha ou veio acompanhada?
- Desculpa, colega. Tô indo no banheiro, tem nada a ver contigo.
- Qual foi, tu só dá pra bandido? Sou bandido também, porra, rende pra mim. Joga no colo do pai, gostosa. – ele suspendeu a blusa e mostrou o revólver.
Pronto, a mulher reclamou e a merda aconteceu. Sardinha chegou de repente, acompanhado de mais dois capangas, e sua primeira atitude foi se dirigir à moça.
- Ele tá perturbando teu plantão, vida?
- Esse sem noção me parou, mas eu caguei pra ele. Não dá em nada. – ela respondeu.
- Ah, ele te parou? Então vai lá no banheiro, faz o que tu ia fazer.
- Tá bem. – a loira obedeceu, saiu e seguiu a vida normalmente.
Sardinha tomou a pistola do Nareba, deu uma coronhada na testa do coitado e o derrubou no chão. A bico do tenizão doze molas cantou nas costelas do moreno duas vezes, o chefe do morro se preparou pra dar o terceiro chute certeiro, mas eu gritei antes, entrei na frente e o impedi de continuar a surra.
- Quer morrer também, Guilherme?! Tá defendendo vacilão, moleque!?
- Calma, Sardinha, o maluco não tá nem se defendendo! Se você matar ele, quem é que vai dividir o plantão comigo?! Não precisa se exaltar, relaxa! – implorei.
- Eu mato um verme desse e tem mais dez, quinze cabeças pra botar no lugar dele! Se orienta, Guilherme! Se defender vacilão, vai pra vala junto! De que lado que tu tá?!
- Pensa na mãe do cara, Sardinha! Por favor! A mãe teve que mandar ele pra cá pra não morrer!
- É, e ele continua fazendo a mesma merda! Tá mexendo com a mulher dos outros, porra! Tem defesa pra fura olho não, tem que pagar!
- Mas ele não sabia que ela era casada! Nareba tá bêbado, não foi por mal. Dá pelo menos uma chance pra ele, só uma!
- Ele já teve a chance dele. Vocês, peguem esse merda e bora lá pra cima.
- Já é, chefe. – os capangas responderam.
Os caras armados se juntaram ao meu redor, me cercaram e pegaram Nareba pelos braços. Eu vi as feições daquele homem, do meu homem, se transformarem e adquirirem aspecto amedrontado, abalado, quase catatônico, característico de quem estava em pânico e sem reação. Imagino que ele tenha revivido o mesmo drama que viveu em Campos dos Goytacazes, antes do exílio, quando quase morreu queimado pelos chefes da facção criminosa e por culpa do mesmo motivo: mexer com mulher casada.
- Vamo combinar o seguinte, Sardinha. Você vai dar a última chance de todas pro meu colega, pode ser? – tentei.
- Esse merda veio pra cá já na segunda chance, Guilherme. Não inventa ideia, cuzão. Eu não sou bonzinho, não, sou bandido.
- Essa chance não é por ele, é por mim. Ele vacilou contigo, eu não vacilei. Eu tenho uma chance contigo, não tenho?
- Tu nunca vacilou comigo, e daí?
- Então! Põe na minha conta! Eu garanto que ele nunca mais vai vacilar de novo!
- Tem certeza que tu quer botar a mão no fogo por um maluco que não presta nem pra ser olheiro? Ou tu acha que eu não sei que esse merda não tá nem aí pro plantão?! – Sardinha puxou Nareba pelo queixo e cuspiu no rosto dele, fez pra humilhar.
- Boto! Boto minha mão no fogo, juro! Só não mata ele. – cheguei a gaguejar de medo. – Dou a minha palavra que ele não vai errar de novo. Esse cara é vacilão, foge pra sinuca, mas nada disso vai se repetir, chefe. Alguma vez eu já enganei ou menti pro senhor? Eu, Guilherme, já te dei dor de cabeça?
Silêncio.
- Ele vai melhorar, eu vou conversar com ele. Garanto. Nunca mais te peço nada, Sardinha. – juntei as palmas das mãos e falei em tom de súplica.
Os criminosos pararam de carregar Nareba, Sardinha me olhou, fechou os olhos e resmungou. Deu pra ver que ele quis soltar um urro, mas não o fez. O chefe do tráfico engatilhou a pistola, largou o aço e meteu dois, três, quatro tiros em cheio, sem pena ou misericórdia... Pro alto. Um jeito de descarregar a raiva, talvez. O que importa é que Sardinha usou os dedos indicador e médio pra apontar pros próprios olhos, depois os apontou pra mim e deixou claro que estava de olho. Recado dado, ele saiu da quadra com seus capangas e abandonou eu e um Nareba machucado pra trás.
- Cê... Cê tá legal, doidão? – abaixei e o ajudei a se levantar.
Mas não teve reação, Nareba não respondeu.
- Pode respirar, ele já foi embora. Tá tudo bem.
- Me solta.
- É o quê?
- Me solta, me larga! – ele se soltou dos meus braços, fez cara de nojo e saiu.
- Pera lá, Nareba, você tá machucado! Deixa eu te ajud-
- Sai, me deixa! Tu me caguetou, seu x9! Fofoqueiro! – perdido e sem rumo, ele começou a chorar.
- Claro que não! Tá doido!? Eu te defendi, te protegi! Sou teu parceiro, pô, teu fechamento! Deixa eu ajudar, vem cá! – corri atrás, mas o moreno foi mais rápido e sumiu no mar de gente no baile do Final Feliz.
Fiquei cerca de meia hora procurando em cada canto da quadra, preocupado de ele bater de frente com o Sardinha e dar outra merda de novo. Andei desde as entradas da comunidade, no pé da favela, até à parte de cima, nas casinhas e na praça, porém nenhum sinal do meu colega. Cansei, desisti de encontra-lo, resolvi voltar pro barraco e só conseguia pensar no quanto aquela madrugada foi horrível, traumatizante.
- “Seja lá onde ele foi, só espero que esteja bem.” – pensei alto.
Entrei no quartinho, acendi a luz e tomei um susto com aquele vulto cabisbaixo em cima do beliche. Nareba tava com a cara mais fechada possível, de banho recém tomado, peladão, mas ainda mamadão de Big Apple. Além da ressaca moral e do humor ressentido, ele tinha um corte sangrando na sobrancelha direita, perto da testa, e pressionava a mão contra hematomas enormes no lado esquerdo do tórax. O cômodo, que já era pequeno, ficou ainda menor quando a gente se olhou. Ele tentou levantar de supetão, só que a dor foi maior e o derrubou, arrancando gemidos sinceros.
- Eu vou te ajudar. Deixa eu ver como t-
- Não chega perto de mim, senão eu-
- Senão o quê? Vai me bater? Me matar? Respira, ô maluco! Eu sou teu fechamento, Nareba, nunca vou te machucar. Quer dizer, só se você me machucar primeiro, claro. Não sou trouxa. – eu sorri. – Duvido que tenha alguém aqui na favela que se preocupe contigo mais que eu. Sou teu amigo, esqueceu? Bebeu e teve amnésia, foi?
Ele fechou os olhos e não escondeu o lado sensível de homem que chora. Era um machão forte, raçudo e taludo? Sim. Braçudo e tirado a ogro? Também. Mas aquele peito era a moradia de um dos corações mais fodas que já conheci até hoje. Quando Nareba abriu os olhos castanhos novamente e me observou cara a cara, foi como se um enorme quebra-cabeças tivesse se encaixado acima de nós. Peças invisíveis se movimentaram num campo de xadrez imaginário, o olhar dele cavou dentro do meu e tudo fez sentido.
- Tenho coisa na mochila pra ajudar, confia. Pera aí. – fui na minha bolsa, peguei material pra fazer curativo e organizei tudo no colchão.
Usei gaze pra estancar o sangue na sobrancelha, passei um pouco de antisséptico e finalizei com band-aid, depois foi hora de cuidar do chute na costela com pomada, gaze, esparadrapos, massagem de leve pra fazer o sangue circular... Assim que botei a mão e toquei no hematoma, Nareba apertou meus dedos, abriu a boca e gemeu baixinho.
- Sssss... Devagar comigo. Tenha paciência.
- Foi mal. Sem querer. Tenho toda paciência do mundo pra você.
- Valeu, meu fechamento. – deu um arroto de bebida e me deixou continuar.
Depois de muito me olhar, ele desviou os olhos e encarou o canto do quarto, evitando fazer contato visual comigo durante aqueles curtos e preciosos momentos no morro do Chapadão. A cidade pegando fogo do lado de fora, tudo acontecendo, e nós dois ali dentro, inseridos no nosso mundinho. Quase uma horinha de cuidados, de atenção e contato físico com aquele homem, o meu homem.
- Eu me cortei semana passada e dei um pulo na farmácia. Deixa comigo, valeu? Vou cuidar de você.
Nareba tornou a me olhar. Sem perceber, eu fui ajeitar o band-aid na sobrancelha dele, me perdi e, quando dei por mim, estava alisando seu rosto, com a mão já em direção à barbinha curta. Ele segurou meu pulso, me apertou e virou a cara.
- Brigado, Gui. E desculpa minha ignorância lá no baile. Não sabia das câmeras. – beijou minha mão e deixou a barba roçar minha pele.
Peguei fogo, derreti por dentro. Fiquei muito nervoso, cheguei a vibrar na palma da mão dele. O calor do momento me acertou, eu me ajeitei na cama e dei um abração apertado no Nareba, tão apertado que esqueci que ele tava machucado e o coitado soltou um gemido de dor.
- Foi mal. Quer que eu fique aqui contigo? – pedi.
Ele fez que sim e pareceu um garotão enorme aninhado no meu colo. Comecei a acarinhar sua cabeça, um longo minuto se desenrolou e adivinhe o que aconteceu? O bonitão pegou no sono, não precisou de muito tempo pra roncar. Dormiu nos meus braços, abraçado no meu tórax, encontrou seu travesseiro na minha coxa e... Bom, dessa vez eu não reagi nervoso, porque agora tudo fazia sentido: eu tava apaixonado por ele.
Também foi nessa madrugada interminável que eu descobri que meu colega tinha pesadelos constantes, daqueles pesados. Ele sonhou que estava sendo queimado vivo, trauma da situação que aconteceu em Campos dos Goytacazes, e acordou tremendo, quase se batendo. Nareba estava suando à flor da pele e chamando pela mãe, então eu o abracei e mostrei que estava ali com ele, só pra ele.
- Calma, amigão. Você não tá sozinho, não. Tô aqui com você, viu? Pode dormir em paz, não precisa se assustar.
Ele apertou meu braço e se encolheu em mim, em busca de abrigo. Eu nem tinha certeza se a parte de cima do beliche aguentava o nosso peso junto, mas passei a noite abraçado com meu homem, cuidando dele e dando o calor do meu corpo para acolhê-lo, agasalha-lo em meu ser. Essa foi a primeira vez que dormi e acordei com o cheiro do Nareba em mim, o peitoral peludo dele escorado no meu rosto, e não recordo de outra noite em que eu tenha dormido tão bem.
Na tarde do dia seguinte, quando levantei, ele já não estava mais no quartinho. Não encontrei meu parceiro pelo resto do dia e fiquei preocupado do Sardinha ter feito alguma coisa com ele, então fui atrás do dono do morro e não escondi minha apreensão.
- Qual foi, Guilherme? Aquele desgraçado aprontou de novo?
- Não, ele tá andando na linha. Só que o cara sumiu.
- Sumiu como?
- Não sei onde ele tá. Pensei que você... Você...?
- Não, negativo. Chega aí, brota. – Sardinha me levou pra parte de dentro da casa onde ele tava, mostrou uma tela cheia de câmeras de vigilância e não demorou a localizar Nareba sozinho no alto da favela. – Esse ali é teu amigo?
- Caramba, ele mesmo! Mas o que esse cara foi fazer ali, sozinho?
- Vai ver tá repensando a merda que ele aprontou ontem. Lá em cima é bom, é fresco. Arejado. Bom pra pensar, colocar a vida em ordem. Ele foi respirar ar puro.
- É... Só pode. Mas tá bom, deixa ele refletir. Valeu, chefe. Desculpa incomodar. – agradeci.
- Tamo junto, moleque. E ó. – ele repetiu o gesto de “tô de olho” e ajeitou a arma na cintura.
Pensei em sair de lá e ir direto de encontro ao Nareba no alto da favela, mas concordei com o Sardinha e achei boa ideia dar tempo pro morenão pensar. Voltei pro barraco, tomei banho, comi na rua, me aprontei pro plantão e segui a rotina normalmente, sem a presença dele ao meu lado no beco. Saí do corre lá pras 4h da manhã, cheguei no quartinho e, pra minha surpresa, nem sinal do dito cujo.
- Ué, ele ainda não voltou pra cá?
- Tô aqui. – a voz arrastada veio de trás de mim.
Virei e lá estava meu homem rindo à toa. A ponta do baseado acesa numa mão, metade da garrafa de Big Apple na outra, o andar um tanto quanto leve demais e o sorriso safado no canto da boca. Ele com certeza tinha aprontado alguma.
- Isso são horas de encher a cara?
- Sem querer, cuzão. Eu tava comemorando.
- Comemorando o quê?
- A vida. Ontem tu me salvou, lembra não? – ele me abraçou, roçou a barba no meu ombro e deu um beijo duradouro no meu pescoço.
Eu arrepiei.
- Lembro, não tem como esquecer. Mas você tá lembrado que eu disse pro Sardinha que cê não vai mais vacilar? Isso inclui não faltar o trampo, Nareba.
- De boa, moleque. Não vai acontecer de novo, foi só hoje. Prometo.
- Dá tua palavra?
- Sou sujeito homem, pô. Vou andar na linha, podes crer.
- Ah, bem. Melhor assim. Eu me preocupo contigo.
Ele entrou no quarto, guardou a garrafa na mochila e tratou de se livrar das roupas. Ficou pelado, tentou pegar impulso na cadeira pra subir no beliche, mas não conseguiu de primeira e quase tombou do meu lado, então eu parei pra ajudar. Dessa vez ele apoiou em mim, pulou, sentou na cama e nós ficamos frente a frente. Eu achei que ele ia deitar pra dormir, mas o gostoso hesitou, me olhou, meus olhos sem querer percorreram a pica dele e fiquei muito sem jeito.
- Te falar? Pena que não finalizei com a gordinha lá no forró.
- Você adora forró, né?
- Demais. Me lembra minha mãe, ela também gosta. Mas aí, te falar uma parada? Sem caô? – o danado respirou antes de prosseguir. – Era só uma minazinha me chupando agora, Guilerme.
- E... Só pode ser mina...?
- Tanto faz. Era só uma boquinha me chupando. – ele se corrigiu, não sei se por malícia ou na inocência. – Pra terminar a noite da melhor forma, meu parceiro.
- Eu... Posso... Ajudar. – toquei sua coxa direita com a ponta do dedo, subi devagar em direção à virilha e nossos olhares se cruzaram.
O tempo parou e o mundo paralisou junto. Tudo congelou, apenas nossos olhos continuaram vivos e atentos. Nareba observando o toque do meu dedo em sua pele e analisando onde eu estava prestes a chegar, enquanto eu media suas reações e me perguntava se ele não ia segurar minha mão. Até que aconteceu: toquei naquela pica com vontade, ela vibrou no meu contato e o macho fechou os olhos. Ele pôs as mãos atrás da nuca, relaxou e me deixou à vontade, dando sinal verde pra tudo que eu sempre quis fazer, mas nunca tive coragem.
- Vê se é isso aqui que você quer.
Cheguei pra cima do beliche, abri o bocão e passei a língua na curvatura da linguiça escura. Comecei a mamar quando ainda tava mole, o gostinho de testosterona salgada encheu minhas papilas e não demorou pra pentelhada fazer uma cortina de fumaça no meu nariz. Bastaram duas, três pulsadas e a rola dobrou de tamanho, virou um pedaço de madeira dentro da minha boca e a cabeça rosada cresceu até bater nas amídalas. Daí pra frente, tive que me esforçar pra tomar fôlego e mamar ao mesmo tempo, sem parar pra respirar.
- Sssss! É exatamente isso que eu quero, moleque! Porra, esse tempo todo e eu só precisava de uma mamada, papo reto! Mmmm! – ele se abriu no colchão, afastou as pernas e me deixou trabalhar.
Olhar pra cima e ver aquele macho peludo super à vontade, recostado na cama e com as axilas de fora foi de cair o cu da bunda. Sentir o pau dele pulsar e crescer na minha língua foi outra sensação da qual nunca me esqueço, porque durante vários momentos cheguei a pensar que não daria conta da largura da jeba do Nareba. Era indelicada, pouco humilde, nada modesta e exageradamente gorda, ao ponto de eu não saber se era maior no comprimento ou na largura. Não tinha uma régua ali, mas dava pra dizer com certeza que se tratava de uma tora de mais de 20cm, daquelas bem macias, com a cabeça rosa e saltada do corpo.
- Tu é viado, é? SSSS! – ele fez a pergunta entre os gemidos arfados.
- Sou. Cê nunca percebeu?
- Nunca! FFFF! Por que não falou antes, Guilerme?
- Ah, sei lá. Você só comenta de buceta o tempo todo, buceta isso, buceta aquilo. Nunca que eu ia dizer que curto.
- É, pô, mas na falta de buceta... Quero nem saber, o bagulho é gozar e ficar leve. O que não pode é dormir de saco cheio, se ligou no papo? Heheheh! Não dispenso uma mamadinha. Hmmm! Fica à vontade. Me chupa, vem.
Senti a mão dele acarinhar minhas orelhas enquanto eu enchi a boca na piroca grossa, o puto laçou minha nuca e quis experimentar a profundidade da goela. Eu entendi o que ele estava prestes a fazer, me concentrei, deixei o cacetão bem babado e mergulhei com fome, só parei quando meu beiço superior tocou no talo da pica e o inferior encostou no saco.
- CARALHO, MOLEQUE! SSSS! ASSIM EU GAMO, PORRA! – ele se descontrolou, perdeu a compostura e largou um tapa nervoso no meu rosto.
- GHHRRR! – engasguei sem frescura na chibata do meu homem, aguentei um bom tempo e mostrei pra ele do que eu era feito.
As amídalas se afastaram pra permitir a passagem da glande, minha garganta recebeu aquela visita pra lá de folgada e eu derramei lágrimas de... Glória. Glória, porque nunca me dediquei tanto pra deixar um macho manso e satisfeito. Mamada de ouro, boquinha de veludo, serviço cinco estrelas o que eu fiz pro Nareba. E o primeiro sinal de que ele tava gostando foi quando revirou os olhinhos e gemeu meu nome baixinho.
- Caralho, Guilerme! FFFFF! Que isso, mano, tu é brabo! Representa na mamada, filhão, tá maluco! Mmmm!
- Que foi? As minas não te chupam assim? Hahahah!
- Pô, tem umas que nem mamam. E tu aí, suando. Gostou da minha piroca? – bateu o salame na minha língua pra me provocar.
- Não é de hoje e nem de ontem que eu sou doido pra te chupar, cara. Ah, se você soubesse... – revelei.
- Deu mole. Era só ter pedido. Do jeito que eu tô, teria deixado há mó tempão. Heheheh! Mas de boa, tem piru pra tu. Toma, abre a boca. Chupa que nem mamadeira, vai.
- Assim? – apliquei pressão na sugada, deixei a cabeça escorregar no céu da boca e ele delirou, pirou na minha sucção.
- SSSSS! PUTA MERDA, MOLEQUE! TOMAR NO CU, BOM DEMAIS! – quase levantou o corpo do colchão, de tão emocionado.
Ele não teve medo de se soltar, muito menos de mostrar o quanto estava curtindo nossa intimidade no quartinho. O segundo sinal de que Nareba se fez na minha garganta foi o momento em que ele destravou a cintura pra cima de mim, me engasgou na pica, esticou as pernas e contorceu os dedos dos pés, ensandecido na onda do prazer. Seu movimento fez o beliche tremer de cima a baixo, ele usou uma mão pra se apoiar na parede e a outra pra laçar minha nuca sem misericórdia.
- AARGH! Eu boto tudo na tua goela e tu aguenta, bezerro. FFFFF!
- Cê gosta de bezerrão?
- Sempre bom alimentar quem precisa. Vai tomar meu leitinho todo?
- Tomo tudo e mais um pouco. Deixo suas bolas leves, se quiser.
- Quero ver. Engole, isso! SSSS! – outra empurrada da cintura no meu rosto e eu engasguei na pressão.
Dez minutos de sexo oral quentinho e aveludado, e eu não queria que o boquete chegasse ao fim. Queria ver aquele machão gozar e encher minha boca de leite? Lógico que sim, mas, por mim, eu o mamaria até o amanhecer, ficaria horas e horas praticando garganta profunda na trave do Nareba. E o melhor de tudo é que ele era daquele tipo de cara que gostava de ser mamado, dava pra ver só pela cara de folgado que ele quando eu brinquei de engasgar na rola.
- Mmmm! Onde tu aprendeu a chupar pica, cuzão?
- Por que? Gostou?
- Porra, tá de parabéns! Dá uma sensação gostosa quando tu engole tudo. Também me amarro quando mama só a cabecinha.
- Assim? – suguei apenas a glande, poli o freio com a língua e ele escorregou até o fundo.
- FFFF! Nunca me chuparam no talo antes, Guilerme, sem neurose.
O terceiro sinal veio quando seus pelos arrepiaram, ele aumentou a voz e só faltou despreguiçar o corpo, quase que um espasmo. Acho que o safado não era acostumado a ser mamado com tanta sede e dedicação como eu fiz, pois a todo momento arregalava os olhos, fazia cara de sofrimento, armava o bico e enchia minha boca de babão, cansando minha mandíbula aos poucos. Pra dar descanso, eu largava a vara e enchia o bocão nos ovos do meu homem, pra ele saber que eu tava disposto a dar atenção a tudo que fosse dele, incluindo seu corpão massudo e socado de pelos.
- Até suas bolas são enormes, como pode? Pauzão imenso e saco grande. Você é todo parrudão mesmo.
- Tu gosta, moleque?
- Demais, me amarro. Passaria a noite mamando, admirando você.
- Admirando? – ele não entendeu.
- É que eu te acho bonito dos pés à cabeça. Ou melhor, dos pés às cabeças. Hahahah! – fiz carinho na careca dele.
- Teheheh! Ih, qual foi? Tá gamadinho “ni mim”, é? Tô te estranhando, Guilerme. Sei não, hein...
- E se eu estiver gamado mesmo? – joguei no ar.
- Ah, tá? Então vem cá, seu puto. Vem cá que eu vou te dar um trato legal, vira aqui pra mim.
Nareba me deitou de bruços na cama de cima do beliche, tirou minha bermuda cheio de pressa, em seguida usou as mãos pra afastar minhas nádegas, chegou pertinho e deixou só o bafo quente temperar meu cuzinho. Desnorteado, eu pisquei de tesão, minha pregas se alargaram num impulso involuntário, o marmanjo aproveitou a abertura e plantou mais da metade da língua no fundo do meu cu sem medo de ser feliz. Eu... Sei lá, nem sei descrever tudo que senti na linguada mestra dele.
- Porra, Nareba! Cê fala de mim, mas também é bom de boca! SSSS!
- Nada de mais, moleque. Tô fazendo contigo o que eu faço na pepeca das novinhas. Chupo grelinho assim, ó. – outra linguada impulsiva, a língua me escavou e ele fincou os dedos na minha bunda pra me impedir de escapar.
- OORGH, FFFF! NADA DE MAIS!? TÁ DOIDO?! QUE CUNETEIRO DA PORRA, VOCÊ! BEIJO GREGO PROFISSIONAL! Hmmm! – tremi.
O prazer foi tão avassalador que eu arqueei no colchão e fiquei de corpo esticado, igual cachorro quando se despreguiça. A boca esfomeada do moreno mordeu meus elásticos anais, ele manifestou toda a fome que sentia, avançou no meu lombo e me tratou como se eu fosse um banquete servido à mesa.
- FFFF! Caralho, Nareba! Meu Deus, homem! Se controla, senão cê vai comer meu rabo com a boca! Mmmm!
- Quer que pare, quer? – ele me provocou.
- Não, claro que não! Continua, chupa meu cuzinho! Maltrata! – prendi a cabeça dele no meu rabo e o faminto deu um beijaço de língua dentro de mim, foi visceral a maneira como ele me devorou.
- Rebola na minha língua, piranho! – tapa na bunda pra me incentivar.
Ele me encheu de nervoso com a barba pinicando e me deixou piscando igual shopping em época de Natal, eu me descontrolei. Focado em me dar prazer, Nareba socou o primeiro dedo no meu anel e usou a outra mão pra alisar minha coluna, descendo da minha nuca ao cóccix. Parecia que queria fazer o reconhecimento do meu corpo, por isso estava checando minha estrutura enquanto me explorava e alargava minhas pregas na língua.
- Tô derretendo na tua boca, cara! Sei nem como reagir! SSSSS! – me contorcei em êxtase.
- Reage com tesão, seu puto! Tá gostando?
- Pra caralho! Mmmm! – rebolei na cara dele, cavalguei, o cretino lascou o segundo dedo e me deixou larguinho, quase frouxo.
Eu já não tava mais me aguentando, comecei a me agarrar no colchão e senti que meu macho poderia me comer só com a língua, se quisesse. E só pensei nisso porque ainda não sabia o que estava por vir. A sombra do corpo massudo do Nareba cresceu sobre minhas costas, ele pôs em prática a experiência que tinha com montaria de buceta e trocou os dois dedos pela piroca cabeçuda.
- Porra, que cuzinho quente! SSSSS! – ele inflou nas minhas entranhas e me derramou no mais deleitoso ardor.
- Botou a camisinha? FFFFF! – me tranquei ao redor do caralho.
- Qual foi, tá com medo de engravidar? Teheheh!
- Mmm! Tô falando sério, seu puto! Botou capa?
- Botei não, tô sem. Tu tem?
- Tenho, tá na mochila. Pega lá.
- Posso? – o danado virou meu queixo e me fez encará-lo.
- Você pode tudo comigo. Ainda não percebeu? – fui sincero.
Ele abriu o sorrisão e mordeu meu braço antes de descer do beliche pra buscar o preservativo, depois subiu e voltou ao seu lugar de direito: meu corpo. O fato do canalha ter experimentado meu cuzinho no pelo me encheu de fogo, me senti o mais devasso dos pecadores. Foi como experimentar um pedaço de algo proibido, sabe? Saber que cruzamos a linha da responsabilidade e que isso envolvia muita intimidade. Em outras palavras, estávamos falando sério ali, e a presença da camisinha não minimizou o atrito dos corpos, o frenesi do pelo na pele.
- Hmmm! Mas que piru grosso da porra!
- Tá me sentindo? SSSSS!
- Dá pra não sentir?! Imenso desse jeito! Mmmm! – me bati todo.
- Eu também tô te sentindo, moleque! Teu cu tá mastigando meu cacete, ó! FFFFF! Quer que tire?
- Não, tira nunca! Tá maluco!? Deixa dentro, quero acostumar!
No início foi ardente e caloroso, até por conta da largura da vara. Não era só a cabeça que era grossa, a pica toda era igualmente bem calibrada e eu levei bons minutos me acostumando com a sensação de ser penetrado até o talo. Quando Nareba finalmente fincou a espada dentro e me montou que nem touro, eu senti seu tranco avassalador e meu cuzinho mascou a calabresa, não tive escapatória.
- SSSS! Vai acostumar na minha pica, vai?
- Falta pouco, tô quase! Quero amaciar ela com o cuzinho, será que consigo?
- Quer me deixar manso, viado? Vou te furar, tu vai sair mancando! Mmmm!
- Tô aqui pra isso, pode socar! Cadê sua metida? Me apresenta.
- Eu meto mais ou menos assim, ó. AARGH! – ele largou o ventre numa só tacada.
O tranco do Nareba não era tranco comum de um rapagão cafuçu de vinte e tantos anos. O tranco dele era coisa de pai de família, daquelas empurradas que não têm a menor pressa, mas MUITA, MUITA precisão. A ereção torta não combinava com fodelança acelerada, mas sim com ferroadas lentas, estancadas e profundas, pique de comedor. Era tranco de fazer a família crescer, igual maridão quando sobe no papai e mamãe e faz a família aumentar. Tranco de fazer filho, tranco de quem fode coladinho, grudado, na intenção da reprodução e da cruza apaixonada.
- Tá gostosinho pra tu, meu puto? FFFF!
- Tá delícia, macho! Tá demais, não para! Continua, esconde o pau dentro de mim! Mmmm! – mesmo deitado de bruços, eu rebolei e estanquei nosso engate com piscadas massivas, meu furico chupou a pica.
- Tô todinho dentro de tu, putinho! Tu não imagina como eu precisava foder, safado! Hmmm!
- Que delícia! Monta nas minhas costas, vem! Preciso sentir teu peso no meu.
- Minha esposinha quer sentir o peso do marido na bunda, quer? Providencio isso pra já. SSSS! – nem ele se aguentou na hora de me trepar.
- Olha lá, Nareba. Não me chama de esposa, não, senão vou acostumar e não vou querer outra coisa.
Ele se empolgou no tranco e chegou a se curvar sobre mim. Aí deitou nas minhas costas, me cobriu, buscou meus lábios e encheu a língua na minha enquanto me carcava. Minha boca debruçou nos beiços grossos dele, senti sua quentura interna, sua fome, Nareba casou o rosto no meu e eu desmanchei de paixão, porque foder beijando não é com qualquer um, é coisa de outro nível. No meio disso tudo, sua mão esquerda se manteve puxando meu cabelo, a outra ao redor do meu pescoço e eu completamente à mercê, entregue ao meu homem.
- Quer ser minha puta?! FFFFF!
- Se depender de mim, eu tiro seu leite todos os dias! Cê não vai mais precisar procurar mulher na favela, pode confiar! Mmmm!
- Vai fortalecer o cuzinho pra eu patrocinar? – ele me vestiu e soube me seduzir.
- Sempre que você quiser! Meu sonho é te chamar de meu macho, cara.
- Quem é teu macho? Fala baixinho no meu ouvido, viado! Tu é meu viado, sabia?! SSSSS! – fez a revelação e deu uma cinturada que me emperrou no colchão, meus olhos quase saltaram pra fora do rosto.
- MISERICÓRDIA, NAREBA! QUE TESÃO DO CARALHO, HOMEM! AAARGH! – tive que gritar pra fazer jus ao clímax do momento.
Empinei pro Nareba do mesmo jeito que a fêmea empina pro macho quando ela quer ser mãe. Quando paro pra lembrar, não sei dizer se o latejar do caralho socado no meu cu foi mais forte, ou se o peso do corpo dele no meu foi mais potente. O que sei é que não parei de piscar na rola, deixei ele me render e foi aí que o safado cresceu, ele se encontrou comigo. Entrelaçou as pernas peludas nas minhas, os braços nos meus, me envergou e plantou a mandioca pra me adubar, pra fazer cultivo de sementes.
- SSSS, OORGH! CARALHO, GUILERME! MMMM! – mordeu meu ombro, cheirou meu cangote e só faltou uivar no meu lombo, típico de alfa vira-lata.
- Já gozou, puto? Hmmm!
- Quase! Cheguei perto, na moral! A parada é tirar essa camisinha e te encher de leite. Bora falar sério?
- Tá brincando?
- Tô nada, aqui é só papo reto. Qual vai ser, vamo no pelo? – beijou minha nuca, passou o nariz no pé do meu cabelo e farejou meus feromônios acuados. – Deixa eu te fazer de minha puta, deixa? Minha mulher, minha fêmea. Maridão quer dar cria, vai fugir?
Quem escuta uma luxúria desse patamar e se recusa a mergulhar de cabeça? Pulei sem pensar e sem olhar pra trás, zero arrependimentos. Pra completar a sedução, ele me deu o mais embalado dos beijos de língua, com a boca bem aberta e o linguão sedento imprensado no meu. Nossas babas casaram, a ereção inchou no meu cu e eu não sei como Nareba não gozou nessa hora, de tanto que eu o amaciei. O macho chegou a amansar, meu pau babou a porra toda e eu mesmo quase esporrei.
- Deixa eu tirar a camisinha, Guilerme? Quero te comer no pelo, pode? FFFF! Te encher de leitinho, gozar dentrão! Deixa? – suas palavras saíram gemidas e baixinhas no pé do ouvido, com a barba me pinicando e arrepiando minha pele.
- Gozar dentro é só depois de casado, macho, você não sabe? Mmmm!
- Eu aceito. Tu não quer ser meu? Não quer que eu seja teu? A gente tem que selar o pacto. É nosso casamento, papo de lua de mel, tá ligado?
- Você sabe o que dizer pra me envolver, cara.
- PODE?! CAÔ!? – ele não acreditou quando ouviu.
- Quero sentir a jatada de porra indo no fundo da minha alma, escutou?
- Porra, filhote, não tenha dúvidas! O que eu vou fazer contigo agora, nunca fiz com nenhuma piranha antes. Vou te engravidar, moleque. Jogar meus filhos dentro, tu não perde por esperar. Se liga. – sagaz, o canalha removeu a camisinha, cuspiu na cabeça da pica e voltou a me plugar por trás, agora no pelo e na pele.
A meteção já tava pegando fogo antes e no pelo ficou mais quente ainda, porque nós enfrentamos a luxúria da fricção de verdade, carne com carne, cútis com cútis, calor com calor, sem a menor preocupação de falar sério um com o outro. Foi sem capa que ele me dobrou na caminha, apertou a mão no meu pescoço, socou tudo dentro e a gente se olhou, os dois enroscados igual cobras acasalando. Já viu como as cobras transam? Ficamos iguaizinhos, eu tomei botes incontáveis. Era como se a jararaca do Nareba se preparasse pra fincar as presas no meu couro a qualquer momento, pronta pra inocular veneno borbulhante dentro de mim.
- Vou desovar meus filhos no teu buraco, meu viado! – ele montou.
- Já me convenceu, eu quero! Joga dentro, homem!
- Hmmm! E tu vai ser meu viadinho sempre que eu quiser, vai?!
- Sempre! Sou todo teu, já falei! Me usa pro teu alívio, me amassa!
- Vai dormir comigo na mesma cama a partir de hoje!? FFFF! Dormir e acordar do meu lado, quer?
- Eu aceito! SSSS! Topo tudo com você, é só pedir!
Nareba não descontou em mim apenas o tempo que estava sem sexo, ele descontou foi tudo, desde a saudade de casa até a raiva que nutria pelo Sardinha. Pode parecer bobeira, mas nosso sexo foi tão intenso que eu pude sentir além do físico quando ele se alimentou da minha carne. Senti também seus medos e anseios, senti as frustrações, vícios, desejos e pecados que ele guardava no peito, e essa mistura de Biologia com Química e Física acabou criando uma nova História.
- Quer mingau, Guilerme?!
- Quero tudo dentro, não deixa cair fora! Mmmm!
- Posso te fazer de depósito de hoje em diante?!
- A qualquer hora do dia, até se eu estiver dormindo! Me monta que eu gosto! SSSS!
- Eu sinto fome o dia todo, vou querer comer toda hora! Tá preparado, moleque!?
- Tô! Pronto pra te aliviar, pode contar comigo! Hmmm!
O suprassumo das sensações foi quando ele mordeu minha boca, grudou o quadril afiado no meu couro e me afundou de vez no colchão, basicamente me amassou na cama. O beliche cedeu à pressão, desabou no chão e nós caímos juntos, fazendo a maior zorra no quartinho, porém nem assim paramos de meter.
- Olha a merda que você fez, cara! Tá maluco?! AAARGH!
- Eu?! Foi tu, culpa desse cu guloso! Quero nem saber, empina pra mim! FFFF! – deu tapa na minha bunda, puxão no meu braço, pressão e toma-lhe piroca no meu rego sem parar.
- Então come, macho! Passa vontade não, mata tua fome! – rebolei e cavalguei em mais de 20cm de caceta grossa.
- Vou comer tudinho, Guilerme, vai sobrar nada pra ninguém! Tu vai ser meu banquete, meu lanchinho! SSSS!
Estávamos alucinados, perdidos na carnificina do sexo sem camisinha e banhados na testosterona escaldante do suor. Seus dedos dos pés se contorceram entre os dedos dos meus pés, nossas solas úmidas se grudaram, os suores viraram um só, o eco dos botes possessivos ecoou no cômodo e Nareba disparou suas mais concentradas ferroadas, assando minhas pregas na largura da marreta. Minha próstata foi rebocada, meus olhos reviraram de prazer e eu cheguei perto de gozar sem me masturbar, só por dar o cu daquele jeito ouriçado.
- Tá gostoso esse cuzinho!?
- Tá demais! Melhor que buceta, tô doido pra leitar! Te encher de mingau, tu vai ser meu depósito! Chega de punheta, moleque! Geheheh! – essa é a melhor declaração de amor que um macho pode dar a outro.
- Eu faço tudo que você quiser! Pode socar até gozar, quero seu leite! Mmmm!
- Então pisca a cuceta no meu pau! ISSO, CARALHO! OORGH! Porra, chega fiquei arrepiado! Faz de novo, para não! – pediu e eu obedeci.
Meu beiço mordido soltou um pouco de sangue na boca do Nareba, ele aderiu ao canibalismo masculino e continuou me beijando sem medo de se entregar. Foi de corpo e alma, amor e paixão muito além da cama desabada no chão de taco solto. Seus dedos buscaram meus mamilos, ele sugou o bico do meu peito e eu desabrochei feito flor regada. O parrudo chupou minha língua, seguiu firme nas estocadas e inchou, atingindo o ápice da ereção e da piroca estalando na minha raba. Ele me rasgou, me mastigou e me arregaçou quando chegou ao orgasmo prepotente.
- AAARGH! CARALHO, GUILERME! SSSSS! QUE ISSO, GUI!? – seu jeito de me olhar com os olhos arregalados me atropelou.
- Bom demais, homem! Você é meu homem, seu puto! FFFFF!
- SOU TEU MACHO! EU QUE TE COMO, PUTINHO! TOMA LEITINHO, TOMA! TUDO NA TUA BUNDA! Hmmmm! – ele grudou a boca no meu ouvido, roçou a barba em mim e ejaculou enquanto buscava refúgio no meu cangote, típico de maridão que tá muito envolvido.
- Mmmm! Cê acabou comigo, tô ardido! Mas tá muito bom, não tira ainda...
- Na moral, mermão... Porra... – mal se aguentou com a respiração ofegante.
O que eu tomei de leitada no rabo nessa noite foi brincadeira. O cu parecia que ia explodir conforme ele foi depositando as sementes por cima da minha próstata. Senti um alívio e um derretimento intenso, fiquei até zonzo durante alguns segundos, mas voltei a mim quando senti o gostosão lamber meu rosto.
- Qual foi, te machuquei?
- Não, claro que não. Foi bom pra caralho, eu só tô sem energia. Destruído. Hahahah... Mmmm... Meu cu não para de arder.
- Tô sentindo as piscadas. Sentindo tudo, tu todinho. – beijou meu ombro.
Um homão da porra por fora, um molecão de coração gigante por dentro. E tinha que ser mesmo, porque era dentro daquele peito que eu queria morar e não havia mais volta atrás, não tinha mais ponto de retorno pra tudo que a gente fez dentro daquele quarto miúdo. Nossa conexão foi no DNA, na mente, na alma. Foi como se, durante os preciosos e intensos minutos da penetração carnal, a gente tivesse se fundido e virado apenas um dentro do outro.
- Te amo, maluco. Quero ficar do teu lado. – confessei.
- Então fica comigo, não sai. Vou dormir dentro de tu.
- Queria que cê ficasse em mim pra sempre. – eu o abracei e misturei ainda mais nossas transpirações.
- Se depender de mim, eu moro em tu. Nunca mais saio. – beijou meu lóbulo e enfiou o nariz no meu cangote outra vez, pra dar aquela farejada de quem sabe que é dono.
- Eu quero ficar aqui contigo, Nareba.
- Então fica. Não sai, eu te cuido. – ele me abraçou e seguimos grudados pós cruza, trocando beijos, juras e carícias na caminha tombada no chão.
- Mas e a vida? E o mundo...?
- A vida é nós que faz, pô. O mundo que se foda, nosso mundo que importa. Tipo marido e esposa, hehehe! – o moreno começou a rir.
- Tá falando sério ou tá zoando, cara?
- Tô, porra! Por que não taria? Bora, eu quero! Te quero, moleque, dei o papo.
A vara latejando no meu cuzinho zoneado, o esperma escorrendo e fazendo minhas pregas arderem em chamas, mas você acha que eu queria sair dali? Não mesmo. Nareba dormiu dentro, eu acordei super assado no dia seguinte, porém não me arrependi de nada do que fizemos, inclusive fizemos de novo.
Depois do estrago no quartinho, tivemos que jogar o beliche velho fora e ficamos apenas com os colchões, que imprensamos no chão pra fazer uma espécie de cama de casal improvisada. Era ali, no final de cada plantão, que a gente se encontrava e se perdia juntos, um em sintonia dentro do outro. Nosso ninho de amor e paixão, de sexo ardente e de cruza com inseminação, só leitada no cu e na boca. Às vezes duas, três fodas seguidas com meu moreno assanhado, quatro nas madrugadas que ele inventava de beber Big Apple e fumar baseado, porque era aí que a piroca demorava a subir. Em compensação, quando subia... Quatro gozadas pra fazer descer, serviço pro esposinho aqui.
Posso mandar a real? Quando eu disse pro Sardinha que ia fazer o Nareba andar na linha, juro que a última coisa que se passou na minha cabeça foi usar o cu. Minha ideia era cuidar dele e dar amor, e o que nos catapultou direto pra essa intimidade foi, ironicamente, a surra que o dono do morro deu no meu macho. Depois daquela madrugada no baile do Final Feliz, nada mais foi igual. Antes, meus dias giravam em torno do plantão e da atividade no pé do Chapadão. Depois disso, minha rotina passou a orbitar a convivência deliciosa com o Nareba, seu lado sexual possessivo e noites tórridas no nosso cafofo.
Você deve estar se perguntando “por que ele só fala do Nareba no passado?”. Bom... Tudo que é bom dura pouco. Toda festa tem seu fim. Nem só de Final Feliz é feita a vida, não é verdade? É agora que o bicho pega, a coisa complica e tudo muda de lugar outra vez. Prepare o coração e tome uma água antes de prosseguirmos. Ou você pode parar por aqui, caso queira ficar apenas com os bons momentos, minhas boas memórias do ano de 2015 no Chapadão...
O que aconteceu foi o seguinte... Mais ou menos um ano depois que iniciamos essa vida de marido e esposo, o Nareba recebeu uma ligação desconhecida no celular, atendeu e...
Continuação no Privacy. Essa história se chama CHAPADÃO 2015.
privacy*com*br/profile/andmarvip
x/twitter @andmarvin_