Trabalhar em escritório é uma mistura de tédio, rotina e fofoca. Mas no meu setor, o clima era outro. Tinha um cara que destoava do resto da firma: o Gordo, também conhecido como Renato, mas ninguém nunca chamava ele assim. Era o tipo de sujeito que tomava conta do ambiente com a voz alta, o riso exagerado e uma confiança que não combinava com o corpo inchado nem com a cara redonda de tarado de beira de estrada.
Todo santo dia, ele chegava com uma história diferente.
— Moleque, tu não vai acreditar. Peguei uma morena ontem que parecia a Paolla Oliveira, só que com mais peito!
Era sempre assim. Um show de arrogância, mentira e putaria inventada. E o pior: ele se achava mesmo. Falava como se fosse irresistível, como se toda mulher estivesse a um “oi sumida” de abrir as pernas pra ele.
Eu? Ficava na minha. Sempre fui tranquilo, seguro da mulher que tenho e sem precisar provar nada pra ninguém. Mas, com o tempo, o Gordo começou a mirar em mim. Ou melhor: na minha namorada.
O primeiro comentário foi disfarçado:
— Tu é aquele tipo sortudo, né, Lucas? Achou a loirinha perfeita e já fisgou. Eu que tenho que me virar com as largadas da vida.
Sorri de canto, sem dar confiança. Mas ele continuava:
— Ela tem cara de enjoadinha. Daquelas que fazem o cara rastejar pra conseguir um boquete.
Revirei os olhos.
— Clara não é dessas, não. Ela é de verdade.
— Hmmm… quanto mais difícil, melhor — ele respondeu, olhando pro teto como se já estivesse imaginando alguma merda.
Eu conhecia bem o tipo. Cara que vive frustrado e tenta compensar na marra, forçando situações pra se sentir por cima. E aquilo começou a me irritar de verdade. Especialmente quando ele começou a perguntar mais.
— Ela trabalha com o quê mesmo?
— Home office. Design.
— Ahhh… então passa o dia todo em casa? Sozinha?
Ficava nítido o que ele tava armando. Começou a querer saber onde ela malhava, se tinha irmã, se era ciumenta… Tudo na malícia.
E aí, um dia, soltou a bomba.
— Lucas… se eu tivesse três meses, só três, acho que convencia tua loirinha a sair comigo. Juro.
Dei uma risada seca.
— Tá de brincadeira?
— Tô falando sério. Eu sei conversar, sei fazer mulher rir… sei jogar sujo se quiser.
Fiquei em silêncio, encarando ele. A raiva foi crescendo, mas junto veio um negócio estranho… curiosidade. Seria mesmo possível? Clara era extremamente fiel, cabeça no lugar, metódica, até meio fresca com certos assuntos. Nunca me deu um pingo de insegurança.
Mas o Gordo… sabia ser insistente.
Foi ali que falei, meio na pilha, meio querendo testar:
— Beleza então. Vamos fazer uma aposta.
Ele levantou as sobrancelhas, já animado.
— Aposta?
— Três meses. Tu tenta. No papo. Sem forçar barra. Se ela topar sair contigo, tu ganhou. Eu pago um churrasco pra firma toda, com open bar. Mas se perder… tu vai desfilar pelado pelo pátio da empresa. Só de meia e gravata.
Ele gargalhou.
— Porra, isso é humilhação!
— Melhor ainda. Vai apostar só se tiver certeza que é o comedor que diz ser.
Ele pensou por uns segundos, coçando o queixo gorduroso, e estendeu a mão.
— Fechado.
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Nos dias seguintes, comecei a prestar atenção na Clara com outros olhos. Não por desconfiança, mas pela curiosidade de como o Gordo poderia tentar alguma coisa.
Clara era linda. Uma loirinha de 24 anos, pele lisinha, olhos azul claro, cabelo liso e cheiroso. Mas o que mais chamava atenção era o corpo. A bunda grande e redonda parecia desafiar a gravidade, sempre empinada e firme. Os peitos médios, naturais, tinham o caimento perfeito — eu sabia, porque os adorava em todos os ângulos possíveis. E o jeito dela… era o que mais me prendia. Elegante, decidida, zero vulgar.
A gente tava junto há três anos. Fui o primeiro homem da vida dela. Ela sempre deixou claro que detestava cantada barata, homem que forçava a barra ou tentava bancar o engraçado.
Ou seja: ela era o oposto exato do Gordo.
E foi aí que começou a me dar prazer observar o jogo se desenrolando.
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O Gordo foi sutil nos primeiros dias. Começou a seguir ela no Instagram, curtir fotos antigas. Mandei a real pra Clara:
— Um colega meu do trampo começou a te seguir. Renato. Cuidado, ele é meio inconveniente.
Ela deu risada.
— Gordo, né? Já vi nos seus stories. Cara de safado.
— Isso é ruim ou bom?
— Ruim. Acho nojento.
Suspirei aliviado. Mas sabia que aquilo não bastava.
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O jogo começou a virar quando ele começou a comentar nas fotos dela.
“Essa loira destrói corações”, em uma foto dela na praia.
“Lucas é um sortudo do caralho”, em outra com a gente juntos.
E depois: “Se meu dia começar com uma visão dessas, não tem como dar errado.”
Ela não respondia. Mas curtia. Isso me acendeu um alerta.
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Um dia, cheguei do trampo e ela tava no quarto, deitada de bruços, mexendo no celular, com a bunda empinada pro alto num shortinho de dormir. Eu me aproximei, por trás, e vi que ela estava vendo um story do Gordo. Ele tava sem camisa, fazendo piada de gordo sexy na academia.
— Tá vendo esse babaca?
Ela deu risada.
— Ele é idiota. Mas é engraçado. Tem uns stories muito bestas.
— Cuidado com ele. Tá dando em cima de você.
— Amor… relaxa. Eu tô só vendo, não tô respondendo. Nem dou bola. Só dou uma risada ou outra.
Mas ela curtiu o story.
Curtiu.
Ali eu senti a primeira pontada de preocupação. Ela tava começando a achar graça.
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Na firma, o Gordo vinha se achando.
— Mano… ela tá abrindo espaço. Já curte meus posts, responde meus stories com emoji. É questão de tempo.
— Tá se iludindo, Gordo. Ela só tá sendo educada.
— Vai vendo… quando mulher começa a rir de tudo que o cara fala, é porque já abriu uma fresta.
— Pode ser só que ela se diverte com palhaço.
Ele riu, mas os olhos diziam: vou te provar o contrário.
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Eu decidi que ia deixar o jogo rolar. Mas do meu jeito. Comecei a observar mais a Clara. Os horários, os trejeitos, os momentos em que ela pegava o celular e sorria sozinha. Comecei a testar limites. Perguntava com quem ela falava, e ela dizia:
— Uns amigos do Instagram. Gente que te segue também.
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Aos poucos, o clima dentro de mim mudou. Parte de mim queria impedir tudo, bloquear o Gordo, cortar o mal pela raiz. Mas outra parte… queria ver até onde ela resistiria. Queria ver ela sendo desejada, cercada, tentada… e mesmo assim continuando minha.
Era um tipo diferente de tesão. Um perigo real.
O jogo tinha começado.
O que começou como uma brincadeira entre colegas já tava virando um espetáculo particular. Eu assistia de camarote o Gordo tentando cavar espaço, e a Clara… ainda segura, ainda firme, mas começando a dar sinais de que a presença dele já não era mais invisível.
Na firma, o clima era de tensão leve e provocação silenciosa.
— Lucas… ela respondeu meu story com um emoji hoje — o Gordo falou no intervalo do café, segurando a caneca com as duas mãos gordas e aquele sorrisinho de canto.
— E daí?
— Daí que é uma reação. Pequena, mas é. Sabe como é… a confiança começa nas risadas.
— Só não esquece que confiança demais vira queda, irmão.
Ele gargalhou, mas eu percebia no olhar que ele tava se divertindo. E pior: ganhando terreno. O filho da puta era persistente.
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No fim de semana, Clara e eu saímos pra almoçar. Ela tava linda, com um vestido leve, justo nas curvas, decotado no peito e colado na bunda. Fomos a um restaurante novo, e quem tava lá?
O Gordo.
Coincidência? Claro que não. Era o restaurante que ela tinha postado que queria ir, num story de três dias atrás.
Quando ele nos viu, veio com aquele jeito espalhafatoso:
— Ô, casal vinte! Tava com saudade de ver gente bonita nesse lugar!
Clara fez uma cara surpresa, mas sorriu com educação.
— Que coincidência — disse ela.
— Coincidência nada! Eu sigo essa loirinha aqui, sei que ela tem bom gosto. Só vim confirmar.
Ela deu uma risada breve, sem graça. Eu apenas observei. Não fiz questão de convidar pra mesa nem nada, mas ele se sentou na mesa ao lado, sozinho, pedindo cerveja.
Durante o almoço, ele ficou o tempo todo jogando piadas e comentários:
— Clara, cê sabe que homem que cozinha é um perigo, né? Ainda mais um com meu charme.
— Perigo pra cozinha, só se for — ela respondeu, debochada.
Eu me segurei pra não rir. Gordo tomou a invertida com sorriso no rosto. E continuou tentando.
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Quando voltamos pra casa, ela comentou:
— Esse seu colega é sem noção, né?
— Eu te avisei. É um palhaço.
— Mas é meio engraçado… não sei se é porque ele é tão fora da casinha que chega a ser divertido.
Esse comentário me deixou com a pulga atrás da orelha. Era só humor? Ou ele tava mesmo entrando no campo da simpatia?
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Na semana seguinte, o Gordo subiu de nível.
Me mandou mensagem:
“Vou mandar um presente pra ela. Coisa boba. Só pra ver como reage. Confia.”
Fiquei dividido. Parte de mim queria vetar. A outra queria ver até onde ele teria coragem — e até onde Clara deixaria.
Dois dias depois, Clara recebeu um buquê de girassóis em casa. Sem bilhete. Sem nome. Só um emoji de sol sorrindo num cartão pequeno.
Quando cheguei do trabalho, encontrei as flores na cozinha.
— E isso? — perguntei, mesmo já sabendo.
— Sei lá… chegou hoje. Tava no meu nome, mas não dizia de quem era. Estranho, né?
Ela parecia desconfiada, mas curiosa. Aquele tipo de coisa que mexe com a vaidade.
— Deve ser engano. Ou alguém querendo puxar assunto.
Ela riu.
— Bem brega, né? Mandar flor sem se identificar.
— Tem quem ache romântico.
— Ainda bem que eu gosto de homem direto. Esse joguinho aí não cola comigo.
Mas ela colocou o buquê num vaso e deixou na sala.
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À noite, depois do banho, ela veio deitar de calcinha e camiseta larga. Se jogou na cama e ficou rolando o celular. Me aproximei por trás, passei a mão na bunda dela com vontade, sentindo aquele volume redondo e firme que sempre me deixava maluco.
— Tá vendo o quê?
— Instagram.
— Do Gordo?
Ela deu risada.
— Tu tá obcecado com ele, amor.
— Só curioso. Ele é insistente.
Ela virou de lado, me encarando.
— Se eu te dissesse que ele mandou mensagem hoje, tu ia surtar?
Meu coração acelerou.
— Mandou?
Ela sorriu de canto.
— Mandou. “Gostou das flores?” Foi só isso.
— E você respondeu?
— Falei: “Não sabia que era você.” Ele mandou um emoji de carinha tímida. Fim.
Suspirei. Sentia uma mistura louca de alívio e raiva… e tesão.
O Gordo tava conseguindo falar com ela. E ela tava respondendo. Ainda mantendo o limite. Mas o limite tava lá, sendo testado.
**
Na cama, comecei a beijar o pescoço dela, a pegar mais firme. A mão deslizou por dentro da calcinha, sentindo a pele quente, lisa, úmida. Ela virou de barriga pra cima, puxou a camiseta por cima da cabeça e me encarou com os peitos à mostra.
— Vai descontar o ciúme agora? — provocou.
— Não é ciúme. É tesão.
Desci com a boca, lambei os mamilos duros, chupei com força, e fui descendo. A bucetinha dela tava quente, latejando. Abri com os dedos, passei a língua devagar, saboreando, sentindo ela se arrepiar inteira.
Ela gemeu baixo, segurando minha cabeça. Quando enfiei dois dedos e comecei a chupar com mais vontade, ela quase arqueou as costas.
— Porra, amor… goza pra mim — falei com a boca colada nela.
Ela gemeu mais alto, apertando minhas costas com as unhas, e gozou tremendo, as pernas apertando minha cabeça.
Subi por cima, com o pau duro, roçando na entrada da buceta já molhada. Enfiei devagar, saboreando cada centímetro.
— Eu sou o único que te fode assim, né? — perguntei, no ouvido.
— Único. Sempre vai ser.
Meti fundo, até bater com força. Começamos uma transa intensa, suada, com ela gemendo no meu ouvido e rebolando no meu pau como se quisesse me marcar de novo. Gozei forte, dentro dela, com o corpo grudado no dela.
Mas a dúvida já tava plantada.
**
O Gordo era insistente. Clara era fiel. Mas até quando?
E eu… tava cada vez mais envolvido. Queria vê-la resistir. Queria vê-la sendo cercada… provocada… quase cedendo.
Queria ver ela no limite.
A coisa já não tava mais só no virtual. O Gordo começou a agir como um predador cauteloso. Estava estudando os passos da Clara, o que ela curtia, onde ia. E eu… acompanhava tudo de longe. Com o coração apertado, o ciúmes batendo, mas também um tesão estranho crescendo a cada dia.
Naquela semana, ele descobriu que ela costumava ir a um café pequeno, numa rua mais escondida, perto da academia. Era o lugar onde ela sentava com o notebook, colocava o fone, e ficava mexendo nos projetos de design por umas duas horinhas. Ele descobriu isso porque… claro, tava stalkeando os stories, prestando atenção em reflexo de xícara, legenda, fundo de cadeira. O cara tava obcecado.
Na terça, ele me mandou uma mensagem:
“Hoje é o dia. Vou sentar na mesa ao lado dela no café. Só trocar uma ideia, na moral. Mas quero ver de perto o jeito dela. Vai vendo.”
Eu poderia dizer que era doentio. Mas no fundo… eu tava doido pra saber o que ia rolar. Não contei pra ela. Fiquei quieto, só esperando o desenrolar.
**
Clara saiu de casa no fim da manhã, com uma calça legging preta bem justa, e uma blusa branca sem sutiã. Eu vi os bicos dos peitos marcando na blusa quando ela veio me dar tchau. O cabelo preso num coque despretensioso, óculos de grau e aquele jeito natural que me deixava duro só de olhar.
— Vai pra onde?
— Café. Preciso terminar uns layouts antes da call das três.
— Tá linda demais pra trabalhar — falei, puxando ela pela cintura e mordendo o pescoço.
— Safado. Vai trabalhar você.
Ela saiu, e pouco tempo depois, o Gordo mandou um áudio:
“Ela tá aqui. Mesa do canto. Tô na mesa ao lado. Irmão… essa mulher de legging é um atentado. Jesus. Cê é um sortudo do caralho.”
Eu quase fui até lá. Mas me controlei. Sentei no sofá, botei os stories dela no silencioso e fiquei esperando qualquer sinal.
**
Depois, ela me mandou uma mensagem:
“Lembra do seu amigo Gordo? Ele apareceu no café, acredita?”
Fingi surpresa.
“Sério? Que coincidência.”
“Coincidência o caralho, né? Acho que ele me seguiu.”
“E o que ele falou?”
“Nada demais. Sentou do lado. Disse que era fã do meu trabalho. Que gostava das minhas artes. Tentou ser simpático.”
“Foi inconveniente?”
“Ainda não. Mas tô de olho. Fica tranquilo.”
O Gordo, por outro lado, mandou um resumo bem mais empolgado.
“Cara… ela sorriu pra mim umas três vezes. Ofereci pagar o café, ela recusou rindo. Falei que ela tinha uma energia diferente, ela ficou sem graça. E quando fui embora, ela disse: ‘até mais’. Isso é sinal, irmão. Eu tô no caminho.”
**
À noite, Clara tava mais calada. Mexendo no celular, distraída. Tomei banho, voltei pro quarto só de toalha. Ela me olhou e sorriu.
— Tá querendo?
— Tô sempre querendo você — falei, deitando ao lado dela.
Passei a mão pela barriga dela, subindo até os peitos. Ela tirou a blusa com uma facilidade diferente, como se estivesse com fogo guardado. Comecei a chupar os mamilos devagar, e percebi o corpo dela mais quente, mais entregue. Desci com beijos pela barriga, tirei a calcinha e fui direto pro ponto.
A buceta dela tava molhada. E não era só de mim, eu sentia. Tinha alguma coisa nela… viva.
Lambi devagar, saboreando. Ela gemeu alto, jogou a cabeça pra trás. Quando enfiei a língua fundo, ela gemeu mais forte do que o normal.
— Porra, amor… — sussurrei — tá toda nossa, né?
Ela não respondeu. Só gemeu. E gozou na minha boca.
Subi, enfiei o pau de uma vez. Comecei devagar, olhando nos olhos dela.
— Pensou em mim hoje no café?
Ela mordeu o lábio.
— Claro…
— Pensou em outro também?
Ela ficou muda por um segundo. Depois virou o rosto, sorrindo envergonhada.
Isso me deixou maluco.
Meti mais forte, batendo com força. Ela gemeu mais alto, mais safada. E eu gozei rápido, dentro dela, suando, sentindo a cabeça girar.
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Na manhã seguinte, ela acordou calada. Fiz café, ela agradeceu com um beijo rápido. Depois, na hora do almoço, mandou uma mensagem:
“Seu amigo mandou de novo. Disse que gostou de me ver ontem. Que minha energia acalma ele.”
Respondi:
“E você?”
“Eu ignorei.”
Mas depois, sem querer, vi no celular dela — tinha um print da conversa. Ela tinha respondido com um emoji de coração roxo. Simples. Mas direto.
O jogo tava mudando.
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O Gordo me encontrou na empresa no final do dia. Tava com um brilho no olho.
— Irmão… você não tá entendendo. Ela tá me testando. E eu tô adorando.
— Tu tá se iludindo.
— Ou ela tá se abrindo. Vamos ver. Tô te avisando… ela tem aquele olhar de mulher fiel, mas curiosa.
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Naquela noite, não falei nada com Clara. Mas fiquei pensando.
Ela ainda era minha. Fiel. Mas tava começando a sentir. Tava começando a gostar da atenção. E isso era o primeiro passo pra merda acontecer.
E talvez… no fundo… eu queria que acontecesse. Queria ver ela dizer “não” cem vezes, até talvez… dizer “sim”.