Júlia sempre foi o tipo de mulher que chama atenção sem fazer esforço. Morena, com aquele tom de pele dourado que brilha no sol, seios fartos, quadris largos, e uma bunda... uma bunda que me deixava em transe desde o dia em que a vi de vestido justo pela primeira vez.
Fomos criados em famílias religiosas, conservadoras. Ela era virgem quando nos casamos — e eu também. Nunca houve outro homem em sua vida. Só eu. Só nós dois. E por muitos anos, achei que isso bastava.
Mas a vida cobra. Eu trabalhava duro, horas extras, fazia de tudo. Mesmo assim, as contas sempre estavam um passo à frente do meu salário. E ela... ela merecia mais. Mais do que eu podia dar.
Quando Júlia conseguiu um emprego como secretária numa empresa de advocacia grande da cidade, achei que era uma benção. E era. Mas eu não imaginava o tipo de homem que era o chefe dela.
Ricardo. Alto, elegante, rico, seguro de si. O tipo de homem que entra num ambiente e parece que o mundo gira ao redor dele. Eu o vi uma vez, de relance, quando fui buscá-la no trabalho. Ele olhou pra mim por menos de dois segundos. Mas o olhar dele... era como se dissesse “eu sei que ela é gostosa. E agora ela trabalha pra mim”.
Eu tentei não pensar nisso. Até o dia em que ela chegou em casa com os olhos vermelhos de tanto chorar.
— Amor... a conta do aluguel atrasou de novo. A dona do apartamento disse que se não pagarmos até semana que vem, vamos ser despejados...
Eu não soube o que dizer. Só abracei ela. Me senti impotente. Como homem. Como marido.
No dia seguinte, ela voltou do trabalho estranhamente quieta. E à noite, me contou:
— O Dr. Ricardo... me chamou na sala dele. Ele viu que eu tinha chorado e perguntou o que estava acontecendo.
Eu hesitei, mas acabei contando a verdade. E ele... disse que sentia atração por mim.
Não me desrespeitou... mas... ele me fez uma proposta.
Eu gelei.
— Que proposta? — perguntei, tentando não soar nervoso.
— Ele quer algumas fotos minhas... sensuais. Nada de nudez, nada vulgar. Mas fotos reais, minhas, tiradas por você. Disse que pagaria bem.
Disse que... queria me ver através dos olhos do meu próprio marido.
Ela me olhou como se pedisse permissão e desculpa ao mesmo tempo.
Quando ela me contou... eu travei.
— O QUÊ? — levantei a voz, sem conseguir esconder a raiva. — Júlia, você tá brincando comigo?
Ela recuou um pouco, surpresa com minha reação.
— Calma... eu só—
— O seu chefe... quer fotos sensuais TUAS? E você achou normal isso? Júlia, pelo amor de Deus, você tem marido! Você tem aliança no dedo!
Isso é... é humilhante! Ele te quer como mulher, você não vê?
— Não é isso! — ela disse, com a voz trêmula. — Ele foi respeitoso! Ele só... só fez uma proposta. Ele disse que não quer nudez, nem toque, nem nada vulgar. Só fotos sensuais. E quer que você tire. Porque ele quer ver o que eu sou, através do teu olhar.
Ele foi direto. Disse que sente atração por mim, mas que só vai até onde eu e você deixarmos.
Eu andava de um lado pro outro na sala. Me sentia um idiota. Um homem fraco. Um corno — mesmo que tecnicamente, ainda não.
— Você quer fazer isso? — perguntei, olhando nos olhos dela.
Ela hesitou, baixou os olhos... e respondeu:
— Eu quero tirar a gente desse sufoco, Marcos. Só isso. Se fosse algo sujo, eu teria dito não. Mas são só fotos. Com você ali.
A gente precisa desse dinheiro. E... ele é poderoso. Não quero perder esse emprego.
Eu fechei os olhos, respirei fundo... e aceitei o que no fundo, talvez já tivesse aceitado desde que ela começou a trabalhar lá.
— Tá... — murmurei. — Tá bom. Eu faço as fotos.
Ela sorriu com alívio, me abraçou forte, e sussurrou:
— Obrigada. Eu te amo.
Foi dificil dormir essa noite. Todo momento vinham pensamentos contraditorios em minha mente mas no fundo eu sabia que a gente precisava do dinheiro e aquilo acabaria rolando.
Quando Júlia voltou do trabalho, parecia nervosa — e, ao mesmo tempo, estranhamente animada.
— Ele ficou feliz por eu ter aceitado — disse ela. — Me deu isso.
Ela colocou uma caixa preta sobre a cama. Ao lado, um envelope.
— O que é isso?
— As roupas que ele quer que eu use nas fotos. E aqui dentro... — ela abriu o envelope — tem dinheiro.
R$ 1000,00 em espécie que sobrou do valor que ele me deu.
— Meu Deus... Como assim sobrou?
— Ele mandou eu sair mais cedo do trabalho.
Mandou ir ao salão, fazer depilação completa e marquinha de fita. Disse que queria meu corpo “impecável pra câmera”.
Ela me olhou como se já estivesse em outro mundo. E talvez estivesse mesmo.
Eu encarei a caixa fechada sobre a cama, o dinheiro ao lado... e minha esposa ali, pronta pra obedecer as ordens de outro homem — com minha ajudaComentem caso tenham gostado desse inicio
