Transição - Capítulo 6 - Minha primeira amiga Crossdresser.
Transição, Transex, Crossdresser, Aventuras e Bissexualidade
(Esta série é uma continuação de Aventura na Universidade e Sendo Livre, muitos fatos aqui relatados tem relação com elas, recomendo ler, mas pode ser lida separadamente.)
– Sair não, mas nos beijamos em uma ou outra festa, no primeiro período dela, mas nunca tivemos nada sério, aquela menina é difícil, e linda ai você já sabe como é, a concorrência pega pesado.
– Ela me contou das festas, não disse o nome do santo, só os milagres , disse isso dando uma risada e esticando a sobrancelha.
– Verdade, geralmente é assim, mas fica tranquilo, estou numa fase diferente com Daniel
– Diferente? Bom depois conversamos sobre isso, fiquei ainda curioso com nossa amiga Agrônoma, quer dizer, minha colega, pode me falar mais dela?
– Olha, eu disse o que posso, falei com ela que iria conversar com você pedir sigilo e depois retornaria um whats para ela, mas antes dela ir embora, ela falou que dependendo de sua reação iria te procurar, é angustiante para ela tudo isso.
– Eu imagino.
Se ela soubesse que achado foi esse, por dentro eu tinha inúmeras coisas pra perguntar para essa colega, tinha outras pra perguntar pra Cris, mas não queria dar bandeira, então retornei o assunto Daniel.
– Daniel, você disse “uma fase diferente”, sabe que me deixou curioso.
– Olha Vicente, vou te falar algo, minha impressão agora, para um homem você está curioso demais, o assunto da crossdresser, que é como chamamos os meninos que se vestem de menina, parece não ter lhe espantado, você tem algo a me falar, vamos ser sinceros, ou quem sabe sinceras, o que me diz?
Pronto, eu e minha língua, bom não sabia o que ela estava percebendo, mas acho que nessa minha nova fase, ter amigas que entendem e estão numa mesma situação pareceu-me uma coisa boa de se cultivar, então meio sem jeito falei.
– Bom, você sabe do Pedro, sabe da Vanessa, vou falar a real, eu também curto crossdressing, pronto falei, mas por favor, nem pro Daniel fale.
– Imagina, não irei falar.
Nisso já estávamos cochichando a um tempo, quando um assobio do Daniel nos chamou a atenção, sem perceber estávamos de mãos dadas, ele fez um gesto e eu assustado(a), retirei a mão.
– Venham aqui, porque estão cochichando aí longe da turma. Disse Daniel.
Cris respondeu.
– Eu não curto futebol, o papo estava chato ai to falando aqui com o Vi, sobre a atividade de monitoria dele, sabia que ele é monitor de um laboratório no campus???
Nenhum deles deu muita bola pra isso, fizeram até um gesto de deixa prá lá, papo de nerd e assim voltamos a conversar.
– Então acho que Mary ganhou uma amiga, posso falar do que me disse?
– Mary? Nem bem falei e percebi de quem se tratava. Bom, vou ser bem sincero, pode, tô precisando encontrar alguém pra desabafar, esse nosso curso é muito machista, sufoca, será bom para gente, fale que Valentine aceita ser amiga dela.
– Pera ai, Valentine, então essa era a outra namorada da Vanessa aquela puta nos escondeu que você era namorado e amante dela, mais é uma biscate mesmo, falava o nome, dizia coisas mas nunca falou que era um menino, que vadia.
– Credo vocês mulheres, um pouco de mentirinhas é muito bom e sim a Valentine que a Vanessa falava era euzinha, bom é isso, a Luh sabe, a Vanessa sabe e era só elas, agora tem você e logo a Mary saberá, por favor, prometa guardar segredo.
– Prometo, se prometer me contar tudo, quero o outro lado das histórias de Valentine, amava já o personagem, só achava que era fantasia daquela biscate da Vanessa. Chegamos a ter pena do Vicente, de tanto que ela chifrava ele, quando as pessoas souberem, digo descobrirem por vocês, vão matar a Vanessa.
– Bom, vamos trocar nossos números, voltaremos a conversar, pode passar pra tua amiga Mary, vamos voltar pra roda antes que desconfiem.
Assim que voltamos, ela voltou a se enrolar nos braços de Daniel, apenas Pedro me deu um sorriso diferente, uma hora depois fomos cada um pra sua casa.
Cheguei em casa, Lu e Vanessa estavam apenas se beijando no sofá.
– E aí como foi lá encontrou os meninos?
– Sim, Pedro, Julio, Cris e Daniel!
A Luh fez uma cara de vergonha, a Vanessa apenas me olhou e levantando os olhos, tipo a sobrancelha falou.
– E ?
– Vou uma tarde reveladora, pra muita coisa, mas resumindo, é que ela sabe que sou Valentine!
– Amor eu não falei nada, juro, nem eu nem Luh, nossa como que você se entregou, ai que loucura e ela?
– Tá ela não me perguntou eu que falei, e foi por um propósito, no barzinho, ela havia saído, me deu vontade de ir no WC, encontrei ela falando com uma menina e aí ela me contou dessa menina e eu me abri.
Luh então meio na curiosidade falou.
– Essa menina é Mary por um acaso ou a Daniela.
– Mary, não tinha nenhuma Daniela.
A Vanessa caiu na gargalhada.
– Ai Vicente, que saudades da Valentine, ela já teria sacado que Daniel é Daniela, você hein, pra teu conhecimento a Cris, é Dominatrix, ela ajuda algumas meninos a passarem por meninas, isso mesmo ela transforma meninos em meninas e para algumas ela é a Dona CRIS, tipo DONA DE Dominar, você conhece o termo né.
– Sim, mas nossa para mim ela foi tão tranquila.
– Sim, as presas dela são meninos como o Daniel, grandes, másculos, a Mary surgiu numa festa lá na República, Marcos (Mary) é irmão da Cintia que divide o apartamento com a Luh e mais outra menina, nossa e uma longa história, bom e ai, ela vai guardar segredo.
– Ela não tinha falado o nome masculino da Mary, dessa vez você entregou uma informação que eu não tinha, mas a Cris vai sim guardar segredo, e irá me passar o fone da Mary, até que enfim terei um par no curso.
Então Luh, falou de forma calma, pedindo sigilo e respeito.
– Bom pra teu conhecimento, tem mais pessoas do universo LGBTQIA+, muitos simpatizantes, a maioria curte as cross, tipo transar apenas, tem umas nove no máximo treze Cross em agronomia, era um segredo, então agora posso contar.
Ela foi falando o nome dos meninos crossdresser, falou dos meninos que curtem eles e fazem até festinha juntos, eu fiquei boquiaberto, isso iria me facilitar muito minha vida, a Vanessa apenas pediu cuidado, tudo a seu tempo, em não se expor ou procurar eles, e sim deixar que Mary venha e depois cada um apareça no seu tempo, que eu teria com certeza bons amigos e amigas e até uns LoversCross.
– Boas amigas né ?
– Amigos lá e amigas nas festas, sim isso que quis dizer mas primo por favor, vai com calma, e o que mais aconteceu lá?
– Nada, quer dizer que Daniel também, nossa eu não tinha me tocado, mas aquele corpo todo depilado, aquelas roupas olha agora analisando, ele bem que me deu umas secadas e secava uns bofes que passavam.
– Te adianto, ele é fiel a Cris, ele curte mulher quando está montada, ele não iria te secar, a menos que você desse bandeira, você se comportou né.
– Acho que sim.
Ai Luh rindo falou
– Olha a Daniela, quando montada é uma travecona de assustar de linda e forte, é o sonho de consumo do Julio, que investe, investe mas não consegue nada, já transaram como homem, mas como Daniela só dá montada para a Cris, só para ela que ele deu até hoje, pelo menos é o que se sabe.
Eita que vocês hein, falando nisso dona Vanessa, ela me contou das aventuras que você contou da Valentine, você hein, só não falou que tenho pinto mas no resto, dava um retrato falado.
– Bem falado né amorzinho.
E todos rimos.
A Lu ainda quis falar algo, pediu licença, mas esperou um pouco meio que medindo as palavras.
– Olha Vicente, por favor, tem uma cross em sua turma, a última que descobrimos é coisa recente, então ela é super mega recatada, por favor, não tenta descobrir como a Vanessa disse deixe que elas se apresentem, mas por favor, mas do que nunca não diga o que falei, embora não falei os nomes masculinos das cross, apenas dos bofes que amam uma cross, mas é importante para todas este sigilo tá.
Gente eu ainda estava chocada, essa ultima informação, sem nomes eu tentei lembrar quem poderia ser, ou era muito discreto na turma ou virou cross recente, pois fui repassando cada colega e não reconheci o nome feminino, bom a ansiedade agora me consumia, além de um certo alívio, eu iria poder me abrir com alguém do curso, teria acesso a turma LGBTQIA+ do curso, nossa isso me dava outros planos, lógico que iria com certeza reparar mais, só o ruim disso era a espera, e eu sabia que para afinar minha percepção apenas sendo Valentine, o que era no momento impossível.
Falamos mais algumas bobagens, elas contaram o seu dia que se resumiu a transarem, transarem, transarem e comerem, eu me despedi e fui pro quarto, um tesão me consumia, fui pro banho, o cheiro do sabonete, do creme, sai e passei cremes, me montei de menina e dormi com uma ereção nada fácil de controlar, por pouco não fui pedir ajuda para as meninas, mas acabei me masturbando e Mary foi pela primeira vez o nome que sussurrei, mas novamente foi o gemido que dei exatamente quando gozava, isso me preocupava pois tinha meu namorado, por que será que ele não era motivo de eu me masturbar.
Chegou o Domingo, não quis sair do quarto, estava toda montada, maquiagem e tudo mais, quis ficar assim, aproveitei e ajeitei as coisas que trouxe de casa, as últimas roupas do “Vicente” e já descartei algumas coisas que tinha, o armário das coisas de Isabele eu também reciclei algo, deram algumas sacolas, deixei ali perto da porta, iria levar depois na garagem, fiquei pintando as unhas do pé, me depilei, testei outras maquiagens, tudo isso sem sequer abrir a porta, as meninas me convidaram para almoçar fora, mas eu já havia pedido um iFood e ia ficar.
Elas saíram, iam pro shopping almoçar, pegar um cinema e curtir um barzinho depois, eu decidi não ir, pedi desculpas, queria um tempo para Valentine, fui ler sobre as medicações que estava tomando, sobre alimentação, anti testosteronas que foi recomendado os comprimidos, uns fitoterápicos, quando ouvi o interfone
– Seu pedido de iFood está subindo.
Eu nem me dei conta, acho que aquela semana em casa, me desligou de como estava, quando abri a porta que eu lembrei, era o meu motoboy preferido.
– Uau, bom dia, é aqui que pediram iFood!
Eu ri, dai ao esticar a mão para pegar que me vi toda montada, fiquei vermelha, pois estava de chinelo, secando o esmalte, pulseiras, mini vestido calcinha e tudo mais, tinha testado uma make para noite e era bem forte ele me olhou novamente e disse.
– Nossa está um arraso hein, posso entrar um pouco.
Eu pensei, mas bateu um fogo, puxei ele pra dentro e falei.
– Olha, não era isso, mas quer saber, vamos ser rápidos.