Entediado, num desses domingos, eu arrastava meus dedos por um app de pegação até que recebi uma mensagem. O “oi” veio de um perfil sem foto apenas com o apelido “ativo peludo”, que dizia apenas estar a 4 km de distância. Normalmente, não respondo esse tipo de perfil, mas um tesão repentino me fez retribuir. Trocamos mensagens triviais e percebemos que ambos queríamos o mesmo: sexo rápido e sem compromisso.
Uma das coisas que sempre pergunto quando conheço um novo rapaz é se ele tem alguma tara, fetiche ou fantasia erótica. Como os leitores mais assíduos já devem ter reparado, sungas e calções de futebol me deixam louco. Entretanto, recentemente, estou descobrindo um novo fetiche: a dominação. Amo ser dominado por alguém falando obscenidades, mandado em mim. E dentre tantas masturbações observando o tema, achei uma vez um vídeo de um cara que marcava um encontro às cegas, deixando a casa destrancada, enquanto espera por seu macho, que encontrará o puto na posição sexual escolhida vestindo apenas uma venda nos olhos.
Não preciso dizer que isto é loucura e é extremamente perigoso. Não façam isso. Obviamente, no auge do meu fogo no cu, propus ao cara sem foto e completamente desconhecido que fizéssemos tal qual o vídeo. Ele achou estranho, mas aceitou.
Na hora combinada, o porteiro interfonou e eu liberei. Não deixei nem o porteiro terminar a frase e dizer o nome do cara. Não queria saber. Destranquei a porta, fui para o quarto, vendei meus olhos e completamente nu, subi na beirada da cama, de quatro.
Quando ouvi a porta se abrir, foi como se um raio tivesse percorrendo meu corpo. Ouvi a porta se fechar. Conforme combinamos ele não falou uma palavra sequer. Senti sua presença adentrar o meu quarto. Senti que observava minha bunda completamente arreganhada e meu cu exposto à sua frente. Em completo silêncio, senti a penetração sem camisinha. Ele fez uso do lubrificante que deixei sobre a cômoda, perto da cama, então, a pica entrou firme e deslizante. Não sei a cor da sua pele. Poderia ser um preto africano desses que parecem um deus. Poderia também ser um alemão da rola branca e cabeça rósea. Poderia ser um desses babacas americanizados que usam cuecas largas e broxantes. Um chacal latino, talvez? De uma coisa eu tinha certeza: era absurdamente grossa e me rasgava. Eu tentava não gritar, mas os gemidos inevitavelmente saíam de mim a cada entrada daquele piru desconhecido.
Eu gemia de tesão. Não trocamos uma palavra sequer. Ele me degustava através da rola. Os movimentos foram se intensificando e meu comedor passou a me agredir. Não uma agressão criminosa ou desrespeitosa. As estocadas firmes e cadenciadas agora acompanhavam tampas na minha bunda, que logo mais foram acompanhados de pequenos socos na costela. Eu não me controlava mais. Meus gemidos se tornaram altos como os de uma puta no cio.
Num último e derradeiro movimento, meu comedor se jogou sobre o meu corpo, sem interromper o sexo. Sua respiração quente e ofegante agora mordiscava meu ouvido. O suor do seu abdome se misturava ao das minhas costas. Senti uma mordida na minha nuca, como um vampiro que suga minha energia vital ao mesmo tempo que uma lava fumegante erupçava da sua pica dentro da minha cavidade anal. Meu cu contraiu-se involuntariamente e meu pênis jorrou uma cachoeira de porra sobre a cama, enquanto eu urrava de um prazer que nunca havia experimentado antes.
Meu mestre levantou-se, em silêncio, vestiu sua roupa e apenas ouvi a porta fechar. Meu corpo tremia, minha respiração ofegava, minha visão ligeiramente turva e até minhas pernas bambeavam. Se me arrependo? De forma alguma. Uma loucura que não aconselho, mas não me arrependo de jeito nenhum. Curiosamente perdemos o contato um do outro e ficarei para sempre sem saber a identidade do meu macho misterioso.