As férias que mudaram minha vida
Dezembro chegou trazendo um calor sufocante e uma ansiedade que latejava por todo o meu corpo. Eu estava determinada a passar aquelas férias com a família de uma amiga no litoral. Seriam nossas últimas férias antes da faculdade, e o grupo de amigos do condomínio onde ela ficaria prometia dias bem intensos.
Aquele lugar guardava lembranças marcantes pra mim. Foi onde experimentei meus primeiros desejos: o primeiro beijo, o primeiro boquete, a primeira vez que senti o gosto doce da pele de outra garota. As festinhas improvisadas nas casas dos garotos locais costumavam ir além das músicas altas e luzes piscando. Sempre havia um canto escuro, um sofá escondido, e olhares que diziam mais que qualquer palavra.
Naquela época, eu já não escondia mais de mim mesma o quanto estava pronta. O corpo fervia por dentro. Eu queria sentir um homem de verdade — dentro de mim, em todos os sentidos. Queria entregar e tomar, provocar e ser guiada. Na frente, por trás, em todas as possibilidades que o prazer oferecesse.
Ruiva natural, herança dos meus pais irlandeses, sempre me destacava. Alta, com curvas que me faziam parecer uma mulher antes da hora. A bunda redonda e empinada causava olhares duplos: admiração e desejo. Os garotos mais velhos? Todos caíam fácil.
Mas meus pais, rígidos como bons descendentes do interior, barraram a viagem dos meus sonhos. Em vez de praia e liberdade, acabei indo para o interior, onde moravam meus avós. Um lugar pacato demais para alguém com tanto fogo represado. Apesar do tédio iminente, eu sempre gostava de passar um tempo com meus pais. A saudade, nesses momentos, era maior que a frustração.
No terceiro dia, minha avó me pediu que fosse ao mercado. Resolvi ir a pé, mais pela vontade de sentir o vento quente batendo no rosto do que qualquer outra coisa. No caminho de volta, um carro reduziu a velocidade ao meu lado. Era o Jorginho — filho da vizinha da minha avó, dois anos mais velho que eu, bronzeado e de bermuda, o peito nu brilhando de suor.
— Tá indo a pé nesse calor, ruivinha? Sobe aí — disse, com aquele sorriso torto.
Entrei. A conversa foi comum, mas logo percebi que ele não pegava o caminho de casa.
— Ué... Jorginho, passou minha rua.
Ele soltou uma risada baixa e respondeu sem cerimônia:
— Relaxa. Tá um tesão com esse vestidinho. Vamos dar uma volta.
Em vez de protestar, meu coração acelerou por outro motivo. Estava louca por isso. O olhar dele, a forma como seus músculos se contraíam ao dirigir, tudo em mim implorava por um toque.
Ele parou numa rua quase deserta, virou-se pra mim e me puxou de encontro à sua boca. O beijo foi urgente. Suas mãos escorregaram pelas minhas coxas, entrando por baixo do vestido com calma e intenção. Quando afastou os lábios, olhou nos meus olhos, abriu a bermuda e segurou meu cabelo com firmeza, guiando minha cabeça até seu colo.
Não hesitei.
A sensação era intensa. Eu me entregava com vontade, sentindo cada centímetro da pele dele pulsando na minha boca. A cada movimento, eu sabia que estava marcando aquele momento na minha memória — e na dele.
— Caralho… Vocês da capital fingem ser puritanas, mas chupa melhor que as mina do Vila — ele disse, rindo. O “Vila” era o prostíbulo da cidade.
Ao invés de me ofender, sorri com malícia. Beijei-o novamente, com mais desejo ainda. E pra minha surpresa, ele correspondeu com mais fome do que antes.
Jorginho me puxou pela cintura, com facilidade me posicionou no colo dele e, numa manobra ágil, passou para o banco do passageiro. Seus olhos me devoravam enquanto alinhava o corpo ao meu.
Sem dizer uma palavra, ele conduziu seu membro até a entrada do meu sexo. Meus lábios estavam molhados, pulsantes, pedindo para serem preenchidos. Ele foi devagar, me ajudando no início, e logo estávamos conectados de um jeito que eu nunca tinha experimentado.
Os movimentos começaram lentos, exploratórios. Eu me movia em cima dele, guiada pelo instinto e pelas lembranças do que já havia visto e escutado. A dor era quase inexistente, e o prazer crescia a cada impulso. Quando comecei a me acostumar, ele levou os polegares até meu clitóris e começou a massageá-lo com precisão.
Foi como acender uma fogueira.
Meu corpo tremia, os músculos se contraíam, e ele me acompanhava, ora segurando minha cintura, ora chupando e mordendo meus seios com um apetite incontrolável. Cada investida dele parecia atingir o ponto exato, arrancando de mim gemidos abafados pelo calor e pela surpresa.
Suados, nossos corpos colavam como um só. Eu já estava exausta, mas me recusava a parar. Então ele me levantou, me virou com um movimento firme e me colocou de costas, abrindo minhas pernas em direção ao teto do carro. A visão era explícita, e ele não hesitou: me penetrou com força, com vontade, com ritmo.
As estocadas firmes faziam meu corpo todo estremecer. A mistura de dor, prazer e adrenalina tomou conta de mim. Foi nesse momento que senti um líquido escorrer — pensei que tivesse feito xixi, de tanta intensidade. Hoje sei o que era.
O orgasmo veio como um trovão. Eu tremia, não sentia minhas pernas, apenas a pressão constante do corpo dele contra o meu. Pouco depois, senti o jato quente da sua ejaculação preenchendo meu interior. Aquilo me trouxe outra onda de prazer, quase insuportável de tão boa.
Ele saiu devagar, me olhando.
— Putz, ruivinha... Tá sangrando. Era virgem?
O tom despreocupado me incomodou um pouco, mas dei um sorriso tímido e respondi:
— Sim… eu era, né?
Ele me puxou para um beijo demorado, e sussurrou no meu ouvido:
— Mais tarde, vamos tomar um sorvete. Vamos aproveitar as férias…
Sorri de volta, já sentindo o gosto da próxima aventura:
— Claro… eu topo.
E foi assim. A melhor férias da minha vida. Jorginho virou meu primeiro, meu amante... e anos depois, meu marido. Hoje é só meu ex, mas ainda é — e sempre será — o amor da minha vida.