O SABOR DE UMA DOCE VINGANÇA ! Cap.22

Um conto erótico de Alex Lima Silva
Categoria: Gay
Contém 3198 palavras
Data: 06/04/2025 20:11:23

A tarde estava bastante abafada, e o sol batia com força quando decidi ir ao hospital visitar o Felipe. Depois do que aconteceu, eu não conseguia tirar da cabeça a imagem dele sendo levado de maca, o rosto machucado, os olhos meio perdidos. Agredido dentro da própria casa… uma covardia sem tamanho.

Peguei minha moto e fui relativamente devagar até o hospital! Ao chegar estacionei e entrei no hospital: caminhei pelos corredores brancos e frios com um aperto no peito. No balcão da recepção, uma senhora de expressão cansada me atendeu sem levantar muito o olhar.

— Bom dia. Queria visitar o Felipe Andrade — disse, tentando soar tranquilo.

Ela digitou algo no computador e depois me olhou com certa impaciência.

— O Felipe vai precisar ficar internado por tempo indeterminado. E, como você não está listado como parente, infelizmente não será possível autorizar a visita.

— Mas… nem por alguns minutos? — insisti, ainda com esperança.

— Regras do hospital, senhor — respondeu seca, já chamando o próximo da fila com um “senhor João!” mecânico.

Saí do hospital contrariado. Sentia que devia ter feito mais, dito algo diferente, insistido melhor. Mas agora já era tarde.

Lá fora, o calor era quase sufocante. Peguei o celular olhar as horas e vi uma notificação no WhatsApp. Era do Arthur!

“Valeu por estar sendo um colega de verdade esses dias. De verdade mesmo.”

Aquilo me pegou de surpresa. Vindo do Arthur? O mesmo cara que já foi o típico escroto no passado? Estava mudando ou só jogando charme?

Antes que eu pudesse pensar mais, outra mensagem chegou. Dessa vez, uma foto.

Era da virilha dele. Nada explícito, mas sugestivo o suficiente pra me fazer arregalar os olhos. A legenda, então, foi ainda mais direta:

> “Dei um jeito naquela excitação que você causou ontem. Te devo essa.”

Fiquei encarando o celular por alguns segundos, sem saber se ria, se ficava indignado ou se apenas ignorava.

Arthur. Sempre cheio de surpresas.

Voltei do hospital ainda com o rosto quente, mas dessa vez não era pelo sol. A imagem da mensagem de Arthur ainda martelava na minha cabeça. Aquele agradecimento exagerado, a foto da virilha — nada explícita, mas com um volume que ele fez questão de exibir — e a legenda ousada... Era óbvio que aquilo não era apenas “coisa de colega”.

Abri o WhatsApp de novo e reli a mensagem:

> “Dei um jeito naquela excitação que você causou ontem. Te devo essa.”

Não consegui conter uma risada. Arthur estava claramente testando os limites. E eu estava mais do que disposto a deixá-lo brincar… pelo menos até onde me conviesse.

Digitei com um sorrisinho de canto:

> “Pelo tamanho do volume aí, você resolveu um problemão, hein?”

A resposta veio quase imediata:

> “Isso mesmo. Tava precisando aliviar…”

Três pontinhos piscando de novo.

> “Mas pera… isso tá ficando meio gay demais kkkkk relaxa, eu tava só brincando.”

Ah, claro. “Brincando.”

Bloqueei o celular por um instante. Aquilo tava longe de ser só piada. Um cara como Arthur — sempre no controle, sempre machão, sempre pronto pra julgar os outros — não mandava uma foto da virilha, com legenda sugestiva, pra outro cara… “de zoeira”.

Não comigo.

Decididamente, Arthur tava de frete. Dava pra ver nas entrelinhas, no jeito que disfarçava, na insegurança disfarçada de emoji rindo. Ele tava testando o terreno, medindo minhas reações. Talvez nem admitisse pra si mesmo. Mas eu via tudo com clareza.

E quer saber? Eu podia usar isso. Muito bem, inclusive.

Se ele achava que podia me provocar e sair ileso, estava enganado. Arthur podia ser policial, valentão, o “homem do povo”, mas comigo… era só mais uma peça que eu podia manipular no jogo.

Dpois de responder àquela sequência de mensagens esquisitas — e ao mesmo tempo reveladoras — de Arthur, respirei fundo, encarando a tela do celular.

> “Amanhã cedo vou correr no calçadão. Se quiser, aparece.”

A resposta veio em questão de minutos, como se ele já estivesse esperando por isso.

> “Demorou. Que horas?”

> " Cinco da manhã. Vai aguentar?”

> “Aguentar é comigo mesmo.”

Bloqueei o celular com um leve sorriso. Arthur parecia estar entrando cada vez mais no jogo, mesmo tentando fingir que era tudo zoeira. E eu? Eu já estava com a estratégia traçada.

***

O resto do dia passou arrastado, sufocante. Um calor pegajoso que grudava na pele, no humor, nos pensamentos. A cidadezinha parecia parada no tempo. As horas na sorveteria se esticavam como chiclete velho. Tudo lento demais, como se o tempo estivesse testando minha paciência.

Quando finalmente fechei a loja, ajeitando as cadeiras e desligando as luzes, meu celular vibrou. Era Flávio.

> “Tá afim de comer um milho assado ali na praça? Tô passando por aqui.”

Respondi que sim e, minutos depois, ele apareceu, encostando ao lado da minha moto com aquele sorriso preguiçoso.

— Ei, motorista, me leva pra comer um milho? — disse, subindo na garupa antes mesmo de eu responder.

— Se cair da moto, vai ter que pagar dois milhos de castigo — brinquei, já colocando o capacete.

Seguimos juntos até a barraca perto da pracinha central, com o vento da noite tentando amenizar o calor do dia. O cheiro de carvão queimado e manteiga derretida já invadia o ar quando estacionamos.

Sentamos num banco de madeira e, logo, Flávio já estava jogando piadas baratas com a maior cara de pau.

— Sabia que meu milho tem gosto de beijo? — ele disse, encarando o meu milho como se tivesse ciúmes.

— Se for igual ao gosto do seu whey, vou fingir que não ouvi isso.

Ele gargalhou e colocou a mão no peito, teatral. Era bobo, era exagerado — e era sincero.

Fiquei observando ele por um tempo. O jeito como falava, como tentava me fazer rir, como me olhava sem disfarçar. Flávio estava ali. Presente, romântico, todo entregue. E mesmo assim, minha cabeça estava em outro lugar.

Arthur.

Arthur e a mensagem dele. Arthur e a brincadeira com tensão. Arthur e aquela virilha com um volume que parecia proposital. Eu estava dividido, e aquilo me causava um incômodo.

Por um instante, me senti culpado. Flávio estava sendo tudo que eu sempre quis que alguém fosse comigo. Atencioso, divertido, carinhoso. E mesmo assim, eu só conseguia pensar na minha vingança. Em fazer justiça com as próprias mãos. Em virar o jogo e dar o troco em quem me feriu lá atrás.

Respirei fundo, e a culpa foi escorrendo junto com o suor quente que descia pela nuca.

Não, eu não ia me desviar do meu objetivo.

Eu estava em primeiro lugar.

E se pra curar minhas cicatrizes eu tivesse que mexer com a cabeça de Arthur, seduzir, manipular, colocar ele de joelhos… então assim seria.

Flávio continuava falando sobre alguma coisa engraçada que viu na internet, e eu fui sorrindo no automático, mordendo o milho devagar.

O plano estava em movimento. E eu estava mais certo do que nunca: o passado não ia vencer dessa vez.

Depois daquele fim de noite na barraquinha de milho, com o gosto doce e tostado ainda na boca e o cheiro do carvão grudado na roupa, Flávio e eu caminhamos devagar até onde a moto estava estacionada.

Ele ainda sorria das piadas que tinha feito, com aquele jeito leve e apaixonado que eu, no fundo, admirava. Subiu na garupa com a naturalidade de quem já fazia parte da minha rotina. Quando montei na moto, antes de ligar, olhei por cima do ombro e perguntei, meio casual, meio esperançoso:

— Vai dormir lá em casa hoje?

Flávio hesitou um segundo, depois riu com certo embaraço.

— Queria, mas hoje não dá. Tenho que fazer uma faxina rápida… Minha diarista ficou doente de última hora.

Ri com sinceridade, balançando a cabeça enquanto colocava o capacete.

— Rapaz… a minha nunca adoece. É impressionante! Já comecei a suspeitar que ela não é humana.

Flávio riu alto, se segurando em mim com mais firmeza.

— Ou é muito responsável. Diferente de mim, que deixei tudo acumular…

Liguei a moto e seguimos pelas ruas já quase desertas da cidade. O vento da noite cortava o calor do dia, e aquele silêncio entre nós era confortável. Sem pressa, deixei ele na porta de casa, recebendo um beijo leve no pescoço e um “boa noite” sussurrado que me deixou com um leve aperto no peito.

Depois que ele entrou, eu fui pra minha casa. O som do motor ecoando pela madrugada, os pensamentos começando a se confundir — entre o carinho genuíno de Flávio… e o jogo perigoso com Arthur que só parecia estar começando.

__________________________________________

O sol ainda nem tinha subido direito quando eu cheguei no calçadão. O céu estava pintado num azul tímido, e o ar da manhã carregava aquele frescor raro que só dura alguns minutos antes do calor começar a castigar. Me alonguei devagar, tentando parecer mais desperto do que realmente estava. Estava sonolento, mas ansioso.

E então ele chegou.

Arthur surgiu do nada, vestindo uma camiseta preta colada ao corpo e um short que deixava em evidência cada músculo das coxas. Vinha trotando leve, como se fosse fácil ser atlético daquele jeito. O cabelo levemente bagunçado pelo vento, um sorrisinho de canto como se estivesse se divertindo só por me ver ali esperando.

— E aí, dorminhoco? — disse ele, parando ao meu lado e ajeitando a camiseta que já colava no peito suado. — Não posso demorar muito hoje. Tenho que entrar mais cedo na delegacia.

— Feche a cara delegado! Eu acordo cedo todos os dias pra correr... Já você com essas panturrilhas secas... Nem parece que se exercita...— brinquei, tentando parecer casual, mas não conseguia parar de reparar nos ombros dele, largos e definidos.

Começamos a caminhar devagar, aquecendo. O silêncio da manhã era quebrado apenas por alguns passos, pássaros cantando e a respiração dos dois.

— E o caso do Gabriel? Alguma novidade? — perguntei, com a voz leve, como quem joga o assunto ao acaso.

Arthur lançou um olhar meio travesso, como quem sabe algo que não pode contar.

— Tem, sim. Mas não posso falar. Sigilo total. — Ele sorriu, como quem estava se divertindo com meu interesse.

— Ah, fala aí. Agora fiquei curioso — insisti, tentando parecer inocente.

— Curioso, ou querendo se meter onde não foi chamado? — respondeu, com um tom de provocação que me fez sorrir.

— Um pouco dos dois, talvez. — E joguei no ar, com um sorriso mais afiado: — Mas com esse uniforme de polícia aí… confesso que até entrar preso seria um prazer.

Arthur deu uma gargalhada curta, surpreso, e balançou a cabeça.

— Tá ficando abusado, hein.

— Só tô sendo sincero — completei, piscando com leveza.

Ele mordeu o lábio inferior de leve, quase imperceptível, e então começou a correr, me lançando um olhar desafiador.

— Quero ver se tem fôlego agora.

Saí atrás dele, tentando acompanhar, mas não deu muito certo. Arthur parecia um cavalo de corrida — disparando com facilidade, as costas largas se movimentando ritmadas, os músculos do braço e da perna trabalhando em perfeita harmonia. Eu? Bom… eu era mais do tipo que aprecia a paisagem.

Depois de alguns minutos de tentativa frustrada, simplesmente parei e fui em direção à grama do parque. Me joguei ali como se estivesse encenando uma peça de teatro, braços abertos, ofegante, suado e dramaticamente derrotado.

— Eu desisto! — gritei, rindo sozinho.

Arthur apareceu segundos depois, parando em pé diante de mim, as mãos nos quadris, rindo da minha cena. O sol já começava a pintar o contorno do corpo dele, e, de onde eu estava, a visão era… boa demais.

Foi quando meus olhos caíram ali — no volume evidente que se formava entre as pernas dele, o short marcando de um jeito que quase gritava por atenção. E, como se ele soubesse exatamente o que eu estava olhando, ele deu uma ajustada rápida, como quem tenta disfarçar... mas aquilo pareceu mais uma provocação do que uma tentativa de esconder.

A parte íntima dele parecia ter vida própria. Pulsava com uma naturalidade quase desafiadora.

— Tá passando bem aí no chão ou quer que eu chame reforço? — perguntou, com aquele sorrisinho de canto, meio safado.

— Só tô refletindo sobre como é injusto correr ao lado de um atleta — respondi, ainda deitado, mas com o olhar fixo nele.

Arthur deu um passo à frente, abaixando um pouco o tronco, e ficou me encarando.

— Melhor levantar, Pedro. Senão quem vai precisar de reforço sou eu. - Eu não entendi o que ele quis ele dizer!

Fiquei alguns segundos em silêncio, só sentindo a tensão pairar no ar entre a brincadeira e a possibilidade real.

Ele estava mordendo a isca.

Ainda deitado na grama, ofegante e teatral como sempre, levantei uma das mãos e olhei pra Arthur com um sorriso cínico.

— Dá uma força aqui, vai… Tô quase me fundindo com a terra.

Arthur riu e estendeu a mão, firme, forte, suada. Eu segurei, mas no instante em que ele começou a me puxar, fingi um tropeço, desequilibrando de propósito e puxando ele com força.

— Epa!

Foi tudo rápido: ele tentou firmar o pé, mas escorregou e caiu direto sobre mim, o corpo pesado e quente prensando o meu contra a grama. A respiração dele encontrou a minha, perto demais, e o calor do corpo suado dele me envolveu num segundo.

Foi aí que aconteceu.

Pela primeira vez, eu senti. De verdade.

Uma onda de excitação tomou conta de mim, como se tudo ao redor tivesse desaparecido. Cada centímetro do corpo dele grudado no meu acendeu algo que eu não tava preparado pra sentir. O peito firme dele pressionava o meu, e eu podia sentir até os batimentos acelerados dele — ou talvez fossem os meus.

Arthur pareceu perceber. Os olhos dele encontraram os meus, e por um segundo ele congelou. Só depois se apressou em se levantar, meio atrapalhado, passando a mão nos cabelos, evitando meu olhar por alguns segundos.

— Foi… foi uma ótima corrida — disse ele, ajeitando a camiseta e respirando fundo. — Mas eu preciso ir. Tenho que estar na delegacia em pouco tempo.

Eu apenas fiquei ali, ainda deitado, com um sorriso de canto, observando ele se afastar.

Tava funcionando.

Eu tava tirando Arthur do eixo.

E mal podia esperar pelos próximos passos!

__________________________________________

Abri a sorveteria mais cedo do que de costume, ajeitei os potes coloridos no freezer, passei um pano no balcão e botei Adele pra tocar baixinho no fundo. Era minha terapia, minha paz. Mas tudo mudou quando Wellington entrou pela porta.

Ele tava diferente. O jeito como passou a mão no cabelo, o olhar baixo, os passos meio lentos… não era o mesmo Wellington de sempre, que chegava contando piada ou rindo de alguma coisa boba. Ele me deu um “bom dia” murcho, nem olhou direito nos meus olhos.

— Tá tudo bem, Wellington? — perguntei, tentando soar casual.

Ele deu um sorriso sem graça, mas não sustentou por muito tempo.

— Tudo sim, Pedro. Só um pouco de sono. Dormi mal.

Mentira. Eu sabia que tinha algo errado, mas resolvi não forçar. Às vezes a pessoa só precisa de espaço. Ou de tempo.

Camila chegou alguns minutos depois, trazendo sua energia que iluminava o lugar. Ela já tinha virado uma amiga nos últimos dias, alguém com quem eu podia contar. E, pelo visto, ela também notou o estado do Wellington. Ficou observando ele com atenção enquanto arrumava as mesas.

Quando ele veio pegar o pedido de um casal no balcão, Camila se aproximou, baixa e discreta.

— Tá tudo certo com você? — ouvi ela perguntar, com um tom de voz que só quem se importa usa.

Wellington hesitou, como se quisesse muito contar, mas logo se encolheu.

— Tá sim, Cami. Só umas coisas da cabeça. Nada demais.

Eles continuaram conversando ali, em voz baixa. Eu, fingindo que olhava o estoque, fiquei de olho. O incômodo crescia no meu peito. Alguma coisa tava errada. E se era sobre o Mateus… eu precisava saber.

Foi então que me veio uma ideia. Talvez errada, talvez invasiva, mas necessária. Esperei Wellington se afastar pra atender uma mesa no canto e, disfarçadamente, ativei o gravador do meu celular. Coloquei o aparelho de cabeça pra baixo na prateleira de baixo do balcão, bem onde ele e Camila tinham conversado.

Fingi que precisava ir até o depósito pegar mais copinhos descartáveis e deixei o celular ali.

Demorei uns dez minutos. Voltei, agi normalmente, peguei o celular como quem não quer nada e guardei no bolso. Esperei a primeira brecha pra ir até o fundo da sorveteria.

Lá, no silêncio da salinha dos fundos, coloquei os fones e dei play.

Meu coração começou a bater mais rápido.

A voz do Wellington, baixa, tensa:

— Eu não sei o que fazer, Cami. Ontem à noite eu vi umas mensagens estranhas no celular do Mateus. Uns papos com um cara, coisa meio... pesada. Tinha foto. Foto de homem pelado. De vários caras. Eu fiquei paralisado. Ele tava me traindo, Cami. Com mais de um, pelo visto.

Eu tirei os fones, sentindo um aperto no peito. O mundo pareceu girar por um segundo.

Mateus. De novo ele.

Fiquei ali, parado, encarando o chão como se esperasse uma resposta que nunca vinha. Pensando em como Mateus continuava sendo exatamente o mesmo idiota de antes. Fingido. Manipulador. Desleal. Ele podia estar com um corpo mais forte, um jeito mais adulto, mas por dentro… continuava podre.

O pior é que eu sabia. Lá no fundo, eu sempre soube.

Enquanto essas ideias ferviam na minha cabeça, senti o celular vibrar no bolso. Quando olhei, era uma mensagem do Flávio.

> *“Bom dia gatinho! Acordei pensando na sua boca…”*

Revirei os olhos, meio sem paciência, mas ao mesmo tempo não consegui evitar um leve sorriso. Abri a conversa e vi mais uma notificação pipocar:

> *“Queria estar aí agora, te encostando no balcão da sorveteria sentindo seu corpo no meu …”*

Quase ri. Flávio era direto, descarado… e fofo do jeito dele. Não sabia de nada que tava rolando, mas parecia ter um timing perfeito. Continuei lendo:

> *“Hoje eu sonhei com a gente. Você tava com uma camisa branca, sem nada por baixo, e eu…”*

Parei por ali, o coração dando uma pequena aquecida. Era estranho, mas bom. No meio da bagunça que era minha cabeça, Flávio aparecia como uma distração tentadora. Talvez até um jeito de não me afundar nesse ódio que Mateus ainda conseguia me causar.

Tinha muita coisa pra resolver. Uma vingança pra executar. Mas talvez… só talvez, no meio do caminho, desse pra sorrir um pouco também.

Num impulso, resolvi postar uma foto antiga minha, tirada num dia de treino puxado na academia. A luz realçava meus músculos e o suor dava aquele toque de esforço que chamava atenção.

Postei nos status do WhatsApp com a legenda: *"Persistência tem corpo, suor e resultado."*

Voltei pra parte principal da sorveteria e fui dar uma ajeitada no caixa,estava pegando metade dinheiro pra guardar, quando o celular vibrou de novo. Notificação de status.

**Arthur respondeu.**

Abri com calma. Um emoji de fogo.

Ri sozinho, com desprezo disfarçado em um sorrisinho satisfeito. Olhei de lado pro canto da sorveteria, onde Wellington tinha ficado conversando com Camila, claramente mexido. Suspirei, pensando no quanto ele devia estar remoendo o que viu no celular do Mateus.

E ali, encostado no caixa, falei baixo, só pra mim:

— Aí, Arthur… eu farei você se arrepender amargamente de tudo que já me fez. E vai ser da pior forma possível.

Continua...

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