Logo após me acomodar no sofá-cama do quarto do Luke, acho que pouco tempo depois seu pai entrou no quarto para se certificar de que estava tudo bem. Ainda adormeci um pouco, e por volta das 10h fomos acordados pelo Sr. Lúcio. Levantei, tomei um banho e fiz minha higiene matinal. O Luke me emprestou uma roupa e alguns itens para me arrumar. Antes de descermos, trocamos um beijo rápido.
Quando chegamos ao andar de baixo, a mesa estava farta, repleta de frutas, pães, bolos, tapiocas e outras delícias. Sentei-me e conversei com os pais do Luke enquanto o Sr. Lúcio se mostrava animado para assistir ao jogo com meu pai. Ele comentou que já havia enviado uma mensagem para que meu pai viesse mais cedo e almoçasse conosco.
Durante o resto da manhã, eu e Luke estudamos um pouco. De vez em quando, trocávamos alguns beijos discretos. Em um momento, ele decidiu me mostrar o condomínio. Como era de se esperar, fiquei impressionado com a beleza do lugar. Perto da lagoa havia um deck de madeira incrível, com uma vista deslumbrante. O condomínio também contava com academia, piscina olímpica e várias outras comodidades.
Enquanto passeávamos, trocamos mais alguns beijos, e eu me permiti admitir algo que já vinha sentindo há algum tempo: eu estava apaixonado pelo Luke. Ele era envolvente, sabia conversar comigo e tinha o sorriso mais lindo do mundo. Eu nunca me cansava de observá-lo, de admirar sua beleza e seu jeito. Definitivamente, era um sentimento diferente de tudo que já havia experimentado. Luke sempre teve essa força que me acalmava, que me fazia esquecer do resto do mundo e pensar apenas nele.
No início da tarde, meus pais chegaram. Meu pai logo se juntou ao Sr. Lúcio na churrasqueira, enquanto minha mãe e a mãe do Luke se ocuparam na cozinha, preparando alguns pratos. Apesar de haver várias empregadas na casa, era bonito ver a mãe do Luke cozinhando. Ela e minha mãe tinham se dado super bem, principalmente por conta do trabalho que minha mãe estava realizando no supermercado.
O resto da tarde foi incrível. Meu pai parecia relaxado e feliz como há tempos eu não o via, talvez graças à conversa que teve com o pai do Luke. Quando o jogo começou, o tio Augusto apareceu, mas veio sozinho. Nossos olhares se cruzaram algumas vezes, mas não chegamos a conversar. À noite, voltei para casa. Antes de sair, me despedi do Luke e de seus pais. Aquele domingo tinha sido perfeito, um verdadeiro dia em família.
Durante a semana, a rotina na escola foi tranquila. Eu e Luke nos encontrávamos às escondidas no banheiro, íamos para a minha casa ou, às vezes, para a dele. Também voltei à minha rotina de vôlei e inglês, mas parei de frequentar a igreja, já que só ia por causa da Camille.
Naquela semana, o perfil @GossipLEI84 postou no Instagram um boato de que Camille estava traindo Carlos com um garoto do terceiro ano. Esse rumor era antigo, e eu já sabia disso desde quando namorava com ela. Mas agora, como tínhamos terminado, a fama de corno acabou ficando para Carlos. Confesso que achei graça na situação.
Minha amizade com Luke aconteceu de repente e, claro, atraiu alguns olhares. Como mencionei antes, algumas pessoas pararam de falar comigo e tomaram o lado de Carlos. Mas eu segui em frente, mantendo minha amizade com Luke e com alguns outros colegas da classe. Já não tinha mais aquela vontade de ser um garoto popular ou super conhecido. Gostava da minha nova fase. Além disso, Luke pegava no meu pé para estudar, e a gente se dedicava bastante depois da aula… só depois trocávamos alguns beijos.
Quando o final de semana chegou, Luke foi para minha casa. Nossas famílias estavam próximas, então era tranquilo ele dormir lá ou eu ir para a casa dele. Principalmente porque nossos pais achavam que só estudávamos e éramos apenas amigos.
No sábado à tarde, estávamos sozinhos em casa. Depois de transarmos, ficamos deitados na minha cama, sem pressa. Ainda tínhamos alguns minutos antes dos meus pais chegarem. O silêncio que nos envolvia era confortável. Apenas nos olhávamos, como se palavras fossem desnecessárias. Até nossa respiração parecia sincronizada. Devo admitir… nós éramos feitos um para o outro.
No domingo, meu pai foi para a casa do Luke assistir a mais um jogo de futebol, e eu aproveitei a desculpa para ir também. Qualquer motivo era válido para estar perto dele, e o fato de nossas famílias estarem tão próximas facilitava tudo. Assim, podíamos passar tempo juntos sem levantar suspeitas. Chegamos lá por volta das quatro da tarde. Cumprimentei Luke e seus pais, assistimos ao primeiro tempo do jogo e, em seguida, ele me chamou para dar uma volta pelo condomínio. Nossos pais nem questionaram.
Fomos até o deck da lagoa. Havia algumas pessoas por perto, algumas passeando de caiaque, outras relaxando nos pedalinhos, mas, de alguma forma, o mundo parecia só nosso. O céu começava a se tingir de laranja e rosa, o sol mergulhava lentamente no horizonte, refletindo seu brilho dourado na água. A brisa fresca balançava levemente as folhas das árvores, criando o cenário perfeito. Caminhamos lado a lado, conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Para qualquer um que olhasse de longe, éramos apenas dois bons amigos. Mas, para mim, estar ali com Luke significava muito mais.
De repente, ele parou e enfiou a mão no bolso, retirando uma pequena caixinha de veludo. Meu coração disparou no mesmo instante.
– Lucas… – Ele respirou fundo, mordendo de leve o lábio antes de continuar. – Bom, como você já sabe, eu gosto muito de você… e quero oficializar isso. Queria te pedir em namoro.
O jeito hesitante como ele falou, o sorriso tímido, o rubor tomando conta de seu rosto… tudo nele me encantava. Meu peito se aqueceu com uma mistura de surpresa e felicidade.
– Claro que eu aceito! – Respondi sem nem pensar duas vezes. – Eu nunca namorei um menino antes, mas estou gostando muito de você, Luke. Você me surpreende a cada dia, acalma meu coração… Me faz sentir algo que nunca senti por ninguém.
Ele sorriu, aliviado.
– Digo o mesmo, Lucas. Você não será meu primeiro namorado, e quero ser sincero sobre isso. Eu tenho um passado… – Sua voz vacilou por um instante, e ele desviou o olhar. – Ainda não estou pronto para falar sobre ele, mas, um dia, vou te contar tudo. O que importa agora é que eu gosto de você… e quero você comigo.
Ele se inclinou e me deu um selinho rápido, o suficiente para arrepiar minha pele. Em seguida, abriu a caixinha e revelou uma corrente de ouro com um pingente pequeno, delicado, gravado com "L²".
– É porque nossos nomes começam com "L" – explicou, rindo de leve. – Assim, podemos usar sem levantar suspeitas em casa.
Senti um aperto no peito de tanta emoção. Com um sorriso bobo no rosto, deixei que ele colocasse a correntinha em mim. Depois, fiz o mesmo com a dele.
Ali, naquele deck, com o reflexo dourado do pôr do sol e a brisa suave envolvendo a gente, nosso namoro estava selado.
Eu estava namorando um menino. Se alguém me dissesse isso um ano atrás, eu jamais acreditaria. Mas a verdade é que Luke entrou na minha vida de um jeito avassalador. Hoje, posso dizer com clareza: o que senti por ele foi amor à primeira vista. Um amor puro e doce.
Claro que eu sabia que ainda tínhamos muita coisa pela frente, que havia desafios e questões que precisavam ser enfrentadas. Mas, para mim, tudo isso parecia pequeno diante do que sentíamos um pelo outro.
Apesar da felicidade, algo ficou martelando na minha cabeça: Luke já tinha tido um namorado antes. Isso despertava minha curiosidade, mas eu respeitava seu silêncio. Ele tinha seus mistérios, um passado que não queria trazer para o presente, e eu entendia isso. Algumas pessoas poderiam dizer que, na nossa idade, era cedo para compreender certas coisas, mas eu simplesmente sabia. Eu não queria forçar nada.
Eu o amava de um jeito que, talvez, nunca mais amaria ninguém.
Dizem que depois da calmaria sempre vem a tempestade. E a minha tempestade tinha nome e sobrenome: Carlos.
Naquela semana, o mesmo professor de história que, sem querer, havia me aproximado de Luke, passou um novo trabalho em dupla. Para minha surpresa, ele me colocou com Carlos. O trabalho era simples, mas não podíamos escolher os parceiros.
Na hora, suspeitei que isso tivesse vindo da coordenação, talvez como uma tentativa de resolver nossa briga. Mas optei por não questionar nada. No fundo, pensei que poderia ser uma oportunidade de me desculpar com Carlos. Apesar de não me afetar tanto, ele já tinha sido meu melhor amigo.
Depois que as duplas foram formadas, sentei ao lado dele e fui direto ao ponto:
– Relaxa, se quiser, eu faço todo o trabalho.
Carlos me olhou sério e rebateu:
– Não, eu vou fazer também. Algum problema pra você?
Respirei fundo.
– Claro que não.
Começamos a ler o texto que o professor havia passado e discutir algumas ideias. A tensão entre nós era evidente. Até que, depois de um tempo, ele quebrou o silêncio:
– Desculpa pela briga… e por ter inventado aquela mentira para o Luke.
– Tá desculpado – respondi, sem encará-lo.
Houve um momento de silêncio antes dele continuar:
– E desculpa também por ter "roubado" a Camille de você… Fiquei com muita raiva na época. Você sabe que eu gosto de você. – Ele falou baixo, quase como se não quisesse que eu ouvisse.
Levantei o olhar.
– Tudo bem, Carlos, já passou. Mas já te disse antes… Eu não posso te dar nada além da minha amizade. Eu estou namorando o Luke. E é sério.
Ele ficou me encarando por alguns segundos.
– Namorando? Você?
– Sim. O Luke é uma pessoa incrível. A gente está se dando bem.
Carlos ficou calado. Não tentou prolongar o assunto. Apenas voltamos ao trabalho, mas não conseguimos terminá-lo antes do sinal tocar.
– A gente pode terminar depois do vôlei – ele sugeriu.
– Pode ser – respondi.
Mais tarde, no intervalo, fui lanchar com Luke. Assim que nos sentamos, ele perguntou sobre o trabalho.
– E aí, como foi?
– Carlos pediu desculpas. E eu também disse pra ele que estou namorando.
Luke sorriu.
– Espero que ele não apronte mais nada.
– Não vai. Acho que ele aceitou. Mas enfim… não vamos falar sobre isso.
Luke me olhou nos olhos, sério.
– Promete que nunca vai ficar com ele?
Sustentei seu olhar e segurei sua mão sobre a mesa.
– Prometo, Luke. Eu não vou ficar com nenhum garoto. Eu só tenho olhos para você.
Ele suspirou aliviado, mas seu tom permaneceu firme:
– Eu não tolero infidelidade. Que você esteja ciente disso.
Apertei levemente sua mão.
– Digo o mesmo.
Fidelidade sempre foi um assunto delicado. Afinal, éramos adolescentes e não fazíamos ideia do que significava ser completamente fiel. Minhas referências vinham de filmes e séries, mas, para um garoto de 16 years, manter-se fiel era algo extremamente complicado.
Foi uma das lições mais difíceis que aprendi na vida. Quando somos jovens, nossos hormônios estão à flor da pele. E eu não sabia, mas, em breve, trairia Luke. E isso iria me custar caro. Naquele dia, depois do treino de vôlei, Carlos me chamou para sua casa para terminarmos um trabalho. Preferi sugerir que fôssemos para a minha casa. Lá, eu me sentiria mais seguro. Ele concordou sem hesitar. No vestiário, Carlos tomou banho, enquanto eu deixei para fazer isso em casa. Quando chegamos, fui direto para o chuveiro, e ele ficou deitado na minha cama. Aquilo me deixou desconfortável. Eu sabia que Carlos gostava de mim e que estávamos numa situação perigosa. Mas, algumas horas antes, eu havia jurado fidelidade a Luke. Não queria colocar isso a perder tão rapidamente. Ou pelo menos era o que eu achava.
Carlos era articuloso. Talvez já tivesse um plano em mente desde o momento em que sugeriu irmos para sua casa. Quando saí do banho, vestindo apenas um short, chamei-o para irmos para a sala. Não queria ficar sozinho com ele no meu quarto. Mas ele disse que precisava usar o computador para pesquisar algumas coisas. Suspirei e permaneci sentado na cama enquanto ele mexia no computador.
De vez em quando, ele me olhava. Eu tentava ignorar, mas, involuntariamente, meus olhos também buscavam os dele. Até que, depois de um tempo, ele se virou para mim:
– Cansei. Vamos dar um tempo.
– Vou continuar aqui. Não quero perder o foco – respondi, rabiscando no meu caderno e lendo um livro.
Carlos se levantou e parou bem na minha frente. Fechou o livro que eu segurava e disse:
– Para um pouco. Vamos conversar.
– Carlos, não tenho nada para conversar com você.
– Quero te pedir desculpas.
– Eu já te desculpei.
Ele então passou a mão no meu rosto, me olhando com um desejo explícito. Meu coração acelerou. Eu sabia o que Carlos queria. Ele nunca escondeu. Mas desviei o rosto e tentei cortar aquilo antes que saísse do controle:
– Carlos, para. Por favor – falei, me levantando da cama.
Ele se aproximou, me pressionando contra a parede.
– Me diz que você não sente nada quando eu te beijo.
Tentei escapar, mas ele insistiu.
– Carlos, para! Meus pais podem chegar a qualquer momento! Eu estou namorando o Luke. Isso não é certo.
Ele fez uma expressão que misturava frustração e algo que quase parecia mágoa.
Carlos podia ter seus defeitos, mas era bonito. Muito bonito. E negar que eu sentia atração por ele seria mentira. Ele sabia disso, eu queria dizer que resisti que fui forte, mas não fui.
Depois de tantas tentativas, eu cedi. Ele me beijou, e dessa vez, eu retribuí, foi intenso. Forte. Rápido, nossos corpos estavam colados eu sentia o seu pau duro, sobre o meu pau que também estava duro com aquele beijo. A porta do quarto estava aberta, e eu senti um medo irracional de que alguém nos visse. Me afastei dele, fui até a porta e a fechei.
Quando voltei, me joguei na cama, e Carlos veio junto, os beijos se tornaram mais intensos, e, por um momento, perdi completamente a noção do que estava fazendo, beijava o Carlos com fúria, e fui arrancando sua roupa, o Carlos era gostoso, isso era fato, e eu não estava pensando com a minha cabeça de um modo mais racional, eu pensava com a cabeça do meu pau, afinal desde que havia começado a me relacionar com o Luke, não havia sido ativo com mais ninguém, afinal o Luke não queria ser passivo, então eu me apeguei a isso, de que como o Luke não poderia dar a sua bunda, era justificável que eu procurasse em outro canto, e infelizmente não resisti, meu pau estava duro e poucos centímetros da bunda do Carlos, então dei uma cuspida no meu pau, e fui metendo pouco a pouco, o Carlos sorriu e me puxou para um beijo, enquanto eu ia penetrando ele aos poucos, ele gemia baixinho no meu ouvido, e logo meu pau estava todo dentro dele, comecei a penetrá-lo, coloquei ele de lado, de quatro e finalizei comendo ele de frango, tudo não demorou mais que 10 minutos, ate que finalmente gozei dentro do Carlos. Tudo aconteceu ali, de maneira intensa e rápida. Um desejo que tomou conta de mim e, quando percebi, já tinha cruzado uma linha que jamais poderia voltar atrás, depois, o silêncio, Carlos sorriu de canto e disse:
– Você transou muito bem.
Eu me levantei da cama, sentindo um peso no peito.
– Carlos, isso não pode se repetir. Foi um erro. Eu amo o Luke. Eu prometi a ele que não faria isso.
– Relaxa – ele disse, despreocupado. – Não vou contar nada pra ele.
Fiquei em silêncio.
– Fazia tempo que eu queria isso – continuou ele. – Estava com saudade de você dentro de mim.
Meu peito se apertou.
– Carlos… acho melhor você ir embora.
Ele se levantou, pegou suas coisas e, antes de sair, perguntou:
– Então… voltamos a ser amigos?
Olhei para ele, sentindo um nó na garganta.
– Apenas amigos. Já te disse que não quero nada sério com você.
Ele sorriu de canto.
– Eu sei disso. Mas se um dia quiser me procurar… estarei aqui.
Quando ele saiu, eu me tranquei no banheiro e liguei o chuveiro, pela primeira vez, me senti sujo, eu já tinha traído Camille inúmeras vezes. Mas aquilo era diferente. Eu nunca amei Camille, eu amava Luke e agora, havia quebrado minha promessa. Sabia que Carlos poderia usar isso contra mim, sabia que deveria ter resistido, mas era tarde demais. Eu havia cruzado uma linha sem volta, E só me restava torcer para que a verdade nunca viesse à tona.